"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 18 de abril de 2012

DELÚBIO SERÁ ASSESSOR DO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO


Delúbio prometeu se reabilitar: “Verdinhas, agora, só na salada”


CASA DA MÃE JOANA – O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foi chamado para integrar a assessoria do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.

O convite partiu de Renan Calheiros, nomeado esta semana titular do conselho. “Não podemos prescindir do notório saber de Delúbio em arrecadação e recursos não-contabilizados”, justificou o senador alagoano.

Questionado por um repórter sobre qual poderia ser a contribuição do novo assessor, o senador João Alberto, presidente do Conselho de Ética, afirmou: “Delúbio vem para somar, é claro, mas vem sobretudo para dividir comigo e com os outros 14 integrantes da comissão”.

O convite marca a volta triunfal de Delúbio Soares à política. Expulso de seu partido há cinco anos e meio, ele pediu ontem sua reintegração, dada como certa pelos analistas.

Com os olhos marejados, ele disse ter sentido muita falta do convívio com os colegas. “Sou PT de coração e de mensalão”, afirmou. “Foi no partido que me formei e formei o patrimônio de tantos amigos.”

O senador petista Eduardo Suplicy festejou o convite feito a Delúbio. “Não há por que punir uma pessoa indefinidamente”, disse.

Num discurso na tribuna do Senado, que começou às 13h e terminou às 18h, o petista elogiou o arrependimento manifesto pelo ex-tesoureiro. “Perdão foi feito pra gente pedir”, arrematou Suplicy, antes de emendar com o samba Atire a primeira pedra, de Ataulfo Alves.

18 de abril de 2012
the i-piaui herald

É POSSÍVEL CONSUMIR MAIS DE UM PLANETA?

Muita gente acha estranho quando se diz que a humanidade já está consumindo 1,5 planeta (um planeta e meio). Mas, segundo a metodologia da pegada ecológica, o mundo deverá atingir o consumo equivalente a 2 planetas entre 2030 e 2050, dependendo da continuidade do ritmo das loucuras do modelo atual.

Mas como é possível consumir mais de um globo terrestre?
A resposta é simples: não existe apenas um planeta Terra, mas dois, um planeta vivo e um planeta morto. O primeiro está na superfície e o segundo no subsolo.

O planeta morto é composto por material orgânico decomposto e que foi fossilizado em decorrência dos efeitos da pressão e das temperaturas elevadas atuando durante milhões de anos junto ao processo de soterramento.
A matéria orgânica é constituída por substâncias contendo carbono na sua estrutura molecular. A queima deste carbono transforma este material em combustíveis fósseis.

O carvão mineral, o petróleo e o gás natural são os combustíveis fósseis mais utilizados, servindo para colocar em movimento as locomotivas, trens, carros, caminhões, navios, além de gerar eletricidade para toda a cadeia produtiva da economia (inclusive hospitais e escolas) e para o consumo particular das famílias.

Os combustíveis fósseis, além de serem finitos, provocam grande poluição, sendo um dos principais responsáveis pelo efeito estufa que aquece a atmosfera da Terra, gerando mudanças climáticas. A utilização dos combustíveis fósseis possibilitou que a população humana e a economia apresentassem um crescimento sem precedêntes nos últimos 200 anos.

A humanidade se espalhou por todo o planeta, em muitos casos, destruindo biomas e comprometendo a qualidade das águas, ao mesmo tempo que a capacidade de regeneração da Terra é reduzida. Num processo de crescimento permanente da pegada ecológica, o ser humano tem ultrapassado as fronteiras planetárias.

Porém, cabe a pergunta: é possível consumir mais de um planeta?
Sim, no curto e médio prazo, da mesma forma como é possível uma pessoa gastar mais do que recebe.
Tudo depende das condições herdadas. Suponha que uma pessoa herdou uma empresa com um capital de R$ 10 milhões de reais, propiciando uma receita líquida mensal de R$ 20 mil para o herdeiro proprietário.
Mas suponha que este felizardo resolva gastar em média R$ 30 mil por mês. Provavelmente este proprietário conseguirá viver nesta situação por 20 ou 30 anos.
Todavia, irá certamente à falência depois de destruir o patrimônio herdado. Este tipo de situação acontece com frequência e está explícito naquele velho provérbio: “Pai rico, filho nobre, neto pobre”.

Jorginho Guinle é um “bom” exemplo de pessoa que passou toda a vida torrando os recursos herdados. Segundo a Wikipedia:
“Jorge Guinle (1916-2004) foi um socialite, playboy e herdeiro milionário brasileiro. Viveu a época áurea do Rio de Janeiro entre a década de 1930 e 50, onde conheceu e acredita-se que tenha tido relações amorosas com diversas atrizes de Hollywood. Residiu no hotel Copacabana Palace (fundado por seu tio, Octávio Guinle) até a sua morte, gabando-se de nunca ter trabalhado na vida. Jorge se orgulhava de ter gasto a fortuna de quase cem milhões de reais que lhe foi deixada de herança”.

De certa forma, a humanidade está seguindo o princípio de Jorginho Guinle de viver dos recursos da herança e gastar mais do que a mãe Terra oferece. A humanidade está vivendo da riqueza deixada e acumulada durante milhões de anos em forma de combustíveis fósseis.
Porém, a economia e a renda per capita mundial crescem na medida em que essa herança é, literalmente, queimada.
Ao mesmo tempo em que a humanidade está consumindo e torrando o planeta morto vai também destruindo ou danificando seriamente as matas, os rios, os lagos e os oceanos. Ou seja, a humanidade está utilizando um modelo de desenvolvimento que consome a herança do passado e destrói as bases da vida do futuro.

A falta de compromissos sérios por parte dos governos e das Conferências da ONU indica que este processo deve continuar até 2050. Provavelmente, em meados do século XXI, os cerca de 9 billhões de habitantes do mundo estarão em situação semelhante àquela da senilidade de Jorginho Guinle.

Ou seja, a humanidade vai estar com um passivo contábil muito grande, mas sem a contrapartida do ativo natural para sustentar o padrão de vida alcançado.
A continuidade deste processo vai tornar quase impossível a sobrevivência de todos os seres vivos depois que a humanidade queimar os restos do planeta morto e destruir o planeta vivo.

18 de abril de 2012
José Eustáquio Diniz Alves é doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE. Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal.

OPOSIÇÃO QUER OUVIR DONO DA DELTA NA CPI

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou nesta quarta-feira que um dos primeiros requerimentos que vai apresentar à CPI do Cachoeira tem por objetivo convocar o presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish. Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que a Delta Construções é investigada pela suspeita de ter montado uma rede de laranjas para lavar dinheiro em uma triangulação com outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda.

A reportagem publicada nesta quarta-feira informa que, segundo o Ministério Público, houve prática de lavagem de dinheiro em operações que movimentaram mais de R$ 25,8 milhões entre 2010 e 2011. Análise da lista de beneficiários de pagamentos realizados pela Alberto e Pantoja indica que a Delta pode ter abastecido contas bancárias em nomes de pessoas que negam, publicamente, ter recebido as quantias registradas na perícia da Polícia Federal (PF).

