"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 1 de maio de 2012

UM NOVO BRIZOLA NO MINISTÉRIO DO TRABALHO

No dia 4 de dezembro do ano passado, o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), se viu constrangido a pedir demissão, já que acusado de corrupção, não conseguiu se defender e ainda mentiu.

As denúncias contra ele tinham começado em novembro, quando surgiu a informação de que haveria um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.


Em 12 de novembro, reportagem a revista “Veja” informou que ele teria utilizado um avião alugado por um empresário dono de ONG, que, por sua vez, tem contratos com o Ministério do Trabalho. Até hoje, ainda não se esclareceu quem pagou pelo avião.

Além disso, outra denúncia, a de que ele teria trabalhado durante cinco anos, na Câmara Municipal do Rio e, ao mesmo tempo, seria funcionário-fantasma na Câmara dos Deputados, também complicou a situação do ministro.
Chegou-se a pensar, seria alijado do poder público, por total falta de honestidade. Lêdo engano. Ele mostrou ontem (30/4) que, perante a presidência da República, quem dá as cartas no ministério do Trabalho é ele.
Nesse dia foi escolhido quem o substituiria, pois desde sua saída a pasta estava ocupada interinamente por Paulo Roberto Pinto. 
Mas aí vem a coisa estranha; a escolha foi feita por Dilma Rousseff, do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho e, pasmem, do próprio Carlos Lupi.

Ainda mais, a escolha da “presidenta”, foi contra o PDT, seu vice-presidente, deputado André Figueiredo (CE). Foi muito claro ao afirmar que Brizola Neto, não era o preferido da legenda: “É uma decisão pessoal da presidenta. Dentro do partido não é o que agrada mais”, afirmou. Também eram cotados Manoel Dias, secretário-geral do PDT e o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), nome de preferência da bancada do PDT na Câmara.

Não mudam nem as moscas nem a merda, além de Lupi, Brizola Neto era o escolhido por Paulinho da Força, deputado federal pelo PDT-SP, que não prima pela as honestidade pessoal.

(*) Foto: Brizola Neto, Paulinho da Força e Carlos Lupi.

01 de maio de 2012
Giulio Sanmartini

A ÚLTIMA DO DELÚBIO, O MENSALEIRO

DE VOLTA AO PT, TESOUREIRO DO MENSALÃO PARTICIPOU DE FRAUDE MILIONÁRIA NO ES, SEGUNDO A PF



Reportagem da Folha de S. Paulo
Em Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo, a Justiça determinou no mês passado a prisão do prefeito e afastou o vice e quatro dos nove vereadores da Câmara. A decisão foi o primeiro resultado de uma operação da Polícia Federal, batizada de Lee Oswald (assassino do presidente norte-americano John Kennedy em 1963), contra esquema de fraude a licitações e desvio de verbas que envolveria empresários e administradores da cidade.
As investigações da PF e do Ministério Público estadual encontraram indícios, no entanto, que Presidente Kennedy -distante 150 quilômetros de Vitória- seria apenas a ponta de um esquema que se espalha por outros municípios do Espírito Santo, Goiás, Bahia, Minas e São Paulo. Em dado momento, apareceu nas investigações o nome do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos réus do processo do mensalão, conforme revelou a coluna Painel. Delúbio teria discutido formas de vender a outras cidades lousas digitais, um dos focos de fraude apontados.
De acordo com denúncia do Ministério Público, os atos criminosos eram liderados pelo prefeito de Presidente Kennedy, Reginaldo Quinta (PTB), 65. Os vereadores afastados seriam responsáveis por evitar que os contratos fossem fiscalizados. A CGU (Controladoria Geral da União) calcula que R$ 55 milhões foram desviados. Um dos casos diz respeito a contrato de pouco mais de R$ 1 milhão para instalar três lousas digitais nas três escolas do município, mediante aluguel mensal de R$ 101 mil.
O contrato foi fechado pela secretária de Educação, Geovana Costalonga, sobrinha do prefeito, com Jurandy Nogueira Júnior, sócio da Matrix Sistemas e Tecnologia. Quando as lousas foram instaladas não havia internet na cidade, nem os professores receberam treinamento. Na época da licitação, a empresa, especializada em moda, mudou sua razão social. Sua proposta foi apresentada 15 minutos antes da abertura dos envelopes.
A Matrix tem como endereço um terreno baldio. O empresário fez o mesmo negócio em Anchieta (ES).Em janei­ro, diz a PF, Nogueira pediu ajuda ao deputado estadual Misael de Oliveira (PDT-GO), que prometeu apresentá-lo a prefeitos. O deputado, segundo a investigação, intermediou encontro entre o empresário e Delúbio Soares. No dia 31 de janeiro, Nogueira e seu sócio se encontraram com o ex-tesoureiro do PT em restaurante do Aeroporto Santos Dumont (Rio), por 35 minutos.
 
Na mesma noite, Nogueira liga para a mulher e conta que conversou com o “presidente do PT”. Depois, fala do encontro com o deputado Misael e diz que “foi tudo bem”. Recordista no recebimento de royalties do petróleo no Estado -R$ 98 milhões em 2011-, Presidente Kennedy tem 10 mil habitantes, cerca de 20% deles analfabetos, e um dos piores IDHs do Estado: o 74º lugar entre 78.

01 de maio de 2012



O PRESIDENTE NEGRO

DIA DO TRABALHO E A BANDALHEIRA SINDICAL !!!

Dia do Trabalho (Tarsila do Amaral)
1º de Maio dia do Trabalho.
Grande merda, né?
A não ser pela festança regada a muita ideologia rastaquera, e shows mambembes de artistas mediocres promovidos a base de sorteios de brindes pagos com dinheiro resultante da infame contribuição sindical obrigatória.
 
As odiosas centrais sindicais se fartam em usar e abusar da arrecadação sem controle do dinheiro dos trabalhadores.
 
As centrais sindicais não passam de braço ideológico das Ratazanas Vermelhas, são mantidas a peso de ouro pela própria classe trabalhadora.
E em todo 1º de Maio a história é a mesma, promovem shows e utilizam da burrice do povo para fazerem palanque eleitoral para político imoral aparecer e conseguir alguns votos.
 
Se o dia é do trabalhadores e a festa que é paga por eles mesmos é para comemorações trabalhistas, político deveria ser proibido de subir nos palcos dos shows, e qualquer alusão a partido político deveria ser punida com milionárias multas contra quem fez a lambança.
 
Mas na pocilga aproveitam esse dia para fazer proselitismo político, e servir de palanque eleitoreiro dos Ratos Vermelhos que invariavelmente farão a via sacra em tudo que é comemoração deste país.
 
Em Sampa, dou minha cara a tapa se o Haddad e a cangalha vermelha não se enfiarem nas festas da CUT.
O que o trabalhador burro que vai a essas festas não percebe é a realidade da sua situação que é obrigado a doar um dia do seu trabalho em forma de imposto sindical e a central faz o que bem entende com essa grana e ninguém fiscaliza porra nenhuma.
 
E é por isso que todo aquele que é envolvido com sindicatos acaba ficando "bonito na fotografia", e até mortes saem pelas disputas políticas internas nessas agremiações.
Já conheci muita gente ligada a sindicatosinhos que até viagens a Paris fizeram através da imoral "sindicalidade". E alguns doutores que ganham babas em salários para trabalharem nos sindicatos.
Tudo movido a muita trampolinagem e muita falta de ética com o dinheiro do trabalhador.
 
E essa cambada promove shows mediocres e sorteios ridículos apenas para fazer com que os desavisados "trabalhadores" compareçam as comemorações para receberem a doutrina socialista esquerdofrênica.
 
No dia em que proibirem que político suba em palco de comemorações do primeiro de Maio, e quando a justiça passar a cobrar acerto de contas dos sindicatos provando onde foram gastos os bilhões arrecadados todos os anos, e quando o imposto sindical deixar de ser contribuição obriogatória.
Muita gente que se diz lider dos trabalhadores irá desaparecer da mídia e muito bandido enfiado em sindicato irá bater com o costado na cadeia, ou ter que arrumar emprego de verdade.
Mas enquanto a bandalheira continuar correndo solta. Nada vai mudar na pocilga.
E viva o Primeiro Desmaio!!!
 
01 de maio de 2012
omascate

PSDB QUER CABRAL NA CPI


O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), representante do partido na CPI do Cachoeira, deve protocolar nesta quarta-feira (2) na secretaria da comissão um pedido para a convocação do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). O PSDB diz que pretende apurar uma suposta conexão entre a amizade de Cabral com o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o aumento dos contratos entre a construtora e o Estado do Rio.

A Delta virou um dos focos da CPI devido à relação de executivos da empresa com o empresários Carlos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal. "Diante de tantas denúncias da íntima relação de Cavendish com o governador, a sociedade do Rio de Janeiro exige esclarecimentos", disse o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ).

Desde sexta-feira, o deputado federal e ex-governador fluminense Anthony Garotinho (PR), rival político de Cabral, veicula em seu blog fotos e vídeos que mostram Cabral e parte do seu secretariado confraternizando com Cavendish em viagens à França e a Mônaco. Leia mais aqui.
 
01 de maio de 2012
coroneLeaks
 

JORNALISTA FÁBIO PANNUNZIO DEMOLE A FARSA DOS SUBJORNALISTAS DA "BESTA" EM UM TEXTO EXEMPLAR

Já escrevi aqui algumas vezes que os defensores da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão formam, sim, um grupo: são unidos pela diversidade. Seu prazer maior está na divergência. Só podem ser considerados um grupo por isto: não querem estado ou partido controlando o pensamento. Não formam uma ordem unida. O resto é pura divergência.

Abaixo, reproduzirei um post publicado em seu blog pelo jornalista Fábio Pannunzio. Temos amigos em comum, sim, mas nunca nos falamos. Não tenho nem sequer seu telefone. Leio sua página com frequência. Já discordei de muita coisa.
Concordei com outras. O reino dos homens livres é assim. O que sei a seu respeito? Que ele escreve o que pensa. Para agradar a quem? À sua consciência!
Isso é o que me interessa. Leria, se os houvesse, até blogueiros de esquerda que eventualmente não estivessem ocupados em justificar crimes “em nome do povo” ou que não estivessem agarrados às tetas do governo. Mas não os há.

Publicarei um texto de Pannunzio. Isso me impede de discordar dele em outro assunto qualquer amanhã ou depois? Não!!! As pessoas livres são assim. De resto, dá gosto republicar um post como o que segue porque ele escreve bem — coisa cada vez mais rara hoje em dia, com o triunfo do analfabetismo militante e supostamente bem-intencionado que invadiu o jornalismo.
Chamo aquela gente asquerosa, financiada por dinheiro publico, de JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista). Pannunzio crava um outro nome excelente: BESTA (Blogosfera Estatal). Leiam.

