"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 10 de julho de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




10 de julho de 2013

POPULAÇÃO PODERÁ APRESENTAR SUGESTÕES PARA MUDAR A CONSTITUIÇÃO

Comissão do Senado aprova emenda que facilita projetos de iniciativa popular

 

Plenário do Senado durante sessão deliberativa
Plenário do Senado durante sessão deliberativa (Arthur Monteiro/Agência Senado)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira uma emenda constitucional que reduz o número de assinaturas necessárias para a população sugerir leis ao Congresso Nacional.
Atualmente, para serem apresentadas, essas propostas exigem a assinatura de pelo menos 1% do universo de eleitores aptos a votar no país e não valem para mudanças constitucionais.

Pela versão aprovada nesta quarta, as propostas de iniciativa popular poderão ser direcionadas tanto para projetos de lei quanto para alterações na Constituição. Também passam a ser válidas assinaturas recolhidas na internet, desde que tenham a veracidade atestada.

Os projetos resultantes de mobilização popular terão, necessariamente, que tramitar na Câmara e no Senado em regime de urgência.

Conforme o texto aprovado pelos senadores, no caso de projetos de lei, diminuirá a exigência na quantidade de assinaturas - passarão a ser exigidas 700.000 pessoas (0,5% do eleitorado), distribuídas em pelo menos cinco estados. Para propostas de emenda à Constituição, por abordar temas complexos, a exigência será de pelo menos 1% de assinaturas do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos cinco estados.


A redução do total de assinaturas necessárias para se apresentar projetos de iniciativa popular faz parte do pacote de medidas que o Senado tenta aprovar em resposta aos protestos nas ruas.

10 de julho de 2013
Laryssa Borges, de Brasília, Veja

DEBATE: O NAUFRÁGIO DO PLEBISCITO

 


Augusto Nunes, Marco Antonio Villa, Carlos Ari Sundfeld e Reinaldo Azevedo falam sobre o plebiscito proposto pelo governo, reforma política, as eleições de 2014 e a queda de popularidade de Dilma Rousseff.
 
10 de julho de 2013
Veja

INFLAÇÃO FAZ COPOM ELEVAR TAXA DE JUROS PARA 8,5% AO ANO

Trata-se da terceira alta consecutiva nos juros em 2013 para conter o índice

O presidente do Banco Central Alexandre Tombini
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central (Sérgio Lima/Folhapress )
         
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou em 0,50 ponto porcentual, para 8,5% ao ano, a taxa básica de juros (Selic) nesta quarta-feira, em decisão unânime, sem viés - ou seja, a decisão é válida até o próximo encontro em agosto. Trata-se da terceira elevação consecutiva do juro básico da economia neste ano. A trajetória de alta teve início em abril, quando a autoridade monetária subiu a Selic de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. A decisão não surpreendeu o mercado financeiro, que apostava de forma quase unânime no aumento de 0,50 ponto.

No comunicado que acompanhou a decisão, o BC reafirmou que a inflação constitui um risco para a economia. "O comitê avalia que a decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".

Votaram por essa decisão o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

Expectativas - Duas razões embasaram o mercado. Primeiro, as indicações dadas pelos diretores do BC tanto na última ata do Copom como em entrevistas à imprensa. A autoridade monetária reconhece a persistência  inflacionária, mas não dá sinais de optar por altas bruscas, que fujam da estratégia de elevações de 0,25 e 0,50 ponto porcentual.
Em segundo lugar, a intenção do órgão em reverter o descolamento das expectativas em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "O Copom tem de usar a Selic para múltiplos objetivos.
O primeiro é controlar a inflação, mas o segundo é controlar as expectativas. Nesse sentido, a comunicação é mais importante que a taxa Selic em si", afirma o economista André Perfeito, da Gradual Corretora.

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Controlar as expectativas do mercado foi, talvez, uma das perdas mais graves vivenciadas pelo o governo - e pelo BC - no último ano. Segundo um texto da autoridade monetária, "um dos objetivos centrais do regime de metas de inflação é justamente ancorar as expectativas de mercado que, de forma geral, orientam o processo de formação de preços na economia". Isso significa que, à medida que os movimentos do BC passam a ser mais previsíveis, as expectativas de inflação se formam com maior precisão.
É possível dizer que a política monetária tem credibilidade quando os reajustes de preços passam a ser próximos da meta - o que não ocorre no Brasil desde 2009. Essa situação, aliada à frouxidão da política fiscal e à contabilidade criativa são as três maiores feridas à credibilidade da economia brasileira, atualmente.

A avaliação do mercado, contudo, é de que a autoridade monetária quer reverter, pelo menos, a parte que é de sua responsabilidade. "O BC não quer criar mais ruídos do que os atuais. Já há muita turbulência local e global para que sejam anunciadas mudanças de estratégia", afirma o economista Roberto Padovani.

Inflação - O IPCA, que mede a inflação oficial, desacelerou em junho para 0,26% (ficou em 0,37% em maio), mas acumula alta de 6,70% nos últimos doze meses, ultrapassando pela décima vez, no governo Dilma, o teto da meta (6,5%). O resultado veio um pouco melhor do que as expectativas do mercado, que apostavam em avanço de 0,33% no mês, e de 6,77% no acumulado dos doze meses, mas está longe de representar um alívio, tendo em vista que a pressão do dólar (que subiu 11% no ano) ainda não foi completamente assimilada na formação dos preços.

Segundo relatório da Tendências Consultoria, o quadro inflacionário segue complicado apesar do dado de junho. "Mesmo com a perspectiva de desaceleração no segundo semestre, a inflação deve continuar mais próxima ao teto do que ao centro da meta. Núcleos e o índice de difusão mostraram sinais de melhora na margem, mas a média dos núcleos em doze meses acelerou para 6,3%", informa a nota.
A Tendências também aponta para a redução do ritmo da recuperação econômica, que pode ter impacto negativo sobre o aumento de preços. Segundo o último boletim Focus, economistas já revisam para baixo as perspectivas de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014.

