"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PAÍS RICO...

PAÍS RICO EM PATRIOTISMO, HONESTIDADE, ÉTICA, DIGNIDADE E HONRA

A afirmação “pais rico é um país sem pobreza” é uma frase idiota, fascista, assistencialista, e manipuladora dos milhões de ignorantes feitos escravos do Estado pelo poder público mais safado de nossa história.

O Brasil é um país muito pobre: de ética, de moralidade, de honestidade, de patriotismo, de cidadania, e de respeito à família.

O desenvolvimento econômico quando serve a formação de riquezas ilícitas por meio de seus poderes dominantes não pode definir a riqueza de um país, mas tão somente o seu grau de sordidez.

País rico...

- É um país em que os políticos e os poderes públicos tenham como finalidade última fazer o bem para a sociedade e não roubá-la e enganá-la descaradamente como forma de enriquecimento ilícito e perpetuação no poder.

- É um país cuja sociedade não permite que dezenas de pessoas sejam assassinadas todos os meses como resultado da sórdida incúria do poder público que se comporta como um covil de bandidos.

- É um país em que a verdadeira democracia e a justiça social imperam e não permitindo que a manipulação das massas pelo assistencialismo comprador de votos e o suborno dos esclarecidos canalhas sejam os pilares da preservação dos poderes constituídos.

- É um país em que o Estado cumpre com rigor com suas obrigações sociais de educação, cultura, saúde pública, segurança pública e saneamento.

- É um país em que os jovens e adolescentes são orientados a respeitar as leis, o próximo os professores, e, principalmente, a família, tendo como normas de conduta fundamentais a moralidade e a ética.

- É um país em que os ambientes universitários são estruturados para a prática da boa educação e formação superior, e não servirem como campo de treinamento de militantes da corrupção e do corporativismo público e privado mais sórdido.

- É um país onde os poderes da República são independentes e o Estado serve a quem o sustenta, os contribuintes, e não as oligarquias públicas e privadas que são praticantes do ilícito como norma primária de conduta.

- É um país em que os esclarecidos canalhas não se uniram aos corruptos e bandidos para promover a degeneração das relações públicas e privadas.

- É um país que tem uma impressa livre de favores governamentais para que possa publicar e avaliar a realidade dos fatos com o rigor necessário e não editá-los ou adaptá-los conforme o desejo dos poderes dominantes.

- É um país em que os eleitores e contribuintes não votam em bandidos – fichas sujas – para qualquer cargo eletivo;

- É um país em que um presidente ao deixar o cargo não rouba peças do acervo do Estado contando com a impunidade corporativista dos canalhas.

- É um país onde o Poder Público não virou um Covil de Bandidos;

- É um país em que o Poder Legislativo não foi comprado para ser lacaio do Poder Executivo;

- E um país em que sua Justiça e seus Tribunais Superiores não protegem os bandidos da corrupção tornando-se seus cúmplices;

- É um país que dá oportunidades de educação, cultura, e trabalho para todos deixando a cada um escolher seu próprio caminho e também aceitar pagar o preço pelas suas escolhas erradas;

- É um país que trata seus aposentados com respeito e dignidade, pois são eles os construtores dos meios que permitem o desenvolvimento econômico e social.

- É um país que não obriga quem trabalha sustentar com o pagamento dos seus impostos, vagabundos, desocupados, preguiçosos, corruptos e prevaricadores;

- É um país que não tem o DNA da prática do ilícito no sangue de suas elites, oligarquias e burguesias;

- É um país que pratica uma distribuição de renda como fruto das oportunidades de trabalho, do empreendedorismo e do esforço individual, e não usurpando a renda dos que assim agem para os que preferem serem escravos do assistencialismo formador de preguiçosos, omissos e vagabundos.

- É um país que não permite que a corrupção seja o meio primário de enriquecimento de quem está no poder.

O resto é consequência.

26.dez.2011
Geraldo Almendra

O DESAPARECIMENTO DA CLASSE MÉDIA, OU ENTRA MAS NÃO FAZ ONDA...

SOB O DOMÍNIO DO PT, CLASSE MÉDIA VERDADEIRA DESAPARECE E TODA A SOCIEDADE VAI SENDO NIVELADA POR BAIXO. O REFLEXO DISSO ESTÁ NAS ESTATÍSTICAS DESTE FINAL DE ANO!

Muito antes da divulgação dos números do IBGE sobre a economia brasileira relativos a 2011 e desafiando as projeções super otimistas publicadas todos os dias pela grande imprensa insisti aqui no blog que o movimento do comércio seria pífio neste Natal em razão do visível endividamento das famílias.

Findo o período tradicional de compras, publicam-se as estatísticas, impossíveis de serem maquiadas pelos arautos do governo petista. Aliás, todas as editorias de economia dos jornalões e seus pretensos "analistas" passaram os 365 dias do ano mentindo e fazendo o jogo dos petralhas que se ufanam de uma maraviha inexistente.

A economia brasileira continua tendo um crescimento ridículo se comparada aos demais países subdesenvolvidos que o dominante pensamento politicamente correto conceitua como "emergentes".
Os pregoeiros desse milagre que não existe consideram classe média uma família que se espreme num desses carrrinhos 1.0 sem nenhum item obrigatório de segurança e, ainda por cima, com os pneus carecas.

Sem falar que a maioria dos proprietários dessas carrocinhas são famílias penduradas em financiamentos de 70 a 80 meses. Nenhum desses veículos trafegam na Europa e nos Estados Unidos, em razão da total ausência de itens de segurança.

O resultado: as precárias economias dessas famílias movimentam-se sobre quatro rodas mambembes.
Isto não quer dizer que esses brasileiros não devam alcançar a condição de classe média, de possuirem um automóvel. Aliás, isso é um direito já consagrado nas economias desenvolvidas enquanto no Brasil continua sendo considerado como algo inaudito, uma benesse.
Agora o que não pode é maquiar a realidade. Os salários no Brasil são baixíssimos. A maioria dos trabalhadores ganha o salário mínimo seco ou então alguns trocados a mais.

O que está acontecendo é que a antiga classe média, com razoável nível de educação e auferindo salários melhores está sendo liquidada. Sua renda está sendo extorquida via Imposto de Renda e repassada às classes de baixa renda. O que vai ocorrer é uma nivelação por baixo com o desaparecimento total da classe média verdadeira e seu empobrecimento de um lado e, de outro, os que já eram considerados ricos passaram a concentrar maior riqueza.

Um país que não possui classe média como existe na Europa e nos Estados Unidos, é um país subdesenvolvido. O Brasil é o emblema do subdesenvolvimento. Este é o legado de uma década de governo do PT que tira dos pobres para dar aos miseráveis.

Os ricos estão contentes e os miseráveis pensam que alcançaram a condição de classe média. Em uma década, o Estado brasileiro sob o domínio do PT não construiu uma miserável obra de infra-estrutura, enquanto as áreas da saúde, da educação e da segurança pública são um desastre.
Esta é a realidade dos fatos que se expressam no movimento do comércio vajerista neste final de ano.


Ah! Mas o Brasil já é a sexta economia do mundo! Ao que eu retruco: mentira! Isto é a maior mentira de 2011!

aluizio amorim

O NOSSO DESABAFO NO CARTÃO DE NATAL DO CARLOS TARCÍSIO NOGUEIRA

Anônimo disse...


Carlos Tarcisio Nogueira, mineiro, ocupou alto cargo na Nestle por mais de 40 anos. Esta aposentado e reside em São Paulo. Veja que até para ele a indignaçao ultrapassou todos os limites e resolveu escrever e denunciar a republiqueta sindicalista instalada no BRASIL.

FELIZ 2012, BRASIL!


Felicidades Brasil pela inauguração em São Paulo da Marginal Luis Inácio Lula da Silva, por Dona Dilma Pereirão. Parabéns PT, PMDB, PDT, PPS, PSDB, PSD e tantos outros pês de aluguel.

