"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 20 de março de 2012

MOVIMENTOS DOS FORAS DA LEI

Parece que virou moda! O indivíduo cisma com um fato e resolve soltar o verbo querendo que o mundo acredite em suas alucinações. Na esfera militar está acontecendo este fenômeno. O capitão do Exército Luís Fernando Ribeiro de Souza imaginou que poderia mudar os princípios basilares que norteiam as Forças Armadas. Imaginou-se um Martinho Lutero da era moderna. Influenciado por elementos da quinta coluna (citação erroneamente lançada contra mim, por um respeitável cidadão milico, quando protestei contra a retirada de nomes de graduados da lista do manifesto Alerta à Nação), liderou um movimento que denominou ‘Movimento Capitanismo’.

Todo movimento se entende como a reunião de pessoas que comungam os mesmos ideais, e passam a expor os seus pensamentos. Mas este ‘movimento’ é sui generis, só se viu e se vê a cabeça do seu idealizador. O capitão me esclareceu que seu ‘movimento’ conta com a adesão de muitos militares, inclusive da ativa. Eu fingi que acreditei, mesmo porque eu não desgosto do jovem sonhador. Acho, no entanto, que esteja fora de esquadro sendo manipulado pela corja de bandidos que governa o país. As pessoas com as quais aparece abraçado em fotos divulgadas no seu site, corroboram com a minha assertiva.

O capitão está sendo manipulado pela escória de ladrões que tenta desestabilizar as Forças Armadas a qualquer custo. Felizmente não prosperou o seu ‘movimento’, que ficou reduzido a duas ou três entrevistas dadas à imprensa, resultando que seu projeto caiu no vazio. Só lhe causou entrave na carreira militar e perda de amigos. Seus atuais amigos são os outros, os que vemos sendo apontados na mídia como traficantes de influência, desviadores de verbas públicas, trapaceiros, toda uma casta de ratos que está infestando o poder público. Má a escolha feita pelo capitão!

Um outro movimento cognominado de ‘manifesto’, é assinado pelos capitães de mar e guerra Luiz Carlos de Souza e Fernando Santa Rosa. O manifesto se diz ‘contra o documento feito pelos colegas que criticaram as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Mulheres), favoráveis à revogação da Lei da Anistia, e contra o ministro Celso Amorim (Defesa), que tentou enquadrar os Clubes Militares pelas censuras feitas à presidente Dilma Rousseff.’ Eles defendem o indefensável; isto é: quem denigre a imagem das Forças Armadas!

No manifesto, os capitães dizem que seus colegas da reserva não falam pelos da ativa e por muitos dos que estão na reserva. Santa Rosa é duro com os colegas do "outro manifesto". Para ele, a força por trás do documento são "os fascistas, os saudosos da ditadura". Ele critica o que considera "comportamento desrespeitoso, inaceitável na vida militar", que configuraria "uma insubordinação, uma quebra de hierarquia".

O documento dos capitães diz que "o verdadeiro regime democrático é o que estamos vivendo e não aquele dos governos militares". "Torturadores (militares e civis), que não responderam a nenhum processo, encontram-se anistiados, permaneceram em suas carreiras sem nunca precisarem requerer, administrativa ou judicialmente, o reconhecimento dessa condição, diferentemente daqueles, suas vítimas, que até hoje estão demandando nos tribunais para terem os seus direitos reconhecidos", escrevem. (Fonte: O Estado de São Paulo).

Linguagem bem típica de indivíduos que não têm personalidades próprias; vivem sob a influência de pessoas que manipulam suas mentes e corações. São umas criaturas pobres de espírito e inimigas da pátria! Uns páreas, imorais, que estão sempre distorcendo os acontecimentos.

Muitos militares, companheiros meus que viviam pegando dispensas médicas para disporem de tempo para viver o mundo da fantasia da subversão, passada a fase de punições, seguiram suas carreiras militares normalmente, e alcançaram todos os postos e graduações a que tinham direito. Os que foram excluídos e não puderam retornar à vida militar, é porque ultrapassaram o limite do tolerável. As FFAA são condescendentes. Em qualquer empresa civil, o funcionário que erra, é demitido por justa causa!

Os novos adoradores do apocalipse escolheram como símbolo para respaldar o movimento, um brigadeiro, que, depois de muitos anos colocado no ostracismo, saiu de sua tumba e passou a assinar manifestos contra os que combatem a ditadura de esquerda que governa o país. Ele é um comuna assumido. Aos 93 anos de idade, tempo em que tudo é permitido, passou a rasgar o verbo, e dizer abobrinhas sem medo de ser feliz!

Há certas coisas que se dizem no aconchego do lar. Entre quatro paredes, mais ainda quando se é um homem com uma passagem brilhante na Força Aérea Brasileira.

A senilidade não tem sido boa para a sua cabeça! O que poderia divertir os tetras-neto, de repente se configura numa impressão ruim para quem o ouvem.

“Este velho está gagá!” É o que passam a pensar os assistentes.

O herói da Itália engoliu uma espinha! Em uma entrevista disse que sobrevoou as tropas do Exército que desciam de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro, comandadas pelo general Olimpio Mourão Filho, e ele, herói da segunda guerra, repetiu o que fazia com as tropas alemães. Deu um vôo rasante e botou os soldados para correr. Se tivesse dado um tiro, fala, teria acabado com a coluna. Até hoje haveria soldados desaparecidos nas matas das alterosas.

Muita pretensão e falta de respeito. Que ele se sinta mal em pertencer às Forças Armadas; e, realmente, se sente e sentiu no passado, por se tratar de um insubordinado, [mas] deveria respeitar o Exército.

Este velho cidadão foi cassado na primeira leva de milicos subversivos.

Os donos do novo manifesto escolheram mal o nome para servir de paradigma do seu movimento.

Todos os subversivos se igualam. São verdes por fora e vermelhos por dentro. Sua pátria é um comunismo retrógrado, ateu, que os próprios comunistas aboliram. Mas os nossos ‘comunistas’ tupiniquins continuam acreditando no que deixou de existir há muito tempo! Simplesmente enfiaram a cabeça no chão, e não viram o bonde passar!

José Geraldo Pimentel é Cap Ref EB
Rio de Janeiro, 19 de março de 2012.

Recebido por correio eletrônico

COMENTO: me chamou a atenção a introdução da "notícia" afirmando que "um grupo de militares da reserva lançou um manifesto em resposta ....". Na leitura do texto, encontro os nomes de dois capitães de mar e guerra e de um brigadeiro. Realmente expressivo o grupo. Devem estar ambicionando alguma 'boquinha' governamental! Interessante, também, é que a notícia do Estadão é ecoada na internet, mas o texto completo "divulgado" pelo novo grupo não é encontrado em nenhum lugar.

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