"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MERCADANTE NA EDUCAÇÃO: O IRREVOGÁVEL, O OMISSO E O INCOMPETENTE

Pois é. Um dos grandes problemas do governo petista é a mania de premiar “cumpanheiros” derrotados e incompetentes com carguinhos na máquina estatal. Foi assim nos dois mandatos de Lula e está sendo assim no governo Dilma. Isso, aliás, já era esperado. Afinal, se você acredita que é Dilma quem realmente governa o país, você é daqueles que também acreditam no Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa.

Depois de arrumar uma boquinha para a ex-governadora do Pará, Ana Júlia, acusada de um desfalque de mais de R$ 77 milhões, na diretoria de seguros do Banco do Brasil (Entenderam? Colocaram alguém que fez 77 milhões de reais desaparecerem dos cofres públicos para gerir o caixa de seguros do BB) e responsável por uma das piores administrações paraenses da história (nem a presença e o pedido ostensivo de Lula foram capazes de mantê-la no cargo); o premiado da vez é Aloizio Mercadante.

Os poucos que têm memória política devem se lembrar de Mercadante pelo vexaminoso episódio ocorrido antes das eleições presidenciais passadas em que, diante de provas incontestáveis de manipulação política, crimes eleitorais e armações das mais diversas envolvendo Renan Calheiros, Sarney e alguns integrantes da campanha de Dilma que quase foram parar na cadeia. Uma enorme crise política tomou conta do último mandato do “ex-presidente” Lula e ameaçou seriamente a canalhada que o sustentava no poder.

Na ocasião, Mercadante disse que a imoralidade que compactuava com a criminalidade galopante de seus colegas de partido e da base aliada eram de tal forma vergonhosas que ele entregaria seu cargo de senador em “caráter irrevogável”. Fez campanha pró-moralidade, falou um monte de besteiras em entrevistas a jornais e revistas nacionais e atirou lama em todas as direções na televisão. Mercadante se anunciava como o senhor da consciência petista.

Pois é. Bastou uma “chamada” de Lula e o (até então político sério) Mercadante se converteu em mais um palhaço sem opinião e em mais uma marionete nas mãos de Lula, Sarney, Renan e José Dirceu. Com as desculpas das mais esfarrapadas possíveis e visivelmente constrangido, o “pobre” Mercadante teve que subir a tribuna do Senado para, publicamente, se humilhar em cadeia nacional ao tentar alterar o significado da palavra irrevogável na língua portuguesa.

Assim, depois da humilhação pública e de ser posto “em seu lugar”, Mercadante não conseguiu sequer se reeleger senador. Destruído politicamente e sem qualquer credibilidade, foi “premiado” com o Ministério da Ciência e Tecnologia na gestão de Dilma.
19 Jan 2012
visão panorâmica

Nenhum comentário:

Postar um comentário