Segundo o inquérito da Operação Monte Carlo, da PF, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu atuava com Carlinhos Cachoeira e seu grupo para obter vantagens e contratos com o poder público. "É inevitável ouvi-lo", afirmou o líder tucano em referência a Fernando Cavendish. Mesmo antes do início dos trabalhos da CPI, previsto para começar na semana que vem, Dias já começou a elaborar o requerimento para tentar levá-lo para falar na comissão.

"É preciso esclarecer esta relação do Cachoeira com a Delta, o uso de empresas de fachada", disse Alvaro Dias. O líder tucano também pretende ouvir Cavendish sobre uma gravação divulgada na internet em que o dono da Delta teria dito que é "fácil comprar políticos". No ano passado, Dias apresentou uma interpelação judicial em que pede ao empreiteiro que dê os nomes para quem ele teria oferecido propina.
 
18 de abril de 2012
coroneLeaks
(Estadão)

DEPUTADA QUER PRISÃO PREVENTIVA DE ONGNELO QUEIROZ

A pessedista distrital Celina Leão pediu ao Superior Tribunal de Justiça a decretação de prisão preventiva de ONGnelo Queiroz, governador que substituiu com louvor a Zé Arruda, Pai dos Panetones. Ela alega que houve e continua havendo intervenção direta de ONGnelo nas investigações criminais em curso contra ele.

Reprodução/Div
Para ela, o governador que vem se saindo pior que a encomenda, teria mexido e mexe os pauzinhos da máquina administrativa e pior ainda: andou e anda se valendo do levantamento de informações para chantagear testemunhas.

O pedido caiu nas mãos do ministro César Asfor Rocha, relator do processo que trata do desvio de verbas no Ministério do Esporte, no tempo regulamentar de ONGnelo como ministro.

Leão ruge que as investigações criminais "foram e podem continuar a ser deturpadas, em face da possível organização criminosa agindo no seio do governo do DF em prol dos interesses individuais do governador".

Reprodução/Internet
A deputada distrital garante que, ao mais puro "jeito PT de governar que Lula nos ensinou" ONGnelo estaria "apagando os vestígios da sua ação criminosa mediante levantamento clandestino de informações para chantagear testemunhas".

Celina Leão vai fundo e denuncia o que chama de utilização da máquina administrativa, por meio de "abuso de poder de demitir e contratar servidores comissionados, bem como a liberação de grandes quantias para empresas ligadas a aliados políticos".

Pelo visto e pelas denúncias do que vinha fazendo e ainda faz, as alegações de Celina Leão, entram por um ouvido e saem pelo outro de ONGnelo Queiroz.
 
18 de abril de 2012
sanatório da notícia

NO PDT, O ÚLTIMO A SAIR QUE APAGUE A LUZ...

Reportagem de Juliana Castro, em O Globo, mostra que a volta de Carlos Lupi à presidência do PDT, em janeiro deste ano, após o escândalo que o derrubou do Ministério do Trabalho, foi a gota d’água para militantes históricos do partido.

Em reunião no último dia 14, no Rio, integrantes do Movimento de Resistência Leonel Brizola resolveram que vão pedir desfiliação da legenda nos próximos dias. A debandada, dizem eles, pode chegar a 40 pessoas.
Alguns estão no PDT desde a fundação, há mais de 30 anos. Entre aqueles que entraram na fila da saída, está João Leonel Brizola, sobrinho do ex-governador Leonel Brizola.

O objetivo é fazer uma saída coordenada, com o lançamento de um manifesto com fortes críticas à atuação do comando do partido e ao que chamam de “práticas lupistas”.

- Não há como se manter sob a liderança de um Carlos Lupi, uma pessoa incompetente e que não tem moral – diz João Leonel Brizola, afirmando ainda que presidente do PDT é uma pessoa desqualificada.

Segundo ele, o desânimo é total ao ver que nomes como o do deputado federal Miro Teixeira (RJ) e o senador Pedro Taques (MT) continuam no partido, sob a liderança do ex-ministro do Trabalho.

- Brizola era um líder, não era um homem de acordos e negociatas – completou, ao lembrar as diferenças dos comandos de Lupi e Brizola.

Outros herdeiros de Brizola, como os irmãos Juliana, Carlos e Leonel, ainda continuam do partido, porém já se unem para tentar tirar a presidência de Lupi.
Além do sobrinho de Brizola, estão de saída Vivaldo Barbosa, ex-secretário de Justiça do governo Brizola, o ex-deputado José Maurício e Ronald Barata, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio.

- Nós vamos agora procurar articular a formação de uma frente de esquerda para atuar daqui para frente – diz Vivaldo Barbosa, no partido desde 1981.
Procurado para falar sobre as críticas do grupo, Lupi evitou comentar o assunto:
 “Eu acho que no processo democrático você faz o que quiser, desde a critica até a saída do partido”.

18 de abril de 2012

A OUTRA NUVEM

Para quem já deu mais de sessenta voltas em torno ao Sol, os acontecimentos de infância e adolescência pertencem a um passado já distante, do qual as atuais gerações já nem têm idéia. Nasci na época da linotipia, tecnologia que há muito foi para os museus. Fiz curso de datilografia. Suponho que hoje muito jovem jamais tenha visto uma máquina de escrever. Sou da época pré-televisiva, em que as pessoas – no interior, pelo menos – saíam de suas casas para conversar e fazer o footing em torno à praça. Isto, hoje, é da alçada da História. O homem de mais idade sempre tem um pouco de historiador.

Com a passagem do tempo, observamos o tempo. Há as mudanças bruscas: o automóvel, a televisão, o computador. Esta última, a meu ver, foi a mais rápida e transformadora. Em meados de minha vida, isso de falar com alguém vendo seu rosto e movimentos em uma tela era tecnologia de Guerra nas Estrelas. Hoje faz parte da vida de cada um, como algo que sempre tivesse existido.

E há também as mudanças mais sutis, só ao alcance do observador mais atento. Se contemplo o mundo contemporâneo a partir de uma ótica de minha juventude, tenho de convir que, nas últimas décadas, não foi só a nuvem de poluição que aumentou sobre as cidades. Uma outra nuvem bem mais nefasta se instalou hoje sobre todas as urbes, a espessa nuvem da mediocridade e da conseqüente valorização do fútil.

Houve época em que admirávamos o homem de boas leituras, o cultor da boa música e da grande arte. Cada cidadezinha do interior sempre tinha um latinista, que podia ser o pároco, o juiz de direito ou algum advogado. Eram pessoas respeitadas, que gozavam de uma aura de sapiência. Hoje, nem os padres conhecem latim, a lingua franca da Igreja.

Na Dom Pedrito de meus dias de adolescente, então com 13 mil habitantes, tínhamos o Dr. Márcio Bazan. Cada um de seus artigos, publicados no Ponche Verde, o vibrante matutino local, como dizíamos ironicamente, tinha mais latim que português. Nós fingíamos que entendíamos e tínhamos pelo latinista um respeito sagrado.