*** *** *** ***

As penas alugadas ao petismo e a máquina de demolir reputações

O leitor que se quer bem-informado deve estar atônito com a lama que escorre no entorno da CPI do Cachoeira. A imprensa brasileira - aí compreendidas todas as publicações, nos veículos formais e também na internet - parece ter sido tomada por escribas ora a serviço da quadrilha do bicheiro Cachoeira, ora a serviço da quadrilha do mensaleiro Zé Dirceu. A disputa nas várias mídias parece ser em torno de quem representa melhor os interesses espúrios das hordas de bandidos que se acercaram do Poder.

O grande esforço da BESTA (Blogosfera Estatal), neste momento, é para comprovar que a Revista Veja, na pessoa de seu editor Policarpo Jr., estava a serviço do submundo da espionagem e à disposição da interface parlamentar da organização, capitaneada pelo ainda senador Demóstenes Torres.

Do outro lado, jornalistas de grandes veículos e blogues a eles vinculados (chamados de PIG pela BESTA) tentam desmontar o jogo de manipulação de colegas regiamente pagos - e isso é inquestionável - pelo dinheiro público para mover uma campanha de desmonte da “velha mídia”, ou do jornalismo formal, como queiram.

Em meio a essa confusão, surgem outros atores, que passam a duelar publicamente, difundindo informações que põe em xeque a lisura das apurações e das intenções de seus contendores. Na contradita, os injuriados do outro lado apresentam argumentos de que seus novos desafetos estão igualmente comprometidos com uma ou outra vertente derivada do problema. E isso faz com que todos os jornalistas pareçam iguais aos olhos do público, o que não é verdade.

Vou tratar aqui do caso Policarpo. Há cerca de um mês o editor de Veja em Brasília está sob fogo cerrado. Primeiro, falava-se que ele tinha trocado cerca de 200 telefonemas com os arapongas de Carlinhos Cachoeira. Se não serviu para condená-lo definitivamente, a quantidade de conversas apresentadas o incriminava de maneira contundente. Nada, além de suposições perniciosas, demonstrava que havia algo errado na relação entre o jornalista e suas fontes.

Quando a íntegra do inquérito contra Demóstenes vazou, uma vez mais não havia ali qualquer indício de anomalia nessas relações. O que ficou comprovado, então, foi que Policarpo recebeu informações dos arapongas de cachoeira e as utilizou em benefício do interesse público. Foi assim com a cena da propina paga a um dirigente dos Correios que despertou a fúria de Roberto Jefferson, e que serviu para desbaratar a quadrilha dos mensaleiros arregimentada por José Dirceu. Foi assim mais tarde, quando se descobriu que o “chefe da quadrilha” havia transformado a suíte de um hotel de Brasília em gabinete do governo paralelo que, sob Lula, o mesmo Dirceu continuava comandando.

A esta altura, sabe-se que os arapongas de Cachoeira comentavam em suas conversas pornográficas os resultados que esperavam advir da publicação do material que haviam fornecido ao jornalista. Isso, nem de longe, leva a qualquer indício de atrelamento entre o repórter e o esquema que os inimigos da liberdade de imprensa pretendem implodir. Apesar disso, a BESTA continua tentando colecionar elementos que possam referendar sua teoria conspiratória com recortes das gravações vazadas do inquérito da PF.

Ao mesmo tempo, o que se pode comprovar é que o time que ataca o jornalismo formal - ele mesmo composto por jornalistas que perderam espaço da grande imprensa e ocupam hoje posições terciárias em veículos aparelhados pelo pior do petismo - está claramente comprometido com um lado do problema.

E os interesses podem ser vistos a olhos nus, sem a necessidade de lentes ideológicas ou doutrinárias. É o caso notório do chefe da claque da BESTA na internet, Paulo Henrique Amorim, cujo discurso paranoico é financiado por empresas estatais como o Banco do Brasil, a CEF e a PETROBRAS. A respeito disso, o Blog do Pannunzio descobriu que, só em contratos firmados com a CEF, o governo Tarso Genro e os Correios, Paulo Henrique Amorim se transformou num gênio financeiro da “nova mídia”, com faturamento de quase R$ 1 milhão desde o ano passado. As informações foram confirmadas por fontes oficiais e não houve nenhuma contestação ou desmentido.

O trabalho a que se propõem os arautos do fim do jornalismo, no entanto, não se limita ao ataque institucional. Para demolir a Imprensa, é preciso dinamitar reputações. É a isso que se dedicam com muito afinco os atores secundários do esquema da BESTA nesse dias de conturbação absoluta.

A investida não constitui propriamente uma novidade. O método é o mesmo de 2009, quando a organização que chamo de BESTA criou seu know-how de injuriar em série. A estratégica consiste em repercutir ao máximo “informações reveladoras” que um dos militantes “descobre” invariavelmente na internet, em investigações pífias e cheias de problemas éticos, até que o assunto “denunciado”se transforme em “verdade absoluta” e, em seguida, em fato político. É sempre assim, não importando se o objeto da denúncia é ou não verdadeiro - ou quiçá verossímil.

Uma das primeiras vítimas do esquema dos detratores profissionais da BESTA foi o jornalista Heraldo Pereira. Em maio de 2009, ele ocupou a posição em que hoje está Policarpo Jr. A história vem sendo contada por este blog desde então. Sinteticamente, Heraldo foi acusado de trabalhar para o então presidente do STF, Gilmar Mendes, que era a quem se pretendia atingir. As “provas”contra ele foram coletadas pelo site Cloaca News, organizadas em formato de reportagem por Luis Carlos Azenha e, na sequência, passaram a servir como munição para Paulo Henrique Amorim atacá-lo até a insanidade das injúrias raciais, que já lhe custaram uma indenização de R$ 30 mil e um recalcitrante pedido de desculpas publicado em dois grandes jornais brasileiros.

Para construir a série de injúrias, a BESTA ignorou pressupostos elementares do Código de Ética dos jornalistas, como ouvir o outro lado. Isso apesar de Heraldo ter sido muito próximo de um de seus detratores - foi ele quem indicou Azenha para a Rede Manchete, onde consolidou sua carreira. A história é contada pelo próprio Azenha, em julho de 2010, conforme o trecho que reproduzo abaixo:

Um dia, estudante em São Paulo e desempregado, passei pela entrada do Hospital das Clínicas, onde Tancredo Neves estava moribundo, e encontrei o Heraldo Pereira, então repórter da TV Manchete, que me disse que a emissora tinha vaga para repórter (àquela altura eu já tinha quatro anos de experiência em TV, o que incluía longos meses cobrindo férias na Globo de São Paulo, com muitas reportagens em jornais de rede e algumas no Jornal Nacional).
Fui contratado.

Vinte e cinco anos depois, nem a gratidão motivou Azenha a cumprir o dever ético de ouvir o outro lado antes de condenar o colega. Em seu blog, depois de apresentar como verdades as denúncias falsas dos outros blogues coligados à BESTA, Azenha escreveu o seguinte:

“Tendo em vista que Gilmar Mendes teve participação direta e decisiva na polêmica que levou ao afastamento de Paulo Lacerda da ABIN, você considera que Heraldo Pereira deveria ter revelado que é funcionário de Gilmar antes ou depois do comentário que fez a respeito de Lacerda no Jornal da Globo?”

Aí está a soma de mentiras rematadas transformada em verdade absoluta pelos inimigos da imprensa livre. O post sumiu do site de Azenha, mas ainda pode ser lido no webarchive.org. O link está aqui. As aleivosias jamais foram objeto de um desmentido. Heraldo suportou um período terrível de provações até conseguir a primeira reparação - a sentença que obrigou PHA a se retratar e a indenizá-lo. E ainda aguarda a condenação do editor do Conversa Afiada por crime de racismo, que deve acontecer antes do recesso forense.

Hoje, é Policarpo Jr. quem está no alvo das penas alugadas da BESTA. Contra ele erguem-se suspeitas infundadas construídas sobre falaciosos recortes da investigação. Até agora, no entanto, não há uma evidência sequer de que o editor de Veja tenha oferecido qualquer contrapartida a suas fontes, muito menos que tenha de alguma forma auferido qualquer tipo de vantagem pessoal a partir das relações com o submundo da espionagem de Cachoeira.

Para quem prometia revelações bombásticas nos “200 telefonemas”, o resultado do frenético CTRL-C/CTRL-V nos inquéritos vazados é pífio. Onde estão os elementos que levam à suposição de que Veja planejava golpear o governo Lula ? Onde estão as provas de que Policarpo era parte do esquema Cachoeira, como muitas vezes a BESTA tem sugerido e afirmado em suas copiosas páginas de aleivosias ? Simplesmente não há.

Em compensação, repito, há evidências de sobra de que a Blogosfera Estatal acumula privilégios e vantagens no acesso aos cofres da União e seus prepostos. Vantagens checadas e confirmadas por fontes limpas, que não foram nem serão objeto de contestação porque simplesmente não podem ser contestadas. Ao contrário dos sofismas da BESTA, as informações sobre o comprometimento dos escribas a mando de José Dirceu são verdadeiras e cristalinas.

Ao leitor, antes de entrar em desespero com tantas versões antagônicas sobre os mesmos fatos políticos, recomendo que façam uma triagem dessas fontes de informação. Antes de elaborar juízos de valor a partir do que se escreve, é preciso saber quem escreve e com que propósitos escreve.
Só assim será possível separar o joio da imprensa de aluguel do trigo da informação genuína.

01 de maio de 2012
Reinaldo Azevedo

CONSUMO DO "REBITE" PROSSEGUE CAUSANDO TRAGÉDIAS NAS RODOVIAS BRASILEIRAS

Há uma realidade, constante e sem aparente solução, que prossegue produzindo tragédias em estradas e rodovias brasileiras: o uso do chamado ‘rebite’, uma droga sintética, à base de anfetaminas, já usada com o nome de benzedrina pelas tropas alemães na Segunda Guerra Mundial, para suportarem a fadiga do combate e hoje muito consumida por caminhoneiros, para se manterem acordados por longas horas.

Uma luta desenfreada para retardar o sono, mas que tem produzido efeitos colaterais trágicos, como no acidente da manhã de sexta-feira na RS- 122, em Farroupilha, na Serra Gaúcha, que matou, no trecho da rodovia conhecido como‘curva da morte’, o repórter Enildo Paulo Pereira (59 anos) e o cinegrafista Ezequiel Barbosa (27 anos), do Grupo Bandeirantes, além de ferimentos causados em sete pessoas.

O motorista do caminhão desgovernado, que atingiu seis veículos e colidiu violentamente, na contramão de direção, de frente contra a caminhonete da TV Bandeirantes matando os jornalistas, aparentava flagrante estado de torpor. Há duas noites não dormia, tinha desorientação espacial e fala desarticulada; Confessou ter feito uso de ‘rebite’, desde de quarta-feira, quando deu início à viagem, tendo a polícia encontrado o medicamento no interior do veículo.