Feliz Lewandowsky, Feliz Cesar Peluzo, Feliz Joaquim Barbosa e seus demais colegas do STJ; Felizes “ministros” Pallocci, Jobim, Pedro Novais, Orlando Silva, Wagner Rossi, Carlos Lupi, Fernandos Haddad e Pimentel, Erenice e outros que a VEJA ainda não denunciou.

Feliz Sarney, Maluf, Dirceu e seus 40 mensaleiros, Feliz Serra, Feliz Aécio, Feliz Protógenes, Felizes Marta Careca e seus três maridos, Felizes sindicalistas que tomaram conta do país, da Petrobrás, do Banco do Brasil, dos Correios, da CEF que até comprou o Banco Panamericano do Sílvio Santos).

Lembram do Vicentinho, do Paulinho da Força, do Zé Mané da CUT? “Estão” todos Deputados Federais, Ministros, Juízes dos Supremos e etc.
Feliz Brasil dos Barbalhos, Calheiros e milhares de outros Fichas Sujas.


Felizes 600 Deputados Federais e 81 Senadores da República, além de 2700 Deputados Estaduais e quase 10.000 Vereadores deste pobre Brasil.
Felizes Egrégios representantes do Poder Judiciário deste país, a quem caberia fiscalizar os atos dos Poderes Executivo e Legislativo e só existem para legislar em causa própria.


Felizes Ricardo Teixeira, João Havelange, que já engajaram Ronaldo Travequeiro, Romário Deputado (pasmem) e brevemente o famigerado Pelé.
Tudo em nome da corrupção na Copa 2014. Parabéns, NÉM da Rocinha, que tem grande potencial político no Rio de Janeiro.
Triste país, onde em uma folha A4 você não consegue listar ou lembrar nem 0,1% de suas vergonhas. País que De Gaulle já desconfiava que não era sério. E não é que o “faro” do narigudo De Gaulle era muito bom!!!

Nossa reverência e nossos respeitos, Dra. Patrícia Acciolly, Juíza do Rio de Janeiro, executada com 21 tiros há poucas semanas, porque ousou punir e pedir a prisão de alguns “policiais” (pasmem) envolvidos com a corrupção. Nossos cumprimentos, Dra. Eliana Calmon, presidente do CNJ, pela coragem de vasculhar a vida de mais de 200 magistrados da mais alta côrte do país, mas que está expondo sua vida e correndo o sério risco de virar outra Dra. Patrícia Acciolly.

Muito obrigado, Imprensa Brasileira, se não fossem vocês nada do que contém nesta folha seria de conhecimento público. A única instituição que ainda funciona no país (graças a Deus) é a IMPRENSA.

Que neste novo final de ano, Jesus de Nazareth vire um pouco mais os seus olhos para nós, os homens SÉRIOS que AINDA RESISTEM, e nos ajude a começar uma mudança radical, banindo, prendendo, desapropriando bandidos que ainda tratam nosso país como se fosse sua Capitania Hereditária.
Basta de impunidade, basta de 171, basta de espertos e espertezas. Temos que construir um PAÍS SÉRIO para nossos netos.

Juntemo-nos.
Jesus Cristo, que nasce a cada 25 de Dezembro e que é o aniversariante do dia, pelo amor de Deus, SALVE O BRASIL.

F E L I Z 2 0 1 2 !

Se for possível.

CTNogueira

PS- Quem não concordar com a minha mensagem natalina, tem toda a liberdade de defender o que me parece indefensável.

27 Dezembro, 2011
Anônimo disse...

O livro do esgot writer Amaury, Privataria Tucana, foi baseado na CPI do Banestado. A CPI também levantou "supostas" contas, no exterior, dos Srs. Lulla da Silva, Dirceu, Palloci, Gushiken e outros, e outras cositas más. Vejam esse artigo, com cópias dos documentos. E reflitam...


http://gentedecente.com.br/notic/brasil/politica/5772-a-nota-de-veronica-serra-e-alguns-documentos-mais.html @fitzca

O "SUMIÇO"? DO GÁS: INDISPONIBILIDADE REPENTINA DA PETROBRAS CAUSA SURPRESA


O último leilão de energia elétrica de 2011, realizado em 20 de dezembro, foi marcado pela ausência de termelétricas a gás natural, opções importantes para a robustez operacional do sistema.

A ausência se deve à repentina falta de gás alegada pela Petrobras.

No leilão realizado três meses atrás, a Petrobras se comprometia a fornecer gás para sete usinas termelétricas, das quais somente uma usina, da própria estatal, foi contratada. Portanto, a Petrobras deveria dispor de gás.

Termelétricas têm um papel "estabilizador" do sistema porque atuam em complementaridade a outras fontes como hidrelétricas, eólicas etc. Com a decisão governamental (ainda controversa) de não permitir usinas a carvão, a expansão e complementação termelétrica passa a depender de usinas a gás natural.

Mas, com o desfalque da Petrobras, tal opção deixa de existir.

Além da perda de robustez, os consumidores perdem os benefícios de uma conta de luz que poderia ser mais barata se não tivesse sido excluído do leilão um bloco grande de competidores que aumentariam a concorrência.

A justificativa da Petrobras para o "sumiço" do gás é baseada na alegação de que ela não pode atender às exigências de comprovação da disponibilidade de gás estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia.

Se este é o motivo, teria a Petrobras agido de forma temerária, três meses atrás, ao comprometer-se com o fornecimento de gás, durante 20 anos, para sete termelétricas?

A recusa de fornecimento é prerrogativa empresarial, mas pode ser contestada pelas autoridades de defesa da concorrência quando empregada para prejudicar a competição.

E certamente não é condizente com uma estatal que vem advogando para si a responsabilidade de desenvolver o setor em prol do interesse público, bem no estilo do "deixe que eu faço".

Com esse argumento a Petrobras tem sido agraciada com vários privilégios. A "Lei do Gás" de 2009 concedeu prazo de dez anos para exploração em caráter exclusivo dos gasodutos existentes, mantendo por esse período o monopólio que, na prática, a Petrobras exerce.

A lei ainda isentou as instalações de tratamento, processamento, regaseificação e liquefação de gás natural da obrigação de prover acesso a terceiros. E a "Lei do Pré-Sal" perpetuou o domínio da estatal ao estabelecer que a Petrobras seja operadora de todos os blocos de exploração da "área do pré-sal".

Para a Petrobras esta frustração da oferta de gás talvez não passe de um detalhe no seu plano de negócios bilionário. Mas o que a estatal negligencia hoje pode tornar-se seu maior desafio no futuro, quando os brasileiros perceberem que seus anseios, como consumidores ou como acionistas, não estão sendo atendidos.

Privilégios implicam responsabilidades.
Principalmente quando tais privilégios são concedidos com base na fluida argumentação de defesa do interesse público.

Claudio J. D. Sales O Globo
Dezembro 26, 2011

O POVO? QUE POVO?!

$2 MILHÕES PARA FICAR DO MEU JEITO, E O POVO QUE FIQUE NA MERDA, MAS NÃO DEIXEM DE VOTAR EM "NOIS", QUE "NOIS" GOSTA DE CONFORTO E LUXO.

A Marinha do Brasil gastou mais de R$ 2 milhões para reformar a casa agora utilizada pelo presidente Lula e família em sua temporada de férias na praia de Inema, da Base Naval de Aratu, litoral baiano. As despesas para deixar a casa como queriam os inquilinos provocam grande revolta na Marinha, em razão dos problemas de manutenção das instalações e navios da própria Base Naval, por falta de dinheiro.

Do jeito dele

Lula também passou férias na Base Naval de Aratu, em 2008. Mas a casa não parecia estar do jeito que ele e sua família gostam

Cansei

O presidente, que também levou amigos, ficará na praia até segunda (11), descansando de tantas viagens mundo afora e de ser “o cara”.

