"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SÃO JORGE DE BORDEL NEM DESCONFIA QUE FARRA FOI LONGE DEMAIS E A CASA PODE CAIR

 


Em agosto de 2005, publiquei no Jornal do Brasil, com o título “São Jorge de Bordel”, o seguinte artigo:
 
Antes da revolução dos costumes desencadeada nos anos 60, era bem menos divertida a vida de adolescente em cidade pequena. As moças se casavam virgens, motel só aparecia em filme americano, drive-in era coisa da capital. A esfregação nunca ia muito longe. E também os jovens nada saberiam de sexo se não houvesse uma zona em qualquer município com mais de 10 mil habitantes.
 
Ninguém chamava pelo nome completo ─ zona do meretrício ─ aquele punhado de casas com uma luz vermelha na varanda, plantadas no difuso território onde a cidade já acabou sem que o campo tenha começado. O mobiliário se limitava à mesa com cinco ou seis cadeiras, um sofá, três ou quatro poltronas e uma vitrola antiga. Às vezes, nem isso.
O que não podia faltar eram a cama de casal em cada quarto e o quadro de São Jorge na parede da sala.
 
Bonito, aquilo. Os trajes de guerreiro, o corcel colérico, a lança em riste, o dragão subjugado, as imagens beligerantes contrastavam esplendidamente com a expressão beatífica. Todo santo de retrato é sereno, mas nenhum se mete com monstros que soltam fogo pelas ventas. Só um São Jorge de bordel poderia arrostar tamanho perigo com aquela placidez que sublinhava o espetáculo da coragem.
 
Concentrado no duelo tremendo, o exterminador de dragões não prestava a menor atenção no que acontecia fora do retrato. Na sala, prostitutas e clientes negociavam o acerto que os levaria a algum dos quartos escurecidos pela meia-luz que eternizava o crepúsculo. Deles não paravam de chegar sons muito suspeitos, mas o santo guerreiro nada ouvia. Estava na parede para proteger a zona do meretrício, não para vigiá-la. Quem luta com dragões não perde tempo com batalhas de alcova.
 
São Jorge de bordel era chamado naquele tempo todo homem que mantinha a cara de paisagem enquanto desfilavam a um palmo do nariz iniqüidades, bandalheiras e delinqüências. O filho abandonara os estudos, a filha se apaixonara pelo cafajeste do bairro, a mulher vivia arrastando vizinhos para o quarto do casal, o sobrinho furtava as economias da avó — e a tudo seguia indiferente o chefe de família. Como um São Jorge de bordel.
 
Como um São Jorge de bordel sempre agiu Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Roberto Teixeira nunca lhe cobrou aluguel pela casa onde Lula viveu durante oito anos. O inquilino fez de conta que nem notou. Em 2002, sobrou o dinheiro que faltara às campanhas anteriores. Lula não fez perguntas sobre o milagre. Tampouco quis saber quem financiara a milionária festa da vitória na Avenida Paulista.
 
Instalado no gabinete presidencial, não enxergou as agudas mudanças na paisagem. Bons parceiros como Djalma Bom estacavam na secretária do ajudante de ordens. Entravam sem bater na sala presidencial aliados como Pedro Correia ou Valdemar Costa Neto. Fundadores do PT eram expulsos do partido. Roberto Jefferson ganhava cheques em branco.
 
Sílvio Pereira e Delúbio Soares se tornaram clientes assíduos da casa, ganharam salas para negociar com a freguesia, assimilaram hábitos de novo-rico. Lula não ouviu o ronco do Land Rover de Silvinho nem a barulheira dos jatinhos de Delúbio. Não percebeu que sindicalistas promovidos a diretores de banco agora usavam gravata borboleta.
 
Despertado pelo ruído provocado por Waldomiro Diniz, voltou a dormir depois das explicações sussurradas por José Dirceu. Lula não ouviu o governador de Goiás, Marconi Perillo, assombrado com a desenvoltura dos trambiqueiros aliados que tentavam comprar mais deputados. Não quis ouvir a mesma denúncia repetida por Roberto Jefferson. Não enxergou a expansão do pântano. Não viu as marcas de lama nos tapetes do Planalto.
 
Num prostíbulo de antigamente, a figura protetora desceria da parede para botar ordem na casa. No Brasil submerso na crise, o presidente só quebra o silêncio de São Jorge de bordel para berrar improvisos insensatos. Em seguida, volta ao retrato.
Que outros santos nos socorram.
 
Voltei para concluir o resumo da ópera. Passados sete anos, o São Jorge de São Bernardo segue fingindo que de nada soube, nada viu e nada ouviu. A fila dos mensaleiros condenados aumenta. Marcos Valério começou a abrir a medonha caixa preta.
 
Pela primeira vez, como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, uma alta patente da quadrilha confirmou que falta alguém no banco dos réus do Supremo. Nem assim o chefe da seita se anima a falar em mensalão. Acha que vai ficar pendurado na parede até o fim dos tempos.
 
Não percebeu que a farra na zona foi longe demais. Nem desconfia que a casa pode cair a qualquer momento.

17 de setembro de 2012
Augusto Nunes


 

IMAGEM DO DIA

 
Incêndio atingiu a favela do Moinho, na região de Campos Elísios, no Centro de São Paulo e foi controlado pelo Corpo de Bombeiros
Incêndio atingiu a favela do Moinho, na região de Campos Elísios, no Centro de São Paulo e foi controlado pelo Corpo de Bombeiros - Caio Kenji/Folhapress
 
17 de setembro de 2012

PARA O FINANCIAL TIMES, O PIB DO BRASIL ENTRA NO TERRITÓRIO DA PIADA

DORMINDO OU PENSANDO NO PIB?
   
Em junho, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a previsão de crescimento do PIB (produto interno bruto) brasileiro de apenas 1,5% feita pelo banco Credit Suisse era uma “piada“.

Agora que metade das projeções das instituições financeiras aponta uma expansão de 1,57% ou menos da economia neste ano, o jornalista Jonathan Wheatley, do Financial Times, aproveitou a oportunidade para fazer a sua própria graça.

