"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MODELO FALIDO

 

O debate ontem entre senadores do PT e do PSDB sobre o mensalão é bastante representativo do nível baixo de nossa política atual. Não tendo mais como defender seu partido, o PT, dos crimes que estão sendo provados sessão após sessão no julgamento do Supremo Tribunal Federal, o senador do Acre Jorge Viana resolveu atribuir ao PSDB a origem do esquema criminoso, alegando que os petistas foram “alunos mal aplicados” que tentaram repetir “o modelo profissional do PSDB e do PFL”.

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias, saiu-se bem de início, defendendo que, “se o PT sabia do episódio de 1998 em Minas, deveria ter denunciado em vez de repetir o modelo cinco anos depois”. Mas depois se perdeu na tentativa de tapar o sol com a peneira, alegando que desconhecia o tal “mensalão mineiro”.
É o roto falando do esfarrapado.

A atitude de Viana reflete a repercussão, nas eleições municipais, do julgamento do mensalão, especialmente nas capitais, inclusive Rio Branco. O PT vem encontrando dificuldades nos grandes centros, onde a opinião pública é mais interessada em questões que dizem respeito a valores e comportamentos, e tenta levar consigo o PSDB.

Enquanto isso, o que está em julgamento pelo STF são nossos hábitos e costumes. Os políticos acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro têm chances reais de serem condenados, a persistirem os critérios já utilizados pela maioria dos ministros do STF nas sessões anteriores.

Há um entendimento majoritário no STF de que a corrupção passiva acontece quando existe a possibilidade de utilização do cargo para recebimento de pagamentos indevidos, até mesmo que não se realize o ato corrupto.

Os saques na boca do caixa do Banco Rural foram comprovados por uma contabilidade paralela descoberta pela Polícia Federal, e todos os políticos já admitiram ter recebido o dinheiro através de pagamentos autorizados pelo lobista Marcos Valério.

A alegação de todos é que se tratava de combinação partidária para pagamentos de gastos de campanha eleitoral, mas a maioria dos ministros já firmou a ideia de que não importa a destinação que o corrupto dá ao dinheiro que recebeu, mas o fato de ter recebido.

Com isso, o álibi de que o dinheiro era caixa dois de campanha política, crime eleitoral menos grave, foi por água abaixo. Por outro lado, a maioria da Corte já se acertou sobre o crime de lavagem de dinheiro, que era muito polêmico no plenário, a ponto de o deputado João Paulo Cunha ter sido condenado por 6 a 5.

Com a saída de Cezar Peluso, ficou majoritária com folga tese de que a lavagem é crime autônomo, e não parte da corrupção passiva como entendem alguns ministros. Por maioria agora de 6 a 4, ministros entendem que a tentativa de esconder dinheiro recebido indevidamente caracteriza o crime de lavagem de dinheiro, deixando em minoria Rosa Weber, que defende que esconder dinheiro é parte da corrupção passiva.

O rigor com que os ministros estão tratando os crimes do caso do mensalão petista deve se refletir nos julgamentos das instâncias inferiores, onde tramitam diversos processos ligados ao mensalão, com acusados sem foro privilegiado. E também aos demais processos ligados a outras questões políticas, como o mensalão do PSDB de Minas.

O que estamos vendo no julgamento sobre o mensalão petista demonstra ser o início de um processo punitivo que pode passar a limpo o sistema partidário brasileiro, um modelo falido, abrindo caminho para novos tempos, se não mais virtuosos, menos permissivos com hábitos já enraizados na política brasileira.
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Há indicações de que nem Serra nem Haddad estão conseguindo mudar de posição na disputa de quem vai para o segundo turno, enquanto a zebra Russomanno continua em ascensão.

As próximas pesquisas devem mostrá-lo abrindo vantagem em relação aos candidatos empatados tecnicamente em segundo lugar, o que sugere que, nos dias que antecedem o primeiro turno, a carga contra o candidato do PRB será intensificada na luta particular de quem vai com Russomanno para o segundo turno, provavelmente para perder, segundo as pesquisas de opinião.

Mas segundo turno é uma outra eleição, dizem os políticos...

19 de setembro de 2012
Merval Pereira, O Globo

DE ARREPIAR! A HISTÓRIA DO UNIVERSO E DO HOMEM, EM APENAS 2 MINUTOS

 

Um vídeo eletrizante, inteligente, instigante. Produto de algum diretor famoso? De uma superagência de criação para a web? Nada disso. Trata-se de — vejam só – um trabalho para a faculdade de cinema frequentada pelo americano Joe Bush, de apenas 19 anos.

Bush (nenhuma relação com os presidentes Bush pai e filho) resolveu nada menos do que contar a história do mundo e do homem, que chamou de Our Story in 2 Minutes (“Nossa História em 2 Minutos”), mas só utilizando recortes de imagens que achou espalhadas pela internet.

Adicionou a eletricidade veloz da música de Zack Hemsey, tema do filme Inception, e o resultado, em cravados 2 minutos, é de arrasar!

Senhoras e senhores, com vocês, Our Story In 2 Minutes





19 de setembro de 2012
in Ricardo Settio

ENFIM, UM HOMEM SANTO PERSEGUIDO PELA ZELITE...

A defesa de Lula por Jorge Viana

 
Discurso feito ontem (18/09/2012), no Senado, por Jorge Viana, senador do PT do Acre

Eu venho à tribuna do Senado para tratar de um assunto que, de alguma maneira, se não está na ordem do dia do conjunto dos brasileiros, está na ordem do dia de uma parte importante da imprensa brasileira.

Neste final de semana, vimos uma reportagem que tenta trazer a figura do Presidente Lula para o debate das eleições municipais de 2012. Estou frisando, porque não tem nenhum sentido desprezarmos esta preliminar. Tem eleição e tem uma ação deliberada da elite brasileira contra o PT.

Essa intolerância da elite brasileira com o PT está institucionalizada, é real. Eles não aceitaram o Governo do Presidente Lula por oito anos; eles engoliram, mal e porcamente.

Eu sempre tive um diálogo muito franco, aberto, com setores que cumpriram o papel de governar o Brasil durante muito tempo. Sempre tive uma ótima relação com o Governo do PSDB e com o Presidente Fernando Henrique especificamente, que é uma pessoa que tenho na melhor conta.

Mas eu começaria dizendo que, se tenho o Presidente Fernando Henrique na melhor conta, o PSDB não tem. O PSDB do Brasil inteiro, depois de oito anos do Governo do Presidente Fernando Henrique, o escondeu, tentou apagar um dos Líderes do PSDB.

E agora o candidato Serra, afundando sua candidatura, sendo o campeão de rejeição no Brasil e com queda nas pesquisas, recorre ao Presidente Fernando Henrique Cardoso para fazer um papel nada nobre na campanha eleitoral, que é a intenção de questionar, num primeiro momento, a Presidenta Dilma, que, prontamente, fez uma nota firme, dura e colocou claramente para o País que a lealdade dela ao projeto que está em curso no Brasil, que começou com o Presidente Lula e de que ela fez parte, esta lealdade ao projeto é inquestionável.

A Presidenta Dilma foi firme, surpreendeu aqueles que contavam com algum vacilo dela para cumprir a sua missão de, mesmo depois, no Poder, tentar desconstituir a imagem, a história do Presidente Lula.

