"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 17 de julho de 2012

JUQUINHA E A DITADURA DA CORRUPÇÃO

Juquinha, cujo nome de batismo é José Francisco das Neves, é mais um exemplo vivo de que o país vive um período de ditadura da corrupção e que o Brasil está refém dos corruptos. Uma herança bandida. De passagem, reparem no expressivo número de ministros que tiveram que deixar os cargos por serem apaixonados pelo dinheiro público.

Juquinha, em 2003, passou a fazer parte do governo Lula, perfeitamente entrosado na “base de apoio político”. Assumiu – por indicação do PL (atual PR) – o comando da Valec, a estatal encarregada de construir as ferrovias brasileiras,

Foi convocado por Lula para concluir a Ferrovia Norte-Sul, obra iniciada em 1987 no governo José Sarney, cuja implantação se arrastava e estava marcada por contumazes denúncias de corrupção, tendo consumido muitos bilhões de reais oriundos dos impostos pagos pelo povo brasileiro.

Juquinha sabia que tinha de ficar calado, pois Sarney era aliado de Lula; além disso, Juquinha, bom discípulo, pretendia se locupletar do dinheiro público em silêncio…

Junto com a patota de beatos do PR (ex-PL), senhores feudais do Ministério dos Transportes, Juquinha participava de ostensivo esquema de cobrança de propina das empreiteiras que lhe prestavam serviços.

Mas foi descoberto pela mídia. Juquinha ficou tão popular que em julho de 2011 a revista Veja revelou que, para conseguirem contratos e aditivos, as fornecedoras eram obrigadas a recolher um expressivo percentual de propina em cima do valor das faturas.

Juquinha sempre foi fiel “companheiro” no esquema: o pagamento era acertado previamente com o atleta do Mensalão, deputado federal e secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, e, conforme ficou notório, entregue a um funcionário do ministério designado por ele (o “trem recolhedor”).
Juquinha sabia que os recursos desviados eram utilizados para financiar campanhas políticas e também para encher os bolsos dos “beatos” operadores do esquema. Como de bobo não tinha nada, pegou sua parte no butim e, segundo o Ministério Público Federal, acumulou 60 milhões de reais entre 2003 e 2011, durante o governo Lula…

O amigo de Lula e Sarney sabe que já foi publicado que foram identificados indícios de fraudes nas contratações da Valec, que, estima-se, chuparam para o ralo da corrupção mais de 100 milhões de reais. Isso, apenas para um dos trechos da Ferrovia Norte-Sul.

Ele é adulto e rouba à vera. Não admite que façam piadas com seu nome nem gosta de ser comparado ao Juquinha das piadas que é uma criança.

Agora, Juquinha confia que vai ficar impune, assim como seu padrinho e parceiro Valdemar Costa Neto, porque são membros participantes de um eficiente e moderno sistema ditatorial implantado pelo PT: a Ditadura da Corrupção, da qual o Brasil hoje é refém.

Jorge Brennand
17 de julho de 2012

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