Ele publicou artigo publicado no blog BeyondBrics com o título: “PIB do Brasil entra no território da piada”.

Wheatley lembra que o ministro chegou a projetar uma expansão de 4% para a economia brasileira neste ano, mas recentemente baixou a estimativa para 2,5%.

“Com as atuais condições da economia global, é difícil para qualquer país conseguir uma melhora na produção industrial. Mas outras economias da América Latina – Chile, Peru e México – estão crescendo mais rápido do que o Brasil, em parte por causa de políticas mais abertas e menos protecionistas. A relutância do Brasil em seguir esse caminho está começando a mostrar que tem um custo”, opina o jornalista.

17 de setembro de 2012
Sílvio Guedes Crespo - O Estado de São Paulo

NOBLAT:VALÉRIO GRAVOU QUATRO CÓPIAS EM QUE CONTA TUDO DO MENSALÃO DE LULA

Ricardo Noblat
 
Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros.

Teria a ver, segundo os estudiosos, com a paisagem das cidadezinhas de horizonte limitado, os depósitos de ouro e de pedras preciosas explorados no passado até se esgotarem, e a cultura do segredo e da desconfiança daí decorrente.

Não foi a imprudência que afundou a vida de Marcos Valério. Foi Roberto Jefferson mesmo ao detonar o mensalão.

Uma vez convencido de que o futuro escapara definivamente ao seu controle, Valério cuidou de evitar que ele se tornasse trágico.

Pensou no risco de ser morto. Não foi morto outro arrecadador de recursos para o PT, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André?

Pensou na situação de desamparo em que ficariam a mulher e dois filhos caso fosse obrigado a passar uma larga temporada na cadeia. E aí teve uma ideia.

 

Ainda no segundo semestre de 2005, quando Lula até então insistia com a lorota de que mensalão era Caixa 2, Valério contratou um experiente profissional de televisão para gravar um vídeo.

Poderia, ele mesmo, ter produzido um vídeo caseiro. De princípio, o que importava era o conteúdo. Mas não quis nada amador.

Os publicitários de primeira linha detestam improvisar. Valério pagou caro pelo vídeo do qual fez quatro cópias, e apenas quatro.

Guardou três em cofres de bancos. A quarta mandou para uma das estrelas do esquema do mensalão, réu do processo agora julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Renilda, a mulher dele, sabe o que fazer com as três cópias. Se Valério for encontrado morto em circunstâncias suspeitas ou se ele desaparecer sem dar notícias durante 24 horas, Renilda sacará dos bancos as três cópias do vídeo e as remeterá aos jornais O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. (Sorry, VEJA!)

O que Valério conta no vídeo seria capaz de derrubar o governo Lula se ele ainda existisse, atesta um amigo íntimo do dono da quarta cópia.

Na ausência de governo a ser deposto, o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula. Lama que petrifica rapidinho.

A fina astúcia de Valério está no fato de ele ter encaminhado uma cópia do vídeo para quem mais se interessaria por seu conteúdo. Assim ficou provado que não blefava.

Daí para frente, sempre que precisou de ajuda ou consolo, foi socorrido por um emissário do PT. Na edição mais recente da VEJA, Valério identifica o emissário: Paulo Okamotto.

Uma espécie de tesoureiro informal da família Lula da Silva, Okamotto é ligado ao ex-presidente há mais de 30 anos.

No fim de 2005, um senador do PT foi recebido por Lula em seu gabinete no Palácio do Planalto. Estivera com Valério antes. E Valério, endividado, queria dinheiro. Ameaçava espalhar o que sabia.

Lula observou em silêncio a paisagem recortada por uma das paredes envidraçadas do seu gabinete. Depois perguntou: "Você falou sobre isso com Okamotto?"

O senador respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Acionado, Okamotto cumpriu com o seu dever. Pulou-se outra fogueira. Foram muitas as fogueiras.

Uma delas foi particularmente dramática.

Preso duas vezes, Valério sofreu certo tipo de violência física que o fez confidenciar a amigos que nunca, nunca mais voltará à prisão. Prefere a morte.

Valério acreditou que o prestígio de Lula seria suficiente para postergar ao máximo o julgamento do processo do mensalão, garantindo com isso a prescrição de alguns crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República.

Uma eventual condenação dele seria mais do que plausível. Mas cadeia? E por muito tempo?

Impensável!

Pois bem: o impensável está se materializando. E Valério está no limiar do desespero.

17 de setembro de 2012
Globo Online

LULA AGORA CULPA MÁRCIO THOMAZ BASTOS POR TER JOAQUIM BARBOSA NO STF

 


BASTOS LEVANDO A CULPA


Não foi uma nem duas, mas diversas foram as ocasiões em que Lula reclamou com Márcio Thomaz Bastos sobre a indicação de Joaquim Barbosa para o STF.

Em tom extremamente desaforado.

17 de setembro de 2012
Por Lauro Jardim - Radar - Veja Online

EXECUTIVA NACIONAL DO PT CONVOCA MILITÂNCIA PARA DEFENDER LULA

 
EM PLENO JULGAMENTO DO MENSALÃO, PT QUER DEFENDER SEU LEGADO


O PT divulgará em instantes uma nota na qual a Executiva Nacional convoca a militância petista, os parlamentares e governantes, “para uma batalha do tamanho do Brasil”.

Sem se referir ao mensalão e às revelações feitas por VEJA, a cúpula petista fala em “obter grandes votações” nas eleições de outubro e fazer a defesa “do partido, do ex-presidente Lula, dos mandatos e lideranças, bem como do legado dos nossos governos, que melhoraram as condições de vida e fortaleceram a dignidade do povo brasileiro”.

Explicações sobre a participação de Lula no mensalão, que é o que interessa, nada.

