"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 20 de agosto de 2011

AMIGUINHOS DA ONÇA

Uma revanche de Ricardo Teixeira contra a Globo seria mais feia que briga de rua. E ninguém vai ser maluco de querer apartar briga de gângsteres. É um daqueles casos raros em que torcemos para que os dois lados percam.

Mas creio que está mais para bravata esta história de que o presidente da CBF ameaça divulgar gravações de diálogos comprometedores para o diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto.

Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, há conversas gravadas que “revelariam como a Globo manipulou o horário de partidas de times e da seleção, para atender a seus próprios interesses”. E também demonstrariam a arrogância, prepotência e desprezo característicos do chefão global.

Essas gravações seriam usadas como retaliação pela recente reportagem do Jornal Nacional denunciando falcatruas do Teixeirão. Uma espécie de cala a boca senão eu grito.

Acontece que, no fundo, tanto a denúncia do JN quanto o conteúdo das tais conversas são mixarias perto do que está realmente por trás dessa relação promíscua entre CBF e Globo.

UOL, Folha e Lance bateram bumbo meses sobre o caso, mostrando as ações criminosas que os envolvem. Mas só quando a Record entrou na briga, a Globo se viu em um beco sem saída. E cachorro louco acuado...

Por enquanto, o mais provável é que Marcelo Campos Pinto seja fritado. Esse é o modus operandi da família. Basta lembrar como outro grande aliado da Velha Senhora, Fernando Collor de Mello, foi abandonado em praça pública. Ou como, de repente, após meses de silêncio, o movimento das Diretas Já surgiu na telinha da Globo.

Nunca vi gângsteres morrerem abraçados. Nem ratos afogados no porão. O instinto de sobrevivência fala mais alto nessas horas.

Marco Antonio Araujo

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