Diante da deterioração das contas públicas ocasionada pelas desonerações de impostos, da queda na arrecadação e a inexistência de um programa vigoroso de ajuste fiscal, a política monetária do BC se mostra como única alternativa (usada tardiamente) para tentar conter o avanço dos preços.

O ex-ministro da Fazenda e economista Delfim Netto chegou a afirmar entrevista ao jornal 'Folha de S. Paulo' que o BC cansou de esperar que a política fiscal ajudasse no combate à inflação. Agora, entrou em ação. Os efeitos da alta dos juros, contudo, só serão sentidos no final do segundo semestre. E não são poucas as vozes a dizer que a Selic sozinha poderá não ser suficiente para conter a inflação. Uma delas é a do próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que implementou o regime de metas em 1999, durante seu segundo mandato.

10 de julho de 2013
Veja

DILMA BRINCA COM A INFLAÇÃO

 


Enquanto os brasileiros se preucupam com o índice inflacionário, a Presidente da República conversa com ministros demitidos por corrupção.
 
10 de julho de 2013

JATO DE SÃO JOÃO

 


Se Renan Calheiros não vê nada de mais na viagem que fez com a mulher, é provável que, na primeira passagem pela presidência do Senado, tenha requisitado um jato da FAB e pousado com Mônica Veloso numa festa de São João em Alagoas.
 
10 de julho de 2013
Augusto Nunes, Veja

"FICA, GUIDO MANTEGA"

 




Como a presidente Dilma Rousseff repetiu que não demitirá o ministro da Fazenda enquanto houver pressões, resta começar o movimento pela permanência de Guido Mantega.
 
10 de julho de 2013
Augusto Nunes, Veja

SENADO RECUA

Senado aprova emenda que veta parentes na suplência

PEC aprovada não altera, entretanto, regra que permite a suplentes tomar posse definitiva do mandato em caso de morte, renúncia ou cassação do titular

 
Plenário do Senado durante sessão deliberativa
Plenário do Senado durante sessão deliberativa (Arthur Monteiro/Agência Senado)

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira um projeto que reduz de dois para um o número de suplentes de senadores, e proíbe que parentes (até o segundo grau) sejam colocados na mesma chapa do titular.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ainda depende do aval da Câmara dos Deputados. Foram 64 votos favoráveis e um contrário - houve uma abstenção.

O texto é similar ao que foi
rejeitado nesta quarta-feira, com uma mudança: em caso de morte, renúncia ou cassação do titular, o suplente permaneceria no cargo até o fim do mandato.
A proposta derrubada previa novas eleições nestes casos, o que desagradou boa parte dos senadores.

"A PEC de ontem apresentava defeitos. Agora sim, acredito que vai atender aos anseios da nossa sociedade", afirmou Wilder Morais (DEM-GO), suplente do ex-senador Demóstenes Torres.

O texto rejeitado nesta quarta é de autoria de José Sarney (PMDB-AP). O desta quinta foi elaborado por Francisco Dornelles (PP-RJ).

As novas regras não valem para os senadores em exercício, o que permitirá, por exemplo, que Lobão Filho (PMDB-MA) continue no exercício do cargo. Ele ocupa a vaga do pai, Edison Lobão (PMDB-MA), que é ministro de Minas e Energia.

A medida aprovada faz parte de um esforço dos parlamentares para esvaziar a agenda sugerida pela presidente Dilma Rousseff em sua fracassada tentativa de convocação de um plebiscito para a reforma política. O modelo de suplência de senador era um dos temas propostos pelo Executivo.


10 de julho de 2013
Gabriel Castro, de Brasília
Veja

A ESPIONAGEM, OS ESPERTALHÕES E O GRANDE SATÃ


Espionagem americana

O escândalo de espionagem envolvendo os EUA era justamente o que nosso governo precisava para desviar o foco de nossos gravíssimos problemas estruturais e fazer com que as manchetes deixassem de lado os escândalos, as mazelas, as mortes inocentes e os protestos para mirarem suas baterias midiáticas no “Grande Satã”, o inimigo maior de todo aspirante a totalitarista.
 
Permeado pela incompetência, pela corrupção sistêmica, pelo banditismo evidente e pela inoperância (criminosa) quase absoluta; o governo brasileiro viu cair do céu algo que atendia completamente as suas preces e está usando (e abusando) do deslize americano para desviar a atenção da mídia e o foco popular do que realmente interessa: nossa situação política e econômica interna cada vez mais caótica.
 
Se pararmos para pensar um único instante e analisarmos tudo o que se tem dito sobre o escândalo e as informações liberadas pelo próprio Sr Edward Snowden (o delator do esquema); toda essa balbúrdia e comoção se devem ao fato dos EUA usarem exatamente a mesma técnica de espionagem que o Google, o Yahoo, o Ponto Frio, o Submarino e as Lojas Americanas usam.
 
Guardadas as devidas proporções, quem usa a Internet hoje sabe que privacidade não existe. Basta você entrar num site de venda de móveis e pesquisar um modelo de sofá para que, em todos os seus próximos acessos, cada site que você visite tenha anúncios de sofás das mais diversas lojas.
 
Chamar isso de “espionagem” chega a ser um exagero. Mas, o “grande lance da coisa” é a questão das interceptações telefônicas isso realmente pode ser encarado como algo ruim. Contudo, pelo que Snowden revelou, elas também se restringem apenas a coleta de números discados ou recebidos; sem qualquer monitoramento do que foi conversado e os dados só são coletados se a primeira pesquisa indicar “atividade suspeita” de determinado “indivíduo”.
 
espionagem
 
Como sabemos, ainda pelas revelações de Snowden, a espionagem dos EUA se resume a ligar palavras-chave determinadas com dados de ligações telefônicas realizadas pelos “alvos”. Ou seja, se você pesquisar sobre bombas ou algo ligado ao terrorismo (ou a algo que os americanos julguem perigoso para eles) na Internet passará a ser monitorado pelo sistema americano por ser uma possível ameaça terrorista.
 
