"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 18 de junho de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE






18 de junho de 2013

"O CENTRO DO DEBATE" - UMA TENTATIVA DE AVALIAR AS MANIFESTAÇÕES

 

As manifestações ocorridas em São Paulo nas últimas duas semanas permitem algumas reflexões. Que o transporte coletivo é ruim e caro, para os padrões do serviço oferecido, ninguém discorda. Mas não é esta a questão que está no centro do debate. O que se discute é como combinar a defesa do Estado Democrático de Direito, a liberdade de manifestação e o direito de ir e vir.

O que está ocorrendo em São Paulo não tem qualquer relação com as manifestações de Brasília ou do Rio de Janeiro.
Nestas cidades, o centro das reivindicações são os gastos abusivos da Copa do Mundo e o abandono daquilo que afeta o cotidiano da população: a saúde, educação, etc. É como em 1968: enquanto no Rio a passeata dos 100 mil defendia a democracia, em São Paulo, no mesmo dia, teve o atentado terrorista contra o II Exército.

Na busca de paralelos onde eles não existem, já foi possível ler e ouvir relações entre as manifestações de São Paulo com o que aconteceu nos países árabes, na Turquia, ou até com 1968.
Os mais exaltados apontaram que nada mais é que o mal estar da civilização com a globalização e que o capitalismo vive uma crise terminal (como profetizado desde o século XIX…).

Os jovens seriam emissários desta nova ordem pós (sempre tem de ter um “pós”) globalização, uma continuidade do falecido movimento Ocuppy Wall Street. Lembram-se que, em 2011, diziam que o movimento iria se espalhar pelo mundo inteiro? O que aconteceu semanas depois? Nada.

A tentativa de relacionar com momentos da nossa história onde inexistiam – como agora – um regime de amplas liberdades, é patética. Neste ritmo, logo veremos algum estudante de 68 gritando – quarenta e cinco anos depois, já idoso – pelas ruas de São Paulo: “a luta continua.” Qual luta?

A organização efetiva dos atos não é de um movimento autônomo, apartidário, de jovens insatisfeitos com a política e desejosos de encontrar alguma forma de participação. Nada disso. Quem efetivamente dá as ordens são pequenos grupos ultra-esquerdistas.
E o fazem para dar alguma satisfação aos seus exíguos militantes. Estão há anos discutindo e escrevendo sobre a crise do capitalismo. Falam e não encontram adesão na sociedade.

Continuaram só falando. E foram perdendo o ralo apoio que tinham. Sem crise econômica e um desemprego monstruoso, como em vários países europeus, restou a estes grupos encontrar algum móvel de luta, para que não desaparecessem.
O aumento das passagens de ônibus – abaixo da inflação, registre-se – caiu do céu. Foi o meio que as lideranças obtiveram para obter a legitimação das bases cansadas de ouvir discursos revolucionários sem uma efetiva ação.

O ataque aos bens públicos e privados, a tentativa de linchamento de um policial militar na Praça da Sé, atos que não tem qualquer relação com o aumento das passagens, são vistos como ação revolucionária, de resistência ao capitalismo e ao seu poder opressor, a polícia. O vandalismo é o alimento destes grupelhos que agem de forma violenta, desprezando os valores democráticos e os direitos constitucionais.

Sonham com um Brasil nos moldes de Cuba, Coreia do Norte. Não entendem que a liberdade de manifestação não se sobrepõem ao direito de ir e vir.
E este é o desafio da democracia: garantir ambos os direitos. E agir com energia – dentro dos limites legais – quando qualquer um deles estiver sendo violado.

Nestes momentos de tensão – inerentes ao regime democrático – é que são testadas as autoridades. O governador de São Paulo não se omitiu. Presumo que saiba que tem um custo político a defesa da lei e da ordem democráticas em um país que valoriza e estimula tudo o que é ilegal. Temos uma propensão à marginalidade. No caso das manifestações há os que justificam o vandalismo como uma forma de protesto, de insatisfação, de jovens que são incompreendidos pelo que chamam de sistema.

E a ação do Estado Democrático de Direito é demonizada. Como é possível conter a destruição de ônibus, lojas, bancas de jornais, bares, liberar ruas e avenidas, sem o uso da força? E os abusos cometidos pela ação policial deverão ser investigados e devidamente punidos.

É evidente a tentativa do governo federal de obter algum dividendo político das manifestações. As declarações dos ministros José Eduardo Cardozo e Ideli Salvatti visam desgastar politicamente o governador Geraldo Alckmin.
Os mandriões atacaram quem simplesmente fez cumprir a Constituição. A pergunta é: quem vai ganhar, politicamente falando? Ou será que todos – os partidos constituídos – vão perder?

Não faltam praças para mostrar indignação contra tudo e todos. Por que não aproveitam e pedem a prisão dos mensaleiros, a começar pelo sentenciado José Dirceu? Mas não é esse o objetivo dos manifestantes em São Paulo, volto a dizer, diferentemente do Rio ou Brasília. Grande parte dos manifestantes – especialmente a liderança que se pronuncia pela imprensa – são da classe média.

