"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 16 de outubro de 2011

BRASIL BANCA U$ 5,3 BILHÕES EM OBRAS DE VIZINHOS

Financiamentos do BNDES, porém, não evitam críticas ao 'imperialismo brasileiro'
16 de outubro de 2011 | 3h 03
LISANDRA PARAGUASSU / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Desde 2003, o Brasil já distribuiu na América Latina US$ 5,3 bilhões em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de hidrelétricas, estradas, portos e corredores de ônibus.
De 1997 a 2008, esse montante chega a US$ 7,21 bilhões.
A generosidade brasileira, no entanto, nem sempre é retribuída com agradecimentos ou gestos de boa vontade.

O recente episódio ocorrido na Bolívia, a suspensão da construção da estrada de Villa Tunari, também financiada pelo BNDES, é apenas mais um na longa lista de problemas locais que envolvem, de alguma forma, o Brasil - os atritos costumam crescer em períodos eleitorais.

Ainda assim, são poucos os governos da região que abrem mão dos recursos brasileiros na hora de financiar suas obras. Há cerca de dois meses, o ministro de Setores Estratégicos do Equador, Jorge Glass, veio ao Brasil pedir a participação do BNDES em obras de infraestrutura no valor de US$ 30 bilhões.

Foi o primeiro contato depois que a Câmara de Comércio Exterior aprovou a retomada de operações do Brasil com o país andino. Nos últimos três anos, o Equador ficou sem receber um tostão brasileiro, desde que seu presidente, Rafael Correa, decidiu ir à Corte Internacional de Comércio questionar, em 2008, o pagamento de um empréstimo de US$ 243 milhões para a construção da hidrelétrica de San Francisco.

O próprio Glass, na época assessor de Correa para assuntos da dívida externa, chegou a dizer que o contrato com o BNDES tinha "vícios de ilegalidade". Apesar da natural condescendência brasileira com os vizinhos, a ação equatoriana, na visão do Itamaraty, passou dos limites.

Na recente crise boliviana, em que indígenas moradores da reserva Tipnis entraram em confronto com a polícia em protestos pela suspensão da estrada que cortaria suas terras, o governo brasileiro se manteve distante.
Não havia ameaças ao Brasil, apesar das cobranças feitas por governo e oposição para que Brasília, de alguma forma, tomasse partido. A opção, porém, foi tratar o assunto como um tema interno da Bolívia.

A única manifestação do Itamaraty foi uma nota em que registrava a importância da obra para a integração do país e reafirmava a esperança de que o conflito fosse solucionado. Essa não foi a primeira vez que o Brasil esteve envolvido em problemas bolivianos. Um dos primeiros atos do presidente Evo Morales ao assumir o governo, em 2006, foi anunciar a nacionalização das refinarias de gás da Petrobrás.

A crise só não foi pior pela boa vontade do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o novo presidente esquerdista e porque, no fim de 2006, a Petrobrás e governo boliviano entraram em um acordo a respeito de reparações financeiras.

Itaipu. No Paraguai, na campanha eleitoral de 2008, em que Fernando Lugo foi eleito, uma de suas principais promessas foi conseguir que o Brasil pagasse mais pela energia de Itaipu, chegando a ameaçar vender a parte paraguaia a outros interessados, como Argentina e Chile.
As reclamações contra o "imperialismo brasileiro" só cessaram há cerca de três meses, quando o Congresso do Brasil finalmente aprovou o reajuste dos valores repassados ao Paraguai pela energia excedente usada pelo País. Ainda assim, as ameaças de colocar a energia paraguaia no mercado internacional não acabaram.

Desde o governo Lula, no entanto, a visão da diplomacia brasileira é de ser condescendente com os arroubos dos vizinhos, especialmente em épocas eleitorais. O Itamaraty sabe que, envolvidos em disputas locais, presidentes e candidatos tendem a usar o vizinho rico como saco de pancadas.

No entanto, segundo disse ao Estado um diplomata brasileiro, a enorme diferença econômica entre o Brasil e os demais países da região justifica a boa vontade de Brasília - desde que não passe de alguns limites, como foi o caso do Equador.

O embaixador equatoriano no Brasil, Horácio Sevilla Borja, reconhece que a crise não foi boa para seu governo. "Foram anos desperdiçados", disse. "Nós não estávamos satisfeitos com esse afastamento. Estamos muito felizes com o fato de a Câmara de Comércio Exterior ter aprovado a retomada de operações." Com isso, o governo de Correa já conta com dinheiro brasileiro para mais quatro obras até o fim deste ano e pelo menos três para o ano que vem.

NO GOVERNO PETISTA, BNDES JÁ DISTRIBUIU U$ 5,3 BILHÕES NA AMÉRICA LATINA

Desde 2003, o Brasil já distribuiu na América Latina US$ 5,3 bilhões em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de hidrelétricas, estradas, portos e corredores de ônibus. De 1997 a 2008, esse montante chega a US$ 7,21 bilhões. A generosidade brasileira, no entanto, nem sempre é retribuída com agradecimentos ou gestos de boa vontade.

O recente episódio ocorrido na Bolívia, a suspensão da construção da estrada de Villa Tunari, também financiada pelo BNDES, é apenas mais um na longa lista de problemas locais que envolvem, de alguma forma, o Brasil - os atritos costumam crescer em períodos eleitorais.

Ainda assim, são poucos os governos da região que abrem mão dos recursos brasileiros na hora de financiar suas obras. Há cerca de dois meses, o ministro de Setores Estratégicos do Equador, Jorge Glass, veio ao Brasil pedir a participação do BNDES em obras de infraestrutura no valor de US$ 30 bilhões.

Foi o primeiro contato depois que a Câmara de Comércio Exterior aprovou a retomada de operações do Brasil com o país andino. Nos últimos três anos, o Equador ficou sem receber um tostão brasileiro, desde que seu presidente, Rafael Correa, decidiu ir à Corte Internacional de Comércio questionar, em 2008, o pagamento de um empréstimo de US$ 243 milhões para a construção da hidrelétrica de San Francisco.

O próprio Glass, na época assessor de Correa para assuntos da dívida externa, chegou a dizer que o contrato com o BNDES tinha “vícios de ilegalidade”. Apesar da natural condescendência brasileira com os vizinhos, a ação equatoriana, na visão do Itamaraty, passou dos limites.

Na recente crise boliviana, em que indígenas moradores da reserva Tipnis entraram em confronto com a polícia em protestos pela suspensão da estrada que cortaria suas terras, o governo brasileiro se manteve distante. Não havia ameaças ao Brasil, apesar das cobranças feitas por governo e oposição para que Brasília, de alguma forma, tomasse partido. A opção, porém, foi tratar o assunto como um tema interno da Bolívia.

Por Reinaldo Azevedo

NOTAS POLÍTICAS

O Boi-Bumbá do Senado
Sebastião Nery

No Maranhão, para nascer, maternidade Marly Sarney. Para morar, vilas Sarney, Kiola Sarney ou Roseana Sarney. Para estudar, escolas José Sarney, Marly Sarney, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Sarney Neto.
Para pesquisar, pegue um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior Universidade particular do Maranhão, que o povo jura que pertence também a José Sarney.

Para saber noticias, leia “O Estado do Maranhão”, ligue a TV Mirante ou as rádios Mirante AM e Mirante FM, todas de José Sarney.

Se estiver no interior, ligue uma das 13 repetidoras da TV Mirante ou uma das 35 emissoras de radio, também todas do mesmo José Sarney.

Para saber das contas públicas vá ao Tribunal de Contas Roseana Sarney (recém-batizado com esse nome, apesar da proibição legal, o que no Maranhão não tem valor nenhum).

Para entrar ou sair da cidade, atravesse a ponte José Sarney, pegue a avenida José Sarney ou vá à rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas “maravilhosas” rodovias maranhenses e chegue ao município José Sarney.

Não gostou de nada disso? Quer reclamar? Vá ao Fórum José Sarney, procure a sala de imprensa Marly Sarney ou a sala da Defensoria Pública Kiola Sarney.
Desde Calígula, quem sabe Nero, nunca se viu gente tão abusada.

E Sarney acha pouco. Agora, quer ser o Boi-Bumbá do Senado.

***
SERRA

Em 2009, o então governador José Serra deveria ser processado pelo Banco Central. Chamou o BC de “irresponsável”,“incompetente” e “desastrado”.
Algum tempo atrás, chamei o Banco Central de “sindicato dos bancos” e o então presidente, um tal de Gustavo Toyota, quer dizer, Gustavo Loyola, me processou e só me livrei dele pela generosa e gratuita competência de meu colega da Faculdade de Direito de Minas, o advogado e ministro José Gerardo Grossi.

Depois de criticar o BC, José Serra escreveu no “Globo”:

1. – “Palavras não bastam. Ações são imprescindíveis. (…) levar o Banco Central, órgão do governo, a atuar com mais responsabilidade, agilidade e competência, nas áreas monetária e cambial. (…) O emprego já estava desabando quando a reunião de dezembro do Copom, o Comitê de Politica Monetária do Banco Central, concluiu que os juros deveriam cair. Seus integrantes, contudo, decidiram não fazer nada. Só em janeiro, depois do desastre, o Copom baixou em um ponto percentual a Selic. Melhor do que nada, mas muito pouco, muito tarde”.

2. – “O Banco Central não tem sabido como diminuir a volatilidade do cambio. (…) Tem grande parcela de responsabilidade nos problemas das empresas exportadoras, diante da súbita contração do crédito externo e da desvalorização do real. (…) Os juros do Banco Central poderiam ter sido reduzidos desde o inicio da crise, rápida e significativamente. Mas o Banco Central só vai tratar de juros daqui a 45 dias, como se vivêssemos uma época de normalidade”.

***
CONFÚCIO

A China já avisou que seu crescimento de 10% vai cair. Mas, como me lembra o mensageiro do otimismo, Paiva Neto, presidente da LBV (Legião da Boa Vontade), os chineses devem estar pensando em Confúcio:

- “Se determinarmos com antecedência a nossa norma de conduta na vida, em nenhum momento seremos assaltados pela aflição. Se sabemos, previamente, quais são os nossos deveres, será fácil dar-lhes desempenho”

De 2009 para cá, não mudou nada.

***
CIRO E SARNEY

“No Congresso não se tem hegemonia moral e intelectual. O que preside a hegemonia hoje é a fisiologia, a repartição de privilégios, é uma pequena panelinha que escolhe entre si.” (Ciro Gomes, “O Globo”, ainda em 2009).

De lá para cá, não mudou nada.

