"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ARQUIVOS DA HISTÓRIA

Revelado discurso da rainha para anunciar 3ª Guerra Mundial em 83


Rainha Elizabeth 2ª
Rainha Elizabeth

 
 Documentos do arquivo do governo britânico revelam que, em 1983, um discurso foi preparado para ser lido pela rainha Elizabeth 2ª em cadeia nacional na eventualidade de uma guerra nuclear.

No script para a transmissão hipotética, a monarca pede que a população britânica "reze" e descreve a ameaça que o conflito representa para a "brava nação", que também é "maior do que qualquer outra".

O discurso, escrito por autoridades de Whitehall — região no centro de Londres em que ficam os ministérios de governo — durante um dos períodos mais sombrios da Guerra Fria, nunca foi ao ar.

O documento, divulgado sob as regras do governo que permitem a liberação de documentos secretos com mais de trinta anos, foi rascunhado como parte de um exercício de guerra realizado na primavera de 83 e que cogitava possíveis cenários de guerra.

Apesar de ser apenas uma simulação, o discurso, escrito como se fosse para ser transmitido no dia 4 de março de 1983, tentava preparar o país para os horrores de uma possível Terceira Guerra Mundial.


Filho amado
O script começa se referindo ao tradicional discurso anual de Natal da rainha, feito meses antes.

"Os horrores da guerra pareciam remotos quando eu e minha família dividimos a alegria do Natal com a família crescente da Commonwealth (países que pertencem à Comunidade Britânica)".

"Agora, esta loucura da guerra está mais uma vez se espalhando pelo mundo e nosso bravo país deve novamente se preparar para sobreviver em meio a grandes incertezas".

"Eu nunca esqueci da dor e do orgulho que senti, ao ouvir junto com a minha irmã em nosso quarto, as palavras inspiradoras de meu pai (rei George 6º) sobre aquele dia fatal em 1939 (início da Segunda Guerra).

"Em nenhum momento eu poderia imaginar que esta tarefa solene, porém terrível, cairia um dia sobre mim".

Em um tom mais pessoal, ela lembra o papel do filho Andrew na guerra hipotética.

"Meu filho amado Andrew está em ação neste momento e nós rezamos sem parar por sua segurança e de todos os homens e mulheres envolvidos dentro do país e no exterior".

E faz um apelo para que os britânicos ajudem uns aos outros.

"Se as famílias permanecerem unidas, oferecendo abrigo aos mais desprotegidos, a determinação do nosso país em sobreviver não poderá ser quebrada".


Exercício de Guerra
No exercício de Guerra de 1983, forças do bloco Laranja, representando a União Soviética e aliados do Pacto de Varsóvia, lançam um ataque com armas químicas contra a Grã-Bretanha.

As Forças Azuis, representando a Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), retaliam com uma incursão nuclear, forçando o bloco Laranja a iniciar as negociações de paz.

As manobras aconteceram no ano em que o presidente americano Ronald Reagan causou revolta em Moscou ao denunciar a União Soviética como "império do mal" e divulgou seus planos para um sistema de mísseis balísticos espacial, além do deslocamento de mísseis nucleares americanos para a Europa.

A tensão cresceu quando os soviéticos alvejaram um avião sul-coreano que entrou em seu espaço aéreo, matando todos os 269 passageiros a bordo.

Um exercício militar comandado pela Otan em novembro daquele ano, batizado de Able Archer, quase desencadeou um conflito de verdade depois que líderes de Moscou ficaram convencidos de que se tratava de uma fachada que levaria a um ataque de fato.

Anos mais tarde, a União Soviética e os Estados Unidos negociaram a redução do número de suas armas nucleares e a Guerra Fria chegou ao fim.


01 de agosto de 2013



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