17 de setembro de 2012
Por Lauro Jardim - Veja Online

RASGUEM AS ROUPAS E JOGUEM CINZAS SOBRE A CABEÇA

 

 
Lula veria o cargo de ministro do supremo como uma função qualquer, como por exemplo, o ministério da cultura ou o da energia para o qual poderia indicar uma pessoa com os neurônios afetados por consumo excessivo de uma erva qualquer ou um quadro de partido que tenha, no máximo, uma noção de que eletricidade se gera com turbina.
 
Mas o Ministro do Supremo (maiúsculo pela honra que o cargo merece), especificamente deve ter reputação ilibada e notório saber.
 
E Toffolli passou pela sabatina do senado, que tinha dever de corrigir qualquer erro de conceito do Sr. Lula. Apesar de ser incapaz de responder adequadamente perguntas do Sr. Álvaro Dias e ponderações do Senhor Pedro Simon, Toffolli acabou aprovado em votação secreta.
 

 Como se a posição de ministro fosse o melhor lugar para aprender a ser magistrado para este advogado que não conseguiu acesso à magistratura por exame para a carreira.
Portanto o senado abdicou de sua função de coibir excessos. Aceitou a premissa de que Lula pode transformar uma orelha de jegue num sapatinho de cristal, assim como tem tentado fazer com Fernando Haddad.
 
O luto pela presença de Toffolli o STF se estende ao Senado que não obstou seu acesso, com isto praticamente confirmando a existência de estranhos campos de força nos bastidores (Talvez remunerações, talvez mensalões?).
 
O país rasga as vestes e joga cinzas sobre a cabeça em luto.
 
Não pelo trabalho atual do STF, mas porque o país se obriga a ouvir as baboseiras do magistrado atuando num processo em que deveria julgar se dirigir à corte como se advogado de defesa fosse.

E sim pelo fato de que os dispositivos constitucionais para evitar tal impostura foram totalmente inócuos.
 
A ação Crime de Responsabilidade movida por dois advogados contra dias Toffolli, que deu entrada no Senado Federal em 22 de agosto. (1)
 
Possivelmente já exista hoje a vontade do Senado de dissociar-se dos abusos extremos dos últimos anos. Talvez não precisemos tolerar um magistrado mal formado, e até mesmo sem consciência das próprias limitações, por mais 20 ou 25 anos no supremo.
 
(1) Fonte: O Estado de São Paulo. “José Antonio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, é alvo de denúncia por crime de responsabilidade, que será apresentada nesta quarta-feira ao Senado. Evocando a Constituição e o regimento interno da Casa, os advogados Guilherme Abdalla e Ricardo Salles, filiado ao PSDB, e do Movimento Endireita Brasil, questionam a atuação do ministro no julgamento do mensalão.
 
Na representação, é descrita a ação de Toffoli como advogado do PT e do ex-ministro José Dirceu, réu no caso: “Compete privativamente ao Senado processar e julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade, notadamente quando o denunciado ?proferir julgamento quando, por lei, seja suspeito na causa?”.
 
Em julho, o advogado Paulo Araújo pediu ao Supremo a suspeição de Toffoli, mas a Corte não considerou a petição.

17 de setembro de 2012
Ralph J. Hofmann
 

ENTRAR É FÁCIL...

 

Recebo um email de meu amigo Jorge Malaquias dos Santos, o Filósofo do Engenho da Rainha, que diz o seguinte:

“Da Melhor Qualidade, andei tirando umas chapas com aquela máquina Kodak Instamatic que você me deu, lembra?. Pois é, fiz uma coleção onde animais irracionais se enfiam em situações estranhas. Sei que você aprecia o ramo por isso estou te mandando algumas”.



“Como você pode ver entrar é fácil, mas tirá-los é que são elas e, muitas vezes, essa tarefa pode ser muito, mas muito difícil mesmo, veja”:

 
17 de setembro de 2012
Giulio Sanmartini

VALÉRIO BOTOU A BOCA NO TROMBONE

 

Umas das provas mais marcantes da falta de caráter do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a forma vil como usam as pessoas e depois as descartam como papel higiênico usado.


O sistema foi usado com o empresário Marcos Valério, recém condenado, por nove dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal STF, pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, sentiu que tinha sido largado falando sozinho.
Ele, em 2005, havia-se comprometido a ficar de boca calada em troca de promessas: primeiro de impunidade, depois quando a Procuradoria Geral de República mostrou toda a podridão, a coisa foi mudada para penas brandas.
 

Ele cumpriu sua parte, mas os petista roeram a corda e ele pode ser condenado a uma pena de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.

Temendo que possa ter um fim como o de Celso Daniel, ele resolveu botar a boca no trombone e está soprando com toda a força.

Segundo ele, o então presidente era o “fiador” dessas negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. “Lula era o chefe”,afirmou. Valério contou também que os empréstimos do Banco Rural às suas agências só foram autorizados pelo ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, porque Lula deu seu aval.

Com ajuda do Planalto, o empresário também teria sido recebido no Banco Central para negociar a suspensão da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, cuja massa falida era de interesse do Rural.

Valério relatou ter tido encontros com o ex-presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Os ministros do STF já consideram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro – com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores – não foi um favor a ele, mas ao governo Lula.

Os empréstimos, repetiu Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. “Se você é um banqueiro. você nega um pedido do presidente da República?”

A primeira conversa foi dentro de um carro, em Belo Horizonte, a caminho do Aeroporto de Pampulha. Nessa ocasião, conta, Delúbio lhe pediu ajuda.

“Ele precisava de uma empresa para servir de espelho para pegar um dinheiro”. A parceria deu certo e desaguou no mensalão. Hoje, os dois estão no banco dos réus. Valério se sente injustiçado. Especialmente na parte da acusação que diz respeito ao desvio de recursos públicos do Banco do Brasil. Ele jura que esse dinheiro não caiu no caixa da corrupção.

“No processo tem todas as notas fiscais que comprovam que esse dinheiro foi gasto com publicidade. Não estou falando que não mereço um tapa na orelha. Não é isso. Concordo em ser condenado por aquilo que eu fiz”.