Sebastião Nery

ADMIRÁVEL MUNDO VELHO


Pode nem ter nascido na Espanha, como se apregoa em Madri. Talvez venha dos tempos de Ramsés II, quem sabe antes. A verdade é que de quando em quando o planeta se agita. No passado distante e recente, os protestos levavam períodos mais longos para interligar-se, às vezes separados por décadas e até séculos. Com o advento da imprensa, depois do rádio, a televisão e agora a internet e toda a parafernália eletrônica dela decorrente, o processo mede-se agora em questão de minutos.

Mas o fenômeno é o mesmo: a Humanidade jamais deixou de protestar. No caso, as maiorias diante da prevalência e das imposições das elites. As ideologias, as doutrinas e as religiões sempre tomaram carona no inconformismo das massas, demonstrando-se subsidiárias da indignação dos oprimidos. Só que hoje é mais rápido o efeito da causa primeira, a injustiça, que sempre gerou movimentos de protesto, uns violentos, outros nem tanto, mas todos emergindo de tempos em tempos em nome da utópica igualdade a ser um dia alcançada, sabe-se lá quando.

Este preâmbulo se faz por conta das manifestações verificadas nos cinco continentes. Ontem, em 952 cidades de 86 países, o povo saiu às ruas exigindo mudanças. Insurgiu-se contra a receita elitista de que crises econômicas se combatem com aumento de impostos, reduções salariais, demissões em massa e supressão de direitos sociais, onde eles existem.

Na Grécia, Portugal, Espanha e outras nações européias, protesta-se contra a fórmula imposta pelo sistema econômico-financeiro, ele próprio responsável pelas crises. Nos Estados Unidos, multiplicam-se as manifestações que começaram contra Wall Street, em Nova York, e agora avançam em suas principais cidades. Na comunidade muçulmana assiste-se a uma espécie de erupção libertária.

No Brasil, o mote inicial está sendo o combate à corrupção e à impunidade. Cada movimento vale-se de motivações específicas para despertar a opinião pública, mas fica claro possuírem todos a mesma raiz: a indignação das maiorias frente à dominação das minorias.

Em 1968 fenômeno semelhante explodiu em Paris, incendiou a França e boa parte do mundo. Nos anos oitenta teve-se a impressão de as manifestações eclodirem em sentido contrário, com o colapso do mundo comunista, mas foi a mesma coisa: massas oprimidas insurgindo-se contra seus dominadores. É o que agora se vê, nessa nova onda que se avoluma.

Resultados? Os mesmos de sempre: os movimentos nascem, assustam e sempre promovem certas mudanças, mas logo refluem, até formar-se o próximo. A conclusão é de nada de novo acontece sob o sol, nesse admirável mundo velho.

Carlos Chagas

VERDADES, VERDADES. É PRECISO DIZER A VERDADE PARA ACABAR COM AS MENTIRAS

Ninguém gosta de guerra. Errado!
Existe um grupo de 300 picaretas que quer dominar o mundo e que se utiliza de todos os meios para tal. E a guerra é um dos seus instrumentos. O que esse grupo deseja é mais poder e dinheiro, além de seus próprios limites. Não medem esforços. A guerra é um dos seus meios de ganhar bilhões. Seja vendendo armas, seja para conquistar o país atacado. Para isso, contam com o apoio da imprensa internacional, que lhe é servil (é dono de quase todos os grandes grupos de comunicação do planeta), e fazem uma campanha para que as pessoas passem a odiar o líder ou o regime do país a ser invadido. Fizeram isso com o Iraque, com o Afeganistão, com o Egito, com a Líbia e segue por aí...

Esses trezentos picaretas são os donos do dinheiro que circula no planeta. Eles provocam crises, levam pessoas comuns à falência e ganham bilhões com a miséria dos outros. Da mesma forma, ganham bilhões com as guerras onde morrem milhões de seres humanos.


Eles estão aqui dentro do nosso país ditando normas, conquistando espaços importantes, explorando nossas riquezas, financiando governos corruptos para fazerem vista grossa daquilo que lhes interessa.

Exemplos: eles criaram a reserva dos falsos índios ianomâmis que foi demarcada no governo Collor. Conseguiram no governo Lula a demarcação da reserva Raposa do Sol. Sob a terra dessas duas maiores reservas indígenas do mundo estão as maiores reservas de minerais do planeta, inclusive do NIÓBIO, o mais precioso dos metais. O Brasil tem a maior reserva de NIÓBIO do mundo, cerca de 97%. Os outros insignificantes 3% pertencem à Rússia.

Estão em campanha, apoiados por falsos brasileiros, contra a aprovação do novo Código Florestal que está para ser votado pelo Senado. A questão não é ambiental. A questão é de grana mesmo. E muita grana. Pois, os picaretas temem a liderança mundial do Brasil no setor de alimentos e bicombustíveis.

O Brasil talvez seja um dos poucos, se não o único país do mundo que tem a condição para não temer um boicote internacional desses picaretas. Temos água e alimentos para matar a fome de todos os brasileiros por séculos e séculos. O resto é perfumaria que causa dependência apenas aos supérfluos.

No dia que tivermos um presidente macho de fato e corajoso suficiente para dar um murro na mesa e mandar esses gringos picaretas às favas, estaremos cumprindo com a missão que foi destinada ao nosso país - a liderança mundial.

Dito isto, convido o leitor para assistir ao vídeo abaixo. Um depoimento impressionante de um soldado americano indignado com esses picaretas que matam milhões para ganhar bilhões com suas guerras.
Assista:




Lúcio Neto

VOCÊ É UM CIDADÃO PAGADOR DE IMPOSTOS? ENTÃO, CALE A BOCA!

OU: MUITOS JORNALISTAS ODEIAM A CLASSE MÉDIA QUE LÊ O QUE ELES ESCREVEM

Algo de muito grave aconteceu em Pinheiros, um bairro de classe média de São Paulo. Contei a história num post de anteontem. Um grupo de moradores recorreu ao Ministério Público Estadual para impedir que um albergue seja transferido para a região onde moram. Não só seu pedido não foi nem sequer considerado como seis dos signatários foram denunciados pelo promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes (falarei sobre ele no post abaixo deste) à Delegacia de Polícia Especializada em Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Lopes os associou a “higienistas nazistas”. É um troço espantoso!

Há pelo menos 15 anos tenho alertado de forma sistemática — nos cinco recentes, neste blog — para a contínua degradação das instituições no Brasil, que servem cada vez menos ao “cidadão-todo-mundo” — que também é o “cidadão-ninguém” — e se subordinam cada vez mais a uma pauta que é, na essência, ideológica, política e, freqüentemente, partidária.
Os desvios estão em todo canto. Antes que o estado de direito se consolidasse no Brasil, no período pós-ditadura, os entes do estado passaram a obedecer a comandos que são estranhos aos princípios consolidados na Constituição — aquele texto que assegura que todos os homens são iguais perante a lei e livres para se expressar.

Essa degradação é fruto do contínuo trabalho de aparelhamento desses entes pela militância partidária. Os direitos individuais são cotidianamente sacrificados no altar do falso igualitarismo, e já não se pode mais ter a certeza de que serão reparados pela Justiça, defendidos pela imprensa — com as exceções honrosas de sempre — ou socorridos pelo Ministério Público.

Ao contrário: em nome daquela tal igualdade, está sendo ressuscitado no país o que a redemocratização havia banido: o delito de opinião. As esquerdas modernas (”modernas” porque contemporâneas, não porque atualizadas), incapazes de impor a sua vontade pelas armas, conforme o credo original, tentam impô-la pela guerra de valores. Mas não se contentam em contestar aqueles de que discordam, em evidenciar a eventual falência de seus argumentos, em desmontar o que consideram falsas evidências! Nada disso! Essas são, afinal, práticas dos que acreditam no debate: os liberais; essa é, afinal, a moral de seus adversários. A delas é outra: como se consideram monopolistas do bem e da caridade, querem é silenciar aqueles de que discordam, bani-los do espaço público, esmagá-los.
A simples discordância é tomada como um ato de agressão à “verdade”, ao “humanismo”, à “dignidade humana” — obviamente, são elas a definir o conteúdo de cada uma dessas palavras-gaveta, onde cabe qualquer coisa.

Pensemos um pouco na enormidade do ato do promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, um sujeito chegado a polêmicas. Homem sem dúvida atento às conquistas da modernidade, como atesta o vistoso brinco que costuma adornar a sua propensão aos holofotes, submeteu direitos assegurados pela Constituição a inédito obscurantismo. Duvido que se tenha visto algo parecido da ditadura militar ou do Estado Novo. Nem o AI-5 cassou o direito de os cidadãos encaminharem petições ao Estado; nem o mais discricionário dispositivo legal da história republicana chegou tão longe.

Li a reportagem no Estadão. Não se ouviu um só advogado, um só jurista, ninguém!, para lembrar que o promotor estava cassando um direito legítimo de todo brasileiro.
A rigor, poder ou não peticionar contra o Estado, sem risco de represálias, define se estamos ou não sob um regime de força. O jornal, que lembra cotidianamente (e faz bem!) estar sob censura num episódio envolvendo a família Sarney, não só trata o promotor como uma espécie de paladino da igualdade como carrega nas tintas para caracterizar os moradores como preconceituosos insensíveis. O doutor lhes tirou um direito; o jornal lhes tira a dignidade.

Mais uma vez, aquela patuscada patética sobre uma estação de Metrô em Higienópolis veio à tona. Todos os moradores do bairro seriam, para usar expressões de Ribeiro Lopes, “pequeno-burgueses furiosos” ou “aristocratas”.

Naquele caso, como escrevi aqui, rapidinho o preconceito estúpido da imprensa contra gente decente avançou para o anti-semitismo neonazista, já que o bairro certamente tem uma maioria de judeus.

“Ainda há juízes em Berlim”

Vivo repetindo aqui essa expressão, que é cara à boa tradição do direito, a que preserva os indivíduos da ação do estado. Aliás, as sociedades mais desenvolvidas, que conseguem tratar com dignidade seus cidadãos, são justamente aquelas em que a limitação aos direitos individuais é a exceção, não a regra; são justamente aquelas em que a Justiça realmente tem os olhos vendados — para que não possa distinguir um ricaço de um mendigo, um rei de um moleiro. Essa é a frase-símbolo justamente daquela prerrogativa que Ribeiro Lopes quer cassar: recorrer contra a vontade do estado.

A história é interessante. Remete a um caso que se tornou famoso. Estamos em 1745, na Prússia. Um moleiro tinha o seu moinho nas cercanias do palácio do rei Frederico 2º, déspota esclarecido, amigo dos intelectuais.
Um dos puxa-sacos do soberano tentou removê-lo dali, porque julgava que aquilo maculava a paisagem. Ele se negava a sair. Frederico o chamou para saber a que se devia a sua resistência. E ele, então, teria dito a célebre frase: “Ainda há juízes em Berlim”.
Para o moleiro, a Justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei. É isso aí. A história parece verdadeira. A frase é coisa de escritor. É de autoria de François Andrieux, que escreveu, em versos, o conto O Moleiro de Sans-Souci.