Da classe média mesmo, não daquela inventada pelo petismo, a tal “classe c.” Nas imagens não encontrei trabalhadores, pobres, negros. Não vi também, protegendo os próprios municipais, a Guarda Civil Metropolitana.

Foram omissos, como o prefeito Fernando Haddad – e o aumento das passagens de ônibus é da esfera da prefeitura. E a Câmara Municipal? Mutismo total.

Os 55 vereadores servem para que? Pode ser que a luz contra o marasmo venha do Rio ou de Brasília.

18 de junho de 2013
MARCO ANTONIO VILLA, Historiador. O Globo

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Coloquei em destaque alguns pontos do texto, que considerei o núcleo condutor das razões que procuram explicar o que está acontecendo no Brasil, com as inesperadas manifestações. 
Destaco principalmente, os trechos:

1.
A organização efetiva dos atos não é de um movimento autônomo, apartidário, de jovens insatisfeitos com a política e desejosos de encontrar alguma forma de participação. Nada disso. Quem efetivamente dá as ordens são pequenos grupos ultra-esquerdistas.
E o fazem para dar alguma satisfação aos seus exíguos militantes. Estão há anos discutindo e escrevendo sobre a crise do capitalismo. Falam e não encontram adesão na sociedade.

2.
O aumento das passagens de ônibus – abaixo da inflação, registre-se – caiu do céu. Foi o meio que as lideranças obtiveram para obter a legitimação das bases cansadas de ouvir discursos revolucionários sem uma efetiva ação.


3.  O vandalismo é o alimento destes grupelhos que agem de forma violenta, desprezando os valores democráticos e os direitos constitucionais.
 
Sonham com um Brasil nos moldes de Cuba, Coreia do Norte.


*** *** ***

Pergunto-me, com todo respeito as ponderações e assertivas do historiador, se realmente seria o agente ideológico o fulcro principal de tais movimentos.
Honestamente? Não acredito.

Que certamente as manifestações estão infiltradas por alguns agitadores, que organizam o vandalismo e a violência, orientados por suas ideologias,é fava contada. Mas não é essa a essência do temporal. O norte de tais manifestações é difuso, complexo, emaranhado.

Creio que coado os elementos factuais na peneira, tais como a frustração política, as péssimas condições da saúde pública, a violenta insegurança que abate a cidadania e a sua paz, a pior educação possível, quando há, corrupção deslavada, a impunidade, a grande fraude social que o PT impôs ao país, depois de vender numa bela embalagem a ética, apregoada anos a fio e que não passou de um grande engodo.

Dez anos depois, vivemos a continuada tragédia do atraso e da pobreza, do desperdício dos altíssimos impostos, de um Congresso caríssimo e inoperante, da demagógica arte de ludibriar a boa fé de um povo,  escândalos para todos os gostos... E sobretudo a incompetência na gestão da 'res publica'. Sobras que ficam  no fundo da peneira, e que facilmente se transformam em combustível inflamável.
Fagulhas ideológicas? Sempre as há, prontas para acender a fogueira...
m.americo

 
 

(VÍDEO) A HORA E A VEZ DOS MENSALEIROS...

Em Brasília, os participantes dos atos de protesto exigem em coro: “Dirceu, pode esperar, a cadeia é o seu lugar”



(VÍDEO) A FRACA MEMÓRIA DO PREFEITO HADDAD...

O vídeo publicado pelo Implicante mostra que os ônibus do candidato não conseguiram estacionar na memória do prefeito Haddad




Os ônibus superlotados exibidos à exaustão nos programas eleitorais do candidato Fernando Haddad não conseguiram estacionar na memória do prefeito Fernando Haddad.

Assim que assumiu o cargo, o companheiro que prometia tempos novos para o transporte público começou a achar que a coisa não era tão feia quanto parecia.

Aumentou o número máximo de passageiros em cada veículo e, contrariando o que o PT pregava quando quem administrava a cidade era Gilberto Kassab, também aumentou o preço das passagens.

O vídeo de 2:23 minutos publicado pelo Implicante atesta que o poste instalado por Lula na prefeitura paulistana é outra metamorfose ambulante.

18 de junho de 2013
Augusto Nunes

A COPA DA LADROAGEM

Uma cineasta brasileira desmontou em seis minutos a vigarice bilionária forjada pelos organizadores da Copa da Ladroagem




Nascida em São Paulo e residente na Califórnia, a cineasta Carla Dauden presenteou o Brasil decente com um vídeo que, em 6:10, reduz a farrapos a fantasia triunfalista costurada nos últimos seis anos.

Desde que ficou oficialmente decidido que o País do Futebol seria o anfitrião da Copa do Mundo de 2014, o governo federal, a Fifa e a CBF agem em cumplicidade para vender como empreitada patriótica o que sempre foi uma conjunção de negociatas bilionárias com pilantragens eleitoreiras.

Nesta segunda-feira, enquanto multidões de brasileiros incluíam o oceano de obras superfaturadas entre os alvos dos atos de protesto, Carla postou seu vídeo no YouTube. Passadas 24 horas, o número de acessos vai chegando a 600 mil. 