O caminhoneiro alegou ainda que, a 5 km do local da tragédia, havia percebido que algumas peças se desprenderam do caminhão – nem assim se preocupou em parar – e que por problema de freio não conseguiu controlar o veículo, invadindo a contramão de direção na chamada‘curva da morte’. Responderá agora por duplo homicídio doloso (dolo eventual ao assumir o risco do resultado danoso) e por sete tentativas de homicídio.

O médico Luciano Drager, do laboratório do sono do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, explica que qualquer motorista precisa ter no mínimo seis horas de sono para repousar e ter os reflexos e a atenção preservados durante a direção. O tempo ideal é de oito horas, afirma. “O condutor deve fazer pausas na viagem a cada duas ou três horas para repousar, lavar o rosto, esticar a perna, tomar um café. Quem vai dirigir à noite necessita de um dia inteiro de tranquilidade e descanso”- aconselha Dager.

Registre-se que o ‘rebite’ é uma droga cujo uso terapêutico auxilia principalmente na moderação do apetite. É uma droga sintética fabricada em laboratório e facilmente encontrada nas farmácias (quem receita e quem fiscaliza?), que são obrigados a vendê-las sob prescrição médica. Os médicos explicam também que tal droga é estimulante e que altera o psiquismo, aumentando, estimulando ou acelerando o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso central.

Mas o efeito colateral é que a fadiga e o sono acabam vindo com ainda maior intensidade, porque o organismo humano é implacável em suas necessidades.

ANISTIA INTERNACIONAL DENUNCIA ABUSOS NA LÍBIA

Na Líbia, a Anistia Internacional exortou o Conselho Nacional de Transição a agir imediatamente para investigar e julgar os abusos cometidos contra a comunidade tawargha de líbios negros. A Anistia se pronunciou dessa forma depois da morte de mais um integrante da comunidade na prisão de Misrata.
No último dia 16, o corpo de Barnous Bousa, de 44 anos, pai de dois filhos, foi entregue à família marcado por ferimentos provocados por torturas, inclusive uma ferida aberta na cabeça. Como a mídia de mercado ocidental tirou a Líbia do noticiário, os jornalões e telejornalões destas bandas ignoram fatos dessa natureza.

###

DEFENDER A SOBERANIA

O episódio Repsol na Argentina continua a render na mídia de mercado. Em um primeiro momento os analistas de sempre alertavam que a Petrobras poderia ser atingida pela medida. Tentavam criar o clima de anos atrás com a Bolívia, quando a direita brasileira só faltava exigir a invasão do país vizinho porque o governo Evo Morales havia adotado medidas de proteção à nação na área petrolífera.

Finalmente, depois de muita informação totalmente improcedente houve um acordo entre o Brasil e a Bolívia, para desagrado da mídia de mercado.
Agora, depois das advertências, os jornalões admitiram que a Petrobras não será afetada, mas a Argentina “está de pires na mão” pedindo socorro, segundo O Globo, como não poderia deixar de ser.


Este jornal historicamente sempre se colocou contra governos que defendem a soberania. No caso argentino, o jornal seguiu a tradição.

###

FRUTOS DA INVASÃO

O Iraque está colhendo os frutos da utilização pelas forças armadas dos Estados Unidos de armas químicas durante a intervenção militar iniciada há nove anos.

Desde então houve aumento de casos de câncer, leucemia, má formações congênitas, paralisia e danos cerebrais. Os bebês sofrem. As taxas de mortalidade infantil são alarmantes.
Segundo Nadim Al Hadidi, médico do hospital de Faluya, uma cidade iraquiana situada 65 quilômetros a oeste de Bagdad, só em janeiro último 672 bebês morreram como conseqüência das armas químicas.

A referida cidade, segundo ainda o médico Al Hadidi, é um dos locais no mundo onde nascem mais crianças sem cérebro, sem olhos ou com intestinos fora da cobertura abdominal.
Na ocasião dos confrontos foi denunciada a utilização pelos militares estadunidenses de armas com fósforo branco e urânio empobrecido. Agora, estão acontecendo fatos trágicos resultantes do uso de armas com o material mencionado.

###

SARKOZY, ADEUS

Os franceses devem se livrar de vez de Sarkozy no segundo turno, no próximo domingo, segundo indicam praticamente todas as pesquisas. Embora eleição só se decida mesmo nas urnas.
Como a França é uma espécie de tambor na Europa, possivelmente a vitória socialista, mesmo sendo um moderado, deverá ter reflexos em outros países.
De qualquer forma, se confirmadas mesmo as pesquisas, Hollande terá de ouvir o ronco das ruas contra as medidas de austeridade. Se não o fizer vai virar um Sarkozy. E poderá facilitar a vida de Marine Le Pen. Quem viver verá.

www.booklink.com.br/jakobskind

A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO E O FIM DO JORNALISMO COMO IDEAL

 
Há algum tempo, dentro do metrô de São Paulo, tive a confirmação – já vinha suspeitando disso há algum tempo – de que o jornalismo realmente havia acabado. Isto ocorreu quando, numa daquelas telinhas que existem dentro dos vagões, li a seguinte manchete: “BP assume responsabilidade e diz que vai ajudar na limpeza do golfo”.

A notícia se referia ao desastre de vazamento de petróleo que ocorrera na América do Norte naqueles dias – o maior acidente ecológico com petróleo de todos os tempos; tão grave que causou a morte de pelos menos 16 pessoas (não é comum a ocorrência de vítimas humanas nestes casos; normalmente morrem aves, peixes, plantas marinhas etc.).

Como tenho uma razoável capacidade de associação, desvendei na hora o enigma BP – British Petroleum -; a Shell, você deve conhecer. Eu já sabia há muito tempo que Shell = BP, mas vamos inserir provas disso, afinal, seres civilizados que acreditam na justiça não podem divulgar algo apenas baseados em indícios ou em denúncias anônimas…

Eis o que lemos na Wikipédia: “O grupo Royal Dutch Shell foi fundado em 1907, quando a companhia Real Neerlandesa de Petróleos (em neerlandês: N.V. Koninklijke Nederlandsche Petroleum Maatschappij) e a companhia Shell Transport and Trading Company Ltd fundiram suas operações a fim de competir mundialmente com a gigantesca empresa estadunidense Standard Oil. Antes da fusão, o grupo operava com uma série de acordos accionários e operatórios.

A Royal Dutch Petroleum Company era uma companhia neerlandesa fundada em 1890 por Jean Kessler, junto a Henri Deterding e Hugo Loudon, quando um estatuto real foi concedido pela rainha Guilhermina dos Países Baixos a uma pequena companhia de exploração petrolífera conhecida como Royal Dutch.

La Shell Transport and Trading Company era uma companhia britânica fundada em 1897 por Marcus Samuel e seu irmão Samuel Samuel. Em 1919, a Shell tomou controle da Mexican Eagle Petroleum Company e, em 1921, formou Shell-Mex Limited, que comerciava produtos com as marcas Shell e Eagle no Reino Unido.

Em 1931, parcialmente em resposta às difíceis condições econômicas daqueles tempos, Shell-Mex fundiu suas operações de mercado no Reino Unido com as da British Petroleum e criou a Shell-Mex and BP Ltd., uma companhia que funcionou até as marcas se separarem em 1975.”

Bem, para resumir, o que eu queria dizer é que quando temos o maior desastre ecológico provocado pela exploração de petróleo, do mundo, e a imprensa, local e a internacional, através das diversas mídias, não identifica corretamente o responsável, para o público (devem ter feito isto por causa dos belos olhos de algum diretor da empresa…), então podemos ter certeza de que, realmente, o jornalismo como um ideal, que é o que você tenta defender aqui, acabou.

Hoje – estou começando a imaginar que sempre foi assim –, empresas do ramo de notícias vendem seus produtos da mesma forma que comerciantes vendem tripas nas feiras: ao gritos e atendendo a quem pagar mais. E neste caso, certamente, não foi o público.

CABRAL IMITA LULA E DIZ QUE NÃO SABIA DE NADA

Acredite se quiser.


Como diz o ditado, quem tem padrinho não morre pagão. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), está seguindo o exemplo do então presidente Lula na crise do Mensalão e também diz que não sabia de nada. Só que seu padrinho Lula não quer nem ouvir falar no nome de Sergio Cabral e dá as maiores desculpas para não atender aos telefonemas dele.

Fugindo da imprensa e se manifestando através de notas de sua assessoria, Cabral disse que “jamais imaginou” que a Delta Construções – que faturou R$ 1,5 bilhão em contratos com o governo estadual em cinco anos – “fizesse negócios com um contraventor no Centro-Oeste brasileiro”.

A declaração foi divulgada pela assessoria de imprensa do governo no segundo dia em que o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) publicou imagens em seu blog que mostram momentos de intimidade entre Cabral e o dono da Delta, Fernando Cavendish.

Cabral, que tentou evitar a formação da CPI, agora pensou (?) que suas palavras iriam diminuir o escândalo, mas o efeito foi contrário. Mas quem pode acreditar em Cabral? Quem pode acreditar num governador que mandou redigir um Códido de Ética para tentar aprender o que é certo ou errado na vida pública? É muita desfaçatez.

01 de maio de 2012
Carlos Newton

CORRUPÇÃO E NEPOTISMO NA CHINA

A China não pode mais parar de crescer, depois de experimentar o ciclo de desenvolvimento contínuo pelo período de 30 anos. A população chinesa se acostumou com as delícias da sociedade de consumo, logo clama por direitos sociais próprios do regime capitalista.

Uma vez experimentada a doçura do mel, ninguém mais quer comer iguarias amargas. O governo de Pequim está diante de um sacrossanto dilema: crescer ou crescer.

A China tem a maior população, na casa dos 1 bilhão e 300 milhões, e o maior Exército do mundo. Mas se o povo for às ruas clamando por mais democracia, mais liberdade, mais emprego, melhores salários, mais saúde, regime previdenciário, moradias decentes para todos e igualdade salarial entre chineses e chinesas, quem irá deter aquela multidão?

O Exército vermelho poderá até reprimir a vontade, mas chegará a hora da verdade, na qual seus contingentes começarão a desertar. Nenhuma força militar tem o condão de reprimir o seu povo por muito tempo.

O exemplo trágico da Líbia está aí, latente, atual. Muamar Kaddafi só caiu, quando começou a caçada sem tréguas aos guerrilheiros de Benghasi. Na ânsia de destruir o inimigo a qualquer custo, hospitais, casas e escolas foram transformadas em ruínas matando inocentes e revoltando a população indefesa.

Na Síria, o atual ditador Assad comete o mesmo erro de Kaddafi, quando tenta conter a rebelião dos insurgentes da cidade de Holms, destruindo a cidade com bombas de alta potência e derrubando prédios, escolas e hospitais. A cidade está em ruínas. Os ditadores caem porque repetem os mesmos erros cometidos pelos déspotas ao longo da história. No fundo e na forma, não passam de líderes despreparados, que se impõe pela força de seus exércitos na tarefa de oprimir o povo e manter os privilégios da casta incrustada no centro dos partidos e do poder.