Degradação institucional

Os dias não andam particularmente felizes para o estado de direito. Não é raro que se ouça no próprio Supremo Tribunal Federal uma argumentação que se distancia da letra da lei, do que lá vai explicitado, para fazer uma justiça que seria “mais humana”, “assentada na igualdade”, preocupada em “promover reparações históricas”, determinada a tratar “desigualmente os desiguais” para fazer justiça social, ainda que isso se opere à custa da violação de direitos de uma das partes. O caso das ditas cotas raciais nas universidades públicas é eloqüente o bastante para dispensar explicações.

Há muitos anos recorro a uma ironia para definir o que poderia ser chamado de preconceito contra a maioria, muito presente na imprensa e nos órgãos aparelhados do estado: o verdadeiro negro no Brasil é o branco, heterossexual e católico. Vou ampliar. O verdadeiro negro do Brasil é o branco, classe-média, pagador de impostos, heterossexual e católico. Ninguém quer saber dele. É um sem-ONG, um sem-poder público, um sem-Justiça, um sem-direitos, um sem-imprensa — MUITOS JORNALISTAS ODEIAM A CLASSE MÉDIA QUE LÊ O QUE ELES ESCREVEM. E, a ser como pretende o promotor Ribeiro Lopes, deve vir ao mundo já amordaçado. Ou ainda vai em cana.

Você tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser pode e será usado contra você.

Por Reinaldo Azevedo

NOSSO MUNDO: OS CRISTÃOS ESQUECIDOS DO ORIENTE

Notícias Faltantes - Perseguição Anticristã

É difícil imaginar aonde os governos e as igrejas ocidentais pensam que vão chegar fazendo vista grossa à perseguição de cristãos no mundo islâmico.

Na noite de domingo (09/10/2011), cristãos coptas egípcios organizaram o que era para ser uma vigília pacífica em frente à sede da emissora de TV estatal no Cairo. Os mil manifestantes representavam a antiga comunidade cristã de cerca de 8 milhões de pessoas, cuja presença no Egito precede a dominação islâmica em várias séculos. Eles se reuniram no Cairo para protestar contra os recentes incêndios criminosos de duas igrejas por quadrilhas de muçulmanos, e contra a rápida ascensão da violência (com apoio do governo) contra cristãos por grupos muçulmanos desde a renúncia do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro.

De acordo com fontes coptas, os manifestantes foram cercados por agressores islâmicos, que rapidamente ganharam suporte de forças militares. Entre 19 e 40 cristãos coptas foram mortos por soldados e agressores muçulmanos. Foram atropelados por veículos militares, linchados, baleados e arrastados pelas ruas do Cairo.

A emissora estatal relatou apenas que três soldados haviam sido mortos. De acordo com a agência Ahram Online, os soldados atacaram os estúdios da emissora de TV al-Hurra na noite de domingo para bloquear a transmissão de informações sobre o ataque militar contra os cristãos coptas.

Ao que parece, a tentativa de controle de informações sobre o que aconteceu funcionou. As notícias na segunda-feira sobre a violência deram poucos sinais da identidade dos mortos ou feridos. É certo que não contaram a história do que realmente aconteceu domingo à noite no Cairo.

Em outro evento, o patriarca católico maronita do Líbano, Bechara Rai, gerou polêmica há duas semanas. Durante uma visita oficial a Paris, Rai alertou o presidente francês Niolas Sarkozy que a queda do regime de Assad na Síria seria um desastre para os cristãos da Síria e de regiões próximas. Hoje a oposição, que tem apoio do Ocidente, é dominada pela Irmandade Islâmica. Rai alertou que a exoneração do presidente Bashar Assad poderia levar a uma guerra civil e ao estabelecimento de um regime islâmico.

No Iraque, a insurgência patrocinada pelo Irã e pela Síria que se seguiu à derrubada pelos americanos do regime baathista de Saddam Hussein, em 2003, promoveu uma guerra sangrenta contra a população cristã do Iraque. Este mês marca o primeiro aniversário do massacre de 58 fieis em uma igreja católica em Bagdá. Na década passada havia 800 mil cristãos no Iraque. Hoje, são apenas 150 mil.

Sob o antigo império persa, os cristãos tinham mais ou menos liberdade para praticar sua religião.

Hoje os cristãos iranianos estão sujeitos a caprichos de soberanos muçulmanos, que não conhecem outra lei a não ser a da supremacia islâmica.

A situação do pastor evangélico Yousef Nadarkhani é um exemplo. Ele foi preso há dois anos, julgado e condenado à morte por apostasia, por se recusar a renegar sua fé cristã. Não existe lei contra a apostasia no Irã, mas isso não importa. O aiatolá Khomeini é contra a apostasia. A lei islâmica também é.

Depois que a história de Nadarkhani foi publicada no Ocidente, os iranianos mudaram de plano.

Agora eles teriam abandonado a acusação de apostasia e o sentenciado à morte por estupro. O fato de ele nunca ter sido acusado ou condenado por estupro não tem importância.

Cristãos palestinos, igualmente, têm sofrido sob a popularidade dos líderes eleitos.

Quando a Autoridade Palestina foi estabelecida em 1994, os cristãos eram 80% da população de Belém. Hoje correspondem a menos de 20%.

Desde que o Hamas “libertou” Gaza em 2007, a antiga minoria cristã da região tem sofrido ataques constantes. Com apenas 3 mil membros, a comunidade cristã de Gaza teve igrejas, conventos, livrarias e bibliotecas incendiadas por membros do Hamas e seus aliados. Seus membros foram atacados e mortos. Apesar de o Hamas ter prometido a proteção dos cristãos da cidade, ninguém foi preso por violência anticristã.

Da mesma forma que os judeus no mundo islâmico foram expulsos das suas antigas comunidades por governantes árabes com a criação o Estado de Israel em 1948, os cristãos também foram perseguidos e expulsos de suas casas. Regimes populistas islâmicos e árabes usam o supremacismo da religião islâmica e o chauvinismo racial árabe contra cristãos como gritos de guerra para os seus propósitos. Esses chamados, por sua vez, levaram à dizimação das populações cristãs no mundo árabe e islâmico.

Por exemplo, quando o Líbano obteve sua independência da França em 1946, a maioria dos libaneses era cristã. Hoje os cristãos são menos de 30% da população. Na Turquia, a população cristã foi reduzida de 2 milhões no fim da Primeira Guerra Mundial para menos de 100 mil hoje. Na Síria, na época da independência, os cristãos representavam quase metade da população. Hoje 4% dos sírios são cristãos. Na Jordânia, há meio século, 18% da população era cristã. Hoje apenas 2% dos jordanianos são cristãos.

Os cristãos são proibidos de praticar sua religião na Arábia Saudita. No Paquistão, a população cristã está sendo sistematicamente destruída por grupos islâmicos apoiados pelo regime. Incêndios a igrejas, conversões forçadas, estupros, assassinatos, sequestros e perseguição legal de cristãos paquistaneses se tornaram ocorrências diárias.

Infelizmente, para os cristãos do mundo islâmico, sua causa não está sendo defendida por governos ou igrejas do Ocidente. A França, em vez de impor como condição para seu apoio à oposição síria o compromisso com a liberdade religiosa para todos por parte dos seus líderes, seu Ministério das Relações Exteriores reagiu com irritação às advertências de Rai sobre o que provavelmente acontecerá aos cristãos sírios, caso o presidente Bashar Assad e seu regime sejam derrubados. O Ministério das Relações Exteriores da França publicou uma declaração afirmando que estava “surpreso e desapontado” com as declarações de Rai.

O governo de Obama foi menos solidário ainda. Rai está viajando pelos EUA e pela América Latina em uma visita de três semanas a comunidades de imigrantes maronitas. A existência dessas comunidades é consequência direta da perseguição árabe e islâmica aos cristãos maronitas do Líbano.

A visita de Rai aos Estados Unidos deveria começar com uma visita a Washington e um encontro com altos funcionários do governo americano, incluindo o presidente Barack Obama. No entanto, após as declarações de Rai em Paris, o governo americano cancelou todas as reuniões marcadas com ele. Ou seja, em vez de considerar o perigo alertado por Rai e usar a influência americana para aumentar o poder dos cristãos, curdos e outras minorias em qualquer governo sírio pós Assad, o governo Obama decidiu boicotá-lo por chamar atenção para o perigo.

Com exceção dos evangélicos, a maioria das igrejas ocidentais está igualmente desinteressada em defender os direitos de co-religiosos no mundo islâmico. A maioria das principais denominações protestantes, da Igreja Anglicana e suas várias filiais dentro e fora dos EUA à metodista, batista, menonita e outras, não fez esforço algum para proteger ou defender os direitos dos cristãos no mundo islâmico.

Em vez disso, na última década, essas igrejas e suas filiais internacionais buscaram repetidas vezes atacar o único país do Oriente Médio em que a população cristã aumentou nos últimos 60 anos: Israel.

Quanto ao Vaticano, nos cinco anos desde que o Papa Bento XVI, no seu discurso em Regensburg, lançou um desafio aos muçulmanos para que agissem com bom senso e tolerância ao lidar com outras religiões, o Vaticano abandonou a posição anteriormente adotada. Um diálogo entre iguais se tornou uma súplica ao Islã em nome de uma compreensão ecumênica. No ano passado o papa organizou um sínodo sobre os cristãos do Oriente Médio que não mencionou a perseguição anticristã por forças e regimes islâmicos e populistas. Israel, por outro lado, foi o principal alvo de críticas.

A diplomacia do Vaticano se estendeu até o Irã, para onde enviou um representante para participar de uma falsa conferência antiterrorista de Mahmoud Ahmadinejad. Conforme relata Giulio Meotti para a agência israelense Ynet, enquanto todos os embaixadores da União Europeia saiam no meio do discurso de negação do Holocausto de Ahmadinejad na segunda conferência das Nações Unidas em Durban, o embaixador do Vaticano ficou sentado. O Vaticano abraçou líderes da Irmandade Islâmica na Europa e no Oriente Médio.

É difícil imaginar aonde os governos e as igrejas ocidentais pensam que vão chegar fazendo vista grossa à perseguição e dizimação de comunidades cristãs no mundo islâmico. Como mostram os acontecimentos de domingo passado no Egito e os ataques diários de muçulmanos contra cristãos na região, as atitudes do Ocidente não estão aplacando ninguém.

Mas fica bastante claro que eles irão colher o que plantaram.