Silêncio no paraíso


Ponte cai no Sul, calamidade pública no Rio e em São Paulo, e Lula continua mudo al mare, com um isopor na cabeça, cheio de guaraná. (GUARANÁ?)

Coluna de Cláudio Humberto

PERNAS PRO AR QUE NINGUÉM É DE FERRO. O RESTO? DEPOIS A GENTE VÊ ISSO!

País rico é país sem pobreza! Base Naval de Aratu

EM 2010 GASTO DE R$ 2 milhões PARA ABOLETAR O CACHACEIRO ASQUEROSO "CHICOSO". AGORA, UM ANO DEPOIS, melhorias na Base Naval de Aratu custaram R$ 657,9 mil PARA ABOLETAR A PRESIDENTA MAMULENGA.
O CACHAÇA QUANDO SAIU "RAPÔ" TUDO? PROVAVELMENTE.

Os gastos com melhorias na Base Naval de Aratu, na Bahia, onde a presidente Dilma Rousseff passa férias, custaram R$ 657,9 mil aos cofres públicos.

A cifra, levantada pela ONG Contas Abertas, engloba reformas da Residência Funcional da Boca do Rio, localizada na base, e a compra de novos móveis.

O valor se refere a cinco notas de empenho emitidas entre 21 de novembro e 10 de dezembro deste ano.

"Melhorias"

Segundo o Contas Abertas, R$ 195,4 mil foram usados na reforma.
Já entre as compras, estão seis frigobares com capacidade de 76 litros (R$ 4,9 mil), um espelho tamanho 2,5 x 2,5 m (R$ 6 mil),
duas poltronas (R$ 6,7 mil), cortinas (R$ 37,3 mil) e um kit de eletrodomésticos (R$ 19,5 mil), composto por oito televisões, sete DVDs,
um home theater e um computador.

A presidente chegou à base na última segunda-feira. Apesar de a agenda de Dilma estar reservada para descanso até 10 de janeiro, há possibilidade de ela retornar ao trabalho antes disso.

A presidente viajou acompanhada da filha, Paula;
do neto, Gabriel;
da mãe, dona Dilma Jane;
da tia Arilda;
e do ex-marido Carlos Araújo, que levou a sua companheira, Ana Meira.

camuflados

O PROBLEMA É O TAMANHO DA CANECA...

Ficou maior. E daí? "Tamanho do PIB é como tamanho de caneca. E o Brasil é um canecão." MAS, E O CONTEÚDO?

Ontem o Guardian - importante diário de Londres - publicou matéria que já considera o Brasil a 6.ª maior economia do mundo, ultrapassando a do Reino Unido - segundo conclusões de consultoria privada inglesa.

A "novidade", no entanto, já constava em dados divulgados pelo FMI em setembro, mas pouca gente deu importância à projeção.

O risco é o de que agora o governo de Brasília e o cidadão médio deem mostras de subdesenvolvimento e recebam a informação com doses excessivas de autolouvação - e, assim, se perca o senso de realidade.

Também em economia, o brasileiro tende a se considerar maioral. E, como no futebol, continua nutrindo a sensação de campeão do mundo. Lá pelas tantas, sobrevém a lavada de 4 a 0 do Barcelona em cima do Santos para devolvê-lo ao rés do chão.

Assim, é preciso ver com objetividade notícias assim e a confirmação que virá mais cedo ou mais tarde.

Tamanho do PIB é como tamanho de caneca. E o Brasil é um canecão.
Tem quatro vezes a população do Reino Unido e 35 vezes a sua área territorial.


Natural que, mais dia menos dia, ultrapasse o tamanho da economia de países bem mais acanhados em massa consumidora e extensão.

Enfim, é necessário examinar esses conceitos não só pela dimensão da caneca, mas também pela qualidade de seu conteúdo.

A renda per capita britânica, por exemplo, é mais de três vezes maior do que a do Brasil e a partir daí se começa a ver as coisas como realmente são.

A economia brasileira ainda é um garrafão de mazelas:
baixo nível de escolaridade,
concentração de renda,
bolsões de miséria,
déficit habitacional,
grande incidência de criminalidade,
infraestrutura precária,
enorme carga tributária,
burocracia exasperante,
Justiça lenta e pouco eficiente,
corrupção endêmica... e por aí vai.


É claro que isso não é tudo.
O potencial é extraordinário não só em recursos naturais, como também em capacidade de inovação e de flexibilidade da brava gente.

Mas há a energia que domina um punhado de emergentes - e não só o Brasil. Enquanto o momento é de relativa estagnação dos países de economia avançada, é ao mesmo tempo de crescimento bem mais rápido das economias em ascensão.

Esse grupo, liderado pela China (que ultrapassou neste ano o Japão como 2.ª economia do mundo), responde hoje por cerca de 40% do PIB mundial, ou seja, por 40% de tudo quanto é produzido no planeta.

É também o destino de nada menos que 37% do investimento global - registra levantamento do grupo inglês HSBC.

Tal qual em outros temas, estimativas variam de analista para analista. Mas é praticamente inexorável que, até 2050, pelo menos 19 emergentes estarão entre as 30 maiores economias do mundo.

Mais impressionante é a velocidade do consumo. Só a China incorpora ao mercado perto de 30 milhões de pessoas por ano. Na Ásia, a classe média - diz o mesmo relatório do HSBC - corresponde a 60% da população (1,9 bilhão de pessoas).

Boa pergunta consiste em saber se o mundo aguenta esse novo ritmo de produção e consumo.

Celso Ming O Estado de S. Paulo

A POLITIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO

Difícil imaginar um ano pior que 2011 para o Supremo Tribunal Federal.

No entanto, é em 2012 que o tribunal será efetivamente posto à prova, com a emergência do julgamento do processo do mensalão.

Mais até que em 2009, quando um ministro (Joaquim Barbosa) acusou o outro (Gilmar Mendes) de ter "capangas" em Mato Grosso.

O ano de 2009 foi sem dúvida inesquecível, mas as bordoadas trocadas internamente pelos ministros do Supremo estiveram longe de levar o país a uma "crise institucional", conforme chegou a ser dito na época.

O processo do mensalão é jogo de cachorro grande, e o Supremo, no fim de 2011, revela-se fragilizado para enfrentar o desafio.

O ano que se inicia no próximo domingo é eleitoral. Mas antes de distrair a atenção da mídia e do Congresso, a eleição municipal deve ampliar o foco sobre o Supremo e tornar mais candente o julgamento.

Em matéria de agenda, a do Supremo é a mais eletrizante, a menos que algum golpe de mão deixe as coisas no calendário da Justiça para as calendas.

Crise de hegemonia enfraquece STF para julgar mensalão

Passada a reforma do ministério, as agendas do Congresso e do governo não reservam maiores emoções. A do Legislativo é curta. A partir de junho deputados e senadores só pensam em eleição.

A agenda do Executivo é mais do mesmo, talvez com velocidade maior: monitorar a crise internacional, cercar a inflação e fazer a profissão de fé num crescimento econômico de 5%, até que as evidências demonstrem que, se ficar um pouco abaixo disso, pode estar de bom tamanho.

A eleição também será um momento crucial para o governo federal, que embora não esteja em julgamento nas urnas de 2012, não deixará de receber o resultado como uma referência para manter ou alterar cursos.

O julgamento do mensalão, na prática, já começou e pegou o Judiciário, por meio de sua Corte máxima, numa crise. O Supremo é corporativo quando tenta limitar os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ou quando deleta a memória de alguns figurões de toga.

Por mais técnicas que sejam as razões apresentadas, a opinião pública sempre verá na decisão uma tentativa de escapar da fiscalização e do controle da sociedade.

Há uma crise de hegemonia na atual composição do Supremo, o que não seria necessariamente um mal, se a falta de consenso fosse efetivamente consequência de sólidas posições doutrinárias, o que é razoável, e não fumaça de uma fogueira de vaidades, como às vezes parece.