O Presidente Lula não governa mais o Brasil, mas tem o direito de seguir lutando pelo Brasil, como tem feito diariamente depois de ter vencido o câncer.

O lamentável, numa preliminar, é que toda véspera de eleição temos situações parecidas com esta. O povo brasileiro enfrentou todo tipo de dificuldade na reeleição do Presidente Lula, todo tipo de distorção por essa elite que engoliu quatro anos de Lula, mas não aceitava mais quatro. Vencemos.

O Presidente Lula fez um segundo mandato muito melhor do que o primeiro. Depois, na sucessão do Presidente Lula, é só lembrar, era diário o combate ao Presidente Lula, que, em vez de calar e de se curvar, já pensando em ser ex, enfrentou do primeiro ao último dia o debate e fez a sua sucessora.

E, agora, o Brasil está ainda melhor do que estava quando o Presidente Lula terminou seu segundo mandato. E a Presidenta Dilma tem a responsabilidade, dedica-se diariamente para levar este País à frente, para fazer o Brasil seguir ocupando um espaço privilegiado diante do mundo, mas mais do que isso, assumiu um compromisso de ser a Presidenta que olha, que estende a mão para os brasileiros que passam maior privação, seguindo as lições do Presidente Lula.

Foi para isso que o PT surgiu, é para isso que o PT governa, para inverter prioridades, para estender a mão para aqueles que não sabem, que não podem e que não têm. É um princípio cristão, mas é um princípio também daqueles que fazem a boa política.

Agora, nós estamos a duas semanas da eleição. E o que é que a gente vê? A velha, preconceituosa elite brasileira se levantando. Não conseguem compreender, aceitar, que a mais Alta Corte de Justiça do País julgue. Não. Querem influir na composição da Corte. Querem decidir o calendário de julgamento da Corte. É isso que o Brasil está vendo. E querem agora conduzir o julgamento da Corte. Isso é um desserviço ao País.

O problema do País, durante muitos séculos, foi sua elite. Não é o seu povo. Isso, os estudiosos da beleza da cultura brasileira já identificaram.

Agora, o Presidente Lula foi o que mais trabalhou pelos pobres, pela inclusão social – eu estou falando de dezenas de milhões de brasileiros –, pela geração de empregos, pelo resgate de uma posição de destaque do Brasil diante do mundo, e é, de longe, o mais perseguido Presidente da história do Brasil, por uma parcela da elite brasileira preconceituosa, intolerante com o PT e com o Lula.

Não aceitam que o Presidente Lula seja um ótimo ex-presidente. Querem atacá-lo agora como ex-presidente.

A reportagem, no final de semana, da revista Veja, atende mais o calendário eleitoral – é só ler – do que o interesse de ajudar o Brasil, que é legítimo, da Veja, de outras revistas e dos veículos e comunicação, porque a escora de uma boa democracia, a escora da verdadeira democracia, é a imprensa livre.

Lamentavelmente, aqui no Brasil, eu estou aqui na tribuna do Senado, falando alto, pedindo imprensa livre, porque uma parcela da imprensa, me parece, está comprometida em assumir um papel que a oposição fracassou em tentar assumir. Eu acho legítimo. Só não vale sabotagem. Só não vale distorcer os fatos. Só não vale querer destruir a imagem de uma figura como o Presidente Lula.

Estão aí tentando deixar a entender, achando pouco o que fizeram, desmoralizando algumas figuras, que o Presidente Lula pode estar por trás de tudo isso. Não tem nada no processo que aponte esse caminho. Não tem nada que coloque em questionamento a postura do Presidente Lula. Aliás, a vida dele é uma referência, é um exemplo para o Brasil e para o mundo.

Amigos e amigas que nos assistem em casa, Sras. e Srs. Senadores, essa história do mensalão segue muito mal contada no nosso País.

É óbvio, eu sou do PT, estou entre aqueles do PT, como disse há pouco para o Líder do PSDB, Senador Alvaro Dias, sou daqueles que acho que existem gravíssimos problemas que envolvem financiamento de campanha no País, que envolve o funcionamento da essência da democracia, que são os partidos políticos.

O Brasil está vivendo um faz de conta. O caixa dois não está diminuindo, está aumentando. O Brasil vive um faz de conta de que nós estamos melhorando o processo de consolidação dos partidos. Nós estamos piorando.

Os partidos cartoriais estão aí para quem quiser ver. A disputa em todos os lugares por partidos que tenham tempo de televisão custa caro. Os compromissos são assumidos antes da eleição, durante o processo eleitoral e depois, do mesmo jeito que o PSDB inaugurou em 98 em Minas Gerais.

O PSDB está na origem do mensalão. Não é denúncia do PT, Ministério Público. O processo foi para o Supremo, misteriosamente foi desmembrado e saiu do Supremo com o mesmo argumento com que foi derrotado agora, de que não era o foro, de que tinha pessoas que não eram para ser julgadas pelo Supremo. Mas se é do PT é adequado, tem que julgar.

Mas se é para melhorar o País, tudo bem, ótimo. Só não para que a gente venha ouvir lição de moral de quem não tem moral para dar lição a ninguém. Quem criou o mensalão não tem moral para vir questionar o PT.

Falei ainda há pouco num aparte: entre a cópia e o original, eu fico com o original. Isso não significa dizer nenhum tipo de conivência com ações fora da lei por parte do Partido dos Trabalhadores.

Mas vamos questionar o PSDB, o PFL. Eles criaram o mensalão em Minas Gerais. Tiraram dinheiro público para financiar seus partidos. Fizeram isso. Alguns podem dizer: “Ah, foram competentes em fazer”. Não sei se a palavra adequada é competência.
Mas o certo é que, naquela época, existia um controle não denunciado pela elite da essência daqueles que deveriam fiscalizar a ação dos que agem fora da lei.

Vamos lembrar que a posição do Ministério Público Federal não foi a de hoje. Ótimo, estamos evoluindo. A própria Polícia Federal, nós tivemos casos absurdos de um comprovado conluio com a elite brasileira para derrubar ministros, autoridades da República do governo do Presidente Lula.

Amigos e amigas que estão me assistindo em casa, o serviço prestado pelo Presidente Lula a este País não vai ser a oposição, não vai ser uma elite atrasada, preconceituosa que vai apagar. Ninguém pode esconder aquilo que foi feito, o trabalho que foi feito.

Não estou dizendo com isso que o PT é um partido infalível, mas o que o PT fez? Vamos para o exemplo e os fatos. O que fez o PT quando assumiu o Governo? Diminuiu a Polícia Federal? Diminuiu as condições de o Ministério Público atuar? Enfraqueceu as instituições que nos julgam a todos ou fez exatamente o contrário?

Simples. Era muito simples. O Brasil estava tudo bem, quando surgiu o mensalão do PSDB, nem CPI foi aberta nesta Casa. Quando se comprou voto para reeleição por 200 mil moedas, não se abriu CPI. Estou falando de Deputados do Acre, meu Estado. Foi pago, comprovado. E, agora, sem prova, tenta-se condenar.