Caroline Glick, 16 Outubro 2011

DILMA: A AGONIA DA TITIA COM A UNIÃO EUROPÉIA

A notícia não é nova, é do dia 04 Out 2011, mas demorei para fazer uma tradução minimamente compreensível. Leia e veja como se "queima o filme" de um país. O jornal "Financial Times" publicou um artigo intitulado "Dilma: Agony Aunt to the European Union". O termo "agony aunt" se refere, em inglês, a colunistas especializados em conselhos sentimentais - em geral, uma senhora mais velha, daí o "aunt" ("tia"). Daí, também, a ironia do texto.
por Samantha Pearson

"REUTERS - Rousseff do Brasil adverte a União Européia contra impostos restritivos". Sim, você leu certo. O país que é o 152º na classificação do Banco Mundial pelo seu sistema tributário rígido e pesado está reclamando contra os impostos restritivos.

Dilma Rousseff emitiu o alerta na segunda-feira (3/10) quando ela começou sua primeira visita à Europa como presidente do Brasil.
"No nosso caso, medidas fiscais extremamente restritivas apenas aprofundaram o processo de estagnação e perda de oportunidade", disse ela, em referência à crise da dívida da América Latina durante a década de 1980. "É difícil sair da crise sem aumentar o consumo e o crescimento."

Políticos brasileiros recentemente tem se encarregado de resolver a crise financeira global, distribuindo conselhos ao mundo desenvolvido.
Guido Mantega, ministro da Economia do Brasil, foi um dos pioneiros nesse sentido. Depois de alcançar a fama graças aos seus discursos sobre "guerra cambial", Mantega propôs no mês passado um maluco pacote de resgate de 'BRIC' para a zona euro.

O problema é que ele não consultou os outros países do BRIC como a China, que detém a maioria das reservas de câmbio do bloco. Até mesmo muitos dos seus compatriotas ficaram surpresos com a sugestão de que o Brasil deveria socorrer países como a Itália, cujo PIB per capita é três vezes maior do que o brasileiro.

Além de irreal, o conselho vindo do Brasil também soou um tanto hipócrita.
Dilma falou recentemente sobre a necessidade de combater o protecionismo apenas uma semana após o aumento do imposto sobre importação de carros estrangeiros em gritantes 30 pontos percentuais. Mesmo as queixas sobre manipulação da moeda são bastante ricos, uma vez que o Banco Central do Brasil interveio em seu mercado de moeda local através da compra de dólares quase todos os dias desde o início da crise (a razão de sua impressionante reserva cambial).

Mas enquanto é muito fácil zombar, o anuncio do novo fundo global do Brasil é, em si, um sinal de estabilidade econômica em casa. Afinal de contas, na esteira do colapso de 2008 do Lehman Brothers, o país ficou muito ocupado tentando escorar suas próprias finanças sem se preocupar com os outros.

Com um dos mais sonoros sistemas bancários do mundo, uma grande capacidade para estimular medidas anticíclicas, e pesadas reservas cambiais, não admira que o Brasil agora se sinta no direito de distribuir conselhos - mesmo que sejam malucos.
Fonte: tradução livre do Financial Times

COMENTO: é a criatura querendo imitar o criador. O canalha a quem evito citar andou por todo o mundo "distribuindo" conselhos e benesses que faziam e fazem falta ao povo brasileiro. Agora colhe os frutos recebendo polpudas remunerações por falatórios sem fundamento e títulos de "desonrosas causas". A criatura também se acha capaz de fazer o mesmo.
Para eles, nós povo brasileiro, somos parvos, néscios e idiotas.

Infelizmente, eles estão com a razão, vejamos:

- O apedeuta, transferiu US$ 3,6 Bilhões para o Paraguai (Jornal de Brasília - Coluna Cláudio Humberto-25.03.2011 - Pág. 8);

- O patife-mor, para ser “O Cara” do Mundo, distribuiu, sem autorização do Congresso Nacional, R$ 61 bilhões para 27 países em dois anos (Jornal de Brasília - Coluna Cláudio Humberto-25.03.2011 - Pág.8);

- O canalha, vosso guia, quando ainda no cargo de presidente do Brasil, propôs ao Congresso Nacional a revisão do Tratado de Itaipu, promessa de campanha política do então candidato a presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que na época teve o apoio do sem-vergonha;

- O pilantra, já como ex-presidente do Brasil, pressionou as Centrais Sindicais para aceitarem o aumento de apenas R$ 35,00 no salário mínimo, que passou de R$ 510,00 para R$ 545,00;

- O Congresso Nacional, a casa do povo brasileiro, aprovou, sem nenhuma justificativa técnica e obrigatoriedade jurídica, a revisão do Tratado de Itaipu, elevando de US$ 120,00 para US$ 360 milhões por ano o repasse que o Brasil faz ao Paraguai pelo uso da energia excedente de Itaipu. Até 2023, terá repassado US$ 3 Bilhões ou R$ 5 Bilhões a mais ao Paraguai, além disso, o país vizinho herdará 50% da Usina, avaliada em US$ 60 Bilhões, sem nada ter investido na construção da hidroelétrica. Quem pagará a conta??? Nós Brasileiros pois, segundo o Governo, a nossa conta de luz terá apenas um aumento insignificante;

- O custo da corrupção no Brasil chega a R$ 69 bilhões por ano (segundo levantamento da FIESP, divulgado em 13.05.2010).

Enquanto isso, o povo brasileiro fica a mercê de:

- Um Sistema de Saúde Público Cruel: com pessoas morrendo todos os dias nas portarias dos hospitais e no interior de ambulâncias, por falta de atendimento médico (Relatório da OMS, em 14.05.2011, diz que o Brasil gasta menos com saúde pública do que a África. Foram avaliados 192 países, o Brasil ocupa 151ª posição dos países que mais investem em saúde; Fonte FIESP - se não fosse o custo da corrupção no Brasil os hospitais do SUS, a quantidade de leitos para internação que, em 2008, era de 367.397, poderia crescer 89%, que significariam 327.012 leitos a mais para os pacientes);

- Uma Segurança Pública Ineficiente: onde os cidadãos de bem e suas famílias são caçados e executados com requintes de crueldade, diariamente, por bandidos que, quando presos suas famílias serão amparadas pelo Estado com a “Bolsa Presidiário”, enquanto a família da vítima nada receberá (o Brasil está incluído na lista dos vinte países mais violentos do mundo);

- Uma Educação Pública Sem Qualidade: que não qualifica o aluno oriundo da escola pública a disputar uma vaga de um bom emprego público ou privado no mercado de trabalho. Filho de família pobre candidato, sempre, ao subemprego. (Em pesquisa recente do MEC, ficou comprovado que no Brasil existem 16,295 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Levando-se em conta o conceito de “analfabeto funcional”, que inclui as pessoas com menos de quatro séries de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões; Fonte FIESP - se não fosse o custo corrupção no Brasil o número de matriculados na rede pública do ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos. Um aumento de 47%, que incluiria mais de 16 milhões de jovens e crianças);

- Um Salário Mínimo de R$ 545,00: que não atende às mínimas necessidades de uma pessoa que dirá de uma família (O Congresso Nacional, aprovou, recentemente um aumento de 61,8% nos salários dos senadores e deputados, 130% nos salários dos ministros de Estado e 134% nos ordenados da Presidente da República e do Vice-Presidente) Segundo o IBGE

- Uma Aposentadoria Irrisória: que não permite ao aposentado ter uma vida digna e que, tendo saúde terá que voltar ao mercado de trabalho para manter o seu sustento, caso contrário dependerá da boa vontade dos seus filhos, inclusive para compra de remédios. Não se esqueça: um dia você será um aposentado.

- Estradas em Péssimas Condições de Conservação: que ceifam centenas de vidas humanas anualmente (Pesquisa da CNT, em 29.10.2009, revela que 69% da malha rodoviária do país, com gestão pública ou privada de estradas federais e estaduais estão entre péssimo e regular estado de conservação);

- Uma das Maiores Taxas de Juros do Mundo: nunca antes na história desse país os bancos ganharam tanto dinheiro (O COPOM, do Banco Central, não foi capaz de tirar o Brasil da liderança do ranking dos países com os maiores juros reais - O ESTADÃO, 15.05.2011);

- Uma das Maiores Carga Tributária do Mundo: o brasileiro precisa trabalhar quatro meses, mais exatamente, 123 dias para manter os gastos dos governos federal, estaduais e municipais e em contrapartida recebe péssimos serviços públicos de: Educação, Saúde, Segurança, Transporte Público e Estradas

SOBRE CORRUPÇÃO E OUTRAS OBRIGAÇÕES DO GOVERNO

Lularapio tornou-se cínico, desprovido de restrições de ordem moral.
E as funções essenciais do governo (Educação, Saúde, Segurança e Infraestrutura) numa precariedade que ninguém, em sã consciência, deixará de reconhecer. São afirmações inúteis. Tudo se passa como se, depois de oito anos no poder, Lula nada tivesse a ver com isso. A ele, apenas créditos.

No entanto, há débitos pesados na conta do lulismo instilado ao país. Em artigos anteriores, tenho afirmado que a política exige senso de realidade, que os bons estadistas são pessoas realistas, são pessoas afastadas de utopias e devaneios e interessadas em respostas corretas para duas interrogações essenciais: qual é o problema? qual é a solução?
Nesse sentido, reconheça-se, ao romper com os delírios esquerdistas do PT, Lula conseguiu acertos e afastou-se de muitos erros. Mas na política, o realismo de Lula tornou-se cínico, desprovido de restrições de ordem moral.

Abrigou à sombra do poder as piores figuras da política nacional. Não apenas as acolheu. Foi buscá-las para compor a base do governo. Entregou-lhes poder, cargos, fatias do orçamento e poderosas empresas estatais. Teve olhos cegos e ouvidos moucos para as patifarias que proliferaram do topo à base da pirâmide do governo.

Seu partido, quando na oposição, brandia indignações morais, pedia CPI para carrocinha de cachorro quente e levantava suspeições sobre a honra de quem se interpusesse no seu caminho. No poder, foi o que se viu, o que ainda hoje se vê, e o quanto já veio à superfície nos primeiros meses da presidente Dilma, sob silêncio conivente das instrumentalizadas organizações sociais cuja boca foi emudecida por cargos e recursos públicos.

A corrupção, casada em união estável e comunhão de bens com a impunidade, alcançou níveis sem precedentes. Estudo da Fiesp adverte para o fato de que ela consome algo entre 1,4% a 2,3% do PIB e custa cerca de R$ 69 bilhões nas contas da gatunagem fechadas a cada réveillon.

A nação chegou ao fastio e à náusea dos escândalos de cada dia. Há uma indignação silenciosa. Ensaiam-se mobilizações de repulsa à corrupção. Mas elas são escassas, pequenas e de utilidade duvidosa.
Por quê? Porque a corrupção pode ter filiais até na mais miserável prefeitura do país, mas a matriz está onde está a grana grossa, no poder central da República, para onde convergem todos os cargos, todas as canetas pesadas, todas as decisões financeiras, todos os contratos realmente significativos. E 23% do PIB nacional. O resto é resto.