O mensalão, que Lula negou à exaustão a sua existência, está aí mesmo firme, forte e inquestionável.
Agora que a “merda garrou” de verdade para o facinoroso Lula, resta esperar para ver como é que fica.

17 de setembro de 2012
Giulio Sanmartini
(1) Fonte: Veja.

REPORTAGEM DE VEJA ATINGE A CÚPULA DO PT, QUE ACIONOU A TROPA DE CHOQUE PARA ATACAR JORNALISTAS

 

VALÉRIO ABRIU A BOCA...

Sinal vermelho – O desespero desembarcou de uma vez na seara petista. Sem conseguir reverter o péssimo desempenho dos candidatos da legenda nas capitais brasileiras e temendo os efeitos colaterais da reportagem da última edição da revista Veja, em que Marcos Valério acusa Lula de ter sido o comandante do mensalão, o PT já acionou sua tropa cibernética para infernizar a vida dos jornalistas que não se renderam às ofertas da camarilha vermelha.
 
Qualquer texto contra o governo do PT é considerado tentativa de golpe ou, então, carregado de ideias reacionárias. Foi esse o conteúdo do e-mail enviado ao ucho.info, acusado de alienar o povo, desvirtuar o trabalho (sic) do governo e favorecer o liberalismo e o mercado financeiro. A acusação se faz absurda porque o acusador prefere ignorar o fato de que os banqueiros jamais faturaram como nos oito anos em que o fanfarrão Lula esteve no Palácio do Planalto.
 
Tudo o que estiver fora do modelo totalitarista e criminoso adotado pelo PT é utopia, pelo menos para esses senhores que continuam acreditando estar na árvore genealógica de Aladim, quando na verdade são descendentes diretos de Ali Babá. Para esses saltimbancos que surrupiam a verdade dos fatos, uma crítica fundamentada é inflar a sociedade contra ditadores confessos que se escondem atrás de discursos ufanistas.
 
Com a chegada da revista Veja às bancas de jornal de todo o País, o PT decidiu ressuscitar o imbróglio que marcou a eleição presidencial de 2010 e que ainda não ficou esclarecido. Na manhã de domingo (16), um dos soldados cibernéticos, amestrados pelo partido, distribuiu aos jornalistas contrários ao status quo o conteúdo do livro “Privataria Tucana”, que traz material requentado com informações sobre as privatizações realizadas na era FHC.
 
Trata-se de uma atitude tão desesperada quanto a de Marcos Valério Fernandes de Souza, com uma monumental diferença.
O que o publicitário afirma é verdade. No tocante às privatizações promovidas por Fernando Henrique Cardoso, o PT teve tempo suficiente para condená-las, mas não o fez porque sabia que mais adiante teria de repetir o mesmo modelo, o que está acontecendo em relação aos aeroportos, rodovias e ferrovias.
Ao criticar as privatizações da era FHC, o Partido dos Trabalhadores simplesmente assume a incompetência, quiçá não tenha feito algum acordo para permanecer calado, considerando que o processo teve ilegalidades inquestionáveis.
 
A preocupação do PT em âmbito nacional ficou evidente no comício que Lula fez, em Salvador, para o candidato petista Nelson Pelegrino, segundo colocado na corrida à prefeitura da capital da capital dos baianos.
 
Para estocar o democrata Antônio Carlos Magalhães Neto, primeiro colocado nas pesquisas, o ex-presidente acionou seu conhecido discurso galhofeiro e disparou:
 
“Se esse cidadão (ACM Neto) teve coragem de dizer que queria bater no presidente da República adivinha o que ele vai fazer com camelô aqui em Salvador”.
 
Sub-relator da CPI dos Correios, ACM Neto disse, à época, que seu desejo era dar uma “surra” no então presidente, que ordenara à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) o monitoramento do parlamentar. Para reforçar sua fala bravateira, Lula foi além e disse ser “importante que a gente não tenha memória curta”.
 
O ex-metalúrgico está coberto de razão, pois a memória curta, turbinada pela ignorância política, impediu a sociedade de perceber até então o viés criminoso do governo mais corrupto da história nacional.
 
Não fosse a coragem de muitos ministros do STF e o desespero de Marcos Valério, que ora se traduz em delações, a memória do brasileiro continuaria não apenas curta, mas anestesiada.

17 de setembro de 2012
ucho.info

PORTA-RETRATO

 

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FUGINDO DA RAIA – Acusado de ser o comandante do Mensalão do PT, Lula chega acompanhado da assustada Marisa Letícia e protegido por seguranças a evento de Fernando Haddad e evita a imprensa (Agência Estado)
 
17 de setembro de 2012
in ucho.info

MERCADO FINANCEIRO REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO PIB E ESCANCARA AS MENTIRAS PALACIANAS

 



Perna curta – O governo da presidente Dilma Vana Rousseff continua faltando com a verdade quando o assunto é o encolhimento da economia nacional. Ainda ministro da Fazenda e alvo de galhofas constantes no mercado financeiro, o petista Guido Mantega disse, há dias, que no segundo semestre a economia está em franca expansão.
Para reforçar sua afirmação, Mantega destacou as recentes medidas adotadas para garantir a retomada do crescimento econômico.

Pela sétima semana consecutiva, analistas do mercado financeiro reduziram a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, caiu e desta vez passou de 1,62% para 1,57%. Para o próximo ano, a projeção do crescimento econômico foi mantida em 4%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (17) e constam do Boletim Focus, do Banco Central, órgão que está sob o guarda-chuva do Ministério da Fazenda.

Também têm piorado, há 16 semanas seguidas, as projeções para a retração da produção industrial, este ano. Desta vez, a estimativa de queda passou de 1,89% para 1,92%. No próximo ano a expectativa é que haverá recuperação, com crescimento de 4,25%, menor que a estimativa anterior (4,5%).

Tais dados mostram não apenas a falta de competência dos palacianos para enfrentar a crise, mas a teimosia do governo em não promover reformas estruturais e definitivas, começando pelo setor tributário, que sacrifica diuturnamente os cidadãos. De tal modo, torna-se impossível acreditar na fórmula mágica anunciada por Dilma e Mantega, de que a economia reagirá com base no consumo interno.