Por osmose, arranhávamos um grego básico. As mulheres não tinham traseiro, mas lordo. Quando eram lindas, medíamos suas belezas em mili-helênios, isto é, a capacidade que tem uma mulher de fazer naufragar mil navios. E gostávamos de lascar uns quousques tandems de vez em quando. Ouvía-se rádio, mas a cultura era transmitida basicamente pelos livros. Não havia, naqueles dias, a indústria da literatura infanto-juvenil. No máximo, Monteiro Lobato. Não nos era estranho, lá pelos quinze anos, começar a ler os clássicos.

A época era da vitrola, mas se cultivava a boa música, tanto popular como erudita. Na época dos CDs e iPods, curte-se mais bate-estaca que outra coisa. A indústria do best-seller e do show business invadiu o mundo contemporâneo e hoje soa à heresia não gostar dos Beatles ou Rolling Stones. Multidões que nada ou quase nada entendem de inglês se aglomeram aos milhares, erguendo as mãos aos novos ídolos como os jovens alemães erguiam as suas para Hitler ou aplaudem o papa. Sou visto, por alguns de meus interlocutores, como elitista, por gostar de autores clássicos ou música erudita.

Pior ainda, a palavra elite passou a ter um conceito pejorativo. Se um dia elite significou o que é o mais desejável, hoje virou palavra sinônima de discriminação e preconceito. Ou você gosta do que a maioria gosta, ou está se pretendendo superior aos demais. Esta palavrinha também foi amaldiçoada. Se um dia falávamos em culturas superiores e culturas inferiores, hoje esta distinção virou crime. Como dizia Discépolo em Siglo XX Cambalache, nada es mejor, todo es igual.

Passei minha adolescência discutindo Platão e Aristóteles, Tomás de Aquino e Agostinho, Montaigne e Montesquieu. Não vivia em nenhuma metrópole, mas naquela cidadezinha de 13 mil habitantes. E se eu discutia, é porque tinha com quem discutir. Devorávamos os livros que nos chegavam às mãos e buscávamos em Rivera ou Montevidéu o que não havia em Dom Pedrito. Tive, na ocasião, um grave atrito com uma irmã do Colégio do Horto. Havia lido El Hombre Medíocre, de José Ingenieros, e me fascinei por um outro título, Hacia una Moral sin Dogmas. Encomendei-o de Montevidéu, pela irmã Helena. Mal ela voltou de viagem, fui voando ao Horto.

- Sim, eu trouxe o livro. Mas não posso te dar.
- Como disse, irmã?
- Não posso te dar. Esse livro é perverso, me queima nas mãos.

Sinal que o havia lido. Mais tarde irmã Helena largou o hábito, e creio ter dado uma modesta mãozinha à sua libertação. Aleguei que de nada adiantava sua recusa. Agora mesmo é que queria ler Ingenieros. A irmã cedeu a meus argumentos. O livro nada tinha de satânico. Mas para quem vive no claustro, tudo que o cerca cheira à perversão.

Não vejo mais esta busca desesperada por um livro, como se dele dependesse a vida. E a verdade é que depende. Há alguns anos, em Madri, recebi a visita de sobrinha muito querida, pessoa inteligente e capaz de grandes vôos. Mostrando a cidade para ela, levei-a à Plaza España, onde está aquela estátua clássica do Quijote e Sancho Panza. Aqueles dois, disse, não preciso te apresentar.

Precisava. Ela não tinha idéia de quem fossem. Isso não é culpa de uma pessoa inteligente. É culpa da escola, que subtraiu do ensino os clássicos universais e passou a fornecer medíocres autores nacionais. Fiquei pasmo. Não conseguia conceber como uma universitária, de seus vinte e tantos anos, jamais houvesse ouvido falar do Quixote. Em meus dias de ginásio, eu lia De Bello Gallico. No original. Não que eu julgue que todo jovem deve ter lido Cervantes. É leitura difícil e exige sofisticação. Mas a ninguém é permissível ignorar estes dois personagens.

Em compensação, ela acrescentou algo à minha erudição. Certa vez, veio de Santa Maria a São Paulo para assistir ao U2. O que é isso? – perguntei. Foi a vez dela ficar pasma. Posso ser obsoleto. Mas considero que se entende melhor o homem e o mundo lendo Cervantes ou Júlio César do que curtindo roqueiros.

Houve um livro que dividiu minha vida em dois, o Ecce Homo, do Nietzsche. Para um jovem sufocado pela propaganda de Roma, sorver Nietzsche era como beber água límpida, não poluída pelos construtores de mitos. Passei inclusive a estudar alemão, para degustar no original seus ditirambos. Mas a vida tem outros projetos para os que nela entram, e acabei aprendendo sueco. De qualquer forma, Nietzsche foi decisivo para minha libertação. É autor que deve ser lido quando se é jovem. Depois de maduros, de pouco ou nada adianta.

Quantos jovens, hoje, terão ouvido falar de Cervantes ou Nietzsche? Em compensação, demonstram extraordinária erudição quando discorrem sobre bandas de rock. Outros livros me ensinaram mais ainda sobre o homem, o mundo e sobre mim mesmo. Mas se hoje sou como sou, isto eu o devo ao pensador alemão. Em meus dias de magistério, me perguntava uma aluna:

- Professor, verdade que a leitura transforma?

Ou seja, já se perdera a idéia de que a leitura transforma. Uma doença ou uma viagem também transformam, mas a transformação mais vital sempre é dada pela leitura. Ninguém conhece o mundo sem ler. Mesmo quem viaja não o conhece bem, se não se fizer acompanhar de um bom autor. Minhas aluninhas gostavam de ler Clarice Lispector ou Graciliano Ramos. Não porque apreciassem seus livros. É que eram fininhos.

Em meus dias de guri, se encontrasse pessoa mais velha que me falasse de história, viagens, geografia ou literatura, eu calava a boca e era todo ouvidos. Hoje, velho e com conhecimento de mundo, raramente encontro jovens que queiram me ouvir. Meus interlocutores, salvo uma honrosa exceção, são quase todos de minha idade. A honrosa exceção está estudando alemão e quer ler Nietzsche no original. Um dia chega lá.

Estes dias de Internet são propícios à leitura. Qualquer um tem acesso aos clássicos mesmo em cidades onde não mais existem bibliotecas. Mas desconfio que a moçada, de modo geral, prefere baixar filmes ou música. Ou publicar abobrinhas no Facebook. Não digo que vá se discutir a enteléquia aristotélica nas redes sociais. Mas não precisavam publicar tanta bobagem.

Ainda há pouco, comentei reportagem de Veja sobre a leitura, na qual o repórter se congratulava com o fato de o brasileiro estar lendo mais. Mas está lendo o quê? Paulo Coelho ou padre Marcelo, Zíbia Gasparetto ou Lauro Trevisan, Thalita Rodrigues ou Gabriel Chalita. Melhor fossem os brasileiros analfabetos. Na época, leitores me contestaram, acusando-me de elitista por desprezar a leitura destes senhores. Ou seja, chegamos a um ponto em que denunciar a mediocridade é condenável.