Mas não há como apontar o dedo nessa direção sem atingir em cheio o peito de quem, durante oito anos, desempenhou a mesma função de seus antecessores. E a estes, Lula, seu partido e fieis seguidores, sistematicamente, responsabilizavam por toda desonestidade existente no país. Quem quer que sentasse para governar, logo vinha o "Fora Collor", o "Fora Sarney", o "Fora FHC". Alguém sabe me dizer por que, de repente, a corrupção não tem nome próprio nem governo definido? Eu sei.
O lulismo amordaçou a moralidade nacional.

política sem medo

TRANSFERÊNCIA DE RENDA DO GOVERNO FEDERAL EM 2010 ATINGIRAM R$ 116 BILHÕES

BRASÍLIA - O governo federal gastou, no ano passado, 17% do Orçamento com transferências de dinheiro à população de baixa renda ou desempregada. Foram R$ 114 bilhões repassados diretamente às mãos de 31,8 milhões de pessoas. Se forem incluídos programas de transferência de renda de menor escala, o volume de verbas repassadas atinge R$ 116 bilhões.

Isso é mais do que o dobro de todo o investimento da União somado - R$ 44,6 bilhões -, incluindo a parcela para construção de estradas e obras de infraestrutura.


O custo dos benefícios sociais em espécie reflete apenas parte da chamada rede de proteção social brasileira. Estão na lista: aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Renda Mensal Vitalícia (RMV), seguro-desemprego, abono salarial e Bolsa Família. Eles consomem 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Os cálculos foram feitos a partir de números levantados pelo economista especializado em contas públicas, Raul Velloso.

O peso dos diferentes mecanismos de transferência de renda no Orçamento federal divide opiniões entre especialistas. De um lado, há quem considere as despesas exageradas, praticamente um empecilho para o desenvolvimento, enquanto outros veem a necessidade até de aumentar gastos para reduzir a pobreza e a desigualdade.

Crítica a benefícios de 1 salário mínimo

Para Velloso, o governo gasta demais e deixa à míngua a rubrica de investimentos. Pior, repassa dinheiro a quem não está na base da pirâmide e não precisaria de tamanha ajuda governamental. A crítica não se dirige ao Bolsa Família, mas a benefícios como a aposentadoria rural e o BPC, que pagam um salário mínimo mensal. Embora atendam menos pessoas, têm orçamento maior do que o Bolsa Família.

O economista considera insustentável o sistema de reajuste do salário mínimo adotado no governo Lula, que atrelou o índice não só à reposição da inflação, mas ao crescimento do PIB. Ele frisa que a fatia do Orçamento destinada a investimentos caiu de 16%, em 1987, um ano antes da Constituição, para 6,8%, em 2010.

- Que país faz isso? Estão comprometendo o futuro em matéria de crescimento e emprego. Estão dando mais hoje e tirando emprego lá na frente - resume Velloso.

O diretor de Estudos e Pesquisas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jorge Abrahão, discorda. Lembra que 28 milhões de pessoas deixaram a miséria de 2003 a 2009, num movimento puxado pelo aumento da renda do trabalho, das aposentadorias e dos programas de assistência social, notadamente o BPC e o Bolsa Família.

Abrahão destaca o fortalecimento do mercado interno, uma vez que os gastos da população de baixa renda aquecem a economia. E defende a ampliação da rede para retirar da miséria 16,2 milhões de pessoas até 2014, meta da presidente Dilma Rousseff:

- Um olhar fiscalista só vê o gasto e esquece o impacto das transferências na construção de um mercado interno. As transferências cumprem relevante papel de incluir essa população que ingressou no mundo do consumo.

Divergências à parte, fica a questão: o Brasil gasta muito ou pouco em assistência social e auxílio a desempregados?
O pesquisador do Ipea Sergei Soares diz que o Brasil investe mais em assistência do que China e Índia, mas entende que é difícil responder à questão, dadas as disparidades entre cada nação:

- É uma dessas perguntas a que não se tem como responder. Se se compara com as necessidades das pessoas, é baixo. Mas quase tudo sempre é baixo, quando se faz isso. Caso se compare com outros países, é alto. Mas esses países não são tão desiguais como nós. É uma decisão política. Não tem como julgar tecnicamente.

Opção por avaliar qualidade do gasto

O pesquisador Fábio Veras, do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), diz ser difícil comparar gastos internacionais porque as políticas sociais têm desenhos distintos em cada país. Segundo ele, a África do Sul gastaria mais do que o Brasil em assistência. Mas a inclusão ou não das aposentadorias rurais pode mudar a conta. Especialistas divergem se a aposentadoria rural é assistência. Veras não tem dúvida, porém, de que o seguro-desemprego deve ficar fora da lista:

- É complicado considerar assistência um benefício dado a quem ingressou no mercado formal.

O chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas do Rio, economista Marcelo Néri, diz que a resposta não é simples. Ele prefere avaliar a qualidade do gasto. Para Néri, do ponto de vista de redução da pobreza, o país tem programas que funcionam bem, como Bolsa Família, e outros nem tanto, como a aposentadoria rural e o próprio BPC. Ele faz coro com Velloso ao sublinhar que o Bolsa Família é o único que chega majoritariamente à população mais pobre:

- Há que separar o joio do trigo. Tem recursos bem gastos e recursos mal gastos. Quem se beneficia do Bolsa Família é a classe E. Já os programas que adotam o salário mínimo como referência atingem as classes D e C. O Brasil acaba jogando dinheiro de helicóptero para melhorar a vida de todos e faz mal o serviço aos mais necessitados - diz Néri.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome diz que as despesas assistenciais "estão em sintonia com as necessidades da população mais pobre e têm contribuído muito com a dinamização da economia interna, gozando de reconhecimento mundial de sucesso das políticas sociais brasileiras, inclusive sendo utilizado em muitos países como modelo de tecnologia social".

Publicada em 15/10/2011
Demétrio Weber

MISÉRIA E ATRASO MANTÉM PT NO PODER

O governo federal gastou, no ano passado, 17% do Orçamento com transferências de dinheiro à população de baixa renda ou desempregada. Foram R$ 114 bilhões repassados diretamente às mãos de 31,8 milhões de pessoas. Se forem incluídos programas de transferência de renda de menor escala, o volume de verbas repassadas atinge R$ 116 bilhões. Isso é mais do que o dobro de todo o investimento da União somado - R$ 44,6 bilhões -, incluindo a parcela para construção de estradas e obras de infraestrutura.
O custo dos benefícios sociais em espécie reflete apenas parte da chamada rede de proteção social brasileira. Estão na lista: aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Renda Mensal Vitalícia (RMV), seguro-desemprego, abono salarial e Bolsa Família. Eles consomem 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Os cálculos foram feitos a partir de números levantados pelo economista especializado em contas públicas Raul Velloso.
O peso dos diferentes mecanismos de transferência de renda no Orçamento federal divide opiniões entre especialistas. De um lado, há quem considere as despesas exageradas, praticamente um empecilho para o desenvolvimento, enquanto outros veem a necessidade até de aumentar gastos para reduzir a pobreza e a desigualdade.
Para Velloso, o governo gasta demais e deixa à míngua a rubrica de investimentos. Pior, repassa dinheiro a quem não está na base da pirâmide e não precisaria de tamanha ajuda governamental. A crítica não se dirige ao Bolsa Família, mas a benefícios como a aposentadoria rural e o BPC, que pagam um salário mínimo mensal. Embora atendam menos pessoas, têm orçamento maior do que o Bolsa Família.
O economista considera insustentável o sistema de reajuste do salário mínimo adotado no governo Lula, que atrelou o índice não só à reposição da inflação, mas ao crescimento do PIB. Ele frisa que a fatia do Orçamento destinada a investimentos caiu de 16%, em 1987, um ano antes da Constituição, para 6,8%, em 2010.
- Que país faz isso? Estão comprometendo o futuro em matéria de crescimento e emprego. Estão dando mais hoje e tirando emprego lá na frente - resume Velloso.

aluizio amorim

FÁBULA DO PAÍS DO ÁLCOOL E DA GASOLINA

Afogamento... no petróleo


*Célio Pezza é escritor e autor de diversos livros, entre eles:
As Sete Portas, Ariane, e o seu mais recente A Palavra Perdida.
www.celiopezza.com

Era uma vez, um país que disse ter conquistado a independência energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar. Seu presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar álcool até para outros países mais desenvolvidos. Alguns anos se passaram e este mesmo país assombrou novamente o mundo quando anunciou que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo e seu futuro como exportador estava garantido.

A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que confundiram a capacidade de pensar de seu povo. O tempo foi passando e o mundo colocou algumas barreiras para evitar que o grande produtor invadisse seu mercado. Ao mesmo tempo adotaram uma política de comprar as usinas do lendário país, para serem os donos do negócio.<b> Em 2011, o fabuloso país grande produtor de combustíveis, apesar dos alardes publicitários e dos discursos inflamados de seus governantes, começou a importar álcool e gasolina. (Quem é inteligente e competente não fala, FAZ)

Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400 milhões de litros e deve trazer de fora neste ano um recorde de 1,5 bilhão de litros, segundo o presidente de sua maior empresa do setor, chamada Petrobrás Biocombustíveis. Como o álcool do exterior é inferior, um órgão chamado ANP (Agência Nacional do Petróleo) mudou a especificação do álcool, aumentando de 0,4% para 1,0% a quantidade da água, para permitir a importação. Ao mesmo tempo, este país exporta o álcool de boa qualidade a um preço mais baixo, para honrar contratos firmados.

Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de álcool adicionada na gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar gasolina, para não faltar no mercado interno. Da mesma forma, ela exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de contratos.

A fábula conta ainda que grandes empresas estrangeiras, como a BP (British Petroleum), compraram no último ano, várias grandes usinas produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional de Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor.

A verdade é que hoje, este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços baixos, importa a preços altos um produto inferior, e seu povo paga por estes produtos um dos mais altos preços do mundo. Infelizmente esta fábula é real e o país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil.

***
Lula usou a mentirinha acima para se enaltecer e eleger sua candidata. Jogou sujo, mais uma vez, pois sabia que, quando suas patifarias começassem a transbordar, seria no governo seguinte, deixando-o sem responsabilidade por tanta porcaria, ao menos diante dos eleitores que acreditaram nele. Por isso é preciso ser lembrado, sempre, de que ele é o principal causador tanto pela consequencia dos seus erros que começam a surgir, quanto pelos erros cometidos por sua sucessora, pois ele jurava que a atual presidente seria a melhor coisa para o país.

Não há nada pior do que essa gente mentirosa.