A menos de 12 meses do apito inicial, a fraude foi implodida. E o mundo começou a descobrir o que fizeram, fazem e pretendem continuar fazendo os governantes e supercartolas que arquitetaram a Copa da Ladroagem.

18 de junho de 2013
Veja

"NUNCA ANTEZNEZTEPAIZ"

PROTESTOS: Ué, não estava tudo bem no Brasil? Cadê o “nunca antezneztepaiz” do lulo-petismo


Manifestantes protestam em um dos símbolos atuais de São Paulo, a Ponte Estaiada (Foto: Eduardo Biermann)

As manifestações estão explodindo em todo o país.

O que antes foi iniciativa de pequenos grupos que reclamavam contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo e redundaram em baderna e vandalismo — baderna que condenei com veemência –, está mais do que óbvio que, agora, com a onda de concentrações e passeatas se espalhando por várias capitais e começando a penetrar no interior dos Estados, e com dezenas de palavras de ordem diferentes, se transformou em algo que ultrapassa de muito o objetivo inicial e abrange dezenas de temas.

É um protesto geral contra “tudo isso que aí está” — os gastos excessivos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, a presença de Renan Calheiros no comando do Senado, a presidente Dilma, os políticos em geral, os partidos políticos, o próprio PT, a roubalheira, o fato de José Dirceu ainda estar solto, a má qualidade da educação pública, o mau atendimento dos hospitais públicos, a falta de habitação, as deficiências nos transportes públicos, a violência policial…

Não vou cometer a leviandade de taxar a onda que toma conta do país como sendo uma grande manifestação contra o governo. Embora as coisas estejam a pouca distância disso, ainda não se trata disso.

Mas não há menor dúvida de que as ruas, ao reclamarem contra males ancestrais, estão transformando em fumaça e devidamente sepultando o país-maravilha, o “nuncaantezneztepaiz” do Líder Supremo em oito anos de lulalato, a que se seguiu sua discípula, a presidente Dilma, que o governo não se cansa de mostrar, gastando rios de dinheiro, na propaganda oficial.

Manifestantes em Brasília subiram em uma das lajes do edifício do Congresso, defronte à cúpula da Câmara dos Deputados (Foto: Pedro Ladeira / Folhapress)

O país em que a miséria sumiu de repente, em que se criou, segundo a visão oficial, uma classe média que daqui a pouco será maior do que a da China, o país do pleno emprego e dos operários sorridentes que reluz nos filmetes de propaganda na TV, o país que corre em disparada rumo ao Primeiro Mundo.

O Grande Líder não deu o ar de sua graça, limitando-se a se manifestar pelo Facebook com o lero-lero de sempre: ““Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas”, postou — ou mandou postar — o ex-presidento.

Lula condenou a violência policial em sua tímida aparição. Faltou condenar outros atos de manifestantes.

Faltou condenar a tentativa de invasão, por baderneiros, do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e a residência oficial do governador (Renato Casagrande, do PSB), em Vitória. Também os assaltos a caixas eletrônicas que vândalos ladrões praticaram no Rio.

A presidente Dilma, que aos poucos aprende a ser o que se considera esperta no mundo político, finge que nada tem a ver com coisa alguma e elogia as manifestações como parte da democracia.
Estão fingindo que não vêem que o país que sua propaganda inventou não existe. E que o país real reclama, e ainda vai reclamar mais.

Os democratas esperam que isso se dê sem atropelar a Constituição e as leis, e sem interferir no sagrado direito de ir e vir dos cidadãos.

18 de julho de 2013
Ricardo Setti

A ONDA DE INDIGNAÇÃO AOS OLHOS DO MUNDO

As manifestações aos olhos do mundo

Veja como os protestos que tomaram as ruas de 12 capitais do país nesta segunda-feira foram vistos pela imprensa internacional:

 
A agência italiana Ansa atribuiu ao aumento das tarifas dos transportes os protestos que mobilizaram multidões nas ruas de várias cidades
 
 
A britânica BBC destacou as manifestações no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. O noticiário sobre o tema esteve entre os mais lidos do site nesta segunda-feira
 
 
O espanhol Clarín acompanhou as manifestações em tempo real e enfatizou os espasmos de violência no Rio de Janeiro
 
 
Tuttacronata, blog italiano: "Mais protestos no Brasil, entre confronto e samba".
 
 
O inglês Financial Times, especializado em assuntos econômicos, ressaltou a participação dos estudantes nos atos de protesto
 
 
O francês Le Monde informou que a alta da inflação é uma das causas da onda de descontentamento no Brasil
 
 
O também francês Libération deu destaque ao prosseguimento da mobilização no Brasil nesta terça-feira
 
 
The New York Times: "Milhares se reúnem para protestos nas maiores cidades do Brasil"
 
 
O jornal português Público informou na manchete de seu site que as manifestações no Brasil foram as maiores dos últimos 20 anos
 


O britânico The Guardian classificou as manifestações como as maiores da história e pediu aos manifestantes que enviassem fotos e vídeos

"AS COISAS NÃO ESTÃO TÃO BEM" - DIZ FHC SOBRE PROTESTOS

Ex-presidente diz que fatores como a escalada da inflação afetam diretamente a vida dos brasileiros e provocam “inquietação” na sociedade

 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso. Ex-presidente diz que há um "mal estar" na sociedade (Eduardo Biermann)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta terça-feira que as manifestações populares que, nos últimos dias, tomaram conta das principais capitais brasileiras são um sinal de que “as coisas não estão tão bem” quanto os governos alardeiam. Para o tucano, fatores como a escalada da inflação afetam diretamente a vida dos brasileiros e provocam “inquietação” na sociedade.