Verdade que, neste blog, sempre pesco almas jovens que querem entender o mundo. Nem tudo está perdido. É minha paga, melhor que qualquer salário.


18 de abril de 2012
janer cristaldo

"NINGUÉM PRESSIONA JUIZ DO SUPREMO" - DIZ LEWANDOWSKI. ISSO VALE PARA LULA TAMBÉM, CERTO?


Há certas coisas curiosas. Mais de uma vez critiquei discursos de ministros do Supremo que, muitas vezes, na falta de um argumento lógico ou sustentando no texto da lei, apelaram à chamada “voz rouca das ruas”. O único dever de um juiz é decidir segundo a voz clara da lei. Se não é tão clara, a sua interpretação tem de estar conforme, ao menos, o espírito do texto. Muito bem.

Leio num texto do Portal G1 que o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão — hoje, o início do julgamento só depende dele —, afirmou que “ninguém pressiona juiz do Supremo”. Que bom! Tomara que não mesmo! Eu só não entendi a quem ele está se referindo. “Pressão”, em sentido estrito, quem faz até agora foram os petistas, como Lula, Rui Falcão e João Paulo Cunha, aquele que tentou marcar audiência com cinco ministros do Supremo. Leiam o texto. Volto em seguida.
*
O julgamento do caso, que vai determinar a responsabilidade de 38 réus no suposto esquema de compra de apoio político no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depende somente da liberação de Lewandowski, revisor do relatório do ministro Joaquim Barbosa.

“Ninguém pressiona juiz do Supremo Tribunal Federal. Jamais ocorreu isso na história. Nem os próprios colegas têm condições ou teriam condições de pressionar outro colega. O juiz da Suprema Corte é absolutamente independente.
A Constituição lhe garante isso”, afirmou o ministro.
Nesta terça (17), em entrevista ao jornalista Gerson Camarotti, do Jornal das Dez, da Globo News, Lewandowski já havia rechaçado as supostas pressões. “Assim como eu não pressiono meus pares, também não aceito nenhuma pressão em relação a qualquer processo que esteja em tramitação no meu gabinete”, declarou na entrevista.

Ainda assim, afirmou que o processo é importante e merece ser julgado com a “maior celeridade possível”. “Evidentemente, eu respeito a opinião pública brasileira, entendo que é um processo importante, que merece e que deverá ser julgado com a maior celeridade possível”, afirmou.
(…)

Voltei
A pressão como manifestação da vontade de parcelas consideráveis da sociedade brasileira é legítima. Observem que ninguém está tentando obrigar Lewandowski a condenar quem quer que seja. O que se quer saber — com a mais absoluta legitimidade, já que ele é um funcionário graduado do estado brasileiro e, pois, dos brasileiros — é a razão da demora. Há de haver alguma. Certamente Lewandowski não decidiu fazer o que o latino Horácio recomendava que os poetas não fizessem: começar seu trabalho pelo nascimento das musas.


Passaram-se já seis anos desde as denúncias feitas por Roberto Jefferson, com uma pletora de evidências de crimes e pilantragens apresentadas pela CPI e pela imprensa. Será que o ministro reconhece, ao menos, a legitimidade da manifestação da sociedade em favor de um desfecho? Ninguém está tentando lhe impor uma sentença. Que inocente quem quiser. Mas que não impeça os demais de expressar seu julgamento.

A despeito da garantia dada por Ayres Britto de que o mensalão será julgado ainda neste ano, pouco importando o processo eleitoral, todos sabemos que a conjuntura conspira contra caso Lewandowski decida esperar, por exemplo, a saída de Cezar Peluso e até do próprio Britto.
O ministro negue o que quiser, mas sabe que não pode negar que foi, sim, pressionado pelo próprio Lula, com cuja família mantém uma relação de amizade, a retardar a apresentação do seu trabalho de revisão. Sabe que isso aconteceu. Sabe que isso é verdade. Não consta que tenha vindo a público reclamar de pressão.

Ora, dou meu voto de confiança ao ministro, né? Espero que as pressões do Apedeuta lhe tenham entrado por um ouvido e saído por outro. Eu, por exemplo, não reivindico que Lewandowski apresente logo o seu texto só para que prove a sua independência e para que evidencie que suas afinidades eletivas não interferem em seu juízo. Nada disso! Reivindico que ele cumpra o dever porque há houve tempo suficiente para isso.

“Ah, essa coisa do tempo é relativa e subjetiva…” Não é, não! Basta ver há quanto tempo estão disponíveis para os ministros os dados todos que interessam para que se tome a decisão. Entendo que lewandowski queira rechaçar a pressão das ruas. Mas ele não tem como rechaçar a pressão do óbvio.
18 de abril de 2012
Por Reinaldo Azevedo

MENSALÃO E DEMÓSTENES COM O MESMO RELATOR NO STF: LEWANDOWSKI. OLHO NELE!


O ministro Ricardo Lewandowski tem em suas mãos a relatoria (no sentido popular, pois em um deles é revisor) dos dois processos mais importantes dos últimos anos, no que tange à corrupção na politica.
Aquele que pode condenar a sofisticada organização criminosa montada pelos mensaleiros do PT e aquele que pode cassar o maior senador da oposição, envolvido até o pescoço com o tráfico de influência e a jogatina ilegal.
Ontem, a turma do PT foi até o STF cobrar do ministro que ele libere "parte", apenas "parte" das informações sigilosas para que Demóstenes Torres possa ser cassado pelo Conselho de Ética do Senado.
Em relação ao Mensalão, Lewandowski vem protelando o seu trabalho, dando a nítida impressão de querer jogar o julgamento para 2013.
Cabe à opinião pública julgar se Lewandowski vai usar de dois pesos e duas medidas, com os dois casos explosivos que têm em mãos. Será rápido com Demóstenes e lento com o Mensalão?
18 de abril de 2012
coroneLeaks

TIME CONVIDA CRISTINA, A NEOVERMELHA DA CASA ROSADA, PARA ESCREVER SOBRE DILMA. O RESULTADO É PATÉTICO !!!


A presidente Dilma Rousseff está na lista das 100 personalidades mais influentes do mundo segundo a revista Time. Não se trata de menosprezo, mas de fato: o chefe do Executivo do Brasil, qualquer que fosse, estaria fatalmente numa lista assim a esta altura. Essas eleições têm sempre um quê, ou muitos quês, de ridículo. Neste ano, integra o grupo, por exemplo, Manal al-Sharif. Quem é ela? Aquela mulher saudita que decidiu desafiar a lei e dirigir um carro! Um ato corajoso, sem dúvida! Mas cadê a “influência mundial”? O mundo muçulmano, pra começo de conversa, está se tornando progressivamente menos laico, e isso quer dizer mais hostil às mulheres, como demonstra o Egito “pós-revolução”. Os outros dois brasileiros do grupo são o empresário Eike Batista e a presidente da Petrobras, Graça Foster. Sigamos.