Muito se falou, nos últimos dois anos, em "judicialização da política"; talvez seja o caso de se prestar mais atenção à politização do Judiciário.

A Lei da Ficha Limpa foi só o último embate a expor a fratura do Supremo. Aprovada a toque de caixa por um Congresso acuado por uma opinião pública saturada com os malfeitos com a coisa pública, a lei foi aplicada por diversos tribunais regionais - e o TSE - já nas eleições de 2010, embora não fossem poucos os avisos de que mudanças nas regras eleitorais somente são válidas quando feitas um ano anos da eleição.

O Supremo deixou rolar e só arbitrou após a eleição. Nem é preciso dizer que havia vários candidatos barrados pelos TREs mas consagrados pelos eleitores.

O resultado do julgamento foi um empate em cinco a cinco. Nomeado 11º ministro, Luiz Fux desempatou em favor dos que consideravam que a Lei da Ficha Limpa precisava estar aprovada um ano antes, para ter validade nas eleições de 2010.

Quem foi eleito e não assumiu recorreu ao Supremo, que reconheceu o direito de todos mas empacou quando tratou do caso do ex-senador Jader Barbalho.

Novo empate, até o presidente da Corte, Cesar Peluso, desempatar em favor de Jader e assim esvaziar um novo contencioso, desta vez com o PMDB. Resta ainda o Supremo dizer se a lei vale para as eleições de outubro deste ano, o que depende do voto da nova ministra Rosa Weber.

Com o caldeirão fervendo, o presidente do Supremo ficou enfraquecido para negociar o aumento dos servidores do Judiciário.

Nas conversas com o PMDB, o ministro Ayres Brito demonstrou preocupação com os contenciosos do Supremo com os outros dois poderes da República. A cúpula do PMDB se comprometeu a ajudar na distensão. Ayres Brito toma posse na presidência do Supremo em maio.

O Supremo vai precisar de mais paz, menos holofotes e vaidades exacerbadas para julgar um dos principais processos da sua história. Afinal, o homem mais poderoso do primeiro mandato do governo Lula é acusado de haver montado uma quadrilha para comprar votos no Congresso.

Os advogados da maioria dos acusados integram a primeira linha da banca. Não é uma tarefa simples. O Supremo não vai a lugar algum sem antes se recompor politicamente.

A recomposição política do Supremo não quer dizer parcialidade no julgamento. Trata-se, isso sim, de acertar procedimentos para evitar que as suscetibilidades, de alguma maneira, contaminem o julgamento.
O pronunciamento do Supremo, absolvendo ou condenando, deve ser inquestionável.

Os primeiros ensaios para o julgamento não oferecem razões para otimismo. O ministro Ricardo Lewandowski advertiu que alguns crimes do mensalão poderiam prescrever porque ele teria pouco tempo para revisar o processo.

Ato seguinte, o presidente da corte, Cesar Peluso enviou um ofício ao relator Joaquim Barbosa pedindo que ele colocasse o processo à disposição de todos os ministros.

Barbosa reagiu como era esperado pelos advogados que atuam nos tribunais superiores:
como se a declaração de Lewandowski fosse uma crítica pessoal a seu trabalho.

Em resposta, deu a entender que se sentira cobrado pessoalmente, e criticou o que chamou de "lamentável equívoco", pois os autos do mensalão estão há mais de quatro anos digitalizados e acessíveis a todos os ministros do tribunal.

Ainda alfinetou os demais ao dizer que há no STF processos bem mais antigos que o dos 40 mensaleiros.

Barbosa tem um histórico de incidentes com outros colegas do Supremo. Nesse ritmo, 2012 não será apenas o ano do Supremo, mas também o de protagonismo do primeiro ministro negro da história do Supremo Tribunal Federal.

Algum tempo depois de tomar posse, ao comentar suas desavenças com outros ministros, ele mesmo alertou que não se deveria esperar dele a atuação de um "negro submisso e subserviente".

Raymundo Costa Valor Econômico

MORADOR DE RUA NARRA AS ACUSAÇÕES CONTRA O GOVERNO

Três anos após chegar a Brasília com a intenção de ser recebido pelo presidente Lula, Rivanor de Sousa, 47, virou morador de rua e diz já ter sido preso 26 vezes por participar de protestos.
Hoje, ele narra a passantes as denúncias publicadas em jornais contra o governo. "A impunidade é um negócio muito sério. Eles fazem os desvios sabendo que a única coisa que acontece é a perda do cargo".

Minha história: O trovador da esplanada
(...)A impunidade é um negócio muito sério. Eles fazem lá os desvios das verbas (...) sabendo que a única coisa que vai acontecer é a perda do cargo

RESUMO

O morador de rua de Brasília Rivanor de Sousa, 47, tem se encarregado de espalhar pela Esplanada dos Ministérios as suspeitas de irregularidades contra auxiliares da presidente Dilma Rousseff. Em voz alta, percorre as portarias ministeriais e descreve de forma clara e minuciosa as denúncias. "Muita coisa sei por ele", diz o lavador de carro José Expedito Ribeiro, 53. Retrato de dois Brasis, Sousa -que tem celular e mora na rua- se informa por meio de jornais que encontra pelo caminho ou que são doados em bibliotecas.

Saí de Iranduba, a 22 km de Manaus, para Brasília em 2008 certo de que seria recebido pelo presidente Lula no Palácio do Planalto.

Depois de mandar 16 cartas para ele e ter todas respondidas, pensava que seria fácil encontrá-lo. Quando cheguei, bateram a porta na minha cara. Ainda vou escrever um livro: "Desvendando o enigma de um cidadão comum falar com o presidente."

Deixei minha cidade, meu barraco, e vim lutar pela Amazônia, pelo planeta, pela vida. A Dilma está passando a função do Executivo para as ONGs. Tanto é que todos os escândalos que estão vindo a tona agora têm o envolvimento de ONGs.

Sem dinheiro, fui morar na rua. Escolhi um local central perto de um posto da polícia. É difícil morar na rua. Tem muita coisa ruim. A maior parte da noite passo sem dormir. Obedeço a lei dos homens para conviver com os normais, que é o que se faz necessário.

Minha rotina começa às 9h. Tomo café num quiosque, sigo para um banheiro público onde tomo banho e parto em busca dos jornais novos ou do dia anterior que pego deixados para trás ou me são dados por uma biblioteca pública. Também recebo muita informação de servidores públicos que imprimem notícias da internet.

Enquanto tomo banho, carrego meu celular, que nunca tem crédito. Após ler os jornais vou a uma LAN house e peço para abrirem meu email. Só tem spam.

MANIFESTAÇÕES

Só a polícia deu bola para mim até agora em Brasília: já foram 26 prisões por causa de participações em manifestações. Para chamar a atenção para o que estão fazendo com a floresta, me acorrentei em frente ao Palácio do Planalto, onde despacha a presidente da República.

Vocês se lembram dos 663 atos secretos? Por conta disso fui ao Senado e taquei fogo na Constituição em frente ao gabinete do José Sarney. O que aconteceu? Fui preso, e a segurança do Congresso foi reforçada.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu arquivar uma investigação da Polícia Federal contra o Sarney e sua família. É o José Sarney inatingível pela lei.

A impunidade é um negócio muito sério. Me deixa triste. Eles fazem lá os desvios das verbas do nosso dinheiro já sabendo que a única coisa que vai acontecer é a perda do cargo.

O [Carlos] Lupi disse que só saía a bala [do Ministério do Trabalho], o [Wagner] Rossi, quando estourou o caso, já se afastou do Ministério da Agricultura dizendo que a família dele pediu para sair.

Quer logo sair fora para não desgastar o governo, sair da mídia e ficar com o dinheiro desviado, que sabe que não vai devolver.