“Isso é a democracia. É claro que a partir daí os que são responsáveis, os que estão no governo, que percebam [as inquietações da sociedade]. As coisas não estão tão bem quanto eles pensam. Sempre há coisas para melhorar”, afirmou o ex-presidente na abertura de uma exposição sobre a história do PSDB na Câmara dos Deputados.

Leia também:

Dilma tenta se descolar de protestos e elogia 'grandeza' das manifestações pelo país

“É preciso melhor a vida do povo, é preciso dar melhores condições de educação, de saúde, de perspectiva de futuro ao povo brasileiro. Não se faz nem se assegura a crença na democracia nem se conseguem avanços concretos para o povo se não houver uma direção econômica bem estabelecida, bem feita. O termômetro disso é a inflação. Quando a inflação começa a inquietar, o povo se inquieta porque sente que o que está montado começa a desmoronar”, afirmou.

Para FHC, existe um claro “mal estar” na sociedade motivado pela privação de direitos e benefícios. “O dinheiro já não chega tão bem quanto chegava há pouco tempo. Melhoramos em muitas coisas, mas queremos mais. É um momento de afirmação”, disse.

“Há uma certa descrença nos caminhos políticos. Os partidos que quiserem se recompor com o povo têm que chegar mais perto do povo e sentir qual é a demanda."

Ao lado de FHC, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, disse que as manifestações são uma resposta à “insatisfação latente” da sociedade por melhores serviços, benefícios e políticas públicas.

“Uma questão é clara: o Brasil róseo, festejado na propaganda oficial, Brasil sem miséria, com educação de qualidade, empresas públicas batendo recordes de produção, esse Brasil [...] não existe”, afirmou. “É um sinal claro que o Brasil não precisa cuidar de apenas fazer propaganda, mas cuidar efetivamente dos problemas que afetam a vida das pessoas”, concluiu o tucano, provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

18 de junho de 2013
Laryssa Borges, de Brasília

PROCURADORES SE REÚNEM PARA ARTICULAR REAÇÃO À PEC 37

Encontro em Brasília reúne representantes de todos os estados. Grupo deve aprovar proposta de ação na reta final antes de votação do texto pela Câmara

 
O procurador geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Roberto Gurgel
                                 
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que se opõe à PEC 37 (Elza Fiúza/ABr)
O colégio de procuradores do Ministério Público Federal se reúne nesta terça-feira, em Brasília, pela segunda-vez na história, com o objetivo articular uma reação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 37, que restringe à polícia o poder de conduzir investigações criminais.
 
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, participou da abertura do encontro nesta terça-feira. Ele afirmou que a PEC é uma reação à atuação eficiente do Ministério Público contra a corrupção. "Negar ao Ministério Público a possibilidade de investigar será incapacitar não a instituição, mas a sociedade brasileira para o exercício pleno do direito à efetividade da tutela penal, notadamente contra a criminalidade e colarinho branco", disse ele. 
 

O que diz a PEC 37

A PEC define como competência "privativa" da polícia as investigações criminais ao acrescentar um parágrafo ao artigo 144 da Constituição. O texto passaria a ter a seguinte redação: "A apuração das infrações penais (...) incumbe privativamente às polícias federal e civis dos estados e do Distrito Federal." 


  1. O que diz a Constituição:A legislação brasileira confere à polícia a tarefa de apurar infrações penais, mas em momento algum afirma que essa atribuição é exclusiva da categoria policial. No caso do Ministério Público, a Constituição não lhe dá explicitamente essa prerrogativa, mas tampouco lhe proíbe. É nesse vácuo da legislação que defensores da PEC 37 tentam agora agir. 
  2. Votação:
    As propostas de emenda à Constituição, como a PEC 37, tem um regime diferenciado de votação e, para serem aprovadas, exigem quórum mínimo de 3/5 de votos favoráveis do total de membros da Casa (308 votos na Câmara e 49 no Senado) e apreciação em dois turnos tanto na Câmara quanto no Senado.
Integrante da lista tríplice para escolha do próximo procurador-geral da República, Rodrigo Janot também criticou a PEC. "O Brasil não criou novos mecanismo de combate à corrupção, e essa proposta tem o efeito perverso de levar ao desmantelamento do sistema que existe hoje", disse ele, que foi o mais votado na disputa pela sucessão de Roberto Gurgel e agora espera a escolha da presidente Dilma Rousseff.
 