A Time sempre convida alguma personalidade para escrever uma minibiografia dos eleitos. A de Dilma é assinada pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner — a Neovermelha da Casa Rosada. O artigo original está aqui.

Cristina abre o texto comentando a já famosa foto em que Dilma, presa, participa de uma auditoria militar. Os militares escondem o rosto com as mãos. Para Cristina, era a Dilma quem exibia o ar de desafio, acusando, então seus acusadores. Dá curso à fantasia criada pelos “dilmófilos” no Brasil segundo a qual os próprios militares estariam com vergonha de seu ato. É uma bobagem monumental! É ler o passado com os olhos do presente. Aquela não era uma sessão clandestina de tortura, tanto que estava sendo documentada. Eles escondiam o rosto por medo mesmo. Sabiam que corriam o risco de ser assassinados pelos grupos de extrema esquerda se a foto fosse tornada pública. E sem julgamento ou auditoria…

Cristina emenda: “A mulher que conheci em 2003, quando ela se tornou ministra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem o mesmo compromisso da menina da fato”. Tamara que não! A menina da fato lutava para instaurar uma ditadura comunista no Brasil. Dilma jurou defender a Constituição democrática.

Sabem como é… Cristina é quem é… E sempre será uma questão controversa, para os argentinos ao menos, decidir quem foi o melhor: Pelé ou Maradona. No momento, diga-se, eles querem desbancar Pelé com Messi, que atua na Espanha; Mas não por muito tempo se depender de Cristina e de seu garotão de costeletas grandes, o tal Axel Kicillof (ver post desta manhã)… A dupla pensa em enviar a Barcelona um comando especial para resgatar o jogador argentino. Kicillof já avisou: não pagarão um centavo pela “nacionalização” de Messi. Ele já sabe como explicar a decisão: dando um murro na mesa e chamando todo mundo de imbecil. Mas volto.

Com essa mania de jamais querer ficar atrás, de nunca perder para os “macaquitos”, Cristiana resolveu ombrear a sua própria biografia com a de Dilma. Segundo ela, ambas compartilham “muitas experiências pessoais”, a saber: a herança imigrante, o ativismo, a militância juvenil e, claro, o desafios próprios das mulheres que “tentam crescer num espaço dominado por homens”. A presidente argentina estava dizendo que Dilma foi escolhida o Pelé da turma, mas que ela é Maradona… Não há um só registro de que Cristina ou Néstor tenham arriscado um fio de cabelo na luta contra a ditadura do seu país — de uma brutalidade assombrosa: 30 mil mortos. O casal começou a fazer fortuna atuando na advocacia. Mas a condição de milionários graúdos só veio mesmo com a política, especialmente depois que Néstor chegou à Presidência.

Cristina encerra seu texto de forma meio marota. Diz que, historicamente, o interesse de cada país da América Latina era sempre usado contra o do vizinho — inferindo, entendo, que isso concorreria para a desunião do continente. Agora, diz a Neovermelha da Casa Rosada, sob a liderança de Dilma, “vemos um Brasil convencido de que o interesse nacional está absolutamente ligado aos interesses de seus vizinhos”.

Huuummm…
Quando dá na telha, os argentinos impõem taxas a produtos brasileiros e mandam princípios do Mercosul às favas. Cristina e seu garotão das costeletas grandes simplesmente cancelaram uma concessão da Petrobras para exploração de petróleo. E passaram, vejam só, a cobrar mais investimento da empresa brasileira no país.
Cristina Kirchner assina, enfim, um perfil de Dilma para falar bem de si mesma e para defender ações de seu governo que lembram atos de pistolagem internacional.
18 de abril de 2012
reinaldo azevedo
Veja online
MOVCC

DIA 21 DE ABRIL DE 2012 É O DIA DO BASTA!






sábado, 21 de Abril de 2012
14:00 até 17:00 em São Paulo
MASP

Consulte o evento local da sua cidade

EM AÚDIO, DONO DA DELTA DIZ QUE É POSSÍVEL SUBORNAR POLÍTICOS


                      
     

Em conversa gravada em dezembro de 2009, o dono da Delta Construções S/A, Fernando Cavendish, afirma que é possível ganhar contratos com o poder público subornando políticos.
 
A Delta já recebeu mais de R$ 3,6 bilhões em verbas federais desde 2003 e está no centro das investigações da Polícia Federal envolvendo Carlos Cachoeira, preso pela Operação Monte Carlo por envolvimento em jogo ilegal.
 
A PF chega a descrever Cachoeira como um sócio oculto da Delta, o que a empresa nega. "Se eu botar 30 milhões [de reais] na mão de político, eu sou convidado pra coisa pra caralho. Se eu botasse dez pau que seja na mão dele... Dez pau? Ah... Não é que seja um monte de dinheiro não, mas eu ia ganhar negócio. Ô...", diz Cavendish, que não se refere a um caso específico.
 
"Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado. 'Ô senador fulano de tal, tá aqui. Se convidar, eu boto o dinheiro na tua mão'", continua o empresário.
A gravação foi publicada nesta segunda-feira (16) no blog Quid Novi, do jornalista Mino Pedrosa, que já trabalhou para Cachoeira. Cavendish conversa com dois empresários da Sygma, que atua na área de petróleo e gás, sobre a dissolução de uma sociedade entre eles.
 
Em nota, a Delta confirmou o diálogo, mas disse que Cavendish usou um tom de "bravata".
 
"O áudio não representa o que a Delta Construção e seus controladores pensam. Antes de tudo, o que é dito ali tem os verbos flexionados no condicional, como um exemplo hipotético, e foi pronunciado num tom claro de bravata."
 
Segundo a empresa, os sócios da Sygma gravaram a conversa sem que Cavendish soubesse devido a uma briga entre os três e a divulgação agora tem como objetivo constranger a Delta em meio ao escândalo Cachoeira que será investigado por uma CPI no Congresso. O áudio não consta da Operação Monte Carlo.
 
"Tanto a Delta Construção como todos os seus acionistas controladores, diretores e executivos têm profundo respeito pelo Congresso Nacional, pelos congressistas, pelas instituições republicanas e pelo Poder Público."
 
A Folha não conseguiu localizar os sócios da Sygma. A revista "Veja" já havia publicado trechos dessa conversa, em maio passado, sem divulgar o áudio da conversa. RELAÇÃO O jornalista que divulgou o áudio disse ter feito uma consultoria para Cachoeira no passado e que não tem mais relações com ele.
 
Segundo Pedrosa, o contrato era para fotografar a situação da saúde no país quando José Serra era ministro da área e foi feito em parceria com Ricardo Stucket, fotógrafo oficial do ex-presidente Lula. Cachoeira tem negócios no setor farmacêutico.
Foi Pedrosa quem denunciou ao Ministério Público a cobrança de propina pedida por Waldomiro Diniz, então assessor de José Dirceu na Casa Civil, a Cachoeira.
O episódio, depois comprovado com um vídeo publicado pela revista Época, provocou a queda de Diniz e levou a criação um ano depois da CPI dos Bingos.
 
