"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 27 de julho de 2013

A NOVA DITADURA EGIPCIA PROMOVE MATANÇA DE MANIFESTANTES NAS RUAS


As Forças Armadas egípcias confrontaram com violência partidários do presidente deposto Mohamed Mursi que protestavam no Cairo. Segundo o Ministério da Saúde, os confrontos na madrugada deste sábado mataram 72 pessoas.
O número oficial, entretanto, diverge de outras contagens.

Médicos em um hospital de campanha no distrito de Cidade de Nasser, centro de protestos a favor de Mursi, relataram à rede de televisão al-Jazeera que o número de vítimas chega a 120.
Enquanto isso, Ahmed Aref, porta-voz da Irmandade Muçulmana, aliada de Mursi, afirmou que 66 pessoas morreram, 61 estão “clinicamente mortas”, e outras 4.500 encontram-se feridas. Mais cedo, o próprio grupo afirmara que a cifra podia passar de 200.

De acordo com Gehad al-Haddad, porta-voz da Irmandade, os confrontos foram iniciados antes da primeira oração do dia, por volta das 4h (23h de sexta-feira no horário de Brasília). Milhares de islâmicos que faziam vigília em uma mesquita no bairro de Medina Náser tentaram bloquear a ponte Seis de Outubro, uma das principais do Cairo e que atravessa o Rio Nilo, o que levou a uma reação da polícia.
- Eles não estão atirando para ferir, estão atirando para matar – disse
 al-Haddad.
Não há ainda versão oficial detalhada de eventos, mas as autoridades dizem que eles usaram apenas gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. No entanto, fontes do hospital confirmaram que a maioria das vítimas morreu de ferimentos de bala.
De acordo com várias testemunhas, a batalha era claramente desigual, a polícia com armas de fogo, enquanto a maioria dos manifestantes estavam armados apenas com paus e pedras.

27 de julho de 2013
Deu em O Globo

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