Célio Pezza, 13/10/2011

A ESTUPIDEZ CANSATIVA DOS INTELECTUAIS MODERNOS

Artigos - Cultura

“A origem da História é a consciência humana (…) a História é constituída pela consciência.”
Eric Voegelin, em ‘A Consciência do Fundamento’.

Este conceito de “História” consta de um opúsculo precioso de Eric Voegelin, o “filósofo maldito” que muito pouca gente estuda — se bem que eu duvido que muitos licenciados em filosofia tenham a capacidade necessária para entender Eric Voegelin; não estudar Eric Voegelin é desculpar insuficiências próprias. Penso até que Eric Voegelin se tornou ininteligível: o conceito de Fundamento deixou de ter um sentido na experiência humana objectiva: o Fundamento sobrevive, recalcado, sob a crosta do embotamento espiritual do Homem ocidental.

Os “intelectuais” ocidentais têm muita culpa no cartório. Gente cega; e o pior cego é aquele que não quer ver. E são esses “intelectuais” os principais responsáveis por situações como esta: as redes sociais em geral censuram a ética cristã.

No tempo de Plutarco, não ter consciência do Fundamento era ser considerado irracional; hoje, dá-se um fenómeno inverso, e absurdo ad Nauseam: se, por um lado, a subjectividade é hoje elevada a um valor supremo através da sacralização dos direitos subjectivos, por outro lado as experiências humanas — subjectivas portanto — em relação ao Fundamento são consideradas absurdas ou idiossincráticas, obrigando o sujeito a remeter a sua expressão para o âmbito exclusivamente privado.

Para onde quer ir esta gente? Eu não os consigo entender. Quando leio, por exemplo, Edgar Morin (um dos “intelectuais” mais badalados depois da queda do muro de Berlim), deparo-me com um “metafísico anti-metafísico”, a contradição e ambiguidade personificadas, um ateu que já não é ateu mas que procura um “novo ateísmo”.

E qual é o Fundamento dessa “nova religião” ateísta de Morin? Simplesmente não tem fundamento nenhum: a nova religião de Morin é um castelo de cartas desprovido de uma fundação metafísica firme, experiencial e lógica. Morin procura a resposta em Montesquieu e nos mentores ideológicos do jacobinismo que diziam que a religião ideal seria o “Cristianismo sem Cristo”. Estes modernos intelectualóides de urinol não conseguem perceber uma ideia tão simples como esta: a História não é a mera reificação do tempo e do espaço humanos: “a História é constituída pela consciência”…

Não conseguem compreender que a nossa ideia acerca do Fundamento sofreu, ao longo de milénios, uma acumulação e sobreposição de novos conceitos, mas sem que a ideia original e mitológica de Fundamento possa desaparecer sem se sacrificar a coerência de uma qualquer nova religiosidade (imanente, que seja), e até colocar em perigo o futuro do Homem.

Essa ideia original de Fundamento mantém-se presente na “consciência humana” que é “a origem da História”. Erradicar as noções axiológicas primordiais de Fundamento, ligadas à cosmogonia e ao nosso lugar no universo, é separar o Homem de si mesmo em um exercício colectivo de dissociação existencial; é condenar o Homem à não-existência subjectiva; é matá-lo por dentro.

A política não pode ignorar esta dimensão da realidade humana.

O que os “intelectuais” e ideólogos (como Morin, Slavoj Zizek, e quejandos) estão a fazer é colaborar em um crime contra a espiritualidade humana. Ao mesmo tempo que o Cristianismo e a sua ética são perseguidos pelos intelectuais de merda, vemos nos jornais situações como esta: “Uganda: el negocio del sacrificio ritual de niños”. E como é que Morin protestaria contra esta barbaridade? Defendendo um Cristianismo sem Cristo, ao mesmo tempo que diz que Karl Marx não teve nada a ver com o estalinismo?

Como é possível ao intelectual moderno ser tão estúpido?

Orlando Braga, 16 Outubro 2011

R$ 1 TRILHÃO EM IMPOSTOS É POUCO

Existem pobres e ricos. Isto é um sério problema, e por mais que a esquerda negue, é um problema não apenas para os pobres. É possível ser rico e não gostar de ver pessoas passando fome – curiosamente, poucos defensores do Estado são pobres, mas nunca se enxergam em suas próprias teorias.

Se pedirmos para uma criança apontar uma solução para este problema, dificilmente ela responderá algo muito diferente de “os ricos devem dar seu dinheiro para os pobres”. Se perguntarmos o mesmo para um universitário, a resposta também não será muito diferente. É basicamente o que se pode aprender em alguns cursos universitários.

A revista Carta Capital mostra que aprendeu bem esta lição. Para ela, um país desigual precisa apenas de uma solução: tungar seus habitantes com impostos. Quanto mais, melhor. Enquanto alguém puder ter algum momento de lazer e tranqüilidade sem entrar em pânico por pensar que está devendo para o governo, este país não pode ser considerado um bom lugar para se viver.


Em um artigo intitulado Imposto pago não é dinheiro roubado, um certo André Siqueira chega à conclusão de que a marca do impostômetro de R$1 trilhão de impostos pagos em 2011, atingida 35 dias mais cedo do que em 2010, é algo a se comemorar:

“Virou quase lugar-comum dizer que o Brasil é um dos campeões mundiais em impostos, e comparar nosso pacote de serviços públicos com os oferecidos por países com carga tributária igual ou maior. Esses argumentos deixam de lado dois detalhes importantes: somos também destaque mundial em desigualdade social, e temos uma massa de desassistidos comparável apenas a países como China e Índia. Ou seja, sai caro, muito caro, para uma nação com tal perfil, oferecer, mesmo precariamente, uma estrutura de amparo universal.”

São mesmo “dois detalhes importantes”. O que importa que tenhamos uma taxação escandinava para serviços africanos? O que importa que nossa “estrutura de amparo universal” não dê conta nem de 5% da população? Quer resolver isso? Bom, precisamos aumentar ainda mais os impostos.

É uma conversa para crianças, mesmo. Quanto dá R$1 trilhão por ano (sabendo-se que é bem mais do que 1 trilhão) dividido por 190 milhões de brasileiros? Algo em torno de R$5.260,00. Pergunte pra cada mendigo na pracinha se ele recebeu isso do governo nesse ano – o que, investido em ações de empresas que prestam, fariam qualquer pobre abandonar a pobreza em menos de 10 anos.

Pro domo sua

Essa tal “estrutura de amparo universal” é o que supostamente se arranca dos ricos para se dar aos pobres. “Os pobres”, no caso, é uma categoria que inclui a Carta Capital, entidade pró-governo que recebe substanciais verbas do governo na forma de propaganda de estatais.

Empresas estatais são “estrutura de amparo universal”, mas quem cuida da estrutura toda são os cupinchas do partido que chefia o Executivo no momento, que nomeia a altos soldos quem cuidará de cada empresa, incluindo funções esquisitas como “propaganda & marketing”.
Por que diabos uma empresa como a Petrobras precisa fazer “propaganda”?

Não surpreende, portanto, que a Carta Capital, com uma tiragem muito menor do que uma Veja (75 mil exemplares contra 1.218.400), receba uma porcentagem de propaganda estatal muito maior do que esta última.

Ninguém do departamento de marketing das Petrossauros da vida precisa “fazer propaganda” de uma empresa que tem monopólio em sua área. Mas foi só subir ao poder o PT, partido eternamente defendido com unhas, dentes e impostos pela Carta Capital, e a revista do sr. Mino Carta abocanhou nada menos do que R$2,4 milhões dos cofres públicos. No ano seguinte, o montante já subiu para R$2,9 milhões (os dados são do site do PSOL).

Não é preciso ter muita imaginação para perceber que a revista, pedindo por impostos, pratica o conhecido argumento pro domo sua, em que uma causa defendida só é defendida por favorecer quem a defende, embora ele disfarce suas intenções com argumentos esquisitos.

É esta a verdadeira “estrutura de amparo universal” a que se refere o André Siqueira: toma dinheiro imposto da classe média para torrá-lo em “propaganda” na Carta Capital.

Como todos sabem, o Implicante.org™ é financiado pelos barões de Wall Street através de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, que bancam nossa complexa estrutura piramidal de 4 gananciosos especuladores mancomunados em explorar todos os subempregados nesta gigantesca empresa.

Para tal, recebemos dinheiro escuso de ditaduras sionistas, da maçonaria, das empresas bélicas americanas, de países colonialistas que causam fome na África para poder obter lucros astronômicos, das indústrias de drogas e do trabalho escravo e também dos nazi-fascistas que envenenaram a maçã da Branca de Neve.
Imagine o que aconteceria se nós, aqui do Implicante.org™, defendêssemos o lucro de todas essas entidades, a custos tão elevados, apenas porque queremos uma “distribuição de renda” que nos permita ainda ter uma boquinha escrevendo esses estulticocos.

Novamente, não surpreende, portanto, ver a defesa da tributação ionosférica cartacapitalista (!) vir acompanhada de elogios rasgados ao governo petista:

“Em um brilhante artigo publicado recentemente no Valor Econômico, o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, mostrou que a desigualdade social, medida pelo índice Gini, caiu 9,5% entre 2003 e 2009. Sem os gastos em programas de transferência de renda realizados na última década, a melhora teria sido de apenas 1,5%. No mesmo texto, Pochmann levanta uma questão que tem méritos de sobra para tirar o sono dos brasileiros: por que os ricos pagam, proporcionalmente, tão menos impostos?”

É um dado numérico – aquele anátema no Vestibular para pessoas de Humanas, que acabam escrevendo em jornais. Muito difícil crer que muitos deles entendam do que estão falando. O dado não aponta, por exemplo, que até 2007, o índice só aumentou (chegando a 0,5546 numa escala de 0 a 1 em 2007, o maior número em 50 anos), só abaixando a partir de então, para 0,5448 em 2009.

Pelo Coeficiente de Gini, quanto menor, melhor. E a comparação com outros períodos (que a Carta Capital, curiosamente, resolveu “se esquecer” de pesquisar) indica uma outra verdade. Em 1994, estava em 0,349. Em 2000, com as crises provocadas pela tentativa de congelamento monetário no segundo mandato de FHC, chegamos a um pico de 0,338 (ainda bem mais baixo do que os 0,5546 de 2007, antes mesmo da crise financeira). Em 2005, já subira para 0,351.

A sensação é que foi o aumento de impostos que diminuiu a desigualdade. É um revisionismo estranho – como se tudo o que fosse bom no país fosse feito pelo governo – e que, como afirma bem o tal André Siqueira, “custa caro”:

“Mas imaginar que um governo será capaz de, com menos dinheiro, sustentar a máquina estatal, fazer os investimentos necessários (para ontem) em infraestrutura e melhorar o pacote de serviços à população é simplesmente absurdo!”