Foi o primeiro grande escândalo do governo Lula, em 2004.
Leia a íntegra da nota da Delta:
 
"O blog do jornalista Mino Pedrosa divulgou no domingo 15 de maio a edição parcial de um áudio gravado clandestinamente em dezembro de 2008 durante reunião na qual se discutia a cisão societária entre as empresas Delta Construção e Sygma Engenharia. A Delta Construção tem a dizer sobre isso:
 
1. O trecho é parte editada de uma longa discussão em que os controladores das duas empresas, Delta e Sygma, discutiam em dezembro de 2008 os termos de uma dissociação. Um dos antigos proprietários da Sygma que estão sendo processados pelos controladores da Delta Construção, gravou a longa discussão e pinçou aquele trecho a fim de promover chantagens negociais contra a empresa.
 
2. O áudio não representa o que a Delta Construção e seus controladores pensam. Antes de tudo, o que é dito ali tem os verbos flexionados no condicional, como um exemplo hipotético, e foi pronunciado num tom claro de bravata.
 
3. Tanto a Delta Construção como todos os seus acionistas controladores, diretores e executivos têm profundo respeito pelo Congresso Nacional, pelos congressistas, pelas instituições republicanas e pelo Poder Público.
 
4. Fernando Cavendish Soares reafirma, por sua vez, que o que está dito naquele áudio gravado clandestinamente em dezembro de 2008 não expressa a sua opinião e foi pronunciado em tom de bravata em meio a uma discussão entre ex-sócios que desde então se enfrentam na Justiça."
 
Dirceu Ayres
18 de abril de 2012
BRENO COSTA ANDREZA MATAIS DE BRASÍLIA

AGENDA DO DIA NO PALÁCIO SÍRIO-LIBANÊS

O vice-presidente Michel Temer, o ministro Garibaldi Alves (Previdência), o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o presidente do PMDB, Valdir Raupp, visitam nesta quarta-feira (18) o presidente do Senado, José Sarney, em São Paulo. Na visita, deverão conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os encontros acontecerão no Hospital Sírio-Libanês, onde Sarney está internado desde o fim de semana.O senador está internado após ser submetido a um cateterismo e a uma angioplastia com a colocação de stent na madrugada de domingo (15). Sarney está bem, já deixou a Unidade Crítica Cardiológica (semi-intensiva) e está num quarto do hospital.

Ontem, ele recebeu a visita de Lula e os dois ficaram juntos por cerca de 20 minutos. Lula esteve no hospital para uma sessão de fonoaudiologia, que faz parte do tratamento para normalizar sua voz e a deglutição após a remissão completa do câncer na laringe.

Folha Poder
18 de abril de 2012
coroneLeaks

A VIOLÊNCIA DA EXPROPRIAÇÃO DA YPF-REPSOL

Vaca Morta Causa Mal da Vaca Louca
 
Alguma coisa de concreto haveria de constar para o ataque de insanidade do tamborim portenho ao expropriar a YPF-REPSOL de forma tão violenta e inconsequente; repetindo o surto de nacionalismo bolivariano de Chavico, Evo e Rafael; e tantas vezes sonhado pela corja petralha.
 
Pois a coisa tem nome e sobrenome: Vaca Morta. Bem diferente da expressão brasileira que representa uma coisa barata e sem valor, na ARHGentina Vaca Morta é uma região no norte da Patagônia que possui enormes reservas energéticas (óleo e gás) e são a esperança argentina de serem protagonistas no mercado de energia das américas e quiça mundial. Uma espécie de pré-çau deles.
 
Em novembro do ano passado, a aviltada YPF anunciou o descobrimento de gás e de petróleo não convencional em terra, na província patagônica de Neuquén e isso fez crescer os olhos apertadinhos pelas plásticas de tia Cris e seu bando.
 
Os números são bem grades. O descobrimento espetacular equivaleria a cinco anos de produção da empresa no país e permitiria à Argentina começar a reverter o déficit energético que tem acumulado.
A viúva Kirchner destacou este fato em seu discurso ufanista que o país seria o terceiro maior produtor mundial desta energia "não convencional", apenas cinco meses após aquela descoberta.
 
Com a mesma arrogância que o 9 dedos adotou com o pré-çau, quando disse que seríamos a Arábia Saudita dos trópicos, os hermanos esquecem que a exploração de gás e de petróleo "não convencional" na Vaca Muerta necessitará de tecnologia avançada e investimentos milionários, que eles não detêm. E após a expropriação da Repsol-YPF, tende a ficar mais difícil atrair os investidores internacionais.
 
Especialistas acham que somente em seis anos ou sete anos pode-se saber se será possível chegar às grandes reservas energéticas desta bacia neuquina - que inclui Neuquén e Mendoza e outras províncias, de acordo com assessores do governo de Neuquén.
 
Eu e muitos duvidamos do fôlego do setor energético argentino. Por exemplo, a YPF "voltará" com seus técnicos ou "vazia", sem seus engenheiros especialistas e com conhecimento de causa? Podem receber uma vaca morta meeeesmo. Ou pior, uma vaca louca igual a nossa amiguinha aí de baixo.
 
17 de abril de 2012

GOVERNO E PT ARMAM UM TSUNAMI PARA RETARDAR O JULGAMENTO DO MENSALÃO


O tsunami para levar o caso para a prescrição é avassalador, inclusive serve à quase totalidade da classe política, que em maior ou menor grau se utilizaram dos financiamentos de campanha.
Vejam o caso Cachoeira, que em certo sentido é emblemático.

O homem tinha rede de relacionamentos em 23 Estados e a empreiteira que lhe dá sustentação recebeu mais de 1 bilhão de reais em obras públicas, algumas delas sem licitação.
Onde estão vocês, que não veem, meus amigos do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público Federal?

Dá até para fazer um poeminha, mas os verdadeiros poetas e músicos preocupados com o destino do país já se foram e os que estão vivos a cada dia vão perdendo a esperança.
Depois não adianta culpar os Estados Unidos e os países europeus pela nossa desgraça, pois os países colonialistas fazem o papel deles.
Nós é que deveríamos estar cuidando das crianças, do nosso futuro.
Entretanto, o dinheiro roubado da sociedade vai para paraísos fiscais exatamente da Europa e dos EUA. Nunca brasileiros compraram tantas inutilidades em Miami, com o dólar baratinho, baratinho, que a elite e a classe média não são de ferro.

Obama, muito inteligente, é claro deu ordens para liberar o visto dos brasileiros no menor tempo possível. O “cara” enxerga longe.

Os espanhóis, ao contrário humilham e expulsam os brasileiros, que chegam a Madri e de lá são deportados com uma mão na frente e outra atrás. Isso explica o mal que eles fizeram na época da colonização da América Latina.

Voltando ao processo do mensalão, tudo indica que ficará para 2013, com todos os reflexos decorrentes do longo tempo de tramitação, que levam a prescrição dos supostos crimes praticados.
Um agravante a ser considerado é a aposentadoria dos ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres de Brito no segundo semestre. Com certeza os novos indicados pedirão vistas do volumoso processo, e então a pauta ficará indefinida.