Acho que todo o Brasil deve respeitar a mais Alta Corte de Justiça. Eu respeito. Eu sigo confiando, mas vamos deixar a mais Alta Corte do País julgar com a independência que ela precisa ter.
Não vamos fazer esse jogo de tentar a manipulação da opinião pública. Não funcionou uma vez. Tentaram duas vezes, tentaram três. E agora estão achando que estão conseguindo algo. Não conseguem ganhar nas urnas, estão tentando ganhar de outra maneira. Essa é a elite brasileira.

O PT, quando chegou ao poder, não enfraqueceu o combate à corrupção. Foi o primeiro governo neste País que fortaleceu a Polícia Federal. Implantou a Polícia Federal em todos os Estados. No meu Estado havia meia dúzia de agentes; agora tem agente em todos os Municípios. Não tinha estrutura.
Agora tem estrutura. O salário dava dó. Hoje, a PF tem salário, que é atrativo. É uma carreira de Estado, com delegados e agentes, que, aliás, precisam sair dessa greve. E nós temos que ajudar para que eles possam sair e conquistar, inclusive, uma melhor estrutura de carreira.

Mas, Sr. Presidente, o PT, no governo, não fez só isso. O PT, no governo, trabalhou para que o Supremo e o Superior Tribunal de Justiça ficassem cada vez mais independentes.

O Presidente Lula foi nobre na hora de escolher a composição do Supremo. Alguns até fazem disso motivo de chacota. Ah, se fosse o PSDB, se fosse o PFL, teriam escolhido ministros para conduzir. Mas nós não pensamos assim. Os ministros têm que ser escolhidos para nos julgar a todos, como temos hoje na nossa Corte. E acho que o Presidente Lula também acertou quando fez essa condução, que segue levada adiante pela Presidenta Dilma. Preferimos esse caminho, porque é bom para o Brasil.

Então, Sr. Presidente, concluo dizendo que nós temos que deixar bem claro aqui hoje: golpe, não! A elite brasileira tem todo o direito de criticar, setores da mídia não gostam do modelo petista de governar. Não tem problema. Só não vale golpe. Só não vale fazer matérias, só não vale montar esquemas para tentar destruir a história de um partido que tem muitos erros e falhas.
Esses erros e falhas têm que ser assumidos por todos nós, corrigidos por todos nós, mas não podem ser traduzidos numa referência, como alguns estão querendo fazer, do que há de pior na história do Brasil.

O que há de pior na história do Brasil não está dentro do governo do PT nesses quase dez anos. Está dentro dos outros governos, que foram acobertados, que foram escondidos do povo brasileiro.
Então, estou vindo à tribuna do Senado. Posso ser uma voz dissonante, uma voz isolada, mas trago aqui a indignação: o Presidente Lula não merece esse tratamento. Os que têm a intimidade do Marcos Valério, que construíram com ele esse esquema criminoso não podem querer vincular que o Presidente Lula tinha encontro com Marcos Valério. Não teve encontros com o Sr. Marcos Valério.
O Presidente Lula é uma pessoa generosa. Eu o conheço bem. Devo a ele a minha formação política. O Presidente Lula merece respeito. Eu falo sem medo de errar e encerro com isso.

Queria muito que o Sr. Marcos Valério viesse falar nos canais de televisão, nos jornais, não a partir de aspas inventadas, mas a sua própria voz, contando a origem dessa organização criminosa de desviar dinheiro público para financiar partidos e base aliada. Certamente, se isso fosse feito, se o Sr. Marcos Valério falasse...

Quem está falando aqui é um Senador do PT. Eu queria muito que nós conhecêssemos a fita ou as fitas ou ouvíssemos a voz e os escritos do Sr. Marcos Valério contando a história, que começou em 98, com o PSDB e o PFL; passou por outros partidos, que estão firmes na República, e alcançou o PT.

Lamento pelos erros do meu Partido, lamento que o PT não se conteve e caiu na tentação de achar um caminho fácil para resolver o problema da difícil composição de governo em nosso País por conta da legislação.

Se o Sr. Marcos Valério falar, gravar, contar a história, eu não tenho dúvida de que vai ficar mais fácil para os Ministros do Supremo julgar sem cometer injustiça, mas eu não tenho nenhuma dúvida de que o nosso País ficará melhor, porque a hipocrisia, o faz de conta vai ficar para trás, e aqueles que tentam dar lição de moral, que moral nenhuma têm para nos dar lição de moral, vão ter que dar explicações ao País porque criaram uma organização criminosa e agora tentam jogar a culpa no Partido dos Trabalhadores e tentam trazer o Presidente Lula para um debate do qual ele está muito distante, pela vida, pelo que construiu neste País.

Encerro dizendo: não confundam! É véspera de eleição, duas semanas para o dia da eleição, e essa ação de última hora, desesperada, por conta de disputa de São Paulo e de alguns outros espaços importantes para os nossos opositores, não pode ser usada como instrumento para danificar um dos maiores patrimônios da história deste País e maior patrimônio da história do meu Partido, que é o Presidente Lula.

19 de setembro de 2012

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Um disparate! Um discurso que prima pela insensatez, negação do óbvio, em nome da insistência de "um golpe 'dazelite', cegando-se diante dos fatos narrados substancialmente pelo STF.
Não resta dúvida, mesmo às cabeças mais insensatas, de que se tramou um golpe contra as instituições democráticas, movido pela mais sofisticada quadrilha política que a nação já viu.
E tudo isso devidamente comprovado! Depoimentos, provas testemunhais e documentais e, como se não bastasse um dos maiores acervos documentais que um processo já reuniu, ainda vimos a denúncia de quem esteve no olho do furacão, tramando e participando do butim aos cofres públicos: Marcos Valério.
De repente, não mais que de repente, surge um Senador com um discurso partidário, tecendo louvores ao Partido dos Trabalhadores, como a mais lídima representação política do país. E não satisfeito,  avança tecendo loas ao ex-presidente, como o mais honesto e prudente dos governantes. Um contraponto a publicação da Revista Forbes, que aponta uma fortuna de 2 bilhões de dólares, acumulada pelo "cara".
E o discurso, feito da tribuna do Senado, sequer tem o pejo de saber que o país inteiro sente-se enxovalhado pela bandalheira praticada com a certeza da impunidade. As manchetes internacionais aí estão a nos desmoralizar como nação.
O país inteiro que pensa e acompanha os fatos políticos que se processam no STF, não duvida, em momento algum, que não estamos diante de um golpe orquestrado pelas 'elites', mas diante do crime organizado e patrocinado pelo PT, inteligentemente montado, com o envolvimento até mesmo de uma instituição bancária, através de seu corpo executivo.
E não faltam evidências de que o "cara", acompanhava o desenrolar dos acontecimentos, haja vista a proximidade e intimidade com os principais cabeças que coordenaram e planejaram o 'golpe', com o claro objetivo de manter o poder pessoal e do Partido, corrompendo e desmoralizando o Congresso.
E é de pasmar que a denúncia de Marcos Valério coloca o furto na ordem de 350 milhões. E segundo consta, o golpe tinha pretensões de bilhões.
Podemos entender o desespero dos envolvidos e do próprio partido, denunciados em plena campanha eleitoral, ameaçando a credibilidade de qualquer candidato ligado a esbórnia petista. Mas não podemos entender que um Senador suba a tribuna e faça um desmentido despropositado, que em última análise, acusa a nação inteira, através de sua instituição máxima - o Supremo Tribunal Federal - de mentir e de praticar um golpe elitista, um golpe de direita, contra o PT.
Sob todos os ângulos que se olhe, uma patética demonstração de falta de bom senso.
Esquece o senador que o silêncio é de ouro... E a avestruz não é a mais inteligente das aves.
m.americo

 

FRASE DO DIA. INSISTENTEMENTE HILARIANTE!


Golpe não! A elite tem todo o direito de criticar. A mídia pode não gostar do jeito do PT governar. Só não vale golpe!

Senador Jorge Viana (PT-AC), ao dizer que a “elite intolerante e preconceituosa” e a mídia querem destruir a imagem de Lula

19 de setembro de 2012

CONVERSA DE VELHOS

 

Para o Roque nos seus 80 anos
Entreouvi, outro dia, uma conversa entre dois velhos. Eram "antropólogos" e estavam jantando. Eu pairava no ar de todas as possibilidades que constroem o que chamamos de literatura, ao mesmo tempo em que participava do bate-papo.

* * * *
Os velhos chegaram e, como velhos amigos, apertaram alegremente suas velhas mãos. Sentaram-se um em frente do outro. Eram antigos. Ambos usavam blazers e era visível o prazer que sentiam naquele encontro. O gosto do encontro tão comum, mas tão escondido entre os seres humanos, contaminava os garçons que os recebiam. Escolheram um lugar bem iluminado porque já não enxergavam bem nem de perto nem de longe, nem no claro nem no escuro. Não eram mais vampiros e um deles, para piorar o problema, tinha um baita terçol no olho esquerdo.
- Você se lembra daquele nosso jantar em Belém, em agosto de 1962, quando terminávamos uma temporada de pesquisa de campo entre os índios e, sem dinheiro, escolhemos a comida pelo lado direito da coluna - pelo preço?
- Lembro que você pediu uma salada de tomate, mas naquele tempo não havia verduras em Belém. Depois roubamos os ovos e o leite dos zoólogos americanos que dividiam a hospedagem gratuita conosco no Museu Goeldi...
- Mas agora somos "ricos" e podemos comer de tudo! - afirmou com garantia orgulhosa o mais falante dos dois.
- Garçom, por favor, dois uísques Joãozinho Caminhador com gelo e soda!
Não havia soda, mas a bebida foi devidamente servida com água gasosa. E os velhos beberam sem brindar. E eu percebi que o brinde era a bênção do encontro.
Liquidaram rapidamente a primeira rodada e, na segunda, brindaram aos ausentes e logo verificaram que eram muitos. Falaram de dois colegas queridos - uma professora e um professor - mortos recentes e, em seguida, dos antigos. Todos os seus mentores haviam morrido. Eram órfãos e brindaram a uma honrosa, nostálgica e orgulhosa orfandade.
- Devem estar precisando de antropólogos no outro mundo. Talvez um congresso ou reunião...
- Talvez uma tentativa de entender este nosso sempre surpreendente país.
- Não vamos estragar o papo falando em política - disse o mais ponderado dos dois velhos que eram ambos igualmente ponderados.
- E ela, como vai? - perguntou timidamente o velho sem tersol.
- No mesmo. Está viva e morta ao mesmo tempo - falou o velho com o tersol.
As lentes que cobriam os quatro olhos dos dois velhos não escondiam aquele constante lacrimejar que faz com que o olhar dos velhos seja sempre molhado por alguma coisa. Uma lembrança ou um esquecimento. Uma falta ou uma grata presença. Os velhos se satisfazem com muito e com pouco ao mesmo tempo.
- Eu lembro dela em Belém, grávida do seu primeiro filho e sempre sorrindo.
- Sempre sorrindo. Até hoje sorrindo...
 
* * * *
Esses velhos eram amigos havia muito tempo. Se eu fosse um fabulador, diria que eles haviam se conhecido no tempo em que animais falavam e havia no mundo uma inocência tão palpável quanto a mesa na qual o garçom botou os pratos de uma gostosa comida fumegante.
- Lembra quando os índios visitaram você e nós os levamos para uma visita ao Museu Nacional, onde almoçaram?
- Eles ficaram impressionados com o número de pessoas nas ruas e com a feiura das mulheres na praia. Imagine...
- Você também sabe o que ocorreu quando voltei à aldeia meses depois dessa visita, não?
- Não lembro...
- Eles pensaram que o Museu fosse a minha casa e me cobraram duramente pela sovinice de "branco". Eu era imensamente rico, morava num castelo, mas dava poucos presentes.
- Mas eu lembro - disse o velho do tersol - do seu desespero no avião, cujo trem de aterragem não descia. E como você imaginou o desastre e se preparou para o pior. Mas primeiro pensou em duas crianças que estavam sentadas ao seu lado. Você tentaria tirá-las do avião de qualquer modo. Eu fiquei impressionado com esse altruísmo numa situação que justifica todos os egoísmos.
O velho mais calado olhou para dentro do seu copo como se estivesse procurando alguma coisa. Em seguida, mirou os olhos do amigo. A mim me pareceu que os olhos de ambos ficaram um pouco mais molhados.
 
* * * *
Era uma conversa de velhos e os velhos têm muitas histórias.
Haviam se encontrado do mesmo modo em outras ocasiões. Numa delas, um dos velhos ia bem e o outro andava mal. Agora, a mesa havia virado. O velho do tersol vivia perdas muito dolorosas. Empatavam, contudo, no gosto pelo compartilhar da comida que comiam.
 
* * * *
O olhar era o mesmo do primeiro encontro num Congresso de Estudantes de História na Faculdade Nacional de Filosofia em 1960. A vida havia passado dentro e fora de cada um deles, cujos destinos se ligavam pelo interesse na velha disciplina do entendimento humano pelo humano. Jamais tiveram ressentimentos ou inveja um do outro. Nenhum assunto foi proibido entre os dois. Entre eles reinava uma rara solidariedade que não precisa de doença, discórdia, morte, política ou desastre para se manifestar.
 
- Não sei se vou fazer uma festa nos meus 80 anos. É muito trabalho.
 
- Faça o que achar melhor, mas lembre-se de que nem todos chegam aos 80. Sobreviver é vencer, como dizia Thomas Mann.
 
Terminaram o jantar na dúvida. Mas combinaram um encontro nos 80 anos de uma querida amiga. Em seguida, levantaram e deixaram o restaurante como haviam entrado: discretos e triviais como se chega a este mundo.

19 de setembro de 2012
Roberto DaMatta - O Estado de S.Paulo

CAIXA ÚNICO

 

Fala-se que a Procuradoria-Geral da República não conseguiu demonstrar na denúncia do mensalão a relação de causa e efeito entre pagamentos a partidos e comportamentos de políticos no primeiro governo de Luiz Inácio da Silva.

Alega-se que a cronologia de liberação de recursos não se relaciona de modo perfeito com os painéis de votações da Câmara e do Senado e por isso não estaria provada a existência de um esquema de compra de votos.

Mas não se ouve de ninguém palavra capaz de rebater o que o Supremo Tribunal Federal já decidiu: que o PT se juntou a um esperto para montar um caixa monumental alimentado por desvio de recursos públicos e de empréstimos fraudulentos firmados com instituição bancária cuja estrutura serviu de lavanderia à dinheirama.

Não se discute também que parte desse dinheiro foi destinada a políticos, seja na forma de suas pessoas físicas ou jurídicas. Quanto há isso não há dúvida porque há confissão.