Débora Duprat e Ela Wiecko, que também integram a lista tríplice, compareceram ao encontro. Duprat, que deixou na semana passada a vice-procuradoria-geral da República, diz que a medida fragilizaria o Ministério Público. "Isso se traduz em enfraquecimento do Ministério Público, uma instituição que foi forjada coletivamente no âmbito da constituinte, com amplo apoio social", disse.
 
Ela Wiecko também destacou o que, para ela, é a gravidade da PEC: "A proposta aniquila o Ministério Público, um dos pilares da democracia brasileira instituída pela Constituinte de 1988", afirmou.
 
Leia também: Querem calar o Ministério PúblicoLênio Streck: 'A PEC 37 é feita para punir os acertos do Ministério Público'

A PEC 37 está na pauta da Câmara, onde já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça. O texto pode ir a votação, em primeiro turno, já na semana que vem. 
 
Na reunião desta terça, os procuradores devem aprovar uma proposta que resulte na aproximação da categoria com o Congresso e com outras entidades que perderiam prerrogativas com a aprovação da PEC. É o caso do Tribunal de Contas da União e da Receita Federal.
A única reunião anterior do colégio havia sido em 2000, quando os procuradores trataram de questões salariais.
 
Centenas de procuradores participam do encontro. O quórum para deliberação, que é de mais de 500 votos, pode não ser atingido porque, como a instituição não bancou as despesas do deslocamento até Brasília, muitos representantes do Ministério Público permaneceram em seus estados.

Além de deputados e senadores, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto comparece à reunião desta terça, em apoio ao pleito do Ministério Público. "Se a polícia cuida de segurança pública, não se pode perder de vista que o Ministério Público cuida da ordem jurídica.
A segurança pública é um capítulo da ordem jurídica; e quem cuida da ordem jurídica evidentemente cuida também da segurança pública", disse ele.

O poder de investigação do Ministério Público


A ‘máfia do asfalto’, desarticulada em abril de 2013 após uma ação anticorrupção do Ministério Público em doze estados brasileiros, era especializada em desvios nos contratos de pavimentação e recapeamento de asfalto em 78 municípios do noroeste de São Paulo. Dezenove pessoas foram denunciadas pelo órgão por formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraudes em licitações. A Justiça aceitou a denúncia e decretou a prisão de treze envolvidos.
 
As obras públicas recebiam recursos dos Ministérios do Turismo e Cidades, e o esquema de fraudes era centralizado pela empreiteira Demop, que possui mais de trinta empresas parceiras, muitas delas de fachada e todas pertencentes à família Scamatti.
 
Relatórios da operação mostraram que os acusados tinham tentáculos no meio político, sendo citados em escutas telefônicas deputados federais e estaduais de partidos como o PT e o PSDB.

18 de junho de 2013
Gabriel Castro, de Brasília

PROTESTOS NAS RUAS DO BRASIL. ZÉ DIRCEU E O SUSTO QUE LEVEI!


Gente, levei um susto da porra quando vi tanta gente nas ruas protestando.

Juro que cheguei a pensar que eram os milhares de militontos do PT que o CORRUPTO, CONDENADO e QUADRILHEIRO, Zé Dirceu andou clamando aos quatro ventos que iria colocar nas ruas para defende-lo no caso do mensalão.

Dirceu disse inúmeras vezes que iria colocar o povo nas ruas para provar sua inocência....UFA!!!
 
Depois eu percebi que era outro o povão.ainda bem. 
Acho que vamos esperar mais alguns anos para que ele consiga cumprir sua promessa. Enquanto esperamos...
Uma cadeia básica para esse vagabundo até que seria de bom tamanho.
 
18 de junho de 2013
omascate
 
 

A VERDADE SOBRE AS BOBAGENS DA COMISSÃO DA MEIA VERDADE


Terroristas ou salvadores da Pátria?
 
Sem dúvida alguma os militantes da esquerda marxista/leninista que tanto combateram o regime militar, no Brasil, nunca foram e jamais serão os salvadores da pátria. Aqueles meliantes da esquerda pretendiam na época derrubar o governo de então e, imediatamente, implantar uma ditadura do proletariado em solo brasileiro, nos moldes cubanos sob a liderança de Fidel Castro, cujo desiderato ainda hoje persiste.
 
Agiram como verdadeiros terroristas, jamais como defensores da democracia. Em defesa da causa pretendida julgava-se no direito de matar, torturar, expropriar bens de terceiros, e praticarem outras atrocidades em detrimento do ordenamento jurídico da época e ainda hoje em vigor na legislação brasileira.
 
São bandidos no verdadeiro sentido da palavra e que estão e sempre estiveram a serviço dos países onde impera a mais sangrenta ditadura que o mundo civilizado tem notícia.
 
Agora, encastelados no poder pelo voto dos incautos, utilizam-se de um sem fim de artimanhas enganosas para iludir a classe mais humilde da população, e alguns intelectuais de plantão, sempre a demonstrar que eles foram os salvadores da pátria, e que os militares e seus seguidores praticaram inúmeras barbáries e que por isso devem ser punidos severamente, clamando pela revogação imediata da Lei da Anistia que a todos beneficiou inclusive os terroristas de então.
 