Ah, se os pobres pudessem contar com os luminares da advocacia! As prisões estariam completamente vazias. Mas isso não passa de um sonho de uma noite de verão, para quem comete crimes comuns.
18 de abril de 2012

COMITÊ FICHA LIMPA PEDE IMPEACHMENT DO GOVERNADOR AGNELO QUEIROZ, DO DF

O diretor do Comitê Ficha Limpa do Distrito Federal, Diego Ramalho Freitas, apresentou à Câmara Distrital do DF um pedido de impeachment do governador Agnelo Queiroz (PT) por seu envolvimento com a quadrilha comandada pelo empresário de jogos ilícitos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

A proposta tem pouca chance de ser aceita pelo presidente da Câmara, Cabo Patrício (PT), porque a denúncia se resume a cópias de reportagens publicadas nas últimas semanas sobre o caso Cachoeira que citam o governo Agnelo.

Segundo repórter Lúcio Vaz, da Folha, não foram apresentados documentos que comprovem as denúncias nem foi indicado o local onde estariam essas comprovações, como exige a legislação. Pela lei, qualquer cidadão pode apresentar um pedido de impeachment, desde que seja fundamentado.

O porta-voz do governo, Ugo Braga, disse que o governador recebeu com “serenidade” o pedido, mas comentou que se trata da reprodução das “acusações sem consistência” feitas contra ele.
“Essas mesmas pessoas estiveram na Câmara há poucos meses, de mãos dadas com o senador Demóstenes Torres, fazendo outras denúncias. Esse tipo de coisa é golpe”, disse o porta-voz.

O governador conta com 19 dos 14 deputados e não corre o menor risco de impechmeant, espero sua ficha esteja se tornando cada vez mais suja, desde quando era diretor da Anvisa e comprou uma mansão no Lago, subfaturada. Depois disso, surgiram outras graves denúncias contra ele, por sua gestão no Ministério do Esporte, e agora mais graves ainda, na administração da capital federal.

Em Brasília, sabe-se que a direção do PT já fez uma “intervenção branca” no governo de Agnelo Queiroz, dia 19 de março, através da nomeação de seu atual chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, que era assessor da Presidência da República e hoje é quem realmente comanda o governo de Brasília.

Agnelo Queiroz que largou o PCdoB e entrou no PT para ser candidato a governador, hoje é um estranho no ninho de Lula e Dilma, digamos assim.
18 de abril de 2012

CHARGE DO DUKE, OU OS CANIBAIS DE GARANHUNS

Charge do Duke


8 de abril de 2012

NOTA AO PÉ DA CHARGE

O humor negro do Duke, que póe o pé na crítica à inconsciência dos parlamentares que usam e abusam dos recursos saqueados dos contribuintes, revela a história negra, inimaginável, dos canibais de garanhuns, PE.

Ao ler sobre o caso, lembrei-me de Hannibal, o canibal - Dirigido por , com Anthony Hopkins, Julianne Moore, Gary Oldmanmais, filme que passeia pela psicopatia possível dos seres humanos.
 
Cena impressionante que se revela no vídeo que, apresentando o depoimento de um dos canibais, pode nos revelar os insondáveis mistérios que habitam as profundezas da alma humana.
O vídeo é forte! As revelações são indescritíveis...

m.americo

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Em vídeo, um dos canibais de Garanhuns confessa ter comido fígado e outras partes de mulheres assassinadas
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FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A GARANHUNS (PE)
Um diário supostamente de uma das três pessoas presas em Garanhuns (PE), suspeitas de matar, esquartejar, comer e enterrar ao menos três mulheres, indica que o trio se formou em julho de 2003.

"Pretinha", que assina o diário, seria Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25, amante de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 51, o "Monte", marido de Isabel Cristina Pires da Silveira, 51, a "Bel".

A Folha teve acesso ao diário recolhido da casa dos suspeitos pelos vizinhos.

VEJA TAMBÉM. LOUCURA SEM LIMITES: POLÍCIA ACHA VÍDEO ONDE ASSASSINOS SIMULAM CENAS DE CANIBALISMO. CLIQUE AQUI E ASSISTA O FILME

Os três moravam com uma criança de cinco anos, que a polícia acredita ser filha de uma das vítimas do grupo.Bruna teria se unido ao casal com apenas 16 anos. O caderno detalha relações sexuais que a autora mantinha com o amante.A polícia diz que eles confessaram os crimes, mas ainda não têm advogados.

VÍDEO

Um vídeo gravado mostra Isabel descrevendo como fazia os assassinatos e o preparo de salgadinhos de carne humana. A acusada revela que eles comeram 10 kg de carne humana entre três e cinco dias.


"Bruna faz dieta, mas quando ela come carne come mesmo. Agora, eu já gosto mais de arroz e não como muita carne. Essa carne só durou pouco por causa da Bruna e da menina porque elas gostam muito de carne. A menina não sabia, ela pensava que era carne comum".

"Eu não comi muito a carne porque não sou de comer muito. Eu comi o fígado e alguns pedaços do corpo, mas não comi o coração", diz Isabel.


UM PONTO FINAL NA COVARDIA E NA BARBÁRIE DOS TORTURADORES


A velha questão, envolvendo torturas, assassinatos, seqüestros, terrorismos, desaparecimentos e outros crimes mais, praticados pela ditadura militar no Brasil, de há muito que já devia ter sido investigada e tudo esclarecido, ainda que ninguém vá parar na cadeia por conta da anistia ampla geral e irrestrita, empurrada goela abaixo na sociedade civil por truculência da própria ditadura militar.

Até hoje inúmeras famílias continuam sem saber do paradeiro de seus entes queridos.
Os responsáveis sabem, mas não dizem onde estão os restos mortais desses brasileiros. Uma tremenda covardia.

Semelhantes hediondos e covardes crimes, em maior ou menor grau, já foram largamente praticados por outros povos, em todos os tempos e épocas, inclusive recentemente nas invasões dos EUA no Iraque e na Líbia. O mundo está se tornando um lugar mais perigoso, instável e selvagem devido a continuada grande crise econômica mundial, sem solução a vista.

Se a sociedade organizada em todo o planeta não se insurgir energicamente, enquanto há tempo, contra esses crimes, por certo que eles se repetirão, aqui e em outros lugares, sobre a gente e/ou sobre nossos filhos, sob diversos pretextos, de direita, de esquerda, quem sabe e não duvidem, até mesmo religiosos, semelhantes aos já praticados na idade média pela inquisição da igreja católica. A maldade do homem não tem limites.
Que Deus me perdoe, mas até parece que Cristo padeceu na cruz, para nada.

