"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 15 de setembro de 2012

UM MAPA DOS PROTESTOS ANTI-EUA NO MUNDO ÁRABE

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Há relatos de mortos e feridos em diversos países muçulmanos (Reprodução/The Atlantic)

Fúria muçulmana

Manifestações violentas eclodiram nesta sexta-feira em diversos países de maioria muçulmana; o Google decidiu bloquear acesso ao vídeo considerado ofensivo ao Islã no Egito e Líbia

 
Protestos contra os Estados Unidos provocados por um vídeo de 14 minutos supostamente denegrindo o profeta Maomé continuaram nesta sexta-feira, 14, pelo quarto dia consecutivo na capital egípcia e em grande parte do Oriente Médio. Na maioria das cidades, o tumulto começou logo após a tradicional oração de sexta-feira – evento frequentemente associado a demonstrações públicas de dissidência.
Além de Egito e Líbia, há relatos de protestos na Somália, Sudão, Tunísia, Bangladesh, Indonésia e Paquistão, entre outros países da região. Para ajudar no monitoramento destes novos eventos, que surgem a cada minuto, a revista Atlantic criou um mapa interativo dos protestos no Google Maps. Clique neste link para obter mais detalhes, em inglês, sobre cada incidente.



Testemunhas no Cairo disseram que os protestos que começaram na terça-feira – dia em que o embaixador norte-americano na Líbia, Christopher Stevens, foi morto por manifestantes que invadiram o consulado norte-americano em Benghazi – foram retomados no início desta sexta-feira, com manifestantes atirando pedras e bombas de gasolina na embaixada norte-americana e a polícia respondendo com gás lacrimogêneo.

Leia também: Suspeitos de ataque que matou embaixador são presos na LíbiaLeia também: Pentágono anuncia envio de navios de guerra à LíbiaLeia também: Protestos contra vídeo considerado ofensivo ao Islã se espalham pelo mundo árabe

No Líbano, uma pessoa foi morta e 25 ficaram feridas quando manifestantes atacaram restaurantes, no dia em que o papa Bento XVI visita o país, enquanto que no Sudão, manifestações eclodiram do lado de fora das embaixadas alemã e britânica. Também houve tumulto no Iêmen, Catar, Kuwait e Iraque. Palestinos entraram em confronto com forças de segurança israelenses em Jerusalém, e realizaram protestos na Cisjordânia e em Gaza.
A mídia estatal do Egito disse que mais de 220 pessoas ficaram feridas nos confrontos desde terça-feira.

No Iêmen, forças de segurança usaram bastões e canhões de água para interditar ruas perto da embaixada norte-americana, um dia depois de manifestantes violarem o perímetro de segurança externa da embaixada. Autoridades do país disseram que duas pessoas foram mortas em confrontos com a polícia.

No Iraque, onde a fortificada embaixada norte-americana fica às margens do rio Tigre, dentro da Zona Verde e fora do alcance da maioria dos iraquianos, milhares de muçulmanos, tanto xiitas como sunitas, protestaram após as orações da sexta-feira, pedindo a expulsão de diplomatas norte-americanos e exigindo que o governo Obama peça desculpas e puna os responsáveis pelo filme incendiário.

O Google, dono do YouTube, onde o filme foi postado, bloqueou o acesso ao vídeo em dois dos países em crise, Egito e Líbia, mas não removeu o vídeo de seu site.
Dirigentes do Google afirmaram que a decisão de bloquear o vídeo foi em resposta à violência que matou quatro diplomatas norte-americanos na Líbia.

A empresa disse, entretanto, que sua decisão era incomum e baseada em circunstâncias excepcionais. Sua política é de remover apenas o conteúdo que incita o ódio ou que viola seus termos de uso, mas também o faz se houver uma ordem judicial ou um comunicado de um governo exigindo a remoção.

O Google disse que o vídeo não viola seus termos de uso e não pode ser considerado como uma incitação ao ódio.



15 de setembro de 2012
opinião&notícia

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