Diferentemente do que alega a presidente da República, que recentemente saiu em defesa do seu antecessor, a herança deixada pelo messiânico e agora enrolado Luiz Inácio da Silva é muito maior do que se imaginava. Durante os oito anos em que esteve no Palácio do Planalto, Lula se dedicou à conivência com a corrupção e a manter no ar uma bolha de virtuosismo que começa a estourar.

17 de setembro de 2012
ucho.info

DIANTE DA OUSADIA CRESCENTE DO CRIME ORGANIZADO, POLÍCIA NÃO PODE AGIR COM DELICADEZA E FIDALGUIA

 


Chumbo trocado – Quando questões decorrentes da insegurança ocupam o cardápio do cotidiano, a população não demora a reclamar dos governantes, até porque a segurança pública é um dos itens a que o cidadão tem direito por determinação da Constituição Federal. Essa cobrança, que ao longo dos anos tem encontrado enorme guarida no ucho.info, exige providências por parte do Estado, pois o cidadão não pode viver refém da violência e do medo.

No contraponto, quando o Estado age no combate ao crime organizado, respondendo à altura aos ataques dos bandidos, sempre há alguém de plantão para falar em direitos humanos, como se fosse uma prerrogativa apenas dos fora da lei.
No caso da ação da Polícia Militar paulista que enfrentou e matou nove criminosos e prendeu outros cinco marginais em Várzea Paulista, pequena cidade do interior de São Paulo, há os que entendem que a operação policial foi demasiada.
A PM desmontou um tribunal paralelo mantido por facções criminosas para decidir o destino daqueles que cometem crimes que contrariam as regras do comando do grupo. Momentos antes da ação policial, os criminosos haviam absolvido um acusado de estupro.

Para esse tipo de situação existe o Poder Judiciário, a quem compete julgar e condenar, desde que provas existam contra o acusado. Não se pode ser complacente com o Estado paralelo, imposto pelo crime organizado, sob pena de a sociedade passar a viver em interminável bambolê, sem saber a quem respeitar.

Questionado sobre a operação que ficou a cargo da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que agiu com base em denúncia anônima, o governador Geraldo Alckmin foi claro ao responder: “Duas coisas são importantes.

Primeiro, quem não reagiu está vivo. Segundo, nós tínhamos um grande número de criminosos com armamento extremamente pesado, participantes de uma facção criminosa, e que a polícia surpreendeu a todos deles”.
E há quem enxergou nessa resposta ranço da ditadura militar, quando a polícia matava a esmo e sumia com os cadáveres. As situações são totalmente diferentes e quem buscar explicações no passado quer aproveitar o momento eleitoral para causar tumulto.

Querer arrastar Alckmin para a era plúmbea nacional só interessa àqueles que enxergam na complacência com os criminosos uma forma de manter o País sob o manto da desordem, o que permite a instalação de modelos totalitaristas, as chamadas ditaduras.

Todas as vezes que o Estado fraqueja diante do crime, vem à baila a tese da tolerância zero, sistema de segurança pública que tem funcionado em diversos locais ao redor do planeta, como em Nova York, que há anos deixou de ser uma cidade violenta. Tratar com benevolência bandidos fortemente armados e com poder de reação é incentivar o crime organizado, dando aos mesmos a falsa sensação de que o Estado não sabe como enfrentá-los.

Esses tribunais paralelos, que da noite para o dia passaram a rechear os programas policialescos da televisão, existem há muito tempo. No sistema carcerário esses tribunais clandestinos funcionam em diversas unidades prisionais e servem para selar o destino daqueles que desrespeitam as regras impostas pelas facções. Não importa se o acusado transgrediu na prisão ou enquanto estava em liberdade. A sentença é decidida e a ordem dos chefões cumprida à risca e sem demora.

Há anos, em uma delegacia da capital paulista, um preso foi julgado e condenado à morte, por decisão dos chefes da organização criminosa que domina o sistema penal no mais importante estado brasileiro. Cumprida de forma cruel, a execução se deu em questão de minutos e o acusado foi esquartejado com o uso de lâminas de barbear. Resumindo, diante do ataque e marginais a polícia não deve ostentar candura.

17 de setembro de 2012
ucho.info

ZÉ DIRCEU EM GUANTANAMO?


Após o julgamento do mensalão, e "SE" a camarilha vermelha for condenada à prisão.

Acho que deveriamos fazer um movimento para que todos eles fossem cumprir suas penas em CÚba.

Uma vez que Fidel I, o Imorrível, é o mentor e guru dessa ninhada de vagabundos que adoram ir até a ilha para lamber as mofadas bolas do grande líder.

Não seria o máximo?
Mandar essa cambada para perto de quem idolatram?

Fidel é unanimidade entre as Ratazanas Vermelhas, Chequérvara o grande herói. O sistema de governo e a democracia implantada por eles há mais de 50 anos na ilha, tornaram aquele país um sucesso, um verdadeiro paraíso na terra para se viver. Tanto que a cambada vermelha está há quase 12 anos tentando copiar o modelo aqui em Banânia.

Nada mais justo que premiar a vagabundagem da estrela vermelha com uma hospedagem básica na prisão de Guantanamo.

Assim eles cumpririam suas penas, e nos horários de banho de sol poderiam ficar agarrados às grades olhando de longe o pulsante e alucinante desenvolvimento daquela pocilga caribenha.

E no mais, ainda poderiam receber as visitas da múmia barbuda para dar apoio moral ou fazer discursos contra "azelites", a burguesia e o imperialismo americano.

Agora temos que pedir ao governo Duzestaduzunidos se eles aceitam que enviemos lixo humano para ser depositado em suas instalações.
Hay que endurecer, pero si perder la ternura jamás.
 
E do jeito que vai, é bom guardarem uma cela para o Sebento.
 
