"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 3 de agosto de 2013

ABERTA A TEMPORADA DE ESCÂNDALOS PRÉ-ELEITOREIROS


Só ocorrida agora, a inevitável liquidação extrajudicial do Banco Rural – usado no esquema do Mensalão para os empréstimos simulados e fraudulentos ao PT– é apenas uma providencial encenação para justificar as ações de bastidores dos esquemas petralhas, para atingir o PSDB em São Paulo, com a denúncia de formação de cartel de empreiteira em licitações do metrô.
A mão pesada do governo contra os dirigentes do Banco Rural é interpretada no mundo político como um recado para que eles jamais revelem detalhes mais escabrosos das negociatas que fizeram com os petistas. Já condenados pelo Supremo Tribunal Federal, e aguardando a votação dos recursos da Ação Penal 470, que começa a partir do dia 14 de agosto, os controladores do Rural apenas acabam de comprovar o que significa ser “inimigo do Estado” – e dos poderosos de plantão.
Investigar empreiteiros por cartel – jogada que parece uma normalidade nos negócios do setor com os diferentes níveis de governo – soa como piada. Só a antecipação da campanha eleitoral de 2014, em um momento em que o Partido dos Trabalhadores tem evidências de que tem tudo para perder sua hegemonia, justifica o vazamento de bombásticos “escândalos” (que ficarão impunes quando a poeira abaixar).
Na administração pública brasileira não existem dirigentes absolutamente livres de pecado. O sistema de licitações públicas (não por coincidência elaborado pelos lobistas de empreiteiros) existe para viabilizar os diferentes tipos de mensalões. Todo mundo sabe que o dinheiro da venda de produtos fornecidos ou de serviços prestados aos municípios, estados e União é que financia a politicagem tupiniquim.
Quem encontrar uma licitação que não seja superfaturada ou que envolva esquema de compadrio ou carta marcada que atire a primeira moedinha...
Se o Brasil não passar por uma verdadeira “revolução” (o que parece pouco provável, embora não faltem ingredientes para isto), o Governo do Crime Organizado continuará reinando e, de eleição em eleição, a cada dois anos, produzindo a onda de denúncias e supostas investigações que só punem alguns corruptos, para poupar a maioria dos ladrões, que continuam agindo impunemente contra a Nação.
Sabedoria pura
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
03 de agosto de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário