"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A CAPIVARA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Capivara no jogo de xadrez quer dizer o tolo que se acha esperto, o chato que joga muito mal, nervosamente, atrapalha o adversário e vive de contar vantagem.

Na gíria dos Ratos (por alguma razão esse populacho ignorante assim chama a uma das classes armadas), significa a ficha completa do elemento (pobre, necessariamente) detido ou investigado.

Os habitantes dos butecos usam para indicar a mulher bunduda, coxuda e muito safada, destruidora de lares, enfim, pode nem ser bunduda e coxuda, mas é uma vagaba gostosa. A tevê está assim dessa raça.

Capivara também é a trepadeira Aristolochia, uma fedorenta do Nordeste brasileiro, não... não é parente da coxuda airosa, é uma planta, cujas raízes são usadas contra veneno de cascavel.

No dicionário, primeira acepção, é o bicho, do tupi kapii' guara, "comedor de capim". Obviamente, o bicho, que é o maior roedor do mundo, alimenta-se de capim, como é moda entre dondocas.

Daí que quando ouvimos, en passant, que uma capivara tinha invadido o Supremo Tribunal Federal, ficamos a nos perguntar: qual delas? O que pretenderia aprontar para cima dos nobres causídicos embecados?

A bunduda não era, os caras que frequentam o circunspecto local não surfam nada, segundo nos informou a D. Stanislava Perkoski, mera suposição, mas baseada nos seus muitos anos de experiência com broxuras, data venia.

Pensamos na hipótese mais agradável, a trepadeira, diante da possibilidade de haver algum povinho mordido por cascavel naquele verborrágico espaço.

Mas era só o pobrezinho do bicho, que, pensando bem, corria perigo, pois vai que naquele momento por lá estivesse alguma cobra graúda, como o Daniel Mendes, que o engolisse vivo...

As classes armadas (outras) a salvaram. Esperamos que não tenha virado churrasco de capincho.

Por João da Noite

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