Os ingleses esticaram a corda na brutal opressão que desencadearam na Índia e de lá saíram corridos e vencidos pela estratégia pacifista do herói da resistência, o gigante Mahatma Gandhi. O Japão foi obrigado a bater em retirada da China, quando exercia uma política colonialista das mais sangrentas contra a população local. Suas tropas foram derrotadas e expulsas do país.

Voltando ao drama chinês, uma sina acompanha o país. Trata-se do constante perigo da explosão demográfica. O crescimento gera expectativas que não podem ser reduzidas, pelo contrário, a tendência das pessoas é sempre lutar por mais direitos e melhores condições de vida e de trabalho. Então, para manter o povo sob controle os dirigentes não podem permitir que irrompa uma crise econômica nos moldes da que ocorreu em 2008 nos EUA e que atinge a Europa com certa crueldade nesse início de 2012.

Obrigada a reduzir o ritmo de crescimento, de modo a evitar a bolha inflacionária, fato que vem afetando as exportações de commodities no Brasil consequentemente reduzindo o crescimento da Vale do Rio Doce, a China enfrenta um drama próprio dos regimes capitalistas: a corrupção e o nepotismo.

Exemplo da queda do ex-membro do Politburo e ex-líder do Partido Comunista da cidade de Chongqing de 30 milhões de habitantes, o suposto milionário Bo Chilai.
O expurgo do líder chinês tem componentes parecidos com o enredo do filme Intriga Internacional: grampos telefônicos; suposto assassinato de empresário britânico; assessor de Bo Chilai se refugia no Consulado americano e entrega pastas confidenciais aos diplomatas; parentes possuidores de milhares de ações de empresas estrangeiras usam de influência para enriquecer o irmão, a cunhada e o filho. Enfim, uma tragédia no país oriental e “comunista”.

O poder, a corrupção, o populismo, a mentira, os privilégios, a fuga de capitais em direção aos paraísos fiscais, às mansões ocupadas pelos dirigentes máximos, são componentes de uma geleia geral capitalista em um país que teima em mostrar ao mundo que é um comunista.

Desde a morte de Mao Tsé Tung, o líder que comandou a grande marcha rumo a Pequim em 1949 e autor do Livro Vermelho, a China vem passando por transformações tão rápidas, a ponto de ser considerada a segunda potência militar no concerto das nações, e logo estará inserida integralmente no estilo de vida capitalista, financeiro e comercial da elite americana e europeia.
O tempo dirá se a China alcançará este patamar de glória ou de sofrimento para seus bilhões de habitantes.

MINISTRO DA JUSTIÇA IRÁ INVESTIGAR VAZAMENTO DO INQUÉRITO CONTRA DEMÓSTENES

Reportagem do Correio Braziliense revela que a rapidez com que as informações sigilosas do inquérito que trata das relações do bicheiro Carlinhos Cahoeira com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) surpreendeu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Cardozo afirmou que a origem do vazamento será investigada e os responsáveis serão punidos, reagindo contra o fato de informações sigilosas terem sido publicadas em um site apenas três horas após o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandoswki ter liberado o acesso do inquérito aos integrantes da CPI do Cachoeira, ao Conselho de Ética do Senado e à Comissão de Sindicância da Câmara, que investiga o envolvimento de deputados com o contraventor.

“Eu fico absolutamente impressionado. Esse fato será levado a inquérito, com uma apuração com rigor para chegar a uma ou a todas as pessoas responsáveis pelo vazamento”, disse o ministro, que afirma não acreditar que as informações tenham partido da Polícia Federal.
“Sinceramente, não acredito, porque essas operações ficaram anos na Polícia Federal sem nenhum vazamento. Mas, se eventualmente, servidores da Polícia Federal foram responsáveis, serão punidos na forma da lei”, garantiu.

###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

Como vivemos no país do faz-de-conta, tudo é válido, até a promessa do ministro de investigar o vazamento. Mas o que precisa ser dito é o seguinte: se não houvesse vazamento, o caso estaria encoberto até hoje.
Há quatro anos as informações estão em poder da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, e ninguém fez nada.
As gravações estavam quase criando raízes dentro das gavetas. Mais um pouco e as fitas seriam impregnadas por mofo e fungos, ficariam emprestáveis e não poderiam servir de prova.
Esta é a realidade, que o ministro deveria conhecer.

01 de maio de 2012
tribuna da internet

A GUERRA DO RIO

Sérgio Cabral foi traído pelo destino.

A maioria das fotos e vídeos exclusivos publicados pelo rival Anthony Garotinho saíram dos celulares da mulher do governador do Rio, Adriana Ancelmo.

Como arapongagem ou traição estão descartadas, um político carioca fez a rota da denúncia: Em 2009, Adriana teria enviado o material para a amiga Jordana Kfuri, então mulher do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta.

Com a morte de Jordana e um filho seu na queda do helicóptero na Bahia em 2011 o material ficou com a família dela, que nunca perdoou Cabral pelo acidente, como incentivador da viagem.

Pré-campanha

Com farto, exclusivo e considerado bombástico material em mãos, Garotinho não perdeu tempo e divulgou. Por ora, ele é candidato ao governo do Rio em 2014.

Na mira

Além de Cabral, os secretários Wilson Carlos (Governo), Régis Fichtner (Casa Civil) e Sérgio Cortes (Saúde) aparecem em fotos com Cavendish em Paris. Estão na mira da CPI.

01 de maio de 2012
Leandro Mazzini

A FARRA CONTINUA...

Mc Câmara

                                                                McDia feliz na Câmara


A Câmara permite que os deputados (que já ganham cerca de 26 700 reais) utilizem a verba indenizatória de gabinete para bancar refeições em restaurantes país afora. Sendo assim, alguns deputados aproveitam.

Veja João Carlos Bacelar, por exemplo. O único parlamentar pendurado no Conselho de Ética da Câmara no momento usou a verba da Câmara, no ano passado, para pagar doze lanches feitos em lugares como Mc Donald’s, Big Burger e Subway. A conta ficou em 385 reais.
Por Lauro Jardim

ESPANHA ESTUDA COMO REAGIR À EXPROPRIAÇÃO NA BOLÍVIA

Morales anunciou hoje a nacionalização da Transportadora de Eletricidade S.A.

Morales tentou justificar a expropriação dizendo que, nos últimos 16 anos, a espanhola REE investiu apenas 81 milhões de dólares na TDE
Morales tentou justificar a expropriação dizendo que, nos últimos 16 anos, a espanhola REE investiu apenas 81 milhões de dólares na TDE (EFE)
O governo espanhol está "coletando informações" e estuda o que fazer a respeito da decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar a empresa Transportadora de Eletricidade S.A. (TDE), filial da gestora da rede elétrica espanhola REE. No entanto, a Espanha já adiantou que se trata de um caso diferente da desapropriação, por parte do governo argentino, da companhia Repsol.

“O governo está coletando informações sobre os aspectos técnicos e os aspectos diplomáticos", afirmaram fontes governamentais. Uma porta-voz do governo espanhol disse que a Espanha está analisando a situação de perto e poderá divulgar um comunicado ainda nesta terça-feira.

Contexto - Duas semanas após a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciar a expropriação de 51% da petroleira YPF, filial argentina da espanhola Repsol, o presidente de Bolívia, Evo Morales, nacionalizou a empresa Transportadora de Eletricidade S.A., gerida pela empresa Rede Elétrica Internacional, filial do Grupo Rede Elétrica, da Espanha, e ordenou às Forças Armadas sua ocupação.

A TDE foi fundada em 1997 durante a privatização do setor elétrico, e possui 73% das linhas de transmissão. Cerca de 99,94% de seu capital estava nas mãos da Rede Elétrica Internacional e 0,06% pertencia aos trabalhadores da empresa, de acordo com a página. Morales disse que, nos últimos 16 anos, a Rede Elétrica, que tem o controle da empresa desde 2002, investiu apenas 81 milhões de dólares na produção.

Antecedentes - Morales, um descendente indígena de esquerda, tomou a decisão em meio a protestos de sindicatos, que exigem um incremento salarial superior aos 8% oferecidos pelo governo. Apesar de o anúncio ter surpreendido a Espanha enquanto as suas cidades são palcos de protestos contra o desemprego, a medida era bastante previsível – não é a primeira vez em que Morales usa o Dia do Trabalho para nacionalizar empresas no país.

Desde que chegou ao poder, em 2006, o presidente expropriou cerca de vinte companhias de hidrocarbonetos, cimentos, minas e de energia. Em 1º de maio de 2006, ele nacionalizou o setor de hidrocarbonetos, e, em 2010, foi a vez de três empresas elétricas com sócios internacionais – passando para as mãos do governo o controle de 80% da geração de energia do país.
Depois da nacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos em 2006 e após árduas negociações, 10 petroleiras estrangeiras, entre elas a Repsol-YPF (que controlava 27% das reservas de gás bolivianas), alcançaram acordos com o governo Morales sobre as novas condições para operar na Bolívia.

Argentina - Apesar de suas medidas nacionalistas, Morales tem evitado opinar sobre a decisão argentina de expropriar 51% da petroleira YPF, sob o controle da espanhola Repsol. "É um tema da Argentina e da Espanha", disse ele em recente coletiva de imprensa. “A expropriação decidida pela presidente argentina Cristina Kirchner não vai nos trazer nenhum problema porque temos uma relação de muita confiança com a Repsol. A Repsol, como empresa, respeita todas as normas bolivianas e os investimentos que a Repsol está fazendo vão bem", afirmou.
(Com agência France-Presse)

01 de maio de 2012
Revista VEJA

SÓ PODE SER DEBOCHE...

Collor na CPI?
Collor na CPI? É o país da piada pronta. O presidente que foi "impechado" do Palácio do Planalto vai ser o representante do PTB na CPI do Cachoeira. Vai combater a corrupção? Deve tirar do armário a fantasia (tão empoeirada) de caçador de marajás. Leiam a notícia da coluna "Radar" da Veja on line:

Collor na CPI


Collor escolhido
O PTB definiu que Fernando Collor será o seu representante na CPMI que vai investigar Carlinhos Cachoeira.
Por Lauro Jardim

INAUGURA-SE NO BRASIL O ESTADO RACIALIZADO", DIZ YVONE MAGGIE SOBRE AS COTS PARA NEGROS

     O início do julgamento sobre a validade da adoção do sistema de cotas raciais e sócio econômicas no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a polêmica medida de adoção de ações afirmativas.

Para críticos, como a especialista do Instituto Millenium Roberta Kaufmann, a medida promove a segregação racial, incitando a intolerância.

O sistema de cotas também pode revelar sua ineficácia na educação. O ingresso no ensino superior não promove a igualdade entre os estudantes, já que uma formação educacional de qualidade começa nos bancos escolares. As cotas também vão de encontro com o principio da meritocracia, que recompensa o indivíduo pelo esforço pessoal.