O Cezar Peluso, na presidência do Supremo Tribunal Federal, disse que para ser preso a coisa tem que ser muito grave. Eu não sei qual é esse grave que ele fala.

AMBIÇÕES

Estou estudando as leis. Quero ser diferente da Dilma, que só obedece ordens. O Barack Obama fez aquela visita ao Brasil. Está interessado no pré-sal. Os países desenvolvidos nos dominam pela força ou pela diplomacia.

A Quarta Frota da Marinha americana estava desativada desde a Segunda Guerra e agora os americanos a reativaram e estão tomando conta daquela área do pré-sal.

Eu quero fazer um convite às potestades, aos principados para que possamos nos reunir e tratar de assuntos do interesse de toda humanidade. Estou convidando o papa Bento 16, o Obama, a rainha Elisabeth e o príncipe Charles para uma reunião.

Quero ter assento na reunião das Nações Unidas que vai acontecer no Brasil em junho. Falar a essas pessoas que se isentam de impostos e de qualquer responsabilidade sobre o desequilíbrio climático por conta da destruição da Amazônia, do planeta e da vida.

Aprendi a ler aos 39 anos no programa Brasil Alfabetizado. Três meses de curso e escrevi uma carta para o Lula. A professora viu e me acusou: "O senhor me enganou. Já sabe ler e escrever."

Fui roceiro, vendedor de peixe e trabalhei na prefeitura. Larguei tudo. Vim lutar pela Amazônia, pela vida.

ANDREZA MATAIS, ALAN MARQUES, DE BRASÍLIA
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/12/2011

QUEREM IMPOR A MORDAÇA

Não é novidade a forma de agir dos donos do poder. Nas três últimas eleições presidenciais, o PT e seus comparsas produziram dossiês, violaram sigilos fiscais e bancários, espalharam boatos, caluniaram seus opositores, montaram farsas.
Não tiveram receio de transgredir a Constituição e todo aparato legal. Para ganhar, praticaram a estratégia do vale-tudo. Transformaram seus militantes, incrustados na máquina do Estado, em informantes, em difamadores dos cidadãos. A máquina petista virou uma Stasi tropical, tão truculenta como aquela que oprimiu os alemães-orientais durante 40 anos.

A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de ideias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor. Para o PT, que segue esta linha, a política não é o espaço da cidadania. Na verdade, os petistas odeiam a política. Fizeram nos últimos anos um trabalho de despolitizar os confrontos ideológicos e infantilizaram as divergências (basta recordar a denominação "mãe do PAC").

A pluralidade ideológica e a alternância do poder foram somente suportadas. Na verdade, os petistas odeiam ter de conviver com a democracia. No passado adjetivavam o regime como "burguês"; hoje, como detém o poder, demonizam todos aqueles que se colocam contra o seu projeto autoritário. Enxergam na Venezuela, no Equador e, mais recentemente, na Argentina exemplos para serem seguidos. Querem, como nestes três países, amordaçar os meios de comunicação e impor a ferro e fogo seu domínio sobre a sociedade. Mesmo com todo o poder de Estado, nunca conseguiram vencer, no primeiro turno, uma eleição presidencial. Encontraram resistência por parte de milhões de eleitores. Mas não desistiram de seus propósitos. Querem controlar a imprensa de qualquer forma. Para isso contam com o poder financeiro do governo e de seus asseclas. Compram consciências sem nenhum recato. E não faltam vendedores sequiosos para mamar nas tetas do Estado.

O panfleto de Amaury Ribeiro Junior ("A privataria tucana") é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento, justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do governo federal.
A marca oficialista é tão evidente que, na quarta capa, o editor usa a expressão "malfeito", popularizada recentemente pela presidente Dilma Rousseff quando defendeu seus ministros corruptos.
Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou exclusivamente o seu panfleto em José Serra. O autor chegou a pagar a um despachante para violar os sigilos fiscais de vários cidadãos, tudo isso sob a proteção de uma funcionária (petista, claro) da agência da Receita Federal, em Mauá, região metropolitana de São Paulo. Ribeiro - que está sendo processado - não tem vergonha de confessar o crime. Disse que não sabia como o despachante obtinha as informações sigilosas. Usou 130 páginas para transcrever documentos sem nenhuma relação com o texto, como uma tentativa de apresentar seriedade, pesquisa, na elaboração das calúnias. Na verdade, não tinha como ocupar as páginas do panfleto com outras reportagens requentadas (a maioria publicada na revista "IstoÉ").


Demonstrando absoluto desconhecimento do processo das privatizações, o autor construiu um texto desconexo. Começa contando que sofreu um atentado quando investigava o tráfico de drogas em uma cidade-satélite do Distrito Federal. Depois apresenta uma enorme barafunda de nomes e informações. Fala até de um diamante cor-de-rosa que teria saído clandestinamente do país. Passa por Fernandinho Beira-Mar, o juiz Nicolau e por Ricardo Teixeira. Chega até a desenvolver uma tese que as lan houses, na periferia, facilitam a ação dos traficantes. Termina o longo arrazoado dizendo que foi obrigado a fugir de Brasília (sem explicar algum motivo razoável).


O panfleto não tem o mínimo sentido. Poderia servir - pela prática petista -como um dossiê, destes que o partido usa habitualmente para coagir e tentar desmoralizar seus adversários nas eleições (vale recordar que Ribeiro trabalhou na campanha presidencial de Dilma).
O autor faz afirmações megalomaníacas, sem nenhuma comprovação. A edição foi tão malfeita que não tomaram nem o cuidado de atualizar as reportagens requentadas, como na página 170, quando é dito que "o primo do hoje candidato tucano à Presidência da República..." A eleição foi em 2010 e o livro foi publicado em novembro de 2011 (e, segundo o autor, concluído em junho deste ano).


O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor. Criou a farsa do livro invisível, isto quando recebeu ampla cobertura televisiva da rede onde o jornalista dá expediente.
Junto às centenas de vozes de aluguel, Ribeiro quis transformar o texto difamatório em denúncia. Fracassou. O panfleto não para em pé e logo cairá no esquecimento. Mas deixa uma lição: o PT não vai deixar o poder tão facilmente, como alguns ingênuos imaginam. Usará de todos os instrumentos de intimidação contra seus adversários, mesmo aqueles que hoje silenciam, acreditando que estão "pela covardia" protegidos da fúria fascista. O PT não terá dúvida em rasgar a Constituição, se for necessário ao seu plano de perpetuação no poder. O panfleto é somente uma pequena peça da estrutura fascista do petismo.

Artigo de Marco Antonio Villa, publicado hoje em O Globo.

UM ANO DE DILMA E NADA A COMEMORAR.

O governo Dilma completa seu primeiro ano. O que pode ser dito sobre sua gestão até aqui? De forma resumida, o governo não parece à altura dos desafios que o país enfrenta. A sensação que fica é que a presidente deseja empurrar os problemas com a barriga, na expectativa de que cheguemos logo em 2014. Durante as eleições, foi vendida a imagem de que Dilma era uma eficiente gestora que atuava nos bastidores. Deve ser uma atuação muito discreta mesmo, pois os resultados custam a aparecer. O que vimos foi uma série de atrasos em importantes obras públicas, além do corte nos investimentos como meio para atingir as metas fiscais, já que o governo foi incapaz de reduzir os gastos correntes. A privatização dos caóticos aeroportos nem saiu ainda!

A economia perdeu força e chega ao fim do ano com crescimento pífio. O Ibovespa cai quase 20%. A inflação deve romper o topo da já elevada meta, com o setor de serviços subindo mais de 9%. Trata-se do resultado dos estímulos estatais do modelo "desenvolvimentista", que olha apenas o curto prazo. O BNDES, com seu "orçamento paralelo", tenta compensar a ausência das reformas que dariam maior dinamismo à economia. O país vive em um verdadeiro manicômio tributário, não apenas pela magnitude dos impostos, como por sua enorme complexidade. O que o governo fez? Tentou resgatar a CPMF. A receita tributária sobe sem parar, fruto da gula insaciável do governo. Para piorar, há sinais de incrível retrocesso protecionista, como na elevação do IPI para carros importados.