17 de setembro de 2012
omascate
 

HOUVE COMPRA DE VOTOS, DIZ BARBOSA

E pois, corrupção passiva. Ou: Ministro que inocentar parlamentares desse crime estará antecipando voto em favor de Dirceu, acusado de corrupção ativa

O relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, afirmou que houve inequívoca compra de votos. O Capítulo VI da denúncia inclui, por exemplo, parlamentares do PP. Ele lembrou que, à época, o partido não pertencia à base do governo e que seus votos eram importantes para aprovar projetos do Planalto.
 
Contesta, assim, a principal tese dos defensores dos réus, segundo a qual seus clientes não precisavam ter seus votos comprados, porque estariam automaticamente alinhados com o governo.
 
Os ministros reconhecerem ou não a compra do voto vai caracterizar – ou não – a “corrupção passiva”. Caso os parlamentares sejam inocentados desse crime, não haverá como condená-los por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha (ver post das 6h35 desta manhã).
Nesse caso, teríamos uma situação realmente interessante: todas as pessoas envolvidas com a dinheirama até que ela chegasse às mãos dos políticos teriam cometido crime – afinal, foram condenadas. Quando, no entanto, a grana bateu no bolso dos parlamentares, ela estaria limpa!
 
Seria, convenham, uma justiça bastarda!
 
Tudo está encadeado. Reconhecida a corrupção passiva no caso dos parlamentares, é preciso caracterizar quem praticou a corrupção ativa – e aí se chega a José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares – além, claro, de Marcos Valério e seus sócios.
 
Assim, fiquem atentos: os ministros que decidirem inocentar os parlamentares do crime de corrupção passiva estarão antecipando um voto em favor de Dirceu — e, pois, assando a pizza para os políticos, depois da severidade com os banqueiros e com o publicitário e seus sócios.
 
17 de setembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

BRASIL "PUTÊNCIA" - BIS (BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS): BRASIL N'AO ESTÁ PREPARADO PARA NOVA CRISE



O Brasil e a América Latina não estão tão preparados para resistir a uma nova crise mundial como há quatro anos, quando a quebra do Lehman Brothers jogou a economia do planeta em seu pior momento em 70 anos.

A avaliação é do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que pede maior rigor fiscal e deixa claro que, ao contrário do cenário dos últimos anos, países emergentes já não conseguirão sustentar o crescimento da economia mundial diante da nova desaceleração.

Para a entidade, a situação da América Latina permitiu que, em 2008 e 2009, a crise mundial gerasse um impacto relativamente menor na região que nos anos 90. Mas, agora, uma nova recessão não seria apenas uma "marolinha" e a entidade alerta que não haveria o mesmo espaço fiscal para políticas anticíclicas.
Os fundamentos macroeconômicos teriam perdido força. "Particularmente preocupante é a deterioração da situação fiscal e do balanço de contas correntes", avaliou.
Em 2007, o Brasil tinha um superávit em suas contas correntes em relação ao PIB, de 0,11%. Já em 2011 o BIS alerta que existe um déficit de 2,11%.O Estado de S. Paulo
17 de setembro de 2012

E NO BRASIL MARAVILHA DOS FARSANTES... POLÍTICA FISCAL ARDILOSA

 
 


Discretamente, como costuma agir em situações como essas, o governo do PT começa a lançar mão de artimanhas contábeis e financeiras para tentar mostrar aos contribuintes que tem condições de cumprir as metas de superávit primário fixadas para este ano, mesmo concedendo vantagens tributárias para determinados setores da economia quando a arrecadação federal registra queda na comparação com a de 2011.

Um claro sinal de que o governo enfrenta dificuldades crescentes para cumprir a meta de R$ 139,8 bilhões de superávit primário - isto é, a diferença entre receitas e despesas não financeiras, necessária para cobrir as despesas com a dívida pública - fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para este ano foi a publicação, no Diário Oficial da União, de um decreto e duas portarias permitindo que a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) transferissem R$ 4,5 bilhões para o Tesouro.

O fato de essa transferência ter sido feita com o resgate antecipado de títulos que venceriam em 2027 (no caso da CEF) e 2035 (no caso do BNDES) - ou seja, com antecipação de 15 e 23 anos - torna intrigante essa operação, sobre a qual o Ministério da Fazenda nada quis comentar.

Por meio dela, as duas instituições financeiras controladas pelo governo pagaram antecipadamente ao Tesouro Nacional (R$ 1,499 bilhão pela CEF e R$ 3,07 bilhões pelo BNDES) dividendos que só deveriam ser recolhidos no ano que vem.

O valor foi contabilizado em agosto como receita do Tesouro.Ou seja, os resultados de agosto, que o Tesouro só deverá anunciar na última semana deste mês, já estarão devidamente maquiados.

Uma observação sobre o valor transferido para o Tesouro pela CEF dá outra indicação de que a política fiscal do governo começa a ser gerida de maneira ardilosa. Poucos dias antes da publicação das medidas que autorizaram a transferência antecipada de dinheiro para o Tesouro, a CEF havia recebido aporte de capital de R$ 1,5 bilhão, o que garante a expansão de suas operações de crédito sem ferir as regras de prudência bancária.

O dinheiro para isso saiu do Fundo Soberano, que é controlado pelo Tesouro, mas não foi lançado como despesa. A antecipação de dividendos feita pela CEF, no entanto, entra comoreceita.

Parece que as duas partes ganham - a CEF tem sua estrutura de capital fortalecida, o que lhepermite ampliar as operações; o Tesouro tem receita adicional, o que melhora suas contas - e ninguém perde.

Mas há, por certo, uma perda. Trata-se da credibilidade do governo.

Dificuldades para o cumprimento da meta de superávit primário deste ano são cada vez mais visíveis. Nos sete primeiros meses de 2012, o setor público financeiro cumpriu apenas metade (ou 50,95%) da meta anual.

É clara a deterioração dos resultados em relação ao ano passado. No período janeiro-julho de 2011, o superávit correspondeu a mais de 70% da meta.