A antropóloga Ivonne Maggie vê a política de cotas raciais como um problema de ordem legal. “ Se isso for realmente configurado, inaugura-se no Brasil o estado racializado, dividindo o povo brasileiro entre negros e brancos.”

A votação

Há três ações relacionadas às cotas sendo apreciadas pelos ministros do STF. Dois processos avaliam a constitucionalidade de regras adotadas pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para o ingresso de estudantes por meio do sistema de cotas. O outro processo avalia a adoção das cotas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni).

Assista a análise da antropóloga:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=hW43_btZZc8

01 de maio de 2012

NO DIA 1o. DE MAIO DE 2002

O dia do trabalho de 2002, vai encontrar Lula em plena campanha eleitoral. Nessa época o prefeito Santo André já havia sido assassinado em circunstâncias que não interessaram ao PT esclarecer, por outro lado, seu caixa dois já havia sido devidamente molhado com R$ 2 milhões, pela cachoeira de Carlinhos.




O candidato do PT resolveu fazer seu comício na cidade que fora seu berço eleitoral, São Bernardo do Campo, mais precisamente no estádio da Vila Euclides.

A afluência era grande e o discurso de Lula estava sendo gritado num desvairo etílico. Assistia o evento, um velho militante, cuja a audição estava prejudicada pela idade e perguntou à pessoa que estava ao seu lado:

“O que ele está dizendo?”, o sujeito era petista, como mostrava a camiseta que vestia, um grande sacana (sem pleonasmo), resolveu tirar um sarro com a cara do velho surdo e respondeu:

“O “cumpanheiro”, tá dizendo que se for eleito, o povo só vai  trabalhar no dia 1° de maio, nos outros dias todos, pernas pro ar que ninguém é de ferro”.

O velho ficou pensativo por alguns segundos, voltando a perguntar:

 “E de férias, ele não falou nada?”

Giulio Sanmartini

DISCURSO POPULISTA

Pronunciamento de Dilma exigindo redução do juro é sensacionalismo barato com oportunismo


Na noite de segunda-feira (30), em pronunciamento por conta do Dia do Trabalho, a presidente Dilma Vana Rousseff voltou a criticar as altas taxas de juro cobradas pelos bancos privados.
Em rede nacional, Dilma disparou novamente contra o mercado financeiro, alegando que o exemplo a ser seguido é o do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que nas últimas semanas reduziram as taxas de juro em duas ocasiões. “É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo”, disse Dilma.

Nessa queda de braços, que tem como objetivo incentivar o consumo irresponsável por meio da concessão de crédito fácil, é importante salientar alguns pontos.
O custo do dinheiro está diretamente relacionado a uma regra de mercado, a da oferta e da procura. Fora isso, há a variante do risco, que as instituições financeiras levam em conta no momento da fixação das taxas de juro.
Dilma falou, em um trecho do seu pronunciamento, que “a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade os seus compromissos”, mas não é essa a realidade.
A inadimplência, que cresceu após a onda de consumismo iniciada a partir de 2008, está em níveis elevados, o que interfere nas taxas de juro e na disposição do mercado de conceder empréstimos.

É fato que as instituições financeiras têm lucrado como nunca no Brasil, mas esse movimento é resultado da complacência do então presidente Luiz Inácio da Silva com o setor, que despejou verdadeira fortuna nas duas últimas campanhas eleitorais do ex-metalúrgico.

Não será com discurso voltado para a plateia que Dilma conseguirá convencer os bancos a reduzirem as taxas de juro. Há no mercado operações contratadas anteriormente e ainda em vigência, cujas bases contratuais devem ser cumpridas à risca. Fora isso, as regras para a captação de dinheiro no exterior foram endurecidas pelo governo federal, como forma de evitar a enxurrada de dólares no País, o que prejudica as exportações brasileiras.

Dilma não tem um avarinha de condão e nem o Brasil é uma ditadura para que fatos aconteçam da noite para o dia, por meio de uma canetada resultante do humor do chefe da nação. Mudanças no mercado financeiro, como taxas de juro, por exemplo, demandam tempo para que sejam colocadas em prática e surtam os efeitos desejados. O BB e a Caixa só decidiram pela redução das taxas porque em caso de prejuízo o mesmo será socializado.

A equipe econômica do governo é uma das piores das últimas décadas e continua insistindo em não fazer a lição de casa. De nada adianta sonhar com a queda das taxas de juro, se em uma ponta há um tomador sedento de recursos que é o próprio governo.
No caso de as taxas de juro serem reduzidas, o consumo interno crescerá de forma automática.
Como o Brasil enfrenta um reconhecido processo de desindustrialização, a saída será incentivar a importação para evitar a alta da inflação, pois a tendência é que a demanda seja maior do que a oferta.
Acontece que se render aos importados é impulsionar a desindustrialização. Fora isso, o Banco Central já reviu para cima a inflação para 2012. Fato é que nessa ciranda de discursos alguém está querendo ser enganado.

01 de maio de 2012
ucho.info

O BOLIVIANO EVO MORALES SE APODERA DE EMPRESA ELÉTRICA ESPANHOLA

Boliviano Evo Morales aproveita a expropriação da YPF e se apodera de empresa elétrica espanhola


Mão grande – Inspirada no venezuelano Hugo Chávez e no boliviano Evo Morales, que em seus respectivos se apoderam de empresas privadas com facilidade criminosa, a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, expropriou a YPF, empresa petrolífera controlada pela espanhola Repsol.
Esses saltimbancos agem deliberadamente sob o manto do comunismo e embalados pela desculpa do bem estar da população.

A expropriação da YPF provocou prejuízos bilionários à Repsol, que buscará seus direitos na Justiça internacional, e gerou protestos nos meios diplomáticos e empresariais, o que não é bom sinal para um país que está mergulhado em crise econômica grave e preocupante, como é o caso da Argentina.

Sem saber como solucionar o problema, Cristina de Kirchner tem se valido de atos populistas, como a expropriação da YPF, que foi precedida pela reivindicação das Ilhas Falkland (Ilhas Malvinas para os argentinos).

Acontece que a atitude de Cristina de Kirchner de se apropriar da YPF reacendeu na América Latina a onda de assalto à iniciativa privada. O presidente cocalero Evo Morales, da Bolívia, promulgou nesta terça-feira (1) o decreto de nacionalização da Transportadora de Electricidad S.A. (TDE), filial da Red Eléctrica Española (REE), que opera desde 1997 no país sul-americano. Para completar, Morales ordenou às Forças Armadas que tomem as instalações da empresa.

Para anunciar o feito, Evo Morales apelou para um discurso populista, como se expropriação fosse um ato corriqueiro, legal e livre de ações judiciais.
“Hoje, como justa homenagem aos trabalhadores e ao povo boliviano que lutou pela recuperação dos recursos naturais e dos serviços básicos, nacionalizamos a Transportadora de Electricidad”, disse Morales, que informou que 73% das redes de transmissão de energia elétrica voltaram ao controle da estatal Empresa Nacional de Electricidad (ENDE), com sede na cidade de Cochabamba.

Que a América Latina está sob ventos esquerdistas todos sabem, mas é preciso impedir que essa lufada totalitarista transforme os países da região em ditaduras civis, sob pena de essa porção do continente se transformar em reduto de ditadores.
E o Brasil não está livre desse movimento. Basta analisar as críticas de Dilma Rousseff aos bancos privados, cujos donos devem colocar as respectivas barbas de molho.

01 de maio de 2012
ucho-info

O CHEFE - CAP. 7

Capítulo VII

Na denúncia do procurador-geral da República,
mensalão foi ação de 'organização criminosa'

"Os denunciados operacionalizaram desvio de recursos públicos, concessões de benefícios indevidos a particulares em troca de dinheiro e compra de apoio político, condutas que caracterizam os crimes de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, corrupção e evasão de divisas."

A acusação acima, do procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, faz parte do inquérito sobre o escândalo do mensalão. Ele denunciou, em 11 de abril de 2006, 40 pessoas ao STF (Supremo Tribunal Federal). A denúncia endossou os resultados da CPI dos Correios, e foi além.
Logo na introdução do documento, os 20 dos acusados com participação notória no esquema: José Dirceu, Luiz Gushiken, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio Pereira, Marcos Valério, João Paulo Cunha, Pedro Corrêa, José Janene, Valdemar Costa Neto, Professor Luizinho, João Magno, Anderson Adauto, Duda Mendonça, José Borba, Carlos Rodrigues, Zilmar Fernandes da Silveira, Simone Vasconcelos, Henrique Pizzolato e Roberto Jefferson.

Para o procurador, "todas as imputações feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson ficaram comprovadas". As apurações "evidenciaram o loteamento político dos cargos públicos em troca de apoio às propostas do governo, prática que representa um dos principais fatores do desvio e má aplicação de recursos públicos, com o objetivo de financiar campanhas milionárias nas eleições, além de proporcionar o enriquecimento ilícito de agentes públicos e políticos, empresários e lobistas que atuam nessa perniciosa engrenagem".

Ao abordar a movimentação financeira dos investigados, Antonio Fernando de Souza apontou: os denunciados "mantinham um intenso mecanismo de lavagem de dinheiro com a omissão dos órgãos de controle, uma vez que possuíam o apoio político, administrativo e operacional de José Dirceu, que integrava o governo e a cúpula do Partido dos Trabalhadores".

Sobre José Dirceu: "É certo que José Dirceu, então ocupante da importante chefia da Casa Civil, em razão da força política e administrativa de que era detentor, competindo-lhe a decisão final sobre a indicação de cargos e funções estratégicas na administração pública federal, foi o principal articulador dessa engrenagem, garantindo-lhe a habitualidade e o sucesso".

O procurador-geral admitiu dificuldade para identificar a origem do dinheiro do esquema, "em razão de expedientes adotados pelos próprios investigados, que se utilizaram de uma elaborada engenharia financeira, facilitada pelos bancos envolvidos, notadamente o Banco Rural, onde o dinheiro público mistura-se com o privado, perpassa por inúmeras contas para fins de pulverização até o seu destino final, incluindo muitas vezes saques em favor do próprio emitente e outras intrincadas operações com offshores e empresas titulares de contas no exterior, tendo como destino final paraísos fiscais".

O relatório traz capítulo com o sugestivo nome de "Quadrilha". Refere-se à "existência de uma sofisticada organização criminosa, dividida em setores de atuação, que se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude". A denúncia:

"Pelo que já foi apurado até o momento, o núcleo principal da quadrilha era composto pelo ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, o ex-secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, Silvio Pereira, e o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Genoino."

"Como dirigentes máximos, tanto do ponto de vista formal quanto material, do Partido dos Trabalhadores, os denunciados, em conluio com outros integrantes do partido, estabeleceram um engenhoso esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e de empresas estatais e também de concessões de benefícios diretos ou indiretos a particulares em troca de ajuda financeira."
"O objetivo desse núcleo principal era negociar apoio político, pagar dívidas pretéritas do partido e também custear gastos de campanha e outras despesas do PT e dos seus aliados."