Nossas leis trabalhistas são ultrapassadas, distribuindo privilégios demais aos que possuem carteira assinada à custa daqueles na informalidade. As máfias sindicais vivem do indecente "imposto sindical". O que fez o governo para reverter este quadro? A demografia brasileira ainda permite algum tempo para reformar o sistema previdenciário antes de uma catástrofe nos moldes da Europa, lembrando que lá os países ao menos ficaram ricos antes de envelhecerem. Mas o Brasil, mesmo com população jovem, apresenta um rombo previdenciário insustentável. Onde está a reforma?

A educação pública no Brasil continua de péssima qualidade, e a presidente resolveu manter Fernando Haddad no ministério mesmo depois de seguidos tropeços. O MEC está cada vez mais ideologizado. Nada de concreto foi feito para enfrentar o corporativismo no setor e impor maior meritocracia. Alguns podem argumentar que existe "vontade política", mas a necessidade de preservar a "governabilidade" não permite grandes mudanças. Ora, foi o próprio PT quem buscou este modelo de poder! O presidente Lula teve oito anos para lutar por uma reforma política, mas o "mensalão" pareceu um atalho mais atraente. O governo ficou refém de uma colcha de retalhos sem nenhuma afinidade programática. Tudo se resume à partilha do butim da coisa pública.

O resultado está aí: "nunca antes na história deste país" tivemos tantos escândalos de corrupção em apenas um ano de governo. Seis ministros já caíram por conta disso, e outro está na corda bamba. E aqui surge o grande paradoxo: a popularidade da presidente segue em patamar elevado. A classe média parece ter acreditado na imagem de "faxineira" intolerante com os "malfeitos". Se a gestora eficiente não convence mais em uma economia em franca desaceleração, então ao menos se tem a bandeira ética como refúgio.


Mas esta não resiste a um minuto de reflexão. Todos os escândalos foram apontados pela imprensa, e a reação do governo sempre foi a de ganhar tempo ou proteger os acusados. O caso mais recente, do ministro Fernando Pimentel, que prestou "consultorias" milionárias entre um cargo público e outro, derruba de vez a máscara da "faxina". O caso se assemelha bastante ao de Palocci, e a própria presidente Dilma declarou que este só saiu porque quis.


Não há intolerância alguma com "malfeitos". Ao contrário, este é um governo envolto em escândalos, cuja responsabilidade é, em última instância, sempre da própria presidente, que escolhe seus ministros. É questão de tempo até a maioria perceber que esta "faxina ética" não passa de um engodo. O governo Dilma, em seu primeiro ano, não soube aproveitar o capital político fruto da popularidade elevada: não apresentou nenhuma reforma relevante; não cortou gastos públicos; reduziu os investimentos; ressuscitou fantasmas ideológicos como o protecionismo; não debelou a ameaça inflacionária; e entregou fraco crescimento. Isso tudo além dos infindáveis escândalos de corrupção. Um começo medíocre, sendo bastante obsequioso.

Artigo de Rodrigo Constantino, intitulado "Um começo medíocre", publicado hoje em O Globo.

REDEFININDO O NATAL

Natal é como cerimônias de casamento e formaturas: são eventos importantes, cheios de significados, mas potencialmente bregas. A gente fica com a sensação de que a Hebe Camargo está por trás de tudo.

São Paulo, por exemplo, desde o fim de novembro virou uma filial de Las Vegas. A cidade foi invadida por zilhões de lampadinhas piscantes. É engraçado, mas aposto como tem muito ambientalista que está gastando meia Itaipu para iluminar suas 856 luzinhas paraguaias da sala.

A trilha sonora da época já foi pior. Os supermercados estão evitando a piada fácil de tocar Simone. Mas insistem em resgatar velhas músicas de Frank Sinatra, com letras datadas sobre tobogã e lareiras. Gosto do Frank, mas toda vez em que eu vou a um Shopping Center e ouço esse tipo de música tenho a sensação de que o Amaury Jr vai pular na minha frente com uma taça de champagne na mão.

E tem essa estranha sensação de suar debaixo de um calor de 40 graus e ver neve, renas e o Papai Noel encapotado nas vitrines. Está na hora de acertarmos geograficamente o Natal. Papai Noel poderia vir de bermuda e chinelos. Eu acharia mais coerente. Aliás, seria legal avisá-lo para não perder tempo procurando chaminés nas casas. O risco é ele entrar em alguma chaminé de Cubatão e terminar no hospital com alguma infecção pulmonar.

Na verdade, a lista de elementos ridículos do natal é longa. Envolve “Ana Maria Braga de toquinha natalina” e, claro, “lista de presentes de amigo secreto”. A Folha de São Paulo publicou a dela. E, pasmem, sugeriu o disco eletrônico da Gal Costa, além dos novos trabalhos de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães. Se eu desse presentes desse naipe, não seria convidado nem para bingo.

Enfim, já que as contra indicações são inevitáveis, me resta agradecer para o santo que inventou o chocotone. Nada como chocolate e gordura hidrogenada para aliviar a barra. Feliz natal para vocês, leitores. Podem abusar do chocotone. Eu recomendo.

walter carrilho

DEPUTADO AERO WILLIS. O DEPUTADO DA PROPOSTA ÚNICA.

Eleito por conta do odioso coeficiente eleitoral levando os votos que "sobraram" do Chico Alencar do PSOL.
Jean Willis se tornou o deputado da proposta única. O conhecimento que tem de Brasil pelo visto resume-se aos GLTBSRVKPX, ou os homossexuais.
Acabou se tornando o patrono da causa homossexual no cãogresso fedemal.
Candidato dos homossexuais aproveitando do restinho de fama que ainda tinha por haver ganho o BBB se não me engano, V.
O ex famoso, é visto como um atuante deputado. Mas por incrível que pareça, eu só vejo o dito deputado falando em defesa do homossexualismo.
É certo que o Brasil é muito mais do que isso, mas na visão de alguns deputados da proposta única seus mandatos ficam patinando na mesmice de suas propostas e assim irão ensaboando seus mandatos até as próximas eleições, onde manterão um curral eleitoral e conseguirão mais outro mandato para passar mais quatro anos defendendo a mesma proposta.
Não consegue pensar em nível de unidade nacional, não se mobiliza pela moralização da política, não participa de mais nada que não tenha o viés do assunto homossexual. E é mais uma cadeira na camara fedemal que acaba se tornando inútil pára o país e útil apenas a uma causa.
Não acho que ele não deva pensar nos seus iguais e legislar em favor de suas causas, mas o Brasil é muito mais do que isso, e a mesmice de pensamento e uma pseudo liberdade transformam o Brasil no país da intolerância, onde as idéias do deputado, se tornarem leis, o mínimo que irá acontecer é uma convulsão social, onde os homossexuais serão uma casta privilegiada acima das leis e dos direitos dos cidadãos.
O que o Brasil precisa não é de leis específicas para privilegiar determinados grupos, pois assim irão criando os negros, os homossexuais, os índios, as mulheres, os boleiros, os palhaços, os medíocres, os heterossexuais, os assexuados, os estudantes, os professores, os trabalhadores, os sem terra, os sem teto, etc...etc..
Dividirão o país em grupos étnicos, sexuais, ou profissionais, criarão leis específicas para cada um deles terem sus direitos na sociedade e o Brasil irá se tornar uma colcha de retalhos legais onde cada um vai defender sua "classe" em detrimento dos privilégios dos outros. E aquele grupo que conseguir se destacar na sociedade irá se tornar o mais forte e com mais privilégios e assim certamente irá se sobrepor aos outros criando uma espécie de patrulhamento comportamental e ideológico onde o " TODOS SÃO IGUAIS PERANTE AS LEIS" ficará apenas no papel e na lembrança de uma constituição que foi axincalhada por conta dos interesses de grupos de espertalhões que perceberam que mantendo uma única bandeira de luta conseguirão manter seus mandatos indefinidamente enquanto conseguirem enganar os eleitores daquela parcela da sociedade.
E a educação que é a única forma de fazer com que uma sociedade viva em paz e sem preconceitos é atirada ao lixo por conta de uma manobra esperta de perpetuação no poder. Pois enquanto o povo for mal educado, certos políticos que empunham bandeiras em defesa de "minorias" irão mantendo seus votos.
E o caso do SR. Willis é um deles. Lutar pela divisão da população da mais votos do que pela união, pois, com educação um povo se torna cidadão, e com as migalhas de pequenos "privilégios" que certos grupos conseguem através de gente como esse deputado, os grupos pensam que são cidadãos e não percebem que acabam recebendo o cabresto eleitoral e se tornam eleitores bovinos que votam sem ideologia ou conhecimento, votam apenas para a manutenção dos poucos privilégios de seu grupo social.
E depois tem gente que ainda reclama das elites, não tem um só grupo organizado que não queira se tornar uma "elite" social.

