"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 18 de março de 2013

ROMA: DILMA ENSINA O PAI NOSSO AO VIGÁRIO. AVE MARIA. AGORA VAI.

Dilma quer ensinar o Papa a rezar o Pai Nosso

Do alto de sua imensa sabedoria pontifícia, Dilma Rousseff, desembarcou em Roma aconselhando o novo papa.
De acordo com a Presidente do Brasil, Francisco tem uma “missão a cumprir”: não deve se restringir a defesa dos pobres e respeitar as opções de cada um. Não é nada, não é nada, trata-se de, no mínimo, um exemplo de que nem só o amor de Deus é infinito. Há casos em que a pretensão não respeita barreiras.
Embora de possibilidade remota, imagine qual seria a reação da Presidente, se Francisco dissesse que Dilma deve falar menos e fazer mais por seus compatriotas? A título de exemplo, basta lembrar a fúria de Dilma quando a revista The Economist ousou sugerir melhores caminhos – assunto que entende – para o desempenho pífio da economia brasileira.
Cristina Kirchner foi mais oportunista. Beijou a mão do Papa, no primeiro encontro entre o novo pontífice e um chefe de estado. Isso depois de, em um primeiro instante, ter levado hora e meia para formular comunicado oficial do seu governo para saudar a eleição de um papa…argentino!
É notório que as relações entre o casal Kirchner e o ex-Primaz da Argentina, Jorge Mario Bergoglio, nunca foram, por assim dizer, de afagos. Mas Papa é Papa e Presidente é Presidente. Eles não são só eles. A ficha caiu.
Seria muito pedir que Dilma ou um assessor não muito ocupado tivesse se dado ao trabalho de ler durante o voo para Roma o livro “Sobre El Cielo y La Terra”,melhor e mais extenso descritivo do vai na cabeça de Francisco até surgir mais ações e palavras.
A obra resume diálogo, um papo muito inteligente e aberto, de Bergoglio com um amigo, o rabino argentino Abraham Skorka.
Dá para comprar com um clique e a nove euros e uns quebrados na Amazon. A leitura dissipa adjetivos pré-fabricados sobre o novo papa. Melhor: evita chover no molhado. Quer dizer, ensinar o Pai Nosso ao novo vigário de Roma. Com pouquinho de boa vontade – e baixando a bola – pode-se até colher alguns ensinamentos preciosos. Aqui, vai um de Francisco sobre política e poder:
 
18 de março de 2013
Antonio Ribeiro

De Paris

movcc

 

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