Bem lembrou o relator Joaquim Barbosa no primeiro dia de exame do item relativo ao núcleo político: foram R$ 8 milhões para o PP, R$ 4 milhões para o PTB, R$ 2 milhões para o PMDB e R$ 10 milhões para o PL (hoje PR).

A conta completa (a confessada, bem entendido) somaria cerca de R$ 55 milhões transferidos a partidos aliados.

E aqui está a chave e o ineditismo do esquema. Nunca antes se ouvira falar na existência de um caixa único que o partido do poder financiasse as legendas aliadas no Congresso ou nas eleições.
Pouco interessa se com os recursos foram saudadas dívidas de campanhas, comprados votos, lotes na máquina estatal, alianças eleitorais, ternos, brincos ou braceletes.

O crime reside na compra. De partidos que até a eleição de Lula fizeram a vida como adversários do PT e depois aderiram. Em nome do quê?
Do dinheiro recebido. Não importa a que título.

Ordem desunida. O PT, é verdade, precisa fazer alguma coisa para sair das cordas, embora não haja muito a fazer diante do rumo das coisas.

Mas, daí a convocar o eleitorado para defender o partido nas urnas nessas eleições municipais, já é um risco tremendo. Não fosse também uma incongruência.
Afinal, onde estaria essa militância disposta a atender ao chamado? Nas capitais, como mostram as pesquisas, é que não é.

Recapitulando: o partido já entrou mal nas disputas, independentemente do julgamento, e continua ruim em dianteira confortável apenas em Goiânia.

Perde feio - note-se, para o DEM - nas capitais de Estados que governa (Sergipe e Bahia), tem chance matemática de ir ao segundo turno em seis e no Acre, onde tem o governador, está na frente em Rio Branco por um ponto porcentual em relação ao segundo colocado.

Aí o risco de chamar e não ser atendido.

Vamos à incongruência: a esperança de se produzir uma contabilidade favorável no balanço final de perdas e ganhos estaria, então, nas médias e pequenas cidades.

O problema é que nelas reside um eleitorado menos sensível a convocações de natureza política, de um modo geral distante das questões de cunho nacional.

Pouquíssimo provável que venha a formar exércitos para se jogar numa "batalha do tamanho do Brasil", como quer a nota divulgada pela direção do PT, na defesa de réus de colarinho-branco cuja condenação atende justamente à demanda geral por igualdade na aplicação da Justiça.

Cenografia. Em um mês e meio, acusados, advogados e correligionários saíram do estado da mais absoluta arrogância para a posição de vítimas.

Recorrem a todo tipo de pieguice na composição de cenas de dor e contrição, invocando prejuízos psicológicos, físicos e familiares nos quais não pensaram quando cederam às facilidades da ilegalidade e ao desfrute das recompensas dela decorrente.

19 de setembro de 2012
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
 

"JUSTIÇA À TV"


Assistir ao julgamento do mensalão é um pouco como acompanhar a novela. Não importa quantos dias se deixe de vê-lo, é só sintonizar para logo entender o que está acontecendo.
O cenário não muda, os personagens são os mesmos e as falas são uma longa preparação para as duas únicas palavras que realmente interessam ao espectador: inocente ou ─favorita disparada na audiência─culpado.

Claro que nenhuma novela se sustentaria com tanta conversa e tão pouca ação. Daí, na novela, o entra e sai de gente nas casas uns dos outros ─ninguém pergunta se pode visitar, ninguém interfona, as pessoas simplesmente surgem pelas portas e dizem suas falas.
Já o mensalão não pode comportar essas liberalidades.
A simples intervenção não solicitada de um ministro na fala de outro é uma gafe mortal, e os bate-bocas entre eles são um festival de Vossas Excelências e preclaros colegas.

Haveria uma maneira, no entanto, de quebrar a monotonia e fazer do mensalão um empolgante espetáculo televisivo. Bastaria que os réus ─os que estivessem sendo julgados naquele dia─ fossem convidados a comparecer e a se sentar numa bancada especial, mesmo sem direito à palavra.

Uma ou mais câmeras ficaria neles o tempo todo, e caberia ao pessoal do corte intercalar big closes de seus rostos na fala do ministro que os estiver desancando ou defendendo naquele momento.

Imagine Valério, Delúbio, Genoino, Dirceu ou Roberto Jefferson acompanhando ao vivo o desdobramento de seu destino e reagindo expressivamente a esta ou àquela palavra a seu respeito.
Um bom câmera ficaria atento a detalhes como a transpiração assomando à testa, um tique das pálpebras ou o uso das mãos ─algum dos acusados brincaria nervosamente com esferinhas de aço, como Humphrey Bogart em “A Nave da Revolta”?
Isso, sim, seria fazer justiça à TV.

19 de setembro de 2012
Ruy Castro, Folha de S. Paulo

IMAGEM DO DIA

 
Editor do satírico 'Charlie Hebdo' conhecido apenas como Charb exibe a última edição da revista, que traz na capa uma charge sobre o Islã. A França anunciou que fechará temporariamente embaixadas e escolas em 20 países após a publicação
Editor do satírico 'Charlie Hebdo' conhecido apenas como Charb exibe a última edição da revista, que traz na capa uma charge sobre o Islã. A França anunciou que fechará temporariamente embaixadas e escolas em 20 países após a publicação - Fred Dufour/AFP

IMPRENSA INTERNACIONAL DESCOBRIU QUE O GOVERNO LULA INSTITUCIONALIZOU A CORRUPÇÃO

Obediente à palavra do mestre, o rebanho de devotos continua balindo que o mensalão foi uma farsa concebida pela elite golpista (com a ajuda da mídia reacionária, claro) para derrubar o governo Lula.

A imprensa internacional discorda. 

A constatação é reiterada em diferentes idiomas: o esquema criminoso nasceu e cresceu no ventre da seita lulopetista, que desde 2003 se dedica a institucionalizar a corrupção impune.

19 de setembro de 2012
Augusto Nunes

STF DEVE CONDENAR MAIS 10 QUADRILHEIROS DE LULA POR CORRUPÇÃO PASSIVA

 Ministros devem condenar mais dez réus por corrupção passiva. Maioria do STF acha que sequer é preciso comprovar ato de ofício

 

Ministro Marco Aurélio
Foto: Agência O Globo / Ailton de Freitas
Ministro Marco AurélioAgência O Globo / Ailton de Freitas

Os dez réus do mensalão que ainda não foram julgados por corrupção passiva devem ser condenados, a exemplo dos outros dois que respondiam pelo mesmo crime. Isso porque a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) defende que, para comprovar o crime, basta que o acusado tenha recebido vantagem indevida para realizar ato de ofício, ou seja, ter poderes para tomar uma providência em favor do corruptor. O ato não precisa necessariamente ter ocorrido.


Nesta semana, a Corte começou a examinar o capítulo sobre a compra de apoio de parlamentares por parte do PT. Todos os dez acusados de corrupção passiva estão sendo julgados nesse capítulo. Entre eles, Roberto Jefferson (PTB) e os deputados Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).

Mesmo que não fique comprovado o ato do parlamentar, a tendência é que a Corte os condene por terem aceitado a propina. Também respondem por corrupção passiva nesse capítulo os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE), Romeu Queiroz (PTB-MG), José Borba (PMDB-PR) e Bispo Rodrigues (PL-RJ). Também estão no grupo os ex-assessores parlamentares João Cláudio Genu (PP) e Jacinto Lamas (PL, atual PR), e o tesoureiro do PTB Emerson Palmieri. Dois réus já foram condenados por corrupção passiva: o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT) e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Nas votações, os ministros Rosa Weber e Luiz Fux defenderam a tese de que não é necessário comprovar o ato de ofício. Já defenderam publicamente a mesma opinião os ministros Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Ontem, Marco Aurélio explicou que o Código Penal menciona a comprovação do ato de ofício apenas como requisito para o aumento da pena imposta ao réu:

— O ato de ofício é previsto para causa de aumento da corrupção passiva e ativa. Ou seja, para você chegar à causa de aumento da pena prevista para o tipo seco é que se tem a exigência da demonstração de um ato de ofício pelo servidor.

Em agosto, ao condenar Pizzolato e João Paulo, Fux disse que a comprovação do ato de ofício também é dispensada na corrupção ativa.

— Se o agente público solicita vantagem indevida em razão da função que exerce, já se configura crime de corrupção passiva, a despeito da eventual resposta que vier a ser dada pelo destinatário da solicitação. O agente público não precisa aceitar a proposta para que o crime se concretize — disse Fux.

Na última segunda-feira, Joaquim Barbosa afirmou que as datas de saques por parte de deputados e assessores coincidiram com votações importantes na Câmara, como a reforma da Previdência e a reforma tributária. Ele afirmou, no entanto, que essa prova não seria necessária para configurar o crime: bastaria a comprovação dos saques por parte dos corrompidos.

Para o relator, não há dúvidas de que os pagamentos influenciaram votações. Ele também citou como exemplo o projeto que se transformou na nova Lei de Falências, aprovado com apoio dos partidos que receberam recursos do valerioduto: PL, PP, PMDB e PTB.

19 de setembro de 2012
Carolina Brígido e André de Souza - O Globo Online
ÇÃ

LULA E QUADRILHA MENSALEIRA BRILHAM NA IMPRENSA INTERNACIONAL

 O mensalão visto pelos olhos do mundo

19 de setembro de 2012
Por Augusto Nunes - Veja Online

Veja como a imprensa internacional tem acompanhado o julgamento do mensalão


O diário britânico The Guardian ilustrou com uma foto do ex-ministro José Dirceu a reportagem sobre 'o julgamento do século' no Brasil


O americano Chicago Tribune informou que o desfecho do escândalo pode comprometer o legado de Lula


O site da rede britânica BBC noticiou o começo do julgamento em sua página principal


A emissora americana CBS enxergou no julgamento "um sinal positivo" para um país historicamente marcado pela corrupção impune


A agência americana Bloomberg abriu sua reportagem com uma interrogação: José Dirceu pode acabar na cadeia?


O argentino La Nación referiu-se ao caso como "o julgamento do século" e assim definiu o mensalão: "um gigantesco esquema de compra de apoio político com fundos públicos, que envolveu altos funcionários do Partido dos Trabalhadores (PT) e afetou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".


O jornal paraguaio 'La Nación' ilustrou a reportagem com uma foto de Lula e registrou que, no grupo de réus, figuram ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros


O espanhol ABC considerou o caso "um escândalo sem precedentes, o maior da história brasileira"


A agência italiana Ansa destacou a participação de José Dirceu no esquema
 
 
 
 
 
 

MARCO MAIA DIZ QUE TENTAM CRIMINALIZAR O GOVERNO LULA. E PRECISA?!

Presidente da Câmara reafirma que julgamento do mensalão não tem influencia na eleição

O presidente da Câmara, Marco Maia Foto: André Coelho / O Globo
O presidente da Câmara, Marco MaiaAndré Coelho / O Globo

Um dia depois de dizer que a tese do mensalão era uma "grande falácia", o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse nesta quarta-feira que há uma tentativa de criminalizar o governo do presidente Lula. A declaração foi feita diante de uma pergunta se Lula estaria sendo "injustiçado" neste processo de julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Maia voltou a argumentar que o julgamento do mensalão não está influenciando o processo eleitoral municipal. Para ele, o PT vai manter o número de prefeituras, ou até crescer.

- Há uma certa tentativa de criminalizar o governo do presidente Lula. Mas o presidente Lula foi o maior presidente que o Brasil já teve. As eleições são um momento onde o cidadão discute problemas municipais, o poste de luz. O PT vai crescer nas eleições, vai manter sua prefeituras - disse Maia.

Na véspera, terça-feira, alguns petistas foram à Tribuna do Senado e da Câmara defender o governo Lula e rebater o mensalão. Um deles foi o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).

O presidente da Câmara negou que a tentativa de criminalizar ou desmoralizar fosse uma ação da mídia, como diz o PT. Para ele, a mídia repete o que escuta de setores da sociedade.

- A mídia, às vezes, escuta mal - disse ele.

19 de setembro de 2012
Cristiane Jungblut - O Globo
 

TIRIRICA ESTÁ NA LISTA DOS MELHORES DEPUTADOS DO PAÍS...

O que mostra que o Brasil é uma palhaçada oficial


Virou baderna – Imaginar que o Brasil tem solução a partir da política é um mero devaneio. Como noticiamos em matéria anterior, quem acompanha o horário eleitoral gratuito não demora a perceber que o nível dos candidatos a vereador é simplesmente vergonhoso e desanimador.

Não há como, com base na propaganda eleitoral, acreditar que um dia tudo será melhor. Há na campanha para a Câmara Municipal de São Paulo, por exemplo, candidatos de todos os matizes, balbuciando bobagens à vontade.

Tal situação tem sido constantemente detectada ao longo dos anos com preocupante nível da maioria dos deputados federais, que na maioria das vezes chegam à Câmara, em Brasília, na esteira de um acidente de percurso, do chamado voto de protesto ou da participação de algum utópico programa de televisão

É o caso de Francisco Everardo Oliveira da Silva, o palhaço Tiririca, eleito deputado federal em 2010 pelo Partido da República, com a segunda maior votação da história política nacional. Na Casa que já abrigou tribunos consagrados, Tiririca, pasmem, foi incluído na lista dos 25 melhores deputados do País, segundo pesquisa realizada pelo site Congresso em Foco.

Surpreso com o fato, Tiririca afirma que seus eleitores fizeram uma boa escolha. “Estou superfeliz com isso, mostrando para os meus eleitores que eles não deram voto perdido. Não estou fazendo feio. Não quero decepcionar o povo nem me decepcionar”, declarou o parlamentar ao Congresso em Foco.

A situação torna-se ainda mais intrigante com o fato de que a escolha se dá a partir dos votos de jornalistas que cobrem o cotidiano político na capital dos brasileiros.

Como a política tornou-se uma bagunça sem fim e também sem conserto, resta torcer que os votos dos jornalistas consultados também sejam de protesto. Até porque, o próprio Tiririca disse que desconhecia totalmente as atribuições de um deputado federal e que chegaria à Câmara para aprender.

Considerando que Tiririca, que teve a alfabetização duramente questionada, não é um gênio, os outros 512 deputados nada fizeram em prol do País nos últimos dois anos. Do contrário o deputado-palhaço não estaria na lista dos melhores.
Sendo assim, o melhor é sugerir que o último a sair apague a luz do País.

Sempre lembrando que cenário tão degradante é o sonho de consumo de ditadores de plantão.

19 de setembro de 2012
ucho.info

AUDIÊNCIA DE DEBATE ENTRE CANDIDATOS À PREFEITURA DE SP PERDE PARA A DO PROGRAMA DO RATINHO

 


Monumental vergonha – Mais importante cidade brasileira, quarta maior do planeta e a décima mais rica do mundo, com PIB anual de R$ 389 bilhões, São Paulo precisa que seus eleitores deem um basta à hipocrisia dos candidatos à prefeitura. Sem propostas à altura da importância e da pujança da capital paulista, os candidatos perdem boa parte do tempo com temas menores e rusgas político-eleitorais que, mais adiante, serão esquecidas no vácuo de espúrios acordos de bastidores.
 
Além disso, por ser passagem obrigatória para disputas políticas em outros escalões nacionais, São Paulo carece, em seu comando, de alguém com capacidade comprovada para administrar um orçamento anual de R$ 39 bilhões, o que é muito dinheiro, não para gerenciar conchavos nas coxias imundas do poder.
 
Em decorrência dos intermináveis escândalos de corrupção que empurram o cotidiano nacional, o desinteresse pela política vem crescendo de forma assustadora, a ponto de o eleitorado apelar para o chamado voto de protesto, que ao final elege um punhado de despreparados conhecidos, como se a vida pública fosse um laboratório de experiências.
 
A falta de interesse do brasileiro pela política chegou a nível tão preocupante, que o mais recente debate entre os postulantes à prefeitura paulistana, organizado e levado ao ar na última segunda-feira (17) pela TV Cultura, em horário sano (21h15), alcançou mísero 1,3 ponto de audiência, de acordo com medição realizada pelo Ibope.
 
Para que o leitor avalie o cenário, cada ponto de audiência na região metropolitana de São Paulo corresponde a 60 mil domicílios. Ou seja, durante o debate apenas 78 mil domicílios tinham televisores sintonizados na TV Cultura. É verdade que pelo pífio desempenho dos candidatos o telespectador nada perdeu, mas é preciso em algum momento escolher em quem votar ou descobrir em quem não votar. Até mesmo decidir se anular o voto é a opção mais lógica.
 
A situação torna-se ainda mais preocupante quando a audiência do debate da última segunda-feira é comparada com a do Programa do Ratinho, do SBT, que naquela noite registrou 6 pontos audiência.
 
Mudar um País corroído diariamente pela corrupção e pela incompetência recorrente dos governantes exige participação da sociedade. Do contrário, o Brasil continuará como seara ideal para uma ditadura civil.

19 de setembro de 2012
ucho.info

MP TEM O DEVER DE INVESTIGAR LULA E FAZER A CONEX'AO DO MENSALÃO COM O ESCÂNDALO DO BANESTADO



Lupa na mão – A oposição decidiu esperar o fim do julgamento do Mensalão do PT para requerer a Ministério Público Federal a abertura de procedimento para investigar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, acusado por Marcos Valério Fernandes de Souza de ser o chefe maior do esquema de desvio de dinheiro público e compra de parlamentares por meio de mesadas. Discurso oportunista e impactante da oposição, mas a abertura de um processo investigatório contar Lula é dever de ofício de qualquer procurador da República, sob pena de ser acusado de prevaricação.
A acusação veio à tona no último final de semana, na mais recente edição da revista “Veja”, que revelou mais detalhes acerca do escândalo do mensalão, todos com base em declarações do publicitário mineiro.
Por questões estratégicas, a investigação deve, sim, ficar para depois, uma vez que qualquer movimento a essa altura dos fatos interferiria no julgamento da Ação Penal 470, mesmo sabendo que os ministros do Supremo Tribunal Federal devem se ater ao conteúdo do processo. Muito além de investigar Lula, o Ministério Público tem a obrigação de escarafunchar novamente o caso do Mensalão do PT como um todo, pois a afirmação de que o caixa do esquema movimentou perto de R$ 350 milhões mostra que os tentáculos da corrupção petista eram maiores do que muitos imaginavam. Contudo, vale lembrar que o editor do ucho.info sempre insistiu na tese de que a CPI dos Correios, pressionada pelos ocupantes do Palácio do Planalto, deixou de produzir provas, as quais aumentariam sobremaneira o rol de culpados.
Como se fosse um fumante inveterado, que acende um cigarro no outro, a corrupção no Brasil existe com a interdependência de escândalos, que se analisados de forma simultânea mandam para o ralo boa parte da história nacional.
Durante depoimento reservado à CPI dos Correios, o doleiro paranaense Alberto Yousseff, compadre do finado e ousado José Janene, disse aos parlamentares que pagou propina semanal aos diretores do Banestado em troca de facilidades para enviar diariamente ao exterior, por meio das chamadas contas CC-5, US$ 15 milhões. Yousseff só foi convocado pela CPI dos Correios porque outro doleiro, Antonio de Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou que o colega paranaense foi responsável por apresentar Janene aos donos da corretora Bônus-Bonval, Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado, ambos réus no caso do Mensalão.
O caso Banestado é um dos grandes escândalos do País, com direito a crimes como corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Alvo de CPI criada no Congresso Nacional, o caso Banestado terminou em uma enorme e mal cheirosa pizza, o que foi confirmado com o relatório do deputado petista José Mentor (SP).
Tal acordo só foi possível por dois fatos distintos. O primeiro deles é que a oposição não queria ver na vitrine da maledicência um dos rumorosos escândalos da era FHC. O segundo motivo é que o PT, partido do relator José Mentor, precisava que do documento final fossem excluídas as menções ao Banco Rural. Durante as investigações do Mensalão do PT, descobriu-se que o escritório de advocacia de Mentor recebera R$ 60 mil de uma conta no Banco Rural, em nome de uma empresa de Marcos Valério. Essa foi uma das primeiras e contundentes provas da existência do Mensalão do PT, que deixou claro que a relação de Valério com o partido era mais antiga.
O caso do Banestado é muito maior e mais nocivo do que a opinião pública imagina. Com o escândalo, o Banestado acabou vendendo os chamados créditos podres aos bancos Itaú e Goldman Sachs, por quantia infinitamente menor do que o valor de face. Muitos desses créditos acabaram recheando intrincadas disputas judiciais por todo o País, algumas das quais com suspeitas de favorecimento por parte dos magistrados. Assunto que por certo aguçaria o interesse da ministra Eliana Calmon (STJ), que como corregedora do CNJ é lembrada pelos brasileiros de bem com enorme e interminável saudosismo.

MP TEM O DEVER DE INVESTIGAR LULA E FAZER A CONEXÃO DO MENSALÃO COM O ESCÂNDALO DO BANESTADO


Lupa na mão – A oposição decidiu esperar o fim do julgamento do Mensalão do PT para requerer a Ministério Público Federal a abertura de procedimento para investigar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, acusado por Marcos Valério Fernandes de Souza de ser o chefe maior do esquema de desvio de dinheiro público e compra de parlamentares por meio de mesadas.
 
Discurso oportunista e impactante da oposição, mas a abertura de um processo investigatório contar Lula é dever de ofício de qualquer procurador da República, sob pena de ser acusado de prevaricação.
 
A acusação veio à tona no último final de semana, na mais recente edição da revista “Veja”, que revelou mais detalhes acerca do escândalo do mensalão, todos com base em declarações do publicitário mineiro.
 
Por questões estratégicas, a investigação deve, sim, ficar para depois, uma vez que qualquer movimento a essa altura dos fatos interferiria no julgamento da Ação Penal 470, mesmo sabendo que os ministros do Supremo Tribunal Federal devem se ater ao conteúdo do processo.
 
Muito além de investigar Lula, o Ministério Público tem a obrigação de escarafunchar novamente o caso do Mensalão do PT como um todo, pois a afirmação de que o caixa do esquema movimentou perto de R$ 350 milhões mostra que os tentáculos da corrupção petista eram maiores do que muitos imaginavam.
Contudo, vale lembrar que o editor do ucho.info sempre insistiu na tese de que a CPI dos Correios, pressionada pelos ocupantes do Palácio do Planalto, deixou de produzir provas, as quais aumentariam sobremaneira o rol de culpados.
 
Como se fosse um fumante inveterado, que acende um cigarro no outro, a corrupção no Brasil existe com a interdependência de escândalos, que se analisados de forma simultânea mandam para o ralo boa parte da história nacional.
 
Durante depoimento reservado à CPI dos Correios, o doleiro paranaense Alberto Yousseff, compadre do finado e ousado José Janene, disse aos parlamentares que pagou propina semanal aos diretores do Banestado em troca de facilidades para enviar diariamente ao exterior, por meio das chamadas contas CC-5, US$ 15 milhões. Yousseff só foi convocado pela CPI dos Correios porque outro doleiro, Antonio de Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou que o colega paranaense foi responsável por apresentar Janene aos donos da corretora Bônus-Bonval, Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado, ambos réus no caso do Mensalão.
 
O caso Banestado é um dos grandes escândalos do País, com direito a crimes como corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Alvo de CPI criada no Congresso Nacional, o caso Banestado terminou em uma enorme e mal cheirosa pizza, o que foi confirmado com o relatório do deputado petista José Mentor (SP).
 
Tal acordo só foi possível por dois fatos distintos. O primeiro deles é que a oposição não queria ver na vitrine da maledicência um dos rumorosos escândalos da era FHC. O segundo motivo é que o PT, partido do relator José Mentor, precisava que do documento final fossem excluídas as menções ao Banco Rural.
Durante as investigações do Mensalão do PT, descobriu-se que o escritório de advocacia de Mentor recebera R$ 60 mil de uma conta no Banco Rural, em nome de uma empresa de Marcos Valério. Essa foi uma das primeiras e contundentes provas da existência do Mensalão do PT, que deixou claro que a relação de Valério com o partido era mais antiga.
 
O caso do Banestado é muito maior e mais nocivo do que a opinião pública imagina. Com o escândalo, o Banestado acabou vendendo os chamados créditos podres aos bancos Itaú e Goldman Sachs, por quantia infinitamente menor do que o valor de face.
Muitos desses créditos acabaram recheando intrincadas disputas judiciais por todo o País, algumas das quais com suspeitas de favorecimento por parte dos magistrados.
Assunto que por certo aguçaria o interesse da ministra Eliana Calmon (STJ), que como corregedora do CNJ é lembrada pelos brasileiros de bem com enorme e interminável saudosismo.

19 de setembro de 2012
ucho.info

O CHEFE DO MENSALÃO SÓ PODERÁ TER SIDO O MANDÃO QUE SEMPRE SE METEU EM TUDO


 
Autoritário desde a infância, espaçoso desde a adolescência, mandão desde sempre, Lula só faz o que lhe dá na telha, só ouve quem lhe convém e só consulta os que estão prontos para dizer amém.
Sozinho, o presidente de sindicato escolhia os parceiros de diretoria, negociava com os patrões, decretava o começo ou o fim da greve.
Sozinho, o dono do PT decidiu que o vermelho seria a cor e a estrela seria o símbolo da seita, escolheu os fundadores do clube, distribuiu as carteirinhas de sócio, confiscou-as quando bem entendeu, promoveu-se a presidente de honra e, depois, nomeou-se candidato perpétuo ao Palácio do Planalto.
O presidente da República montou o ministério à sua imagem e semelhança, empregou e demitiu quem quis, intrometeu-se em assuntos que mal conhecia ou ignorava completamente, elegeu novos amigos de infância, afastou-se de velhos amigos da mocidade, proclamou-se consultor-geral das nações em crise e virou conselheiro do mundo.O ex-presidente é o mais feliz dos portadores da síndrome de Deus. Dá ordens à sucessora, indica ministros, dá palpites na economia, elogia o Brasil Maravilha de cartório, interfere na escalação do Corinthians e negocia a construção do Itaquerão. Fora o resto.
Desde o começo do ano, entre um ataque a FHC e um pontapé em José Serra, o Lula palanqueiro escolhe candidatos a prefeito, vereador ou síndico. Fechou negócio com Paulo Maluf, aposentou Marta Suplicy por antiguidade, botou na cabeça que Fernando Haddad deve governar São Paulo, arrumou confusão com o PSB, decidiu que Humberto Costa será o derrotado no Recife e Patrus Ananias merece naufragar em Belo Horizonte. Pelo andar da carruagem, o PT amargará o maior fracasso eleitoral desde a fundação. E nem assim os companheiros ousam discordar do intuitivo genial.
Quem manda é ele, o oráculo infalível, o guia incomparável, o Cara. Por isso se mete em tudo e deve ser ouvido por todos. É sempre dele a última palavra. Sem o aval do mestre, nada deve ser feito.
No caso do mensalão, por exemplo, ele decidiu o que o Executivo e o Legislativo deveriam fazer para livrar da cadeia os culpados. E avisou que cuidaria de enquadrar os ministros do Supremo.
Não deu certo, comprovam a fila dos condenados e as revelações de Marcos Valério divulgadas por VEJA.
O Lula retratado pelo diretor-financeiro do bando não surpreendeu ninguém. Assombrado pela roubalheira sem precedentes, ele continua fingindo que, pela primeira vez na vida, não soube de nada, não se envolveu em nada, não lhe contaram nada. Nem desconfiou do que ocorria na sala ao lado.
Conversa de gente com culpa no cartório. Quem o conhece sabe que, como sempre, também no esquema do mensalão o chefe foi Lula.
 
19 de setembro de 2012
augusto nunes, veja online

PLATÉIA PAGA EM COMÍCIO DE LULA

COMÍCIO OU PROGRAMA DO CHACRINHA?

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=WKkfgG3yefQ

Um usuário de redes sociais da internet publicou ontem (18), no youtube, um vídeo onde acusa o PT de enganar os trabalhadores.

O pequeno documentário já foi assistido por mais de mil pessoas e é feito a partir de entrevistas com participantes de um comício do candidato à prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, que contou a visita do ex-presidente Lula para apoiá-lo.

No vídeo, as pessoas dizem ter ganhado até R$ 50 reais para serem figurantes no evento a fim de "dar a sensação de que estava lotado”.
 
O vídeo mostra o local do comício totalmente esvaziado. Os poucos presentes não deram a menor atenção ao discurso de Lula.

19 de setembro de 201
in claudio humerto