o mascate

O RECADO CURTO E CLARO DE IVAN LINS: "É UMA VERGONHA O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO BRASIL EM MATÉRIA DE CORRUPÇÃO."

Em 18 de agosto de 2011, no festival de jazz de Ipatinga, em Minas Gerais, o show de Ivan Lins começou com a celebração da decência. O vídeo de dois minutos e meio mostra um compositor em perfeita sintonia com o país que presta

JEAN WYLLYS: "IGREJA QUE PREGA LIBERTAÇÃO PARA GAYS DEVE SER PUNIDA."

Artigos - Governo do PT
Wyllys não está incomodado com a grande mídia, que é descaradamente pró-homossexualismo. O incômodo dele está direcionado às poucas rádios, TVs e sites que pertencem às igrejas e pregam o que ele define como “injúria”.

O ativista homossexual e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), ganhador do Big Brother Brasil de 2005, afirmou em entrevista ao UOL e à Folha de S. Paulo que padres e pastores devem ser punidos por oferecerem, em seus programas de TV e rádio, recuperação, libertação ou cura da homossexualidade. Para ele, tal oferta é crime. “A afirmação de que homossexualidade é uma doença gera sofrimento psíquico para a pessoa homossexual e para a família dessa pessoa”, disse a ex-estrela do BBB.

O atuante ativista gay no Congresso Nacional afirmou que, por enquanto, os religiosos “são livres para dizerem no púlpito de suas igrejas que a homossexualidade é pecado”. Mas o problema surge, segundo ele, quando os religiosos usam os meios públicos como internet, rádio e TV para dizerem que a homossexualidade é pecado ou perversão, que para ele é “demonizar e desumanizar uma comunidade inteira, como é a comunidade homossexual”.

Na entrevista, Wyllys disse que um PLC 122 que só pune lesão corporal ou assassinato é inútil, pois o Código Penal já pune esses crimes. O PLC 122, segundo ele, deveria punir “expressões da homofobia, como a injúria”. Se um homossexual, por exemplo, se sente injuriado com informações escritas ou orais que descrevem os atos homossexuais como pecado, ele poderia acionar a polícia contra o autor das informações.

Por outro lado, pais e mães que se sentem injuriados com informações, cenas e aulas que expõem seus filhos à atividade homossexual como normal não contam com nenhuma lei de proteção, pois ao abrirem a boca para protestar contra a exposição gay eles podem sofrer represálias politicamente corretas. O clima governamental e midiático é tão violentamente pró-homossexualismo que os adultos sentem medo de expressar que eles mesmos se sentem injuriados com a carga de cenas e informações homossexuais que lhes são impostas de todos os lados.

A entrevista ainda diz:

Folha/UOL: No relatório da senadora Marta Suplicy é tratado o caso de cultos religiosos. E há uma certa leniência em relação ao que acontece dentro de templos religiosos. Como ficou essa parte e o que o sr. acha dessa abordagem.

Jean Wyllys: Eu acho que as religiões, elas têm liberdade para propagar da maneira que elas melhor escolheram, definiram, os seus valores. A sua concepção de vida boa. Isso é uma coisa garantida na Constituição e que a gente tem que defender. As religiões são livres para isso. E os pastores são livres para dizer no púlpito de suas igrejas que a homossexualidade é pecado, já que eles assim o entendem. Entretanto, eu não acho que os pastores que estão ali explorando uma concessão pública de rádio e TV tenham que aproveitar esses espaços para demonizar e desumanizar uma comunidade inteira, como é a comunidade homossexual.

Folha/UOL: Como tratar isso?

Jean Wyllys: Isso é uma injúria. É uma injúria contra um coletivo. E essa injúria motivada pela homofobia, ou seja, a promoção da desqualificação pública da homossexualidade e da dignidade, e ferindo a dignidade dos homossexuais, ela tem que ser enfrentada.

Wyllys não está incomodado com a grande mídia, que é descaradamente pró-homossexualismo. O incômodo dele está direcionado às poucas rádios, TVs e sites que pertencem às igrejas e pregam o que ele define como “injúria”.

Assim, enquanto que de um lado a população nada faz contra a exaltação do homossexualismo nos grandes meios de comunicação que sobrevivem às custas de patrocínio e verbas governamentais, a minoria gay, com ampla ajuda do Estado, quer suprimir, silenciar e até prender a maioria que quer liberdade para denunciar o pecado homossexual a partir de seus pequenos meios de comunicação.

Se o deputado-ativista gay conseguir o que quer, a única opinião permitida nas escolas, TV, rádio e internet será a glorificação do homossexualismo, expondo as crianças a um onipresente “kit gay” midiático, onde meninos e meninas aprenderão que homossexualismo é só bom e nada mais — sem jamais terem acesso a informações científicas, médicas, filosóficas e bíblicas.

Os homossexuais, sejam ativistas ou não, não podem alegar que a maciça doutrinação homossexual que eles querem para as crianças nas escolas, TV, rádio e internet tem como objetivo educar seus próprios filhos, pois o homossexualismo não gera filhos. Gera apenas doenças.

Como disse Luiz Mott, líder máximo do movimento homossexual do Brasil:

“Eu costumo falar: Nós precisamos de vocês, heterossexuais. Nós amamos vocês, para que reproduzam filhos que se tornem homossexuais: novos gays e novas lésbicas”.

A declaração de Mott se encontra registrada neste vídeo: http://youtu.be/mF3Z9dO2IBE

Sobre nós, pais e mães, fica, na visão de Jean Wyllys e Luiz Mott, a missão de ter filhos. Aos ativistas gays fica a missão de doutrinar nossos filhos no homossexualismo, para que se tornem os novos gays e as novas lésbicas que o movimento homossexual precisa.

Julio Severo, 26 Dezembro 2011

ENTREVISTA DE NIVALDO CORDEIRO A GABRIEL MARINI

Artigos - Cultura



“No fundo, estou apenas evocando aqui a tese de Platão: para que tenhamos uma nação politicamente sadia, é preciso que as almas individuais sejam sadias”.

Nivaldo Cordeiro, em entrevista concedida a Gabriel Marini, trata de temas como a crise econômica européia, criada pela crença cega no keynesianismo e no Estado-babá social-democrata, as implicações da chegada do homem-massa aos centros de poder político em nossa época, e as características da economia brasileira que obstruem o crescimento do país, entre outros assuntos.

Escrito por Gabriel Marini, 26 Dezembro 2011

SALTOS QUALITATIVOS

Artigos - Cultura

Nenhuma proposta social vinda de cérebros marxistas tem jamais – repito: jamais - as finalidades nominais com que se apresenta ao público geral.