Uma coisa que deveria ser taxada com impostos mais pesados são jornalistas usando exclamações. É um puta saco! E também um ato falho do senhor Siqueira colocar como primeiro gasto do governo “sustentar a máquina estatal”.
Quanto gasta um deputado? Alguém na Carta Capital falou em diminuir cargos de confiança? O “pacote de serviços à população” são filmes financiados pela Petrobras que ninguém vê (o que, como constatou Reinaldo Azevedo, é uma bênção)? São pelas do Zé Celso Martinez Corrêa com atores pedindo para a platéia lhes masturbar? São escolas como o Ciep João Goulart (da Secretaria Municipal de Educação) do Morro do Cantagalo, que com projetos conjuntos de Afroreggae, Criança Esperança e R$71 milhões do PAC e tendo até um elevador panorâmico obtém o pior resultado das escolas do Rio de Janeiro? É o dinheiro emprestado para a empresa do Luis Nassif via BNDES que ele nunca devolveu ao “contribuinte”?

Para a a Carta Capital, isso é muito simples. Alguma dessas coisas não está funcionando? Aumente-se ainda mais os impostos. A escola milionária dá maus resultados? Tungue-se mais a educação em Copacabana e logo a escola estará perfeita. Os filmes da Petrobras são uma porcaria? Que se obrigue os canais que investem uma fortuna em solo nacional para ouvirmos algo melhor do que o governo a pararem de exibir sua programação e passem esses filmes insuportáveis enquanto o telespectador desliga a TV. Ninguém vai ao teatro? Que rouanetizem o Zé Celso, assim ninguém precisa agüentar 5 horas vendo pirocas para que ele possa ter um pouco de renda distribuída no seu bolso. O Luis Nassif não paga suas dívidas? Tributem mais os “bens supérfluos” da classe média, como computadores, e vamos dar dinheiro ao patrimônio cultural e econômico que é Luis Nassif. A Carta Capital não vende? Coloque-se mais propaganda da Petrobras que ninguém nunca vai ler apenas para seus empregados terem “estrutura de amparo universal”.

Não faltam as contradições de sempre, como citar o fato de que os ricos, proporcionalmente, pagam menos impostos do que os pobres (já que impostos no Brasil não costumam ser progressivos, e sim colocados no consumo – idéia que não parte senão da esquerda que a Carta Capital defende – e até favelado paga imposto em açúcar e cigarro), mas afirmar algumas linhas abaixo que o discurso anti-imposto é um discurso que só favorece os ricos e “que interessa apenas a quem está lá em cima”.

Mas se pode soar a paranóia a preocupação em servir ajoelhado ao governo enquanto esse for capaz de lhe engolir, o próprio André Siqueira mostra suas garras afiadíssimas:

“É possível (…) aparelhar melhor a equipe da Receita Federal até que ninguém consiga passar um fim de semana tranquilo em sua mansão no Guarujá sem a certeza de estar em dia com o Leão.”

Alguém aí pensou em um Estado policial? É bom que se pense: a maioria dos progressistas que idolatram a Carta Capital adoram abarrotar seus álbuns de foto “FÉRIAS!!!” com uma brasileiríssima praia paradisíaca, que raramente um pobre pode desfrutar. Para o André Siqueira, essas férias deveriam ser abolidas e todas essas pessoas deveriam era estar cortando cana em algum paraíso “social-democrata” para poder financiar seu trabalho na Carta Capital.

Em tempo: a Carta Capital já deu desconto na assinatura para quem era filiado ao PT, e a cerimônia do seu aniversário em 2004, quando começou a ficar rica, teve a ilustre presença de Lula e de mais onze ministros. Por que é mesmo que a Carta Capital acha bonito dar dinheiro pro governo?



* Flavio Morgenstern é redator, tradutor e analista de mídia.

POR ENQUANTO A "FAXINEIRA" DILMA PREFERE ESPERAR A SUJEIRA INVADIR SEU GABINETE


Escândalo no Esporte

Conforme antecipamos ontem, uma nova crise se instaurou no governo Dilma. Desta vez no Ministério dos Transportes. As denúncias tem um potencial destrutivo imprevisível.

Com a proximidade da Copa do Mundo e a série de dificuldades que o governo enfrenta para gerenciar as obras de infraestrutura, a presidente avalia se é melhor manter um ministro sob suspeição ou demití-lo e tentar reestrutura a pasta.

A gravidade da denúncia recomendaria o afastamento e uma investigação rigorosa, mas como tornou-se hábito na administração petista, outros fatores são levados em consideração antes da tomada de decisão. Nos comentários abaixo explicamos melhor, agora leiam o que informa a Folha de São Paulo:

Dois integrantes de um suposto esquema de desvio de recursos do Ministério do Esporte acusam o ministro Orlando Silva (PC do B) de participação direta nas fraudes, segundo reportagem publicada pela revista “Veja”.

O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal João Dias Ferreira e seu funcionário Célio Soares Pereira disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.

Localizado ontem pela Folha, Pereira confirmou a acusação contra o ministro, mas recusou-se a dar entrevista. Segundo a “Veja”, Pereira descreveu assim a entrega, que teria ocorrido em 2008: “Eu recolhi o dinheiro com representantes de quatro entidades aqui do Distrito Federal que recebiam verba do [programa] Segundo Tempo e entreguei ao ministro, dentro da garagem, numa caixa de papelão. Eram maços de notas de 50 e 100 reais”.

Do México, onde acompanha o Pan-Americano, o ministro disse que a acusação é uma “fraude” e pediu à Polícia Federal que a investigue.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que conversou ontem com Silva por telefone e que determinará a abertura de inquérito no começo da semana.

O PC do B informou que, por solicitação do ministro, pedirá a antecipação de um depoimento que Silva daria à Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados.

Segundo a Folha apurou, a reação do ministro agradou ao governo, que por ora não cogita substituí-lo.

COMENTÁRIO

Quem acompanha minimamente os escândalos na administração petista não deve se surpreender com o itinerário de ações do governo frente à casos de corrupção. Num primeiro momento, avalia-se o potencial que as denúncias tornadas públicas na imprensa tem de gerar desdobramentos.

Se as reportagens forem baseadas somente em depoimentos, ótimo para o governo. Mantém-se o servidor no cargo. Foi assim com as denúncias que ligaram Aloizio Mercadante ao esquema dos “aloprados”.

Quando há provas materiais e o envolvimento de um maior número de pessoas, a história é diferente. Neste caso o governo se articula e busca informações sobre investigações em andamento. Caso perceba que elas serão capazes de fornecer pauta para a “mídia” durante um bom período, demite-se. Foi o que ocorreu com Antônio Palocci e Wagner Rossi, só pra citar alguns dos vários exemplos.

Salvo raras exceções, como o ocorrido com Alfredo Nascimento, onde a presidente Dilma aguardava uma justificativa para pedir a cabeça do então ministro dos Transportes, é esse o procedimento padrão. Sendo assim, não faz sentido empregar o termo “faxina” já que em nenhum momento o governo preocupou-se em remover a sujeira de sua administração. Ao contrário, a preocupação é uma só, impedir que os detritos que se acumulam invadam o saguão do Palácio do Planalto.

O correto neste caso é que o ministro Orlando Silva fosse afastado até o término nas investigações. Não se trata aqui de um pré-julgamento e sim de um ato de responsabilidade e zelo pelo bem público. Como qualquer cidadão, Silva dispõem da presunção de inocência, mesmo que seu histórico indique o contrário.

implicante

O VOTO TIRIRICA NA EXTREMA-DIREITA DA USP

Saiu no portal iG a notícia: Extrema-direita universitária se alia a skinheads. Uma chamada que nem precisava da ênclise para ser assustadora. Aquele povo magrelo, caxias, que vai pra faculdade de camisa social por dentro da calça, sem voz nos cursos de Humanas, por serem cristãos, estão mancomunando-se a skinheads fortões e briguentos, com tatuagens de cruzes de malta com caveiras, para defender seus ideais. Um risco que a USP não deveria enfrentar.


Não mesmo. Poucas coisas são mais parecidas com o extremismo de esquerda do que o extremismo de direita. Poucos fanáticos se parecem com um moderado, embora fanáticos completamente díspares sempre se pareçam um bom bocado entre si. Antes de tentar enxergar um antagonismo leve demais entre “esquerda” e “direita” na extrema-esquerda e na extrema-direita, é de bom alvitre perceber uma muita mais óbvia confluência no fator “extremo”.

Segundo a reportagem do iG, uma tal União Conservadora Cristã (UCC) merece virar notícia porque seu “núcleo duro” (4 membros, ui!) defende valores ultra-conservadores (aquela papagaiada de casamento, ativismo anti-drogas, faniquitos homofóbicos bastante afetados), além das típicas viagens maionesísticas tão propaladas por Olavo de Carvalho, como Geraldo Alckmin colocar “uma mordaça gay na sociedade paulista” (HUAEhUAEhuAEhuAEhu), ou “a pedofilia na Igreja ser fruto da infiltração de agentes da KGB” (HAEUHUAEhuAEhuAEHuhuAE!!). A tal União Conservadora Cristã tem 16 membros, sendo 14 da USP.

Algo merece virar notícia ou por seu caráter insólito (como um anão vestido de palhaço que mata 8 na Croácia), ou por sua importância para o leitor (a corrupção no Estado brasileiro é a mais trivial e manjada das manchetes políticas, mas não deixa de merecer sempre a capa das revistas). Fica então uma dúvida séria para o iG: como 14 magrelos guris de apartamento que simplesmente dizem apoiar skinheads merecem mais destaque do que a desforra que é a tomada da USP pela extrema-esquerda há… bem, meio século?
Claro que reclamo disso para proteger meu próprio rabo. Eu também tenho uma proto-chapa para o DCE da USP (a proto-chapa é minha e eu chamo do que eu quiser). Ela também vai contra todos esses que estão aí, há décadas dizendo que são contra tudo isso que está aí. É a Chapa América, e nós também queríamos aparecer no iG pela defesa intransigente e fanática de ideais radicais e extremistas. Entre nossas propostas, arrole-se:

Privatização imediata da Universidadepúblicagratuitaedequalidade.

Extinção de 80% de vagas na FFLCH, com 50% de cotas para gostosas nos vestibulares da Faculdade, além de troca do curso de Ciências Sociais pelo de Mercado de Capitais e Especulação Financeira.

Passagem total para a PM no campus da Universidade, com postos policiais permanentes localizados na praça da FFLCH.

Execução do glorioso hino nacional americano The Star-Spangled Banner diariamente, na abertura e encerramento de atividades da Universidade.

Fim da estabilidade do servidor público. Faltas e vagabundeagens serão administradas com demissão sumária sem resgate do fundo de garantia.