"Com efeito, todos os graves delitos que serão imputados aos denunciados ao longo da presente peça têm início com a vitória eleitoral de 2002 do Partido dos Trabalhadores no plano nacional e tiveram por objetivo principal, no que concerne ao núcleo integrado por José Dirceu, Delúbio Soares, Silvio Pereira e José Genoino, garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos políticos e do financiamento futuro e pretérito (pagamento de dívidas) das suas próprias campanhas eleitorais."

O procurador-geral da República citou os nomes de sócios e funcionários do empresário Marcos Valério, todos denunciados no inquérito:
"Nesse ponto, e com objetivo unicamente patrimonial, o até então obscuro empresário Marcos Valério aproxima-se do núcleo central da organização criminosa (José Dirceu, Delúbio Soares, Silvio Pereira e José Genoino) para oferecer os préstimos da sua própria quadrilha (Ramon Hollerbach, Cristiano de Mello Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos e Geyza Dias dos Santos) em troca de vantagens patrimoniais no Governo Federal."

Em conjunto com dirigentes do Banco Rural, "Marcos Valério desenvolveu um esquema de utilização de suas empresas para transferência de recursos financeiros para campanhas políticas, cuja origem, simulada como empréstimo do Banco Rural, não é efetivamente declarada, mas as apurações demonstraram tratar-se de uma forma de pulverização de dinheiro público desviado através dos contratos de publicidade".

Antonio Fernando de Souza afirma que Marcos Valério e os sócios "utilizavam suas empresas e contratos de publicidade com empresas privadas para operacionalizar esquema de repasse de dinheiro não-contabilizado a candidatos a cargos eletivos, diante da possibilidade de contabilização desses recursos como gasto de publicidade, mediante o desconto de um percentual sobre o valor transferido. Para esse fim valiam-se do mesmo esquema de transferência de dinheiro em espécie operado junto ao Banco Rural".

A "complexa organização criminosa", conforme o procurador-geral da República, contava com apoio da alta direção do Banco Rural, a saber: Kátia Rabello, presidente, e os vice-presidentes José Roberto Salgado, Ayanna Tenório Torres de Jesus e Vinícius Samarane.

A denúncia segue: não há dúvida de que a cúpula do PT se associou, "de forma estável e permanente" aos núcleos publicitário, de Marcos Valério, e financeiro, junto ao Banco Rural: "Conspurca-se a manifestação popular, base do sistema democrático, instituindo-se sistema de enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio de obter a compra de votos de parlamentares à custa do desvio de recursos públicos".

O procurador-geral descreveu que a "associação criminosa" entre integrantes do PT, empresas de Valério e o Banco Rural tinha a finalidade de transferir, periodicamente, vultosas quantias para parlamentares ou pessoas indicadas por eles. Sempre com autorização de Delúbio Soares, "sem qualquer contabilização por parte dos responsáveis pelo repasse ou pelos beneficiários".

A apuração concluiu: "no mínimo, R$ 55 milhões, repassados pelos Bancos Rural e BMG, foram entregues à administração do grupo de Marcos Valério, sob o fundamento de pseudos empréstimos ao publicitário, empresas e sócios, e foram efetivamente utilizados nessa engrenagem de pagamento de dívidas de partido, compra de apoio político e enriquecimento de agentes públicos".
A denúncia continua: "Também foram repassados diretamente pelos Bancos Rural e BMG vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, comandado formal e materialmente pelo núcleo central da quadrilha, sob o falso manto de empréstimos bancários".

"Desse modo, o núcleo do Banco Rural, em troca de vantagens indevidas, ingressou na engrenagem criminosa com o aporte de recursos milionários, mediante empréstimos simulados, além de montar uma sofisticada estrutura de lavagem de capitais para o repasse dos valores pagos aos destinatários finais."
O procurador-geral acusou os dirigentes do BMG de "injetarem recursos milionários na empreitada delituosa, mediante empréstimos simulados".

Segundo a denúncia, "ficou comprovado que o banco BMG foi flagrantemente beneficiado por ações do núcleo político-partidário, que lhe garantiram lucros bilionários na operacionalização de empréstimos consignados de servidores públicos, pensionistas e aposentados do INSS, a partir de 2003".

O relatório explica: "O banco BMG, que sequer é um banco pagador de benefícios previdenciários e que possui uma insignificante capilaridade de agências, solicitou autorização ao INSS para efetuar os chamados empréstimos consignados aos aposentados e pensionistas e, apesar de pareceres contrários da área jurídica e do fato de que a regulamentação vigente, naquela ocasião, permitia que somente bancos pagadores de benefícios pudessem habilitar-se para a concessão desses créditos, o então presidente do INSS, Carlos Gomes Bezerra, adotou diversas providências para permitir a atuação do BMG nesse mercado".

"Todos os fatos que se desenrolaram desde então demonstram que as ações desenvolvidas pelo núcleo político-partidário foram pautadas exclusivamente para beneficiar o banco BMG, que, não por acaso, foi a primeira instituição financeira não pagadora de benefícios previdenciários habilitada à concessão dos créditos consignados, o que lhe rendeu vultosa lucratividade, decorrente, principalmente, dos mecanismos utilizados em seu benefício, que lhe permitiram sair na frente de todo o mercado de bancos pequenos; negociar esses empréstimos com os aposentados inclusive por telefone e, posteriormente, ceder essa carteira, em uma operação extremamente suspeita, à Caixa Econômica Federal."

Em outro trecho, o relatório traz justificativa para a troca de apoio político por cargos. Conforme o ex-deputado Roberto Jefferson, grafa o documento, "as diretorias e outros cargos relevantes na administração pública, resultantes da composição político-partidária, têm a função de arrecadar dinheiro do próprio órgão público, pela sistemática do desvio e superfaturamento, e também de pressionar empresas privadas que se relacionam com esses órgãos a fazer 'doações'".

O relatório refere-se uma vez mais a Jefferson. Afirma que o presidente nacional do PTB salientou que indicações para cargos, mudanças de partidos e compra de apoio político eram "tratadas diretamente com o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu. Tratavam, inclusive, do 'mensalão', matéria que foi objeto de conversa entre ambos em cinco ou seis oportunidades".

A denúncia: "José Dirceu comandava a indicação para o preenchimento de cargos na administração federal, contando com o assessoramento de Silvio Pereira, como representante do PT, Marcelo Sereno e de Sandra Cabral, ambos assessores especiais da Casa Civil que tinham a função de acompanhar essas nomeações".

Mais: "Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira, dirigentes do Partido dos Trabalhadores, atuavam no esquema como se fossem representantes do governo. Silvio Pereira, em diversos depoimentos, foi apontado como um dos responsáveis pelas indicações para o preenchimento de cargos e funções públicas no Governo Federal, fato pelo mesmo confirmado.
Ou seja, não obstante tratar-se apenas de um integrante da cúpula do Partido dos Trabalhadores, secretário do partido, atuava nos bastidores do governo, negociando as indicações políticas espúrias que, em última análise, proporcionavam o desvio de recursos em prol de parlamentares, partidos políticos e particulares". (...)

"Com a base probatória colhida, pode-se afirmar que José Genoino, até pelo cargo partidário ocupado, era o interlocutor político visível da organização criminosa, contando com o auxílio direto de Silvio Pereira, cuja função primordial na quadrilha era tratar de cargos a serem ocupados no Governo Federal. Delúbio Soares, por sua vez, era o principal elo com as demais ramificações da quadrilha (Marcos Valério e Rural), repassando as decisões adotadas pelo núcleo central.
Tudo sob as ordens do denunciado José Dirceu, que tinha o domínio funcional de todos os crimes perpetrados, caracterizando-se, em arremate, como o chefe do organograma delituoso."

De acordo com o procurador-geral, eram frequentes "as reuniões no Diretório do PT, em Brasília, entre Marcos Valério, Delúbio Soares e Silvio Pereira, além de encontros no hall do hotel Blue Tree, também em Brasília, onde Marcos Valério passou a se hospedar para facilitar os contatos".
E mais:
"Marcos Valério também confirmou que se valeu da sua influência junto aos bancos Rural e BMG para solucionar problema enfrentado pela ex-esposa do então ministro José Dirceu, que pretendia vender o seu imóvel, obter um empréstimo e arrumar um emprego. Marcos Valério e Rogério Tolentino resolveram todas as três pendências acima, o que evidencia a troca de favores no esquema."

O relatório cita que Dirceu "era a segunda pessoa mais poderosa do Estado brasileiro, estando abaixo apenas do presidente da República". E acrescenta:
"Assim, a atuação voluntária e consciente do ex-ministro José Dirceu no esquema garantiu às instituições financeiras, empresas privadas e terceiros envolvidos que nada lhes aconteceria, como de fato não aconteceu até a eclosão do escândalo, e também que seriam beneficiados pelo Governo Federal em assuntos de seu interesse econômico, como de fato ocorreu."

"Se por um lado integrantes da cúpula do Governo Federal e do PT dispuseram-se a estruturar uma forma de financiamento do próprio partido e dos seus aliados, formando-se, à custa do dinheiro público, uma sólida base governista capaz de garantir a continuidade no poder desse grupo, por outro, nos termos confessados pelo próprio Marcos Valério, este e os seus sócios aproximaram-se dos dirigentes do PT, notadamente Delúbio Soares, com a finalidade de oferecer as suas empresas como mecanismo operacional desse esquema, já contando com o apoio dos bancos Rural e BMG também interessados em se beneficiar em deliberações governamentais, os quais mantinham, principalmente o Rural, atividades financeiras suspeitas com o grupo de Marcos Valério."

"O início desse relacionamento, que se transformou, segundo informado por Marcos Valério, em uma sólida amizade, e que teve, por parte de Marcos Valério, a intenção de apresentar o seu modus operandi de desvio de recursos públicos e utilização de instituições financeiras para lavagem de dinheiro, gerou excelentes resultados para esse publicitário que, logo de início, promoveu a campanha publicitária do deputado João Paulo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados, o qual, uma vez eleito, contratou justamente a empresa SMPB para as campanhas institucionais da Câmara, situação eivada de ilegalidades que será descrita no tópico seguinte."

Em seguida, o relatório faz nova menção ao ex-deputado Roberto Jefferson. Desta vez, trata dos R$ 20 milhões que seriam transferidos ao PT e ao PTB, numa transação para a aquisição da Telemig pela Brasil Telecom, "operação acompanhada diretamente pelo ex-ministro José Dirceu".

Aqui, o inquérito classifica Marcos Valério como "experiente no ramo da criminalidade", dono de "rede própria de servidores corrompidos para facilitar suas atividades ilícitas". Por isso o empresário teria assumido "o papel de principal organizador dos crimes perpetrados pelo núcleo central da quadrilha", formado por Dirceu, Genoino, Delúbio e Silvio Pereira.

