"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 19 de novembro de 2011

LUPI FICARÁ APODRECENDO, POUCO A POUCO...

A nova desculpa do Planalto para manter o ministro Carlos Lupi é patética. Ele fica, porque não tem o que fazer e está “controlado” e “esvaziado”.
Carlos Newton

A alegação para a leniência e aconivência agora é dizer que a presidente Dilma Rousseff terá mais margem de manobra para promover mudanças no Ministério do Trabalho se substituir Carlos Lupi na reforma do início de 2012. Ou seja, a permanência do pedetista por mais um ou dois meses seria, do ponto de vista da presidente, “indolor”.

Mas como classificar essa situação de processo “indolor”? O ministro está se exaurindo em público. Seu próprio partido, o PDT, do qual é presidente licenciado, já não o apóia. As denúncias contra sua gestão e a atuação de ONGs fajutas se multiplicam, sem respostas adequadas.

E agora vem a explicação de que não há pauta relevante aos cuidados do ministro até o ano que vem e Lupi estaria, nas palavras de subordinados de Dilma, “esvaziado” e “controlado”. A única coisa certa nisso tudo é dizer que Lupi está “esvaziado”, e é praticamente impossível esvaziá-lo ainda mais. Ele já chegou ao fundo do poço.

Quanto a dizer que está “controlado”, ocorre justamente o contrário, Carlos Lupi está totalmente sem controle, vendo sua carreira política ser destruída dia após dia, como se estivesse submetido a uma tortura chinesa. Sua luta para permanecer no cargo é tão desesperada que chega a dar pena.

E a estratégia do Planalto continua a mesa. Deixa o ministro ir apodrecendo progressivamente, “esvaziado e controlado”, como se o governo não tivesse nada a ver com o que acontece nos ministérios. No caso do Trabalho, nem “agenda importante” teria, vejam só que desculpa esfarrapada.

Dizem que a próxima vitima será o ministro das Cidades, Mário Negromonte. Ainda há poucas denúncias de irregularidades, mas há meses ele entrou em rota de colisão com pelo menos metade da bancada (39 deputados federais e cinco senadores), ao afirmar que o partido (PP) tinha muitos fichas-sujas. A campanha interna contra ele no PP é movida pelo ex-ministro Marcio Fortes, que sonha dia e noite em voltar ao ministério.

Com diz o mestre Helio Fernandes, que república.

Carlos Newton

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