Muito pelo contrário, se tal fosse possível seriam eles os primeiros a sentarem no banco dos réus, segundo o mandamento constitucional, vez que aquele comando normativo explicita com todas as letras, que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.
 
Como poderiam convencer os nossos tribunais de que no passado não cometeram atentado contra o Estado Democrático, uma vez que todas as nossas instituições estavam em pleno funcionamento, tais como legislativo, judiciário e executivo? Em momento algum tais poderes deixaram de funcionar! 
 
Todos continuaram independentes e harmônicos entre si. Nenhuma interferência sofreu por parte do governo central, na época comandada pelos militares. Existia uma Constituição não delegada, mas votada pelos constituintes eleitos pelo povo. 
 
Eles, ao contrário do governo militar insistiam em badernar o País e levá-lo ao caos para lá adiante alcançar os fins almejados. Não conseguiram os intentos desejados e agora tentam partir para a vingança, com sórdidas e enganosas propagandas envolvendo os agentes do governo militar, como se esses fossem a besta-fera e eles os defensores da democracia, ou defensores da Pátria.
 
Olvidam-se, contudo, que o Brasil é um país de dimensão continental, bem diferente do Paraguai, Argentina, Chile, Venezuela e Cuba, com cultura, povo bem distinto daqueles e leis totalmente diferentes e que jamais irá se submeter aos caprichos de meia dúzia de comunistas e tampouco se deixar levar por ultrapassadas artimanhas marxistas/leninistas, dolosamente impregnadas nas suas mentes doentias, como soia acontecer.
 
O perdão concedido pela lei da anistia, de forma bilateral e considerada constitucional, pela integralidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal vem sofrendo constantes ameaças de revogação, como se isso fosse possível, frente ao nosso ordenamento jurídico.
 
Ledo engano! Somente o Congresso Nacional tem competência em razão da matéria para revogar qualquer dispositivo de lei. Todavia, o novo dispositivo somente poderá retroagir para beneficiar, jamais prejudicar, por mais hediondo que seja o crime praticado etc. (Art. CF Art. 5º, Inc. XXXIX)
 
Sabedores que são desse princípio constitucional e que figura como cláusula pétrea, verberam a todo o instante recorrer às instâncias internacionais, mormente a CIDH – Comissão Internacional dos Direitos Humanos, sobre o pretexto de punir o Brasil pela não apuração e punição dos agentes do Estado que praticaram os mais variados delitos, inclusive tortura, na vigência do regime focado.
 
Ocorre que o Brasil, por ser um País soberano, não pode sofrer nenhuma sanção a respeito, a não ser uma simples e singela censura e nada mais. Ademais, quando da aceitação daquela carta de intenções e ainda não ratificada pelo Congresso Nacional, o governo brasileiro se comprometeu a apurar os crimes praticados somente a partir de 1992, e que foi aceito por aquela Corte.
 
Esses fatos não podem ser desconhecidos, especificamente pelos arautos da infâmia e calúnia que compõe a cúpula governamental e de certos membros da Comissão da Verdade que, a todo instante, verberam aleivosia sobre um determinado grupo de pessoas que, no passado não muito distante cumpriam ordens dos seus superiores hierárquicos para reprimir toda e qualquer ocorrência contrária a democracia etc.
 
Além do perdão concedido pela sociedade brasileira, via Congresso Nacional, todos os delitos praticados de ambas as partes estão prescritos, face o disposto na legislação penal pátria, reconhecido até mesmo pelo e. Ministro Marcos Aurélio. Refere-se a um direito público subjetivo do acusado e que não pode subordinar-se a nenhum tratado ou convenção internacional.
 
“In casu”, a punição somente será crível diante de um tribunal “nuremberquizado”, onde tudo é possível, inclusive a aplicação da penal de morte.
 
18 de junho de 2013
A. C. Monteiro é Advogado

ASSISTA O VÍDEO: EM BRASÍLIA, MILHARES DE MANIFESTANTES PEDEM A PRISÃO DE DIRCEU



RIO DE JANEIRO. AGORA MILHARES TOMAM AS RUAS


 
 
18 de junho de 2013
MOVCC

JUIZ DE FORA. GRITA BRASIL!!!



18 de junho de 2013
MOVCC
 
 

O BRASIL GRITA BASTA!!!


Cerca de 12 mil pessoas fecham a Praça Sete em protesto em Belo Horizonte Manifestantes concentrados no quarteirão fechado da rua Rio de Janeiro, no centro de BH, fecharam o trânsito na Praça Sete às 13h30 desta segunda-feira (17). Jovens se deitaram no encontro das avenidas Afonso Pena e Amazonas para impedir a passagem dos veículos.