O procurador-geral relatou que Valério intermediou reuniões de Carlos Rodenburg, acionista do grupo Opportunity, com a finalidade de solucionar problemas daquela instituição com o Governo Federal. Intermediou também visita de Delúbio e Genoino à siderúrgica Usiminas:

"Ou seja, Delúbio Soares, além de atuar como representante do PT, também se relacionava com empresários e terceiros na qualidade de integrante do Governo Federal, com legitimidade para discutir a questão do relacionamento com grupos econômicos extremamente influentes, como é o caso do Opportunity. Uma instituição privada desse porte, em hipótese alguma, solicitaria o auxílio de Marcos Valério para uma reunião com Delúbio Soares se não vislumbrasse nesse encontro uma possibilidade de atendimento a seus pleitos legítimos ou ilegítimos."

Sobre a agência de Valério: "A empresa SMPB era o comitê central das atividades criminosas do núcleo Marcos Valério, fornecendo a estrutura logística e humana para a consecução dos objetivos da organização criminosa, empregando como mão-de-obra as denunciadas Simone Vasconcelos e Geyza Dias, ambas responsáveis pela parte financeira da referida empresa."

Agora, sobre Geyza Dias dos Santos:
"Ela encaminhava, principalmente via correio eletrônico, a qualificação dos beneficiários dos polpudos valores ilícitos que eram originados, lavados e, por fim, entregues pela organização criminosa. Além disso, recebia alguns beneficiários na sede da SMPB e organizava pessoalmente os repasses de valores em algumas situações, como no caso envolvendo parte dos pagamentos ilícitos, inclusive no exterior, aos publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes".

Simone Vasconcelos, diretora da agência de Valério, por sua vez, "era peça fundamental na engrenagem criminosa, pois tinha como ofício repassar o dinheiro para os beneficiários finais da engenharia criminosa montada":
"Essas entregas, ordinariamente efetuadas na sede da agência bancária, também ocorriam em hotéis. Ela também tinha a função de telefonar para os destinatários dos valores, informando que já estavam disponíveis e orientando o local e a forma de recebimento."

Trecho do relatório: "Quanto à sistemática e frequência dos saques de valores vultosos, em espécie, principalmente na agência do Banco Rural em Brasília, são relevantes as informações prestadas pelo então tesoureiro dessa agência, senhor José Francisco de Almeida Rego, o qual informou que a partir de 2003 os saques em espécie tornaram-se polpudos, frequentes e operacionalizados por fax, telefonemas ou correios eletrônicos encaminhados pela agência de Belo Horizonte, indicando o valor e a qualificação do sacador do dinheiro em espécie no banco".

Sobre Rogério Tolentino, sócio de Valério:
"Seu envolvimento pode ser visualizado em atuações específicas da quadrilha, como a entrega de dinheiro ao deputado federal José Mentor sob a justificativa de uma consultoria jurídica, buscando excluir o Banco Rural das investigações parlamentares, sua ida junto com Marcos Valério e Emerson Palmieri para Portugal para fechar uma das operações do bando, e sua participação no episódio envolvendo o procurador da Fazenda Nacional Glênio Guedes".

Mais um capítulo da denúncia, chamado de "Desvio de recursos públicos". Descreve que as empresas de Valério administravam verbas de publicidade do Banco do Brasil, Ministério do Trabalho, Eletronorte, Ministério dos Esportes, Correios e Câmara dos Deputados, mas, no entanto, "eram contumazes sonegadoras fiscais, mantinham contabilidade paralela e emitiam notas fiscais falsas para justificar custos na prestação de serviços publicitários".

A emissão de notas fiscais falsas servia "para justificar pagamentos de serviços sem a devida contraprestação, além de outras práticas ilícitas destinadas a justificar o recebimento de vultosas quantias, posteriormente repassadas ao esquema operacionalizado pelo núcleo Marcos Valério".

Várias páginas do relatório são dedicadas à promíscua relação entre Valério e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP). Aqui, destaca-se o "desvio" de R$ 252 mil do contrato entre a SMPB Comunicação e a Câmara, "em proveito próprio" de Cunha.
O montante foi usado para pagar uma subcontratada, a IFT (Ideias, Fatos e Texto), do jornalista Luis Costa Pinto, assessor do deputado. Em troca, a empresa se comprometeu a elaborar boletins mensais, mas jamais teria entregado nada.
A denúncia:
"Na verdade, a subcontratação foi uma armação para que o Luis Costa Pinto fosse bem remunerado (R$ 20 mil por mês) para prestar assessoria direta a João Paulo Cunha."

Para Antonio Fernando de Souza, a SMPB foi remunerada, sem prestar serviços, à medida que subcontratou "99,9%" do objeto licitado com a Câmara dos Deputados, contrato cujo valor alcançava R$ 10,7 milhões.

"A SMPB, do núcleo Marcos Valério, participou do contrato apenas para intermediar subcontratações, recebendo honorários de 5% por isso. Referida situação caracteriza grave lesão ao erário, além do crime de peculato."
Para o procurador, a prática das subcontratações permitiu que Cunha desviasse R$ 536 mil do contrato mantido entre a Câmara e a SMPB. Tudo "em proveito do núcleo Marcos Valério da organização criminosa".

O inquérito analisou contrato da DNA Propaganda, de Valério, com o Banco do Brasil. Acusa "o desvio de recursos públicos em benefício de terceiros, bem como o pagamento indevido de serviços que não foram prestados pela agência de publicidade contratada, entre diversas outras ilicitudes".

Cita auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) na DNA. A agência de Valério "desviou em proveito próprio, no mínimo, R$ 4,2 milhões".
Destes, R$ 2,9 milhões referem-se a pagamentos de bonificações por fornecedores na gestão de Henrique Pizzolato na Diretoria de Marketing do Banco do Brasil:
"O desvio desses recursos efetivou-se porque os dirigentes do Banco do Brasil responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização do contrato, em conluio com o grupo de Marcos Valério, permitiram que a agência de publicidade cobrasse do fornecedor subcontratado a comissão denominada 'bônus de volume' que, no caso de ambos os contratos firmados com o Banco do Brasil, deveria ser integralmente devolvida ou mesmo descontada da fatura emitida pelo fornecedor contra o banco."

Para o procurador-geral, desvios relacionados ao bônus de volume do Banco do Brasil podem chegar à cifra de R$ 37,6 milhões. O inquérito descreve a "profunda ligação" entre Pizzolato e o PT. Por isso, Pizzolato "participou do crime de peculato ora narrado. Sua indicação para um cargo estratégico dentro das pretensões da organização criminosa foi fruto dessa vinculação".

Da denúncia de Antonio Fernando de Souza:
"O ex-ministro da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken, e o ex-diretor de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, em atuação orquestrada, desviaram, no período de 2003 e 2004, em benefício do grupo liderado por Marcos Valério e do Partido dos Trabalhadores, vultosas quantias do fundo de investimento Visanet, constituído com recursos do Banco do Brasil".

O Banco do Brasil liberou para a DNA, a título de antecipação de recursos dos serviços de publicidade da Visanet, R$ 73,8 milhões. A denúncia:
"Com efeito, uma vez sob disposição do núcleo Marcos Valério, o montante foi empregado para pagar propina e dívidas de campanhas eleitorais por ordem de José Dirceu, José Genoino, Silvio Pereira e Delúbio Soares. Além disso, como já relatado, uma das antecipações serviu para abater um dos empréstimos do BMG que suportaram a engenharia ora denunciada".

O relatório esmiúça irregularidades descobertas no contrato de R$ 12,8 milhões entre a SMPB e o Ministério dos Esportes, e no contrato da DNA com a Eletronorte, no total de R$ 42,2 milhões. Entre os expedientes suspeitos, recebimento de comissões sem a correspondente prestação de serviços, sobrepreços na aquisição de bens, simulação de cotação nos preços de serviços subcontratados, pagamento por serviços não-realizados e apresentação de propostas fraudulentas, para justificar a subcontratação de serviços.

O próximo capítulo tem o título de "Lavagem de dinheiro". O procurador-geral da República acusa a existência de um "sofisticado mecanismo de branqueamento de capitais", implementado pelo núcleo de Valério:
"A sistemática criada pelos dirigentes do Banco Rural, aprimorada a partir do início de 2003, possibilitou a transferência, em espécie, de grandes somas em dinheiro com a ocultação e dissimulação da natureza, origem, movimentação e destino final."

Cabia a Delúbio dizer a Valério quem receberia e qual valor a ser entregue:
"A estrutura articulada pelos dirigentes do Banco Rural possibilitou que o grupo de Marcos Valério, notadamente Simone Vasconcelos e Geyza Dias, comunicasse ao gerente da conta da SMPB ou DNA no Banco Rural de Belo Horizonte, agência Assembléia, a operação que seria desencadeada, ou seja, pagamento de determinada quantia, nas praças de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro, qualificando a pessoa que efetuaria o recebimento e transporte, em malas ou sacolas, dos recursos financeiros."

O procurador-geral anotou o comportamento do funcionário do Banco Rural: "Nos dois anos dos intensos saques, o tesoureiro José Francisco destacou que nenhum recebedor fazia conferência do numerário, limitando-se a acondicionar os vultosos recursos em uma mala, bolsa ou sacola que levavam para tal finalidade ou lhes eram entregues pela própria Simone Vasconcelos.
Por seu turno, Simone Vasconcelos, conforme declarado na fase inquisitorial, limitava-se a entregar o numerário à pessoa identificada para o seu recebimento, sem conferir sequer a identidade".

Do inquérito:
"O Banco Rural, embora tivesse conhecimento dos verdadeiros sacadores/beneficiários dos recursos sacados na 'boca do caixa', registrou no Sistema do Banco Central (Sisbacen – opção PCAF 500, que registra operações e situações com indícios de crime de lavagem de dinheiro) que os saques foram efetuados pela SMPB Comunicação e que se destinavam a pagamento de fornecedores".

A denúncia apresentou "situações de pagamentos, pelo esquema de lavagem", envolvendo João Cláudio Genu, assessor do PP, o deputado Josias Gomes (PT-BA) e ainda Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, e José Luiz Alves, assessor do ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto (PL-MG).

De acordo com o procurador-geral, as agremiações políticas corrompidas, pagas com vultosas quantias, "chegaram a estruturar quadrilhas autônomas para viabilizar o cometimento dos crimes de corrupção passiva e lavagem de capitais, consistentes no recebimento direto ou disfarçado dos pagamentos de propina em troca de integrarem a base de apoio do Governo Federal".

O inquérito prossegue: "Além dos pagamentos que foram comprovados pelos documentos obtidos em razão do cumprimento de medida de busca e apreensão no Banco Rural, é preciso registrar que vários repasses foram efetuados diretamente por Marcos Valério e Simone Vasconcelos sem qualquer registro formal, ainda que rudimentar".