Patrocínios com grupos empresariais como ITAU, SOUZA CRUZ, GERDAU, USIMINAS com o objetivo de trazer influxo de recursos para troca de carteiras e equipamentos.

Privatização do Bandejão, transformando-o em um praça de alimentação com Applebee’s, Outback e Starbucks.

Renomeação dos prédios da FFLCH para Ronald Reagan Building e Margaret Thatcher Complex.

Palestras de Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Leandro Narloch e Luiz Felipe Pondé sobre o tema “Neoliberalismo como meio de desenvolvimento e educação”.

Grupos de estudo do Livro Negro do Comunismo e dos Axiomas de Zurique, além de obras como Capitalismo e Liberdade (Milton Friedman), A Revolta de Atlas (Ayn Rand) e O Caminho da Servidão (Friedrich Hayek).

Auditorias verificando se a cada vez que nomes como Marx, Trotsky, Gramsci, Adorno ou Lukács são citados, menções elogiosas a Mises, Hayek, Sowell, Friedman, Jouvenel, Rothbard, Bastiat ou Ortega são feitas imediatamente e em igual ou maior quantidade.

Criação de estátuas de bronze em tamanho real de Ayn Rand entre os prédios de Sociologia e Letras e de Ludwig von Mises no vão do prédio de História.

Aproximação com as Universidades americanas da Ivy League com troca de intercâmbio e pesquisas acadêmicas em liberalismo, em troca de patrocínio através de vaquinhas para os estudantes que querem defender partidos socialistas na Índia ou no Cazaquistão consigam suas passagens.

Devolução do Brasil para Portugal (todo mundo com passaporte europeu, nossos times jogando na UEFA e ainda ganharemos em euro!).

Por que não merecemos o mesmo marketing do iG? Só porque somos apenas uma proto-chapa, e não uma chapa? Falta radicalismo? Falta extremismo? Falta fingir com mais empenho que o DCE serve para alguma coisa?

Há de se entender o que significa o surgimento de organizações como a tal UCC (em plena USP, não tinha nome menos cretino do que algo cuja abreviação é pronunciada como “o cecê”?): elas são uma conseqüência, um efeito, não uma causa eficiente. E a causa é que se pode viver uma vida tranqüila e saudável sem esbarrar com sindicalistas barbudos de extrema-esquerda (e com cecê). Se não houvesse tanta extrema-esquerda na Cidade Universitária, transformando-a em uma colônia de férias comunista em pleno Brasil, não haveria UCC. Mas fazendo qualquer curso que não seja Medicina, parece impossível sobreviver na Cidade Universitária sem ter aulas interrompidas por militantes do PSTU, PSOL, PCO, LER-QI, MNN, Pão e Rosas e mais um sem número de organizações extremistas.

E essas organizações controlam o DCE, as greves, as invasões de Reitoria, interrompem aulas, fazem propaganda política ilegal em espaços públicos, manipulam funcionários, reviram lixo pelo prédio e são defendidas até pelos professores.

Quando a famosa “greve do lixo” do começo deste ano foi decretada na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, o antro dos comunistas dos cursos de extrema-Humanas da USP) virou notícia pela quantidade de papel higiênico espalhada pelo prédio just for fun por matriculados vagabundos (ou alguém os chamaria de “estudantes”?), não vi nenhuma afirmação em algum veículo de comunicação, nem na chamada “mídia corporativista burguesa”, de que a Universidade estava sendo danificada, atacada e destruída por alunos “de extrema-esquerda”.

Isso cansa. No Brasil, ser de direita é ser de extrema-direita, e ser de extrema-esquerda é apenas ser de esquerda. Mas antes que um crítico da extrema-esquerda da USP possa comemorar, é preciso lembrar que é muito mais natural criticar radicalismo com mais radicalismo chumbreca do que com alguma seqüela de argumentação.

É o que fazem esses chongos da UCC. Cansou do radicalismo irracional do PSTU à luz do dia? Apele pros sentimentos contrários e pronto. Foi o mesmo erro da campanha de Serra em 2010: não apresente argumentos contra o PT, apele para valores que nunca são discutidos à luz da análise perfunctória, e faça campanha sobre aborto e se alie a pastores evangélicos retardados “pró-vida” sem sopesar ambos os lados.

Ninguém está livre de acabar se associando ao totalitarismo comuno-fascista – muito menos quem sofreu por ele. O ressentimento é bem conhecido por quem conhece Israel, e mesmo a paranóia de alguns judeus em considerar qualquer coisa “anti-semitismo” (recuso-me a escrever “antissemitismo” com SS, senhora Nova Norma). É o mesmo que se dá aqui, com pessoas que só atrapalham qualquer seqüela de senso do ridículo em ambos os lados. Se com 14 integrantes a chapa conseguiu o quinto lugar de votos, foi por serem votos de protesto de alguns que não agüentam mais viver tendo de lembrar de comunismo e Tchecoslováquia o dia inteiro. A UCC é o voto Tiririca do DCE.


A UCC vira notícia por serem alguns moleques mimados que finalmente surgiram na USP com um discurso ultraconservador. Ela é apenas uma reação de fanáticos nocivos igualmente ao discurso radical trotskysta que está lá há gerações, depredando e invadindo os prédios e impedindo aulas.
E não custa lembrar que os Bolsonaros da esquerda são piores. Enquanto a nota sobre a UCC mobiliza todas as Universidades do país a olharem para a chapa com o desdém que ela merece, rola um Festival de Cultura Cannábica, com, ABRE ASPAS, “temas cannábicos, dicas de cultivo, bate papo ativista, ato em defesa do orgulho cannábico”, FECHA ASPAS, que também ganha espaço com artigo de defesa até no Observador Político – mas não tratam universitários queimando brenfa na USP como “notícia”, nem mesmo falam de extremismo já lugar-comum.

Se não há problema apontado pelas chapas de extrema-esquerda do DCE que não se resolva com um Starbucks gigante no vão do prédio de História, também não há nada no discurso molóide da UCC que não se resolva fazendo sexo mais do que uma vez por década. É uma conversinha típica de gente que não trepa. Os problemas da USP são muito fáceis de se resolver.

Novilíngua

O escritor mexicano Octavio Paz sabia que a principal forma de controle era sobre a língua. Assim também falou Nietzsche: nunca nos livraremos de nossos deuses enquanto não nos livrarmos de nossa gramática. George Orwell sabia disso bem, ao imaginar como uma sociedade totalitária perfeita criaria uma língua em que fosse impossível reclamar do Estado.

Palavras são signos, que representam conceitos. Se um físico sabe que existem mais de 100 partículas subatômicas, enquanto nos contentamos com “elétron e próton”, o mesmo se dá na taxonomia política. Cuidei do tema ao tentar explicar o que são “conservadores”, por que a defesa da mulher e seus direitos não é o mesmo que feminismo (inclusive explicando a espinhosa diferença entre um ateu e um agnóstico), não canso de tentar explicar princípios liberais e libertários para meus também incansáveis leitores.

Trabalhar com palavras exige uma delimitação perfeita do que são os conceitos que elas representam – as técnicas oratórias que políticos e advogados utilizam para engabelar suas audiências visam, justamente, fazer o contrário, arrolando e misturando um sem-fim de conceitos em uma só palavra, para espatifar a sintaxe e vê-la realocada justamente por seus cupinchas acadêmicos, e achar que se descobriu a cura do câncer no processo.

A reportagem do portal iG não foge a regra

“Em mais de duas horas de conversa, entre um cigarro e outro, o estudante citou pelo menos 15 autores conservadores, muitos deles nunca traduzidos para o português.”

É um problema, pois não poderia haver maior elogio a uma pessoa numa Universidade brasileira do que ler autores que seus professores não leram. E se há algo que não quero fazer é elogiar moleque mimado da UCC. É de se perguntar, por exemplo, se alguém do portal iG conhece os tais autores não citados (quem foram? Peyrefitte? Ron Paul? David Stove? P. J. O’Rourke? Horowitz? Santayana? S. E. Cupp?). Mas falam, por exemplo, no “integralismo (versão brasileira do nazismo) de Plínio Salgado”. Plínio Salgado, por imbecil que fosse, defendia judeus – logo, não era nazista, “apenas” fascista. Tentou-se apelar para uma dimensão psicológica da linguagem que não existe no original, aproveitando-se da ignorância do público a respeito – ou, na melhor das hipóteses, chutando hipóteses pelo próprio desconhecimento de causa. Por que chamar as coisas pelo nome dói tanto no Brasil?



Óbvio que até o tal Celso Zanaro, o entrevistado do “núcleo duro” de 4 membros da UCC, mostra ser um parvoete que adora ignorar o assunto com que lida – ao falar de skinheads, ataca: “Eles se dizem de extrema-direita mas o líder deles é vegetariano”.

Deu pra entender? Se você é a favor do mercado, da família e de valores de direita, você é obrigado a comer carne. Afinal, a conditio sine qua non para ser favorável a planificações econômicas e revoluções é deixar de comer carne…

O que o trocinho faz é revelar a que veio: como reação pendular ao extremismo oposto, mostra que seu discurso também é pronto, comprado, lhe deram já mastigado em formato de papinha. Para ele, não aceitar a imposição comunista que grassa na USP é adotar um estereótipo padronizado, que inclui, mas não se limita a, ser fanático religioso, ter uma retórica reacionária contra inimigos genéricos e nunca individualizados e indigitados, acreditar que ter senso de ecologia é imposição dos quartéis do Kremlin (um erro histórico imperdoável), defender todos os erros e problemas do capitalismo apenas por acreditar que toda crítica ao sistema irá culminar fatalmente no genocídio famélico de Holodomor, não ser cristão é ser bolchevique e ser vegetariano destrói a família nuclear heterossexual.

A diferença principal entre um liberal e um conservador é que o primeiro não quer que o Estado seja tomado e inflado para ditar regras na vida de ninguém, enquanto o conservador odeia apenas os ditames estatais que influenciem no seu bolso, mas aplaude cada influência estatal se for para obrigar os indivíduos a acreditarem nas histórias da carochinha em que acreditam. A UCC é o PSTU católico.

Enquanto o Celso Zanaro e seus coleguinhas não aprenderem a distinguir cada lado e não perceberem que mesmo conservadores casca grossa como Roger Scruton conseguem lutar por direitos animais sem comprar um discurso tão pronto e estereotipado que parece saído de uma linha de produção soviética, o melhor a fazer para deixar a USP menos atolada de comunistas e papel higiênico usado seria calar a boca.

(com colaboração do Juliano Torres, do Liber, que ajudou no resgate das propostas da gloriosa Chapa América. God bless America!)


* Flavio Morgenstern é tradutor, redator e analista de mídia. Foi considerado “muito pouco de direita” pela UCC. Melhor elogio, impossível.