Isso quebra a sua privacidade?
Sim.
Mas, como o Google fica sabendo que eu gostaria de comprar um sofá para oferecer anúncios a cada site que visito?
Exatamente da mesma forma.
 
E quem fica gritando por aí que isso é uma violação de privacidade? Você pode até ficar zangado (eu mesmo fico “p” da vida com isso), mas a alternativa seria não usar mais a Internet.
Você está disposto a isso?
Eu não.
 
Por isso, sei que tenho de “pagar o preço”.
A grande verdade é que, depois do atentado de onze de setembro, o mundo mudou. Ninguém está seguro onde quer que esteja e a única chance de aumentarmos um pouco nossa própria segurança é usa de métodos como este.
Somente sendo capaz de antecipar o que o inimigo pensa e onde ele pode agir é que poderemos estar preparados para enfrentá-los ou impedi-los.
 
Infelizmente, vivemos em um mundo onde a privacidade será cada vez mais violada em nome de uma garantia maior de segurança. Pode acreditar; a coisa só vai piorar daqui para frente.
 
O quanto nos seria útil se nossas polícias fizessem exatamente a mesma coisa? Quantos crimes e violações da lei são tramados antecipadamente pela rede ou tem a comunicação entre as quadrilhas feita através dela? Cansamos de ver no noticiário mortes, brigas e outros crimes promovidos por bandidos que usavam a Internet como plataforma de preparação ou facilitador de comunicação. Quantos de nós achamos válido que a polícia monitore a rede atrás desses canalhas? Certamente a grande maioria.
 
O que podemos perceber de todo esse escândalo é que os países mais adiantados estão mirando suas baterias contra os EUA visando apenas obter vantagens econômicas sobre os americanos em negociações comerciais. O que é salutar, pois como os EUA estão expostos publicamente, é o momento propício para usar isso como moeda de troca.
 
O que não vemos é os demais países fazerem um “cavalo de batalha” disso. Ninguém foi a público dizer que isso era uma “quebra de soberania” ou que iria “se queixar na ONU”. Melhor ainda; ninguém usou isso como desculpa para oferecer asilo ao Sr Snowden.
 
Até porque esse senhor nada mais fez do que prestar um enorme serviço aos grupos terroristas e aos fanáticos religiosos espalhados pelo planeta. Digo isso sem o menor constrangimento e, se eu fosse americano e estivesse no lugar de Obama, já teria ordenado que esse senhor fosse fazer uma visita a São Pedro.
 
espião
 
Mas, voltando aos interesses tupiniquins; o que nosso governo está fazendo com o escândalo que bateu as nossas portas e poderia representar um enorme ganho econômico para nós no pesado jogo do comércio internacional? Enfiamos a cabeça na lama ideológica e nos portamos exatamente como Irã, a Venezuela, o Equador e tantos outros governos medíocres e com viés totalitário fazem: exacerbamos uma situação para eleger um “inimigo externo” que seja responsável por todo o mal que se abate sobre nós e acabamos perdendo uma grande oportunidade para a nação em troca de uma cortina de fumaça temporária para garantir um ou dois pontos de popularidade nas pesquisas eleitorais.
 
Assim, engana-se uma parcela da população que acredita em tudo o que a corja que aí está fala; ilude-se a mídia com um alarde exagerado sobre um fato sem todo efeito desastroso a ele imputado e se garante que o foco saia de nossas próprias mazelas como forma de ganhar tempo “para respirar”.
 
Você pode até achar ruim quando eu digo que é um fato sem tanta importância. Mas, mais uma vez, se você parar para pensar; o que os EUA fizeram (ou fazem) aqui; é exatamente o que fazemos por aí (na Argentina, na Venezuela, no Paraguai, nos EUA, etc…) e é o mesmo que todos os outros países fazem no mundo todo.
 
Afinal de contas, se nós temos a ABIN – Agência Brasileira de Informação – é para espionar nossos aliados e nossos inimigos. Da mesma forma que cada país tem seu centro de espionagem.
 
Se, contudo, não procedemos assim e preferimos nos candidatar a “Virgens Vestais” da humanidade; é porque somos idiotas, incapazes de assim proceder ou completamente despreparados para a realidade do mundo que nos cerca.
 
Portanto, ao invés de eleger o “Grande Satã” para cobri o sol com a peneira da ilusão ideológica; vamos voltar a nos concentrarmos em nossos problemas reais e imediatos para varrer a corja que tomou de assalto nosso país e é muito mais perniciosa para nós do que os espiões cibernéticos dos EUA ou do Google.
Pense nisso.
 
10 de julho de 2013
arthurius maximus

A MACULADA IMAGEM DA PRESIDENTE

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Taxa de aprovação do governo caíra quase à metade, a maior queda em mais de 20 anos (Reprodução/Internet)
Reputação e política

Dilma tem que conseguir impressionar os eleitores de algum modo novamente, ou então corre o risco de ficar conhecida como a presidente que foi expulsa do Planalto

     
Uma pesquisa de opinião do Datafolha divulgada um dia antes da final da Copa das Confederações, em 30 de junho, mostrou que a taxa de aprovação do governo Dilma caíra quase à metade desde o início dos protestos, a maior queda em mais de 20 anos. Mas o clima rebelde do Brasil atingiu todos os políticos. Em São Paulo, onde as manifestações começaram, o governador e o prefeito tiveram quedas de popularidade acentuadas. No Rio de Janeiro, onde ocorreram os maiores protestos, o nível de aprovação do governador caiu mais de 50%.

