"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 12 de fevereiro de 2012

A INTERFERÊNCIA ESTRANGEIRA NO CONFLITO INTERNO DA SÍRIA

O regime sírio afirma que em sua ofensiva contra os “grupos terroristas” na cidade de Homs encontrou fuzis e mísseis procedentes de Israel e Estados Unidos, segundo a agência oficial de notícias síria Sana. A agência indicou que os citados fuzis são “de boa qualidade”, sem oferecer detalhes da operação das forças de segurança no bairro de Baba Amro, onde o arsenal teria sido encontrado.

Além disso, as autoridades encontraram granadas, artefatos explosivos, bombas e mísseis Hawk. Desde o início da revolta contra o presidente sírio, Bashar al Assad, em março do ano passado, o regime acusa uma “conspiração estrangeira” de estar por trás dos protestos.

Em Homs, os meios de comunicação do regime detalharam uma série de atentados cometidos por estes grupos, que causaram um número indeterminado de mortos e feridos, tanto civis como soldados. Entre estes ataques, estaria a explosão de artefatos em Baba Amro, a explosão de um carro-bomba no bairro de Al Bayada e o lançamento de mísseis contra a refinaria de Masfa, o que provocou o incêndio dos armazéns.

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POR OUTRO LADO…

Por outro lado, os Estados Unidos estudam intervir na Síria como fizeram no Iraque. Sem o apoio da ONU. A Casa Branca determinou ao Pentágono e ao Comando Central dos Estados Unidos que façam uma “revisão preliminar interna das capacidades militares norte-americanas” para o caso de um ataque à Síria.

Segundo a rede de tevê CNN, o presidente Barack Obama ainda estaria disposto a esgotar todas as vias diplomáticas para solucionar a crise, ante a inação da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma declaração da secretária de Estado, Hillary Clinton, levantou suspeitas de que os EUA cogitam armar o Exército Livre Sírio, uma facção formada por desertores das foras de segurança do ditador Bashar Al-Assad.

“Muitos sírios que estão sendo atacados por seu próprio governo começam a se defender, e é de se esperar que seja assim”, afirmou a chefe da diplomacia de Washington.

Oficialmente, o governo norte-americano nega a possibilidade e admite que estuda ampliar a assistência humanitária à população civil. A situação na Síria ruma para a guerra civil. A tevê estatal de Damasco acusou um “grupo terrorista” de ter detonado um carro-bomba em Homs (centro), matando e ferindo várias pessoas no bairro de Baba Amr. Ainda segundo a emissora do governo, em Idlib (noroeste), “um grupo armado atacou um prédio de recrutas militares”.

Um dia após se reunir com Al-Assad, o chanceler russo, Serguei Lavrov, defendeu que os sírios devem decidir eles mesmos o futuro de seu governo. “Qualquer conclusão do diálogo nacional deve ser o resultado de um acordo entre os próprios sírios, aceitável para todos os sírios”, explicou. De acordo com ele, “tentar determinar o resultado do diálogo nacional não corresponde à comunidade internacional”.

Rússia e China bloquearam uma resolução da ONU que condenava a repressão na Síria.

Fico pensando como agirá o próximo presidente dos EUA diante dos países desalinhados com os seus interesses e sem forças armadas!

12 de fevereiro de 2012
Francisco Vieira

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