Em relação ao PP, a acusação relaciona os deputados José Janene (PR), Pedro Corrêa (PE), Pedro Henry (MT) e o assessor João Cláudio Genu. Todos denunciados pelo "recebimento de vantagem indevida" de R$ 4,1 milhões, num acordo que implicava apoio do partido ao Governo Federal.
A denúncia:
"Após formalizado o acordo criminoso com o PT (José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira), os pagamentos começaram a ser efetuados pelo núcleo publicitário-financeiro. Os recebimentos, por sua vez, eram concretizados com o emprego de operações de lavagem de dinheiro para dissimular os reais destinatários dos valores que serviram como pagamento de propina."

No primeiro momento, os denunciados decidiram receber por meio de um intermediário, o assessor João Cláudio Genu. Os saques eram efetuados por Simone Vasconcelos no Banco Rural e repassados a Genu, em malas ou sacolas, dentro da agência do Brasília Shopping, em quarto do hotel Grand Bittar, em Brasília, ou na própria sede da SMPB na capital federal.

Depois, com a finalidade de "sofisticar as manobras de encobrimento da origem e natureza dos expressivos montantes auferidos pela quadrilha", foram utilizadas as empresas Bônus-Banval, de Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, e Natimar, de Carlos Alberto Quaglia.

No PL, os denunciados são o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), os irmãos Jacinto e Antonio Lamas, Lúcio Funaro e José Carlos Batista. Os três primeiros receberam, em 2003 e 2004, cerca de R$ 10,8 milhões em propina.
A denúncia: "O acordo criminoso com os denunciados José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira foi acertado na época da campanha eleitoral para a Presidência da República em 2002, quando o PL participou da chapa vencedora".

Para dissimular os destinatários, operações de lavagem de dinheiro: "De fato, consciente de que os montantes eram oriundos de organização criminosa voltada para o cometimento de crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional, os denunciados articularam mecanismo para dissimular a origem, natureza e destino dos valores auferidos".

Os repasses foram intermediados pela Guaranhuns Empreendimentos, de Lúcio Funaro e José Carlos Batista. Não obstante, "a obtenção dos recursos em espécie também era empreendida por Valdemar Costa Neto, que costumava receber altas quantias em sua própria residência".

O procurador-geral acrescentou: "Logo após, junho de 2003, iniciou-se a sistemática de repasse de dinheiro pelo mecanismo de lavagem disponibilizado pelo Banco Rural, através do recebimento, em espécie, por Jacinto ou Antonio Lamas, na agência do Banco Rural em Brasília; no hotel Kubitschek, em Brasília; no hotel Mercure, em Brasília; e na filial da empresa SMPB, também localizada em Brasília".

Em âmbito do PTB, a propina em troca de apoio político foi recebida pelo ex-presidente José Carlos Martinez, falecido, Roberto Jefferson e o deputado Romeu Queiroz (MG), com a ajuda de Emerson Palmieri.
A acusação:
"Os denunciados, cientes de que os montantes recebidos tinham como origem organização criminosa dedicada ao cometimento dos crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional, engendraram mecanismo para dissimular a origem, natureza e destino dos valores auferidos." (...)

"Em dezembro de 2003, Roberto Jefferson manteve contato com Romeu Queiroz, secretário do PTB, para que este retomasse os mecanismos estruturados durante a gestão de José Carlos Martinez para a obtenção de recursos financeiros. Romeu Queiroz procurou o então ministro Anderson Adauto, o qual manteve entendimentos com Delúbio Soares, que se prontificou a retomar as transferências através da empresa SMPB, o que de fato ocorreu, nos termos abaixo narrados." (...)

"Assim, em janeiro de 2004, José Hertz, coordenador do PTB em Belo Horizonte, recebeu um telefonema de Emerson Palmieri que o orientou a buscar um envelope a ser entregue por Simone Vasconcelos. Primeiramente, José Hertz pegou um envelope com dinheiro na agência do Banco do Brasil em Belo Horizonte e, depois, recebeu outro envelope contendo dinheiro na agência do Banco Rural em Belo Horizonte."

"José Hertz deslocou-se até Brasília e entregou ambos os envelopes contendo dinheiro a Emerson Palmieri na data de 5/1/2004, ocasião em que Emerson Palmieri ligou para Roberto Jefferson informando o seguinte: 'assunto resolvido'."

Outro enrosco: o "núcleo central da quadrilha" acertou um repasse de R$ 20 milhões ao PTB, mas só teria providenciado a entrega de R$ 4 milhões, em duas parcelas. O caso já foi relatado em detalhes.

Sobre o PMDB: o ex-deputado José Borba (PR), líder do partido na Câmara, "integrou o esquema de corrupção em troca de apoio político". E recebeu, segundo admitiu Valério, R$ 2,1 milhões.
A denúncia:
"Ciente da origem ilícita dos recursos (organização criminosa voltada para a prática de crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional), bem como dos mecanismos de lavagem empregados para a transferência dos valores, José Borba atuou para não receber diretamente o dinheiro, de forma a não deixar qualquer rastro de sua participação no esquema".
O relatório ressalva:
"No entanto, ficou comprovado o pagamento de uma das parcelas disponibilizadas pelo grupo de Marcos Valério, no valor de R$ 200 mil ao ex-deputado federal José Borba, que recebeu esse dinheiro das mãos de Simone Vasconcelos. Nessa ocasião, o próprio José Borba compareceu na agência do Banco Rural em Brasília e procurou o então tesoureiro do Banco Rural em Brasília João Francisco de Almeida para a entrega do dinheiro, o que foi confirmado por Simone Vasconcelos."

"Todavia, José Borba recusou-se a assinar qualquer documento que comprovasse o recebimento da importância acima, fazendo com que Simone Vasconcelos se deslocasse até essa agência, retirasse, mediante a sua própria assinatura, a quantia acima informada, e efetuasse a entrega desse numerário ao então parlamentar."

O relatório dedica capítulo à "Lavagem de dinheiro (Partido dos Trabalhadores e o ex-ministro dos Transportes)". A denúncia:
"Objetivando não se envolverem nas operações de apropriação dos montantes, pois tinham conhecimento que os recursos vinham de organização criminosa destinada à prática de crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional, Paulo Rocha, João Magno, Luiz Carlos da Silva (vulgo 'Professor Luizinho') e Anderson Adauto empregaram mecanismos fraudulentos para mascarar a origem, natureza e, principalmente, destinatários finais das quantias."

O procurador-geral explicou: "Nas retiradas em espécie, buscando não deixar qualquer sinal da sua participação, os beneficiários reais apresentavam um terceiro, indicando o seu nome e qualificação para o recebimento dos valores". Dessa forma, o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA) recebeu R$ 920 mil, dos quais ao menos R$ 600 mil por meio da assessora Anita Leocádia Pereira Costa, que pegou dinheiro em agências bancárias e quarto de hotel:
"Anita Leocádia agia profissionalmente como intermediária de Paulo Rocha, tendo ciência que estava viabilizando criminosamente o recebimento de valores em espécie. Diferente de outros casos, não foram saques pontuais. Pelo contrário, sua atuação foi habitual e constante como auxiliar de Paulo Rocha na prática dos crimes."

O deputado João Magno (PT-MG) pôs as mãos em R$ 350 mil: "João Magno tinha pleno conhecimento da atuação da quadrilha ora denunciada, tanto é que, para se preservar, utilizou-se de interpostas pessoas para o recebimento dos valores disponibilizados pelo núcleo político-partidário por intermédio do núcleo publicitário-financeiro, valendo-se da estrutura disponibilizada pelo núcleo financeiro (Banco Rural)".

Já o deputado Professor Luizinho (PT-SP), ex-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, "também com pleno conhecimento da atuação dos núcleos político-partidário e financeiro-publicitário na prática dos crimes narrados nesta petição recebeu, de forma dissimulada, através de interposta pessoa, a importância de R$ 20 mil".

Agora, o ministro de Lula filiado ao PL:
"Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes, e o seu chefe de gabinete, José Luiz Alves, também com pleno conhecimento dos crimes praticados pelos integrantes da quadrilha descritos nesta petição, receberam diretamente do núcleo publicitário-financeiro da quadrilha a importância de R$ 1 milhão."
O último capítulo do relatório, "Evasão de divisas e lavagem de dinheiro – Duda Mendonça e Zilmar Fernandes".
A denúncia:
"Em razão de um débito milionário junto ao núcleo político-partidário da organização criminosa decorrente da campanha eleitoral de 2002, Delúbio Soares apresenta Marcos Valério a Duda Mendonça e Zilmar Fernandes para viabilizar o adimplemento. Aliás, ficou evidente no curso da investigação que Zilmar Fernandes é o braço operacional financeiro de Duda Mendonça."
Do procurador-geral: "Com efeito, em fevereiro de 2003, a denunciada Zilmar Fernandes sacou três parcelas de R$ 300 mil em espécie na agência do Banco Rural em São Paulo. Posteriormente (abril de 2003) e adotando idêntico procedimento, recebeu em espécie duas parcelas de R$ 250 mil".

"Entretanto, buscando sofisticar a forma de pagamento para evitar qualquer registro formal, ainda que rudimentar, das operações, os denunciados Zilmar Fernandes e Duda Mendonça informaram ao núcleo publicitário-financeiro que o restante dos repasses deveria ser efetuado no exterior na conta titularizada pela offshore Dusseldorf Company Ltd."

A offshore, registrada nas Bahamas, recebeu recursos da ordem de R$ 10,8 milhões: "Deste modo, conscientes de que os recursos recebidos tinham como origem organização criminosa voltada para a prática de crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional, os denunciados deliberadamente articularam esquema para dissimular a natureza, origem, localização, movimentação e a propriedade dos valores".

O procurador-geral da República concluiu:

"O contexto criminoso acabou evidente na medida em que, mesmo após receber parte do saldo da campanha de 2002 pela sistemática descrita nesta petição, Duda Mendonça e Zilmar Fernandes ainda fecharam dois outros 'pacotes' de serviços com o Partido dos Trabalhadores, o primeiro no montante de R$ 7 milhões e o segundo no montante de R$ 24 milhões, objetivando as campanhas do ano de 2004".

Em 7 de março de 2006, mais de um mês antes de apresentar a denúncia do escândalo do mensalão ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral Antonio Fernando de Souza solicitou a prisão preventiva de 14 dos 40 denunciados.

O ministro Joaquim Barbosa, do STF, negou o pedido. Antonio Fernando de Souza voltou a solicitar as prisões preventivas dois meses depois, mas, da mesma forma, o pedido não foi aceito.

Eis a lista dos 14 denunciados que tiveram as prisões preventivas solicitadas: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio Pereira, Marcos Valério, Ramon Hollerbach Cardoso, Cristiano de Mello Paz, Rogério Lanza Tolentino, Simone Reis Lobo de Vasconcelos, Geiza Dias dos Santos, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório Torres de Jesus.

01 de maio de 2012

ARQUIVO CAP. 6 - 30 ABR 2012