Os aliados da presidente afirmam que sua popularidade se recuperará quando a inquietação arrefecer. "A vida não mudou para a maioria dos brasileiros. Quando essa fase acabar as pessoas avaliarão esse governo tão positivamente quanto o anterior", afirmou José Eduardo Cardozo, o ministro da Justiça. Assessores presidenciais afirmam que Dilma foi eleita para dar continuidade, não fazer pirotecnia, e finalizar tudo aquilo que foi iniciado por seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda faltam 15 meses para a eleição.

Dilma tem que conseguir impressionar os eleitores de algum modo novamente, ou então corre o risco de ficar conhecida como a presidente que foi expulsa do Planalto. "Uma vez que não teve nenhum grande impacto, as pessoas acabarão focando nos aspectos negativos", afirma Rafael Cortez, da Tendências, uma consultoria política. Dilma também não é muito eleitoreira. Ela nunca havia feito uma campanha antes de Lula selecioná-la como sua sucessora e também não inspira muita lealdade entre os militantes do Partido dos Trabalhadores.

Pesquisas de opinião sugerem que se a eleição fosse hoje, Dilma ficaria em primeiro, mas enfrentaria uma disputa acirrada contra Marina Silva, ex-filiada do Partido Verde que está tentando fundar um partido político alternativo. As mesmas pesquisas de opinião mostram que Lula se sairia melhor que Dilma caso decidisse se lançar como candidato do PT. À medida que a eleição se aproxima, a presidente talvez precise prestar tanta atenção em membros da sua equipe como em adversários declarados.

10 de julho de 2013
Texto da revista Economist editado para o Opinião e Notícia
Tradução: Eduardo Sá


CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VAI CONTRA-ATACAR GOVERNO

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Profissionais de saúde durante protesto na Esplanada dos Ministérios (Fonte: Reprodução/ABr)

Plano 'Mais Médicos'

Plano é contestar judicialmente medidas anunciadas pelo governo federal incluídas no programa 'Mais Médicos'

     
As medidas anunciadas pelo governo federal no âmbito do programa “Mais Médicos”, incluindo a ampliação do tempo do curso de medicina de seis para oito anos, com dois anos obrigatórios de serviços no SUS, devem ser contestadas judicialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda nesta semana.

Leia também: Aluno de medicina terá de trabalhar dois anos no SUS para receber diploma

O CFM está analisando as medidas judiciais cabíveis e deve anunciar nos próximos dias um plano de ação contra a Medida Provisória do programa, que inclui ainda a contratação de profissionais estrangeiros.

O assunto será discutido nesta quarta-feira, 10, em Brasília, durante a reunião mensal de presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).


Estudantes para atender a população 

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Renato Azevedo Júnior, ressaltou que o problema não é a falta de médicos, mas sim de investimentos, infraestrutura e políticas públicas adequadas para atrair e fixar médicos nas regiões mais necessitadas do Brasil.

Ainda de acordo com Azevedo, a decisão do governo de colocar estudantes para atender a população no SUS não tem a menor chance de dar certo.

10 de julho de 2013

OPERAÇÃO BROTHER SAM ÀS AVESSAS

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Operação Brother Sam foi o deslocamento pelos EUA de sua frota do Caribe para a costa brasileira para apoiar o golpe civil-militar que derrubou o governo Jango (Reprodução/Internet)
Espionagem Americana

Mais assustador que as revelações da espionagem é testemunhar a patética vontade do governo de desviar a fúria da sociedade para os lados de Washington

 
A repercussão no Brasil da espionagem americana, exatamente agora no meio da rebelião dos brasileiros, parece uma versão pós-moderna da Operação Brother Sam, de 1964. Só que pelo avesso: acontece para salvar o governo. O Chico Caruso matou a charada: vamos finalmente declarar guerra aos EUA. A história também se repete como tragicomédia.

Charge do Chico Caruso para O Globo

Mais assustador que tomar conhecimento das revelações de Edward Snowden e dos jornalistas que decodificam e compartilham aqui as informações, confirmando o que já sabíamos – somos espionados 24 horas por dia, em todos os lugares, por governos e corporações – é testemunhar o protesto faz de conta do governo Dilma e a patética vontade de desviar a fúria da sociedade para os lados de Washington.

Caramba! Cadê a arapongagem de Brasília? Nunca desconfiaram da espionagem americana? E da chinesa? E dos outros? Será que só se preocupam em bisbilhotar os brasileiros de quem o governo não gosta?

Dando uma espiada no site da ABIN, a gente fica sabendo que a nossa agência de inteligência tem as seguintes atribuições pagas pela sociedade:

1- INTELIGÊNCIA: Por meio da produção de conhecimentos sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência no processo decisório e na ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.


2- CONTRA-INTELIGÊNCIA: Pela adoção de medidas que protejam os assuntos sigilosos relevantes para o Estado e a sociedade e que neutralizem ações de Inteligência executadas em benefício de interesses estrangeiros.
Para quem não sabe ou não se lembra, a Operação Brother Sam foi o deslocamento pelos Estados Unidos de sua Frota do Caribe para a costa brasileira para apoiar o golpe civil-militar que derrubou o governo Jango. O objetivo era assegurar a invasão do Brasil por forças americanas se houvesse resistência ao golpe.

10 de julho de 2013
Altamir Tojal

OLHA A VAIA AÍ, PESSOAL!





10 de julho de 2013

A DIFÍCIL ENGANAÇÃO

Ludibriar a opinião pública não será tarefa fácil para Dilma Rousseff, que nos últimos dias tem colecionado derrotas em meio ao anúncio de medidas inócuas, mas a classe política precisava se movimentar, sob pena de a queda de braços, impulsionada pela insatisfação popular, levara a uma perigosa crise institucional.
 

Dilma e PT não desistem da ideia do plebiscito e crise política pode se

agravar no rastro do confronto

Luz vermelha – Após a maioria dos líderes partidários na Câmara dos Deputados sepultar a plebiscito para reforma política, integrantes do PT decidiram insistir na proposta como forma de não abandonar a presidente Dilma Rousseff, além de manter o projeto da legenda que no fundo busca conseguir do eleitorado uma espécie de cheque em branco para, mais adiante, dar o golpe final que permitirá a instalação no País de um regime de exceção.

Tão logo a derrubada do projeto foi anunciada, o líder do PT na Casa, deputado federal José Nobre Guimarães (CE), disse que iniciaria a coleta de assinaturas para o ato de convocação do plebiscito. A ideia, agora, é acirrar o confronto entre a Dilma Rousseff e o Congresso Nacional, deixando o ônus para a classe política. Desde que eclodiu a grave crise política que sacode o Palácio do Planalto, Dilma sempre buscou transferir a culpa a deputados e senadores.
Ludibriar a opinião pública não será tarefa fácil para Dilma Rousseff, que nos últimos dias tem colecionado derrotas em meio ao anúncio de medidas inócuas, mas a classe política precisava se movimentar, sob pena de a queda de braços, impulsionada pela insatisfação popular, levara a uma perigosa crise institucional.

Por enquanto, o embate se dá entre o governo e o PMDB, mas não será preciso muito esforço para que essa animosidade se alastre por toda a base aliada. Sem contar os partidos de oposição, que ainda não descobriram como tirar proveito da situação. O Brasil vive um momento de apreensão política e é preciso ter cautela de agora em diante, sob pena de se criar um clima que leve a algum ato mais radical, independentemente de quem seja o condutor.

10 de julho de 2013

PREFEITOS INTERROMPEM E VAIAM DISCURSO DE DILMA

A presidente Dilma Rousseff foi hostilizada pelos prefeitos que participaram da XVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Em seu discurso, Dilma começou a falar sobre o programa que destina médicos a cidades do interior do país, mas os prefeitos, insatisfeitos, gritaram para que a presidente falasse sobre o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Dilma disse ainda que "não tem milagre na gestão pública"


10 de julho de 2013
UOL Notícias
in movcc

CONGRESSO APROVA LEI QUE, NA PRÁTICA, LEGALIZA O ABORTO NO BRASIL

                        
          Artigos - Aborto        

abortoSe o povo brasileiro entende que o aborto é homicídio, é necessário que ele se manifeste e exija que os governantes que ele elegeu vetem projetos como este, exemplos de pura vigarice legislativa.

O Congresso brasileiro aprovou, na última quinta-feira, 4 de julho de 2013, um projeto de lei que, na prática, legaliza o aborto no Brasil.
O projeto de lei tramitou em regime de urgência e, em pouco mais de dois meses, foi aprovado por unanimidade, em quatro votações relâmpago, na Câmara e no Senado, sem que a maioria dos parlamentares tivesse tempo para tomar conhecimento do teor e da verdadeira importância do assunto. Agora, para que vire lei, só precisa da sanção da presidente Dilma Rousseff.
 

A iniciativa de aprová-lo em regime de urgência partiu do Dr. Alexandre Padilha, Ministro da Saúde do governo da presidente Dilma Rousseff. Cabe lembrar que a presidente assumiu um compromisso com o povo brasileiro, durante as eleições de 2010, de que não legalizaria o aborto no país. Urge agora, mais do que nunca, que a população cobre do Governo a defesa da vida e vete todos os artigos desse projeto falacioso e mal intencionado. Entenda o caso e saiba como agir:

1. O que aconteceu

O padre Paulo Ricardo comentou, na reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, realizada nesta quarta-feira (10), os truques semânticos que fazem da lei recém-aprovada tudo aquilo que os abortistas mais queriam para que milhões de fetos possam ser assassinados no Brasil sem nenhum impedimento jurídico.
Em pouco mais de dois meses, um projeto que virtualmente legaliza o aborto no Brasil e abre caminho para a sua legalização formal, foi quatro vezes aprovado por unanimidade: uma vez no plenário da Câmara, depois em duas comissões do Senado e finalmente no plenário do Senado.

Tratou-se de uma das votações mais estranhas já havidas na história das duas casas do legislativo brasileiro. O título enganoso, a rapidez meteórica como o projeto foi tramitado, ocultou o verdadeiro teor da proposta, que passou desapercebida por todos os grupos em favor da vida e os inúmeros parlamentares, contrários ao aborto, tanto na Câmara como no Senado, que votaram todos a favor do projeto.

Segundo informa o jornal interno da Câmara, a iniciativa de desencadear este processo partiu do Poder Executivo. Mais exatamente, do Ministro da Saúde da presidente Dilma Roussef, o Dr. Alexandre Padilha.

Na quarta feira, dia 20 de fevereiro de 2013, o Ministro Alexandre Padilha reuniu-se com o deputado Henrique Eduardo Alves, atual presidente da Câmara, para pedir-lhe que, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que seria celebrado no dia 8 de março de 2013, fosse votado no plenário da Câmara, em regime de urgência, o Projeto de Lei 60/1999. Este projeto, nominalmente, trata do atendimento prioritário nos hospitais à mulher vítima de violência. A notícia do Jornal da Câmara pode ser lida neste endereço:

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/saude/435832-camara-deve-votar-projeto-que-melhora-atendimento-as-vitimas-de-violencia-sexual.html

O PL 60/1999 estava parado na Câmara desde o ano de 2002, época em que Lula ainda não era presidente do Brasil. A redação do projeto, tal como havia sido votada em 2002, pode ser encontrada neste endereço:

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=63567&filename=Tramitacao-PL+60/1999

Então, em consequência do acordo havido entre o Ministro da Saúde e a Presidência da Câmara, no dia 5 de março de 2013, o deputado José Guimarães, irmão do deputado José Genoíno e líder da bancada do PT na Câmara, pediu a tramitação do projeto em regime de urgência.

Por motivo de viagem, naquela semana o deputado Henrique Eduardo Alves, atual presidente da Câmara, estava sendo substituído no cargo pelo deputado André Vargas, também secretário nacional de comunicação do PT. O regime de urgência foi imediatamente aprovado por uma reunião de líderes das bancadas dos diversos partidos. Em seguida, no mesmo dia, o projeto foi emendado e apresentado ao Plenário da Câmara.

Os relatores do projeto, a deputada Janete Pietá, do PT de São Paulo, e o deputado Eliseu Padilha, do PMDB do Rio Grande do Sul, apresentaram de modo oral e sumário seus pareceres logo antes da votação. Nenhum deputado teve tempo de ler antecipadamente o teor do projeto. O projeto foi aprovado por unanimidade no mesmo dia 5 de março. Nenhum deputado, dos inúmeros que são a favor da vida, percebeu o alcance do que estava sendo votado. Três dias depois foi encaminhado para ser apreciado pelo Senado.

A tramitação completa do projeto pode ser examinada no seguinte endereço:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=14993

O teor do projeto emendado e aprovado, que depois não seria mais modificado pelo Senado, pode ser encontrado neste endereço:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1062696&filename=Tramitacao-PL+60/1999

O texto emendado e aprovado em 5 de março de 2013, em conjunto com as alterações do que foi subtraído ou acrescentado ao texto original de 2002, pode ser examinado em um só arquivo encontrado neste outro endereço:
http://www.documentosepesquisas.com/plc3-13.pdf

No dia 10 de abril de 2013, já renomeado como Projeto de Lei Originário da Câmara 3/2013, ou PLC 3/2013, o projeto foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, após leitura de relatório favorável da Senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo.
No dia 19 de junho de 2013, após relatório favorável da Senadora ngela Portela, do PT de Roraima, o projeto foi também aprovado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
Finalmente, no dia 4 de julho de 2013, sem que houvesse sido apresentado um único pedido de emenda, o PLC 3/2013 foi aprovado por unanimidade no Plenário do Senado e, em seguida, encaminhado à Presidência da República para ser sancionado.
Toda a tramitação no Senado pode ser acompanhada neste endereço:
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=111416

2. O que diz o projeto aprovado

O título do projeto afirma que trata do atendimento às pessoas que sofreram violência sexual. O texto do projeto evita propositalmente mencionar a palavra aborto, embora seja disto que o projeto trate. A palavra aborto foi cuidadosamente omitida e o projeto foi tramitado em um regime de urgência conscientemente planejado para que os parlamentares, inclusive os que são totalmente contrários ao aborto, não pudessem perceber o verdadeiro alcance da proposta senão depois de definitivamente aprovado.

O artigo primeiro afirma que os hospitais, - todos os hospitais, sem que aí seja feita nenhuma distinção -, "DEVEM OFERECER ATENDIMENTO EMERGENCIAL E INTEGRAL DECORRENTES DE VIOLÊNCIA SEXUAL, E O ENCAMINHAMENTO, SE FOR O CASO, AOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL".

Atendimento emergencial significa o atendimento que deve ser realizado imediatamente após o pedido, não podendo ser agendado para uma data posterior. O atendimento integral significa que nenhum aspecto pode ser omitido, o que por conseguinte subentende que se a vítima de violência sexual estiver grávida, deverá ser encaminhada aos serviços de aborto. Os serviços de assistência social aos quais a vítima deve ser encaminhada, que não eram mencionados no projeto original, são justamente os serviços que encaminharão as vítimas aos serviços de aborto ditos legais.

Portanto, uma vez o projeto sancionado em lei, todos os hospitais do Brasil, independentemente de se tratarem de hospitais religiosos ou contrários ao aborto, serão obrigados a encaminhar as vítimas de violência à prática do aborto. O projeto não contempla a possibilidade da objeção de consciência.

Na sua versão original, o artigo terceiro do projeto afirmava que o atendimento deveria ser imediato e obrigatório a todos os hospitais integrantes da rede do SUS que tivessem Pronto Socorro e Serviço de Ginecologia, mas a emenda do dia 5 de março de 2013 riscou a cláusula do "PRONTO SOCORRO E SERVIÇO DE GINECOLOGIA", deixando claro que qualquer hospital, por menor que seja, não poderá deixar de encaminhar as vítimas de violência, se estiverem grávidas, aos serviços de aborto. O artigo primeiro sequer restringe os hospitais aos integrantes da rede do SUS.

O artigo segundo define que, para efeitos desta lei, "VIOLÊNCIA SEXUAL É QUALQUER FORMA DE ATIVIDADE SEXUAL NÃO CONSENTIDA".
A expressão "TRATAMENTO DO IMPACTO DA AGRESSÃO SOFRIDA", constante do artigo primeiro do texto original, foi suprimida e substituída por "AGRAVOS DECORRENTES DE VIOLÊNCIA SEXUAL", para deixar claro que a violência sexual não necessita ser configurada por uma agressão comprovável em um exame de corpo de delito. Uma vez que o projeto não especifica nenhum procedimento para provar que uma atividade sexual não tenha sido consentida, e o consentimento é uma disposição interna da vítima, bastará a afirmação da vítima de que ela não consentiu na relação sexual para que ela seja considerada, para efeitos legais, vítima de violência e, se ela estiver grávida, possa exigir um aborto ou o encaminhamento para o aborto por parte de qualquer hospital.

As normas técnicas do Ministério da Saúde publicadas durante o governo Lula afirmam que as vítimas de estupro não necessitam apresentar provas ou boletins de ocorrência para pedirem um aborto dos hospitais credenciados. Basta apenas a palavra da mulher, e os médicos terão obrigação de aceitá-la, a menos que possam provar o contrário, o que usualmente não acontece. Mas pelo menos a mulher deveria afirmar que havia sido estuprada. Agora não será mais necessário afirmar um estupro para obter um aborto. Bastará afirmar que o ato sexual não havia sido consentido, o que nunca será possível provar que tenha sido inverídico.

A técnica de ampliar o significado das exceções para os casos de aborto até torná-las tão amplas que na prática possam abranger todos os casos é recomendada pelos principais manuais das fundações internacionais que orientam as ONGs por elas financiadas. Com isto elas pretendem chegar, gradualmente, através de sucessivas regulamentações legais, até a completa legalização do aborto. É este o propósito do PLC 03/2013. Um dos mais famosos manuais sentido é o manual "INCREMENTANDO O ACESSO AO ABORTO SEGURO - ESTRATÉGIAS DE AÇÃO", publicado internacionalmente pela International Women Health Coalition (IWHC). Foi a equipe do IWHC, que redigiu este manual, a mesma que inventou, no final dos anos 80, o conceito de "DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS", que em seguida, em 1990, passou a ser utilizado pela Fundação Ford, através da qual passou para a ONU em 1994, durante a Conferência de População do Cairo. A fundadora do IWHC foi condecorada, em 2012, pela ONU, com o Population Award, justamente por ter desenvolvido, pela primeira vez, em 1987, o conceito de "SAÚDE REPRODUTIVA".

[American Reproductive Health Pioneer Win 2012 United Nations Population Award: http://unfpa.org/public/home/news/pid/10237]
Nas páginas 8 e 9 do manual "Incrementando o Acesso ao Aborto Seguro - Estratégias de Ação", que menciona várias vezes o exemplo do Brasil, a IWHC comenta:
"Assegurar ao máximo a prestação de serviços previstos pelas leis existentes que permitem o aborto em certas circunstâncias possibilita abrir o caminho para um acesso cada vez mais amplo. Deste modo os provedores de aborto poderão fazer uso de uma definição mais ampla do que constitui um perigo para a vida da mulher e também poderão considerar o estupro conjugal como uma razão justificável para interromper uma gravidez dentro da exceção referente ao estupro. Desde o início dos anos 90 profissionais e ativistas de várias cidades do Brasil estão trabalhando com o sistema de saúde para ampliar o conhecimento das leis e mudar o currículo das faculdades de medicina".
http://www.iwhc.org/storage/iwhc/documents/access_spanish.pdf

É exatamente isto o que está sendo feito aqui pelo PLC 03/2013 que acaba de ser aprovado pelo Senado. É a virtual legalização do aborto, que bastará ser sucessivamente regulamentada por leis posteriores para poder transformar-se na completa legalização do aborto, com a aprovação unânime de todos os parlamentares, inclusive os que mais ferrenhamente defendem a vida.

Para não deixar dúvidas sobre o que está sendo legislado, o PLC 03/2013 acrescenta, no artigo 3, que o "ATENDIMENTO IMEDIATO E OBRIGATÓRIO EM TODOS OS HOSPITAIS" compreende os serviços listados em sete incisos, o último dos quais foi acrescentado na versão de 5 de março de 2013 e não constava no texo original:
"O FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES ÀS VÍTIMAS SOBRE OS DIREITOS LEGAIS E SOBRE TODOS OS SERVIÇOS SANITÁRIOS DISPONÍVEIS".
É evidente aqui que o projeto está se referindo ao aborto. Apesar de que apenas afirme que trata-se de um fornecimento de informações, não se deve esquecer que o artigo primeiro estabelece ser obrigatório, quando for o caso, o encaminhamento aos serviços de assistência social. Isto significa que todos os hospitais, inclusive os religiosos, estão obrigados a encaminhar qualquer mulher grávida, que alegue ter tido uma relação sexual não consentida, a um serviço de aborto supostamente legal. Mais adiante será muito mais fácil aprovar novas leis, que regulamentem a que hoje está sendo aprovada, para que exijam mais explicitamente o cumprimento do dever hoje, ainda que em linhas gerais, claramente estabelecido.

O inciso quarto do artigo terceiro lista, ainda, como obrigação de todos os hospitais, em casos de relação sexual não consentida, "A PROFILAXIA DA GRAVIDEZ". Note que a lei não especifica o que deve ser entendido como "PROFILAXIA DA GRAVIDEZ". O termo aparentemente é novo e recém inventado especialmente para este projeto de lei. Terá, portanto, mais adiante, que ser regulamentado ou interpretado, pelo legislativo ou pelo judiciário, quando surgirem as primeiras dúvidas sobre o seu significado. Hoje ninguém sabe o que isto poderá significar amanhã. Os senhores parlamentares foram propositalmente enganados para assinarem um cheque em branco.

3. O que fazer

O PLC 03/2013, que tomou impulso inesperado por uma intervenção intencional do Poder Executivo através do Ministro da Saúde do governo Dilma Roussef e dos parlamentares do Partido dos Trabalhadores é um modelo da habilidade que este partido possui para enganar o povo brasileiro, que é totalmente contrário ao aborto, e os próprios parlamentares, cuja maioria também tem votado contrariamente ao aborto.

Os mesmos parlamentares que em maio de 2008 votaram por 33 votos a zero contra o substitutivo do PL 1135/91, apresentado ao Congresso pelo presidente Lula para legalizar o aborto no Brasil, e que em seguida votaram novamente, em julho de 2008, por 57 votos a quatro, contra o mesmo projeto, agora votaram quatro vezes, em um espaço de três meses, por unanimidade, a favor de um projeto apresentado para legalizar o aborto no Brasil.

O projeto é tão absurdo e tão irregularmente tramitado que não será difícil revertê-lo. Todos nós esperamos que os numerosos parlamentares a favor da vida que, enganados pelo nosso governo e pelo partido, votaram a favor deste projeto, se manifestem imediatamente. Ademais, pedimos encarecidamente a todos os que receberem esta mensagem possam manifestar-se junto à presidência de república para que a Presidente Dilma Roussef vete o projeto em sua integralidade. Não se pode e não se deve enganar o povo e o Congresso desta maneira vergonhosa.

Agora precisamos de sua ajuda mais do que nunca.
Os governantes são eleitos pelo povo, e devem representar o povo que os elegeu. Não devem prestar-se a enganar o povo que os elegeu. Se o povo brasileiro entende que o aborto é homicídio, é necessário que ele se manifeste e exija que os governantes que ele elegeu vetem projetos como este, exemplos de pura vigarice legislativa. É simples assim, e é porque estamos em uma democracia que podemos dizer isto, educadamente, mas tão claramente.
Mas para isto é necessário que entendamos exatamente o que está acontecendo, e que cada um de nós queira manifestar-se.

Examine todos os links para saber exatamente o que está acontecendo.
Em seguida faça o seguinte:
A. Contate com a sua rede
Envie esta mensagem a todas os seus contatos. Faça uma introdução, de sua própria iniciativa, explicando a gravidade do problema e por que devem ler a mensagem em sua integridade;
B. Contate com o seu bispo ou pastor
Se você pertence a alguma igreja ou congregação religiosa, imprima a mensagem anterior e entregue-a pessoalmente a seu bispo ou pastor. Comunique-lhe o que está acontecendo e encorage-o a tomar uma posição firme e pública a respeito.
C. Contate com a Presidência da República e o Ministério da Saúde:
Escreva, envie faxes e telefone para os contatos abaixo do governo federal. Explique-lhes:
  • (A) COMO NOSSO GOVERNO NÃO ESTÁ CUMPRINDO AS PROMESSAS ELEITORAIS E CONTINUA SISTEMATICAMENTE PREPARANDO A IMPLANTAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL.
  • (B) EXIJA QUE A PRESIDENTE DA REPÚBLICA, EM VISTA DO QUE FOI EXPOSTO NESTA MENSAGEM, VETE COMPLETAMENTE TODO O PLC 03/2013.
Telefone, envie faxes e mensagens ao Ministério da Saúde e à Casa Civil da Presidência, mostrando, com educação mas com clareza, que o povo brasileiro compreende exatamente o que nosso governo está fazendo: o governo está violando sistematicamente o direito à vida e quebrando as promessas que havia feito ao eleger-se em outubro de 2010. O povo brasileiro entende que o aborto é o homicídio de um inocente, e não está de acordo com a implantação desta prática no país.

Não tenha receio de pedir, com firmeza e educação, a veto de todo o PLC 03/2013.
ENTENDA QUE É O SEU DIREITO, POIS ESTAS PESSOAS ESTÃO NO GOVERNO PARA SERVIR AO POVO, E NÃO O CONTRÁRIO.

E muito menos elas estão no governo para enganarem cidadãos e parlamentares.
Se não podemos pedir o veto de um projeto tão vergonhosamente tramitado, simplesmente o Brasil não é mais uma democracia.

NÃO SE LIMITE A APENAS ESCREVER UM E-MAIL, QUE PODE SER FACILMENTE APAGADO. ENVIE UM FAX E FAÇA UM TELEFONEMA. EXPLIQUE COM AS SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS O QUE ENTENDE SOBRE O QUE ESTÁ ACONTECENDO.

4. E-mails e telefones da Presidência da República.

Emails da Presidência
Emails do Ministério da Saúde
  • eliane.cruz@saude.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • gabinete.se@gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • ministro@saude.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Gabinete Pessoal da Presidenta da República
  • Fax: (61) 3411.2222
  • Tel: (61) 3411.1200 / (61) 3411.1201
  • E-mail: gabinetepessoal@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Secretaria-Geral da Presidência da República
Ministro-Chefe - Gilberto Carvalho
  • Fax: (61) 3321.1994
  • Tel: (61) 3411.122 / (61) 3411.1226 / (61) 3411.1227
  • E-mail: gabinetesg@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Chefe de Gabinete - Vanessa Dolce de Faria
  • Tel: (61) 3411.1225
  • E-mail: vanessa.faria@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Casa Civil da Presidência
Ministra-Chefe da Casa Civil - Gleisi Helena Hoffmann
  • Tel: (61) 3411.1096 / (61) 3411.1166
  • E-mail: casacivil@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Chefe de Gabinete - Leones Dall'Agnol
  • Fax: (61) 3321.1461
  • Tel: (61) 3411.1573 / (61) 3411.1935
  • E-mail: leones.dallagnol@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Assessora Especial do Gabinete - Dayane Hirt
  • Tel: (61) 3411.1573 / (61) 3411.1935
  • E-mail: dayane.hirt@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Contato
Secretaria-Executiva
Secretário-Executivo Interino - Gilson Alceu Bittencourt
  • Tel: (61) 3411.1034 / (61) 3411.1855
  • E-mail: se.casacivil@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Chefe de Gabinete - Mirian Lima Lipovetsky
  • Tel: (61) 3411.1034 / (61) 3411.1855
  • E-mail: mirian.lipovetsky@presidencia.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Ministério da Saúde
Ministro de Estado Da Saúde: Alexandre Padilha
  • E-mail: ministro@saude.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Chefia de Gabinete: Eliane Cruz
  • E-mail: eliane.cruz@saude.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Contatos:
  • Fax: (61) 3315.2680
  • Telefone: (61) 3315.2788 / (61) 3315.2789 / (61) 3315.2399 / (61) 3315.2392
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Secretaria Executiva
Secretária Executiva: Marcia Aparecida do Amaral
Secretário Adjunto: Adail de Almeida Rollo
Chefe de Gabinete: Iracy de Almeida Gallo
Contatos:
  • Fax: (61) 3315.2816
  • Tel: (61) 3315.9262 / (61) 3315.9263 / (61) 3315.9264
  • E-mail: gabinete.se@saude.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

10 de julho de 2013
http://padrepauloricardo.org