Para atingir a meta cheia - isto é, sem utilizar recursos permitidos pela lei, como o abatimento de até R$ 20 bilhões de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do conjunto de despesas -, como o governo continua a anunciar que fará, os ganhos dos últimos cinco meses do ano terão de ser praticamente iguais aos dos sete primeiros.
Normalmente, porém, os últimos meses são os que registram as maiores pressões por gastos.Tem sido prática do governo ajustar o superávit primário utilizando os dividendos pagos por empresas estatais. A previsão de receitas com dividendos em 2012 é de R$ 26,5 bilhões, mas, até julho, haviam sido arrecadados R$ 10,9 bilhões, bem menos da metade do valor previsto para todo o ano e menor do que o de igual período de 2011, de R$ 11,8 bilhões.

As principais fontes dessas receitas para o Tesouro - BNDES, Banco do Brasil e Petrobrás - tiveram forte queda de lucros no primeiro semestre.
Em vez de praticar manobras que pouco melhoram os resultados, mas corroem sua credibilidade, o governo deveria reconhecer que está com problemas na área fiscal - melhor, deveria mostrar que está disposto a enfrentá-los, com a redução de gastos.


O Estado de S. Paulo
17 de setembro de 2012

MENSALÃO: UM CAPÍTULO E 23 RÉUS

 
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José Dirceu: corrupção ativa
Ministro da Casa Civil no começo do governo Lula, foi acusado de ser o chefe da quadrilha que subornou parlamentares para fortalecer a base de apoio governista. Deixou o cargo no auge do escândalo, reassumindo o mandato de deputado federal, que acabou sendo cassado.
José Genoino: corrupção ativa Presidente do PT na época, foi acusado de ser o interlocutor político da quadrilha, propondo acordos e vantagens financeiras aos partidos que comporiam a base do governo. Atualmente é assessor especial no Ministério da Defesa.

Delúbio Soares: corrupção ativa
Então tesoureiro do PT, indicava a Marcos Valério os nomes dos beneficiários e os valores que receberiam. Expulso do PT no auge do escândalo, foi readmitido no partido em 2011.

Marcos Valério: corrupção ativa
Apontado como operador do mensalão, foi acusado de pegar empréstimos fictícios por meio de suas empresas (SMP&B, DNA Propaganda e Graffiti) e distribuir o dinheiro a parlamentares. Já foi condenado pelo crime de corrupção ativa no desvio de recursos do Banco do Brasil e da Câmara dos Deputados. Também já foi considerado culpado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Rogério Tolentino: corrupção ativa
Advogado da SMP&B, foi acusado de agir conjuntamente com Marcos Valério para viabilizar o esquema criminoso. Já foi condenado pelo crime de lavagem de dinheiro.

Cristiano Paz: corrupção ativa
Sócio de Valério, tinha, segundo o Ministério Público, conhecimento dos delitos, tendo participado do esquema criminoso. Já foi condenado pelo crime de corrupção ativa no desvio de recursos do Banco do Brasil e da Câmara dos Deputados. Também já foi considerado culpado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Ramon Hollerbach: corrupção ativa
Sócio de Valério, tinha, segundo o Ministério Público, conhecimento dos delitos, tendo participado do esquema criminoso. Já foi condenado pelo crime de corrupção ativa no desvio de recursos do Banco do Brasil e da Câmara dos Deputados. Também já foi considerado culpado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Simone Vasconcelos: corrupção ativa
Diretora financeira da SMP&B, foi acusada de fazer saques e repassar o dinheiro a parlamentares. Já foi condenada por unanimidade pelo crime de lavagem de dinheiro.

Geiza Dias: corrupção ativa
Gerente financeira da SMP&B, era a responsável por encaminhar ao Banco Rural os nomes dos destinatráios dos recursos. Já foi absolvida pelo crime de lavagem de dinheiro, uma vez que a maioria dos ministros entendeu que ela ocupava uma posição subalterna e apenas cumpria ordens.

Pedro Corrêa: quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PP de Pernambuco e presidente do partido, foi acusado, juntamente com os deputados Pedro Henry (PP-MT) e José Janene (PP-PR), de receber R$ 4,1 milhões do valerioduto. Teve o mandato cassado em 2006.

Pedro Henry: quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PP de Mato Grosso, foi acusado, juntamente com os deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e José Janene (PP-PR), de receber R$ 4,1 milhões do valerioduto. Foi absolvido pela Câmara no processo por quebra de decoro. Exerce atualmente o cargo de deputado.

João Cláudio Genu: quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Assessor do líder do PP na Câmara, José Janene (já falecido), recebia pessoalmente no Banco Rural os recursos do valerioduto destinados ao partido.
Enivaldo Quadrado: quadrilha e lavagem de dinheiro
Dono da corretora Bônus Banval, que segundo o Ministério Público lavou dinheiro para o PP.

Breno Fischberg: quadrilha e lavagem de dinheiro Dono da corretora Bônus Banval, que segundo o Ministério Público lavou dinheiro para o PP.

Valdemar Costa Neto: quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PL de São Paulo e presidente do partido, recebeu R$ 8,89 milhões do valerioduto. Renunciou em 2005 para escapar da cassação, mas voltou ao Congresso e hoje é deputado pelo PR (partido que sucedeu o PL).

Jacinto Lamas: quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Tesoureiro do PL, atuou como intermediário de Valdemar Costa Neto na operação de lavagem de dinheiro do valerioduto.

Bispo Rodrigues: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PL do Rio, recebeu R$ 150 mil do valerioduto. Disse que o dinheiro era para o diretório estadual do partido, renunciou ao mandato e perdeu o posto religioso que tinha na Igreja Universal.

Anderson Adauto: corrupção ativa
Ex-ministro dos Transportes na cota do PL, foi acusado de ter sido a ponte entre o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para viabilizar o repasse de recursos do valerioduto para o PTB. Atualmente é prefeito de Uberaba (MG). Não concorre à reeleição.

Roberto Jefferson: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PTB do Rio e presidente da legenda, recebeu R$ 4 milhões em nome do partido. Delator do esquema, teve o mandato cassado em 2005.