17 de abril de 2012
Welinton Naveira e Silva

LULA EM ROTA DE COLISÃO COM DILMA


Ninguém errará a avaliação do caráter do senhor Luís Ignácio Lula da Silva por atirar baixo demais...
Eu, por exemplo, errei o tiro ontem por não baixar suficientemente a mira.
Com mais meio dia do leva e trás do PT em torno da CPI do Cachoeira as coisas já ficaram bem mais claras. Trata-se do duelo final: está aberto o processo de expulsão dos últimos pruridos de ética do antigo "partido da ética na política", junto com quem insistir em agarrar-se a eles, a "faxineira" Dilma em primeiro lugar.
Senão vejamos:
  • se existe alguma coisa que pode abalar um ego como o de Lula, esta coisa é a Síndrome do Espelho, Espelho Meu: "Existe neste mundo alguém mais popular do que eu?" E a resposta é: "Por baixo dos sete ministérios podres, atrás das sete faxinas, dorme Dilma Vana Roussef. Ela conquistou popularidade maior que a sua passado o mesmo tempo de governo";
  • é de Lula, secundado por José Dirceu, que vem a ordem unida em torno da criação da CPI, em desafio à ordem de retirada dada por Dilma;
  • Dilma estava fora do país quando o golpe foi armado;
  • Fernando Cavendish, o judas que a oposição quer malhar na CPI, recebeu R$ 4,1 bilhões em obras do governo federal, 90% só com o DNIT, o primeiro antro herdado de Lula (excluído Palocci) que Dilma implodiu;
  • "Não ha CPI que não acabe virando contra o governo"? Ótimo! Se a CPI pegar leve em Dilma aplaina-se a ultima e a mais incômoda colina da "igualitária" planície do "eu sou, mas quem não é" que, desde o Mensalão, é tudo onde se quer chegar; se pegar pesado, melhor, Lula volta em 2014 porque até 18 sabe lá deus, com essa doençarada toda;
  • Lula conta cegamente com os préstimos de Sarney para controlar a CPI; Romero Jucá, fuzilado por Dilma, e Renan Calheiros (idem indiretamente) são cogitados para presidi-la;
  • Se Dilma contava ontem com algumas vozes dentro do PT falando contra a CPI, hoje já não conta com nenhuma: todos voltaram atrás.
Você ainda tem alguma dúvida?

fernaslm
18 de abril de 2012

UM MOMENTO INESQUECÍVEL DA NOSSA HISTÓRIA...

Sarney não pode ser tratado como um homem comum, disse L.I.

Trecho do artigo de Ruth de Aquino - O presidente Lula e o homem comum:  
... Na semana passada, Lula disse que o senador José Sarney “não pode ser tratado como se fosse uma pessoa comum”. Lula foi sincero. Amaciado pelo poder, envaidecido pelas lisonjas e pela popularidade, ele acredita que uns são mais iguais que outros.

SARNEY ANUNCIA RECALL DE SENADORES COM DEFEITO



Sarney anuncia recall de senadores com defeito
De acordo com o Inmetro, dezenas de senadores ainda possuem teto de vidro, um material proibido desde 2002.

MARANHÃO - Após avaliar os últimos relatórios produzidos pelo Inmetro, José Sarney soltou uma nota para imprensa anunciando o recall de pelo menos dez senadores.

"Alguns vieram com defeito de fabricação e não são confiáveis; outros são francamente falsificados e dão dor de cabeça. Pelo menos três já provocaram náuseas em crianças e adolescentes", explicou a assessoria do senador.
Até o final deste fechamento, Sarney não havia divulgado o nome dos que serão trocados.

A decisão provocou reações dos dois lados da bancada. "Reconheço que achava estranho alguns senadores da base aliada votarem sistematicamente contra o governo”, declarou Ideli Salvatti. “Entretanto, jamais pensei que pudesse ser problema de fabricação. Sarney me disse que alguns senadores não estavam com o rabo completamente preso, o que é perigosíssimo".

Já Pedro Simon, do PMDB, reconheceu não ter votado sempre de acordo com as diretrizes do seu partido, o que não o impediu de ficar profundamente irritado com o recall:
"Estou dentro do prazo de validade. Tenho o certificado de garantia. Onde está o Procon numa hora dessas?", explodiu, exibindo uma resma de papeis.

No final da tarde, as pilhas de Eduardo Suplicy acabaram. O senador precisou ser reinicializado.

18 de abril de 2012
the i-piaui herald

MENSALÃO: O PREÇO DO VOTO

Infográfico de VEJA.com aponta os beneficiários da propina, as datas dos pagamentos, os valores e sua correspondência com votações no Congresso
O empresário Marcos Valério, operador do mensalão, em frente ao Congresso Nacional
O empresário Marcos Valério, operador do mensalão, em frente ao Congresso Nacional (Alan Marques/Folha Imagem)

"Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber." É assim que a Procuradoria-Geral da República (PGR) qualifica o mensalão, nas alegações finais do processo. E a explicação da PGR é cristalina: "No momento em que a consciência do representante eleito pelo povo é corrompida (...), a base do regime democrático é irremediavelmente ameaçada". Para chegar a esta síntese do maior escândalo de corrupção da história do país, agora prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público reuniu as mais variadas evidências de recebimento de propina — testemunhos, recibos, livros contábeis, laudos, TEDs, DOCs, entre outros — e, a exemplo das CPIs que se debruçaram sobre o assunto, mostrou sua correspondência com a votação de matérias caras ao governo. Infográfico de VEJA.com aponta os beneficiários do esquema, as datas, os valores, os intermediários e as votações citadas na denúncia.


Sete anos de escândalo
Para entender o mensalão


Série de ferramentas e infográficos de VEJA.com recapitula questões centrais do mensalão, o maior escândalo político da história do país. 'A hora da sentença', que abriu a série, revisa o desenrolar do caso no Supremo. Outros destrincham os crimes apontados, o papel de cada mensaleiro na quadrilha, os saques do valerioduto, as provas apontadas pela Procuradoria-Geral da República, a defesa dos réus e o esquema do julgamento.


O conjunto de provas é suficiente para afastar as principais teses da defesa dos mensaleiros. A recorrência dos saques em dinheiro e do uso de laranjas — motoristas, assessores, a mulher, o irmão, o contínuo — evidencia que os beneficiários do valerioduto não ignoravam a origem ilícita do dinheiro. E a correspondência entre votações e os saques desautoriza a versão de que se tratava de pagamentos desinteressados ou casuais. Quanto a isso, a PGR cita na acusação trecho do relatório final da CPI dos Correios que apontou, como exemplo, que nos dez dias anteriores ou posteriores à votação da Reforma Tributária ocorreram 18 visitas à agência do Banco Rural em Brasília e foram retirados R$ 2.020.000 do valerioduto.


O julgamento do mensalão está previsto para o mês que vem — só falta o ministro Ricardo Lewandowski concluir a revisão do processo. Em suas alegações finais, a PGR "espera sinceramente que a atuação do Supremo Tribunal Federal (...) servirá de exemplo, verdadeiro paradigma, para o Poder Judiciário brasileiro e, principalmente, para toda a sociedade a fim de que os atos de corrupção, mazela endêmica no Brasil, sejam tratados com o rigor necessário".
VEJA - 16/04/2012

Mensalão: o preço do voto