 
Cerca de 12 mil manifestantes fecharam a Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, no início da tarde desta segunda-feira (17).O grupo defende várias bandeiras, como a qualidade do serviço de ônibus, e critica as exigências feitas para Fifa para a cidade sediar a Copa das Confederações. 
Foto: Record Minas
 
18 de junho de 2013
MOVCC

FORAM MEXER COM O GRANDE GIGANTE DURANTE A COPA DAS CONFEDERAÇÕES, E O MESMO ACORDOU COM O TIRO QUE O DIRCEU DEU E SAIU PELA CULATRA


 


18 de junho de 2013
MOVCC

SUBSERVIENTE! LEI DA COPA: PGR CONTESTA STF CONCESSÕES FEITAS À FIFA. AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE JÁ FOI PROTOCOLADA


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A Procuradoria-Geral da República ajuizou, no Supremo Tribunal Federal, ação de inconstitucionalidade (Adin 4.976) contra artigos da chamada Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012) que impõem ao governo brasileiro (União) todas as responsabilidades pelo que vier a ocorrer em matéria de danos durante a Copa do Mundo, no próximo ano, e também nesta Copa das Confederações.

Além disso, são impugnados os dispositivos da lei especial que concedem isenções de despesas judiciais à Fifa, e prêmios em dinheiro aos campeões mundiais de futebol de 1958,1962 e 1970.

A ação de inconstitucionalidade assinada pela recém-afastada vice-procuradora-geral Deborah Duprat – mas com o “aprovo” do chefe do Ministério Público, Roberto Gurgel – faz parte de um pacote de nada menos do que 23 Adins ( de números 4.969 a 4.992) que foram protocoladas no início da noite de segunda-feira (17/6) sobre diversos assuntos, constantes, em sua maioria, de leis estaduais. 

 Ao que tudo indica, trata-se do acervo final de ações propostas pela ex-vice-procuradora-geral da República, às vésperas do fim do mandato (em agosto) de Gurgel.

Risco integral

A Adin 4.976 – que tem pedido de liminar – começa por atacar o artigo 23 da Lei Geral da Copa, por adotar a “Teoria do Risco Integrado”, impondo à União a assunção de responsabilidade por danos não causados por seus agentes. 
Ou seja, o dever de indenização “por fatos estranhos à atividade administrativa e atos predatórios de terceiros”. O artigo 23 da lei dispõe, textualmente, que “a União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a Fifa por qualquer dano resultante de qualquer incidente ou acidente de segurança” ocorrido durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.

O MPF também contesta a constitucionalidade do artigo 53 da lei em questão, segundo o qual a Fifa, suas subsidiárias, seus representantes e empregados são isentos de custas, cauções, honorários periciais e quaisquer outras despesas devidas aos órgãos do Judiciário, em qualquer instância. 

Ou seja, as entidades e pessoas ligadas à Fifa, direta ou indiretamente, não podem ser condenadas a custas e despesas processuais, “salvo comprovada má-fé”.
Prêmios
A ação da PGR, finalmente, considera inconstitucional o artigo 37 da Lei Geral da Copa, que previu a concessão em dinheiro aos jogadores titulares e reservas das seleções campeães mundiais de futebol de 1958, 1962 e 1970. E ainda “auxílio especial mensal” àqueles “jogadores sem recursos ou com recursos limitados”. 

A ex-vice-procuradora-geral Deborah Duprat entende, neste caso, que “as vantagens concedidas são de índole estritamente privada, não envolvendo nenhum projeto de interesse do povo”. A seu ver, as conquistas futebolísticas das décadas passadas não justificam “o pagamento, a custo do erário, de valores em benefício de determinadas pessoas”.
Os artigos da Constituição que estariam sendo contrariados, conforme a Adin 4.976 são os seguintes: artigos 5º, cabeça (“Todos são iguais perante a lei”); 19, inciso 3; 37, parágrafo 6º; 150, inciso 2; e 195, parágrafo 5º (custeio da Previdência Social).


Luiz Orlando Carneiro
18 de junho de 2013

AGORA É A VEZ DA PEC 37!!! A ÉTICA E A JUSTIÇA AGRADECEM!




O dia de hoje entrará para a história desse país!Por mais que a mídia ignore!
Por mais que os corruptos finjam que nada aconteceu!

Não esqueçam:
ESSA É A NAÇÃO DO FAZ DE CONTA...

MAS O POVO NAS RUAS mostrou o que é o Brasil de verdade!
O povo nas ruas com a sua legítima vontade
!
Enquanto eles fazem de conta que nada aconteceu; avante no ideal maior: da moralização desse país!

A PEC 37 VEM AI!

Os corruptos loucos pela legalização da IMPUNIDADE!
MANIFESTAÇÕES CONTRA A PEC 37!
FORA COM ESSES POLITIQUEIROS "171"!!
Duvidam da FORÇA do POVO?

ESPEREM NO PAÍS FAZ DE CONTA...
VERÃO TUDO DE NOVO!

DIGA NÃO A PEC 37!

FORA COM POLÍTICO LADRÃO!
REVOLTA E AÇÃO BRASIL
!
 