Romeu Queiroz: corrupção passsiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PTB de Minas, foi acusado de ajudar o então presidente do partido, o deputado federal José Carlos Martinez (já falecido), para receber recursos do valerioduto. Foi absolvido pelos colegas no processo de cassação.

Émerson Palmieri: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Apontado como tesoureiro informal do PTB, foi acusado de ter auxiliado Roberto Jefferson a receber R$ 4 milhões do valerioduto.

José Borba: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Deputado federal pelo PMDB do Paraná, foi acusado de receber R$ 200 mil do valerioduto. Atualmente é prefeito de Jandaia do Sul (PR). Não concorre à reeleição.
RÉU PARA QUEM O MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE ABSOLVIÇÃO
Antônio Lamas: formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Assesor do PL, foi acusado de ser intermediário de Valdemar da Costa Neto no recebimento de recursos do valerioduto. Mas a PGR pediu sua absolvição por falta de provas.
 
17 de setembro de 2012
camuflados

A FORMAÇÃO DE UMA BOLHA IMOBILIÁRIA

Estudo do IPEA denuncia que alta do preço dos imóveis é irrealista e insustentável




Até que enfim os analistas decidiram acordar para a gravidade da questão imobiliária. Um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que a alta dos preços de casas, terrenos e apartamentos nos últimos anos está resultando em valores irrealistas, incompatíveis com os movimentos de oferta e procura do mercado e, portanto, insustentáveis.

Os economistas Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida calculam que os preços tiveram alta de 165% na cidade do Rio de Janeiro e de 132% em São Paulo entre janeiro de 2008 e fevereiro deste ano, contra uma inflação de 25% no período. Com intervalos de tempo menores, em razão da indisponibilidade de dados mais antigos, também se constataram aumentos bem superiores à inflação em capitais como Recife, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza.

Os pesquisadores constataram a possibilidade concreta de existência de uma bolha no mercado de imóveis no Brasil, que pode estourar com a possível elevação futura dos juros. Bolhas especulativas acontecem, pela definição mais usual, quando os preços sobem simplesmente porque os investidores e compradores acreditam que os preços subirão ainda mais no futuro.

Reportagem de Gustavo Patu, na Folha, mostra que não é simples determinar se uma disparada de preços é uma bolha ou se está amparada em transformações da economia ou da sociedade. Na verdade, as bolhas só podem ser determinadas com certeza quando estouram.
E é aí que mora o perigo. No caso dos imóveis brasileiros, realmente não existe justificativa para uma alta tão absurda.
Bem, este é um estudo do IPEA na gestão de Márcio Pochmann. Agora, sob comando de Marcelo Neri, o economista que inventou a tal classe média com renda familiar de R$ 1,2 mil, tudo pode piorar.

17 de setembro de 2012
Carlos Newton

PROPOSTA INDECENTE ALTERA LEI ORGÂNICA E PERMITE QUE AGU NOMEIE SEM CONCURSO




Em tempo de crescimento da terceirização e de progressivo aparelhamento da máquina administrativa, através dos mais criativos artifícios, o governo acaba de enviar
ao Congresso Nacional projeto de lei complementar alterando a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União (AGU).



A proposta limita a ação dos advogados e procuradores da AGU e permite a nomeação de pessoas de fora da carreira, não concursadas, para ocuparem cargos no órgão. Pela proposta, elas serão consideradas integrantes da carreira, com todas as prerrogativas.

Hoje, somente o advogado-geral da União pode ser de fora do quadro da AGU. Os demais postos são exclusivos de servidores, incluindo o procurador-geral da União e o consultor-geral.

A AGU tem 7.481 integrantes entre advogados da União, procuradores federais e procuradores da Fazenda Nacional.

O presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), Marcos Luiz Silva, afirmou que a categoria critica a mudança. Além de se queixar de não ter participado das discussões sobre o anteprojeto, que vem sendo elaborado desde a gestão de Antonio Dias Toffoli na AGU, vejam só que coincidência, a associação afirma que a proposta é “autoritária”, “retrógrada” e visa “ao aparelhamento da instituição”.

Por que esse governo não acaba logo com os concursos públicos e privatiza os empregos, só para nomear parentes, amigos e correligionários que não conseguem passar nas provas, como o jurista Dias Toffoli? Seria uma atitude mais coerente e honesta.

MALUFISTAS ESTÃO APOIANDO RUSSOMANO E HADDAD TENTA RECUPERAR O APOIO DO PP


O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, indicou que pretende chamar o PP do aliado Paulo Maluf para compor seu governo caso seja eleito. Ele disse que o partido é independente do ex-prefeito e que “pode apoiar governos legitimamente eleitos”.


Aliança complicada…

No dia anterior, Haddad negou dar cargo a Maluf e disse que ele “não vai levar nada” pela aliança em caso de vitória sua.

“O PP vai ser banido da vida política nacional em função de um integrante? É um partido que pode ou não apoiar apoiar governos legitimamente eleitos? Na minha opinião, sim”, afirmou, em sabatina promovida pela Record News e pelo R7.

Além de defender o partido, o petista lembrou que o PP também faz parte da base dos governos Dilma e Alckmin e disse que seu adversário José Serra (PSDB) também tentou negociar aliança com o ex-prefeito.

Mais cedo, Haddad disse que vai escolher sua equipe por critérios técnicos, mas não descartou dar cargos aos aliados. “Não é esse o critério. Não é religioso, não é partidário”, afirmou. “Se a pessoa tem qualidade técnica eu não vou pedir ficha de filiação a partido nenhum. Nem ao meu nem a nenhum”, disse.

A aliança entre PT e PP foi formalizada em junho, dias após o Ministério das Cidades nomear um aliado de Maluf, Osvaldo Garcia, para a Secretaria de Saneamento Ambiental.

O acordo rendeu mais de um minuto de tempo de TV para Haddad e vem sendo alvo de críticas na propaganda eleitoral de Serra.

17 de setembro de 2012
Luiza Bandeira (Folha)