Quando falo da transmutação de direitos humanos elementares em instrumentos de controle opressivo, por favor resguardem-se de ver nesse fenômeno um processo histórico-social espontâneo, um "resultado impremeditado das ações humanas", como diria Max Weber. É transformação planejada.

Estrategistas de grande porte controlam o processo, sabendo que os resultados finais serão muito diferentes daqueles esperados pela massa ignara de militantes, idiotas úteis e, é claro, inimigos também. Nenhuma proposta social vinda de cérebros marxistas tem jamais – repito: jamais - as finalidades nominais com que se apresenta ao público geral.

As verdadeiras finalidades só são conhecidas daqueles que têm as qualificações intelectuais para participar das discussões sérias num círculo mais discreto de planejadores e líderes. Nada é secreto, mas, na prática, a lógica da coisa é inacessível tanto aos militantes comuns quanto, mais ainda, ao público leigo.

Um exemplo clássico é a estratégia Cloward-Piven (ver em http://www.olavodecarvalho.org/semana/090305dc.html), alardeada como um plano de ajuda aos desamparados, mas, no círculo íntimo, admitida francamente como um artifício para gerar crise econômica, quebrar a previdência social e deixar, no fim das contas, os desamparados ainda mais desamparados – o que será em seguida explorado para impelir ao movimento um "salto qualitativo", passando das meras reivindicações previdenciárias ao clamor revolucionário ostensivo do Occupy Wall Street.

Tudo isso pensado com meio século de antecedência. O público leigo e mesmo os analistas políticos usuais logo perdem o fio da meada e não atinam com a continuidade do processo, enquanto os planejadores comunistas, habituados a cálculos de longuíssimo prazo, vão conduzindo o fluxo da transformação desde uma confortável invisibilidade, disfarçados em "fatores estruturais", "causas sociais" e mil e uma camuflagens verbais elegantes que impedem o público de enxergar os verdadeiros agentes por trás de tudo.

A expressão "salto qualitativo" é a chave do negócio. Nenhum intelectual marxista de certo gabarito ignora essa teoria de inspiração hegeliana, exposta por Mao Dzedong mas implícita na doutrina de Marx desde o começo. Diz ela que qualquer acumulação quantitativa, ultrapassado um certo limite, produz uma mudança da qualidade, do estado, das propriedades do fator acumulado.

O exemplo clássico dado por Mao é o da água que, aquecida, se transforma em vapor, perdendo propriedades que tinha no estado líquido e adquirindo novas que são inerentes ao estado gasoso. Não é, como pensava Mao, uma lei universal, aplicável a todas as esferas da realidade. É no entanto uma constatação empírica, que vale para certos conjuntos de fenômenos, especialmente da sociedade humana.

Baseei-me nela, por exemplo, para descrever a figura do "metacapitalista": o sujeito que enriquece tanto com a liberdade econômica que, depois de um certo ponto, já não pode mais sujeitar-se às oscilações do mercado e tem de passar a controlá-lo. A transfiguração do capitalista em monopolista é um "salto qualitativo".

A imagem da água e do vapor não é uma fórmula geral, é apenas um símbolo, que condensa analogicamente vários processos similares. Mas, dentro de certos limites, estes funcionam.

Sempre que a intelligentzia revolucionária lança campanhas que persistentemente impelem a sociedade numa certa direção, é porque sabe que o acúmulo de forças nessa direção chegará por fim a um "salto qualitativo", desviando o conjunto para um rumo totalmente diverso e produzindo resultados que a maioria sonsa contemplará atônita, sem saber de onde vieram.

Só à luz do cálculo marxista esses resultados fazem sentido, mas mesmo dentro do movimento revolucionário só os happy few sabem fazer esse cálculo e gerenciar sua aplicação racional. Não é assunto para qualquer militante bobão, nem para qualquer bobão liberal-conservador que meça o QI dos comunistas pelo dele próprio.

A facilidade com que os artífices da mutação revolucionária levam a sociedade para onde bem desejam contrasta da maneira mais patética, é verdade, com a sua total incapacidade de criar uma economia decente a partir do momento em que destroem o último inimigo e assumem o controle absoluto do poder estatal.

Os liberais, que só pensam em economia e veem a impotência do socialismo nessa área, deduzem daí que o marxismo é falso em tudo, um amontoado de besteiras que não merece atenção. Mas o marxismo só é uma teoria econômica em aparência. Ele é, a rigor, a teoria e estratégia da transformação revolucionária da sociedade – e, nesse campo, é perfeitamente realista e eficiente.

O fato de que não sirva para fazer uma economia prosperar não significa que seja incapaz de destruir muitas economias, muitas sociedades, muitas nações, e, mesmo no meio do mais majestoso fracasso econômico, aumentar o poder internacional da elite revolucionária, como de fato aconteceu desde a queda da URSS. O sentimento de superioridade que os liberais têm ante o marxismo é como o de um empresário de boxe que, por saber fazer dinheiro com esse esporte, se imaginasse também habilitado a subir ao ringue e nocautear Wladimir Klitschko.

Não existe superioridade absoluta, transferível automaticamente a todos os domínios da ação humana. Eu, por exemplo, sou capaz de fazer em picadinhos qualquer debatedor comunista que se meta a besta comigo, mas, se fosse competir com um deles em matéria de sugar verbas estatais, não saberia nem por onde começar. Quanto mais eles perdem a discussão, mais se enchem de dinheiro.

Olavo de Carvalho, 26 Dezembro 2011
Publicado no Diário do Comércio.

TRAGÉDIA, INDIFERENÇA, HIPOCRISIA

A menina chinesa Yueyue (Pequena Alegria)
26.12.2011

Choque e indignação foram as reações despertadas pelo caso da menina chinesa de dois anos de idade, atropelada várias vezes, em meio à indiferença dos passantes, na cidade de Foshan, sul da China comunista.

Numa ruela com pouco movimento de veículos, um furgão atropela a menina que, ensangüentada, fica caída sob o carro, entre as rodas dianteiras e traseiras. O furgão para por alguns instantes e em seguida retoma seu caminho, passando novamente sobre a menina, desta vez com a roda traseira.

Durante um certo lapso de tempo, diversos pedestres e motos passam junto à pequena vítima estirada no solo, sem se incomodarem. Até que um outro furgão a atropela novamente, passando também com as rodas dianteira e traseira sobre ela.

Ao todo foram 18 pessoas que transitaram indiferentes ao lado da menina, até que uma mulher a socorreu e providenciou sua remoção para um hospital, onde veio a falecer alguns dias depois (21 de outubro 2011).

O nome da menina era Yueyue, cuja tradução significa “Pequena Alegria”.

Passados os momentos mais candentes desse crime hediondo, cabe uma reflexão.

* * *

Menina chinesa no hospital. Não resistiu
A brutalidade inaudita do evento levantou em todo o mundo uma interrogação sobre a deformação moral a que o regime chinês está submetendo sua população. O materialismo crasso do comunismo é de molde a embrutecer as almas e torná-las insensíveis às tragédias humanas, mesmo as mais capazes de sensibilizar.

A perseguição aos cristãos na China é outro capítulo terrível dessa realidade.

Donde a pergunta lancinante: como pode o Ocidente, que tanto fala em direitos humanos, promover de tal modo o comunismo chinês, por meio de indústrias gigantescas, comércio avassalador e dólares sem conta? Que julgamento os atuais dirigentes das nações, responsáveis por tanta hipocrisia, merecerão de Deus e da História?

Se a morte trágica da pequena Yueyue servisse ao menos para acordar os ocidentais imersos em seu letargo e os levasse a repudiar os imensos males do comunismo — seja ele chinês, russo, cubano, vietnamita, coreano ou de qualquer outro país —, o sacrifício da “Pequena Alegria” não teria sido em vão.

Acordarão? Ou esperarão o desencadeamento dos terríveis acontecimentos previstos em Fátima por Nossa Senhora? Eis a questão.