( Raquel Santana )

Transcrito do : 
Revoltados On Line

UM DIA HISTÓRICO!


so photoshop AGRADECE

Transcrito do :ICA E curso photoshop A
PARA REGISTRO BRASIL REAL - UM PAÍS QUE SE MEXE: O BRASIL NAS RUAS 

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Na maior mobilização contra o aumento das passagens de ônibus, cerca de 240 mil manifestantes ocuparam ontem as ruas de 11 capitais brasileiras. Em São Paulo, o protesto mobilizou cerca de 65 mil pessoas, que desta vez não enfrentaram as balas de borracha e as bombas de gás lacrimogêneo da polícia. 
O governo do estado cumpriu a promessa de manter a Tropa de Choque aquartelada.
 À noite, um grupo tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado. Houve confrontos no Rio, onde um grupo isolado lançou coquetéis molotov no prédio da Assembleia Legislativa e feriu cinco policiais militares. A passeata reuniu cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores. 
Em Belo Horizonte, houve confronto com a PM nas imediações do Estádio do Mineirão. 
Em Brasília, os manifestantes invadiram, em dois momentos, o teto do Congresso Nacional aos gritos de "a-ha, u-hu, o Congresso é nosso".
Sem a predominância de bandeiras de partidos políticos, sindicatos ou entidades estudantis, os protestos lembraram as grandes mobilizações sociais do passado, como os comícios pelas Diretas Já (1984) e o movimento dos caras-pintadas (1992). 
 
A diferença foi a força demonstrada pelas mídias sociais, decisivas não apenas para a mobilização como para o registro de cada detalhe das manifestações em tempo real, e a diversidade de palavras de ordem.
Além do clamor contra o reajuste das tarifas de ônibus, foram ouvidos gritos contra os gastos públicos com a Copa do Mundo e contra a PEC 37, projeto que busca tirar dos Ministérios Públicos o poder de investigação.
Também houve mobilizações em Porto Alegre, Curitiba, 
Vitória, 
Salvador, Maceió, 
Fortaleza e Belém. 

O número total de presentes foi estimado com base em cálculos dos organizadores, das polícias e de institutos de pesquisa. 
Preocupadas com a repercussão dos conflitos em São Paulo na quinta-feira passada, que terminaram com cem feridos e 237 detidos, as polícias procuraram evitar o uso de armas de baixa letalidade, mesmo quando provocadas pelos manifestantes.
A PM paulista acompanhou à distância, com um efetivo visivelmente menor do que o da manifestação anterior, o quinto protesto contra o preço das tarifas. Policiais chegaram a pedir licença para passar, sorrindo, e chegaram a se sentar no chão a pedido dos manifestantes. 
A marcha começou no Largo da Batata, em Pinheiros, próximo à Avenida Faria Lima, e depois seguiu pela Faria Lima e pela Marginal Pinheiros, para mais tarde passar pela Ponte Estaiada, Brooklin, em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, onde ainda estavam concentrados por volta das 22h.
(...)
Mas houve cenas de violência em quatro cidades, com uso de bombas de efeito moral, balas de borracha e cassetetes. Em Porto Alegre, a Tropa de Choque da Brigada Militar entrou em confronto com manifestantes, depois que eles colocaram fogo em latas de lixo, atiraram pedras e depredaram um ônibus e prédios públicos. 
Os militares usaram bombas de gás para dispersá-los. Em Alagoas, um motorista atirou no rosto de um estudante quando tentava furar o bloqueio montado pelos manifestantes na Avenida Fernandes Lima, Bairro do Farol.
A PM mineira, para impedir que a marcha se aproximasse do Mineirão, estádio onde jogaram Nigéria e Haiti pela Copa das Confederações, atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. 
Na fuga, um jovem de 18 anos caiu do viaduto da Avenida Presidente Antônio Carlos. Levado para o Hospital Risoleta Neves, o jovem apresentava no fim da tarde um quadro estável.
Também terminou tenso o protesto no Rio. 
Por volta das 20h, um pequeno grupo tentou ocupar a escadaria da Assembleia Legislativa e foi rechaçado pela polícia com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os conflitos aconteceram na Rua Primeiro de Março, em frente à Alerj e na travessa ao lado do Paço Imperial, prédio histórico pichado por vândalos. 

Alguns manifestantes atiraram coquetéis molotov em direção aos policiais e atearam fogo em um carro. Cinco policiais foram feridos no confronto. Outra marca do vandalismo foi deixada numa agência bancária próxima, cuja entrada de vidro foi destruída a golpes de barras de ferro.
Em Brasília, a polícia não conseguiu impedir que os estudantes, por volta das 19h20m,subissem no teto do Congresso, pelo lado esquerdo, sob as cúpulas. Após cerca de 30 minutos, a rampa foi liberada para que os manifestantes descessem. 
Muitos ainda permaneceram na cobertura. Eles estenderam uma faixa pedindo "não à violência" e gritaram: - Vamos invadir o Congresso! O Congresso é nosso!
Dilma diz que atos são legítimos
Na entrada principal, um cordão da PM tentava conter os jovens que desciam e queriam entrar no Congresso. No Salão Negro, móveis próximos aos vidros foram retirados por precaução.
- Se houver uma invasão, as pessoas podem se machucar - disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
A presidente Dilma Rousseff, ao se pronunciar pela primeira vez sobre os protestos, disse que considerada "legítimas e próprias da democracia" as manifestações pacíficas.
- É próprio dos jovens se manifestarem - disse a presidente, por intermédio da ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.
A presidente se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fez um relato das manifestações.
Chico Otavio O Globo
18 de junho de 2013