"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DISPLICÊNCIA E IMPRUDÊNCIA DO BRASIL NA QUESTÃO DA AMAZÔNIA

O comentarista Vilé Magalhães nos envia para republicação mais um primoroso artigo do mestre Helio Fernandes, que merece reflexão de todos os brasileiros.

Agora que o governo resolveu oficializar o desmembramento da Amazônia, oferecendo a terra sagrada a quem “pagar mais”, temos que voltar ao assunto, e com URGÊNCIA. Para isso nada melhor do que lembrar, repetir e republicar o que alguns bravos militares que conhecem a Amazônia a fundo falaram, escreveram, protestaram revoltados.

Peço que se leia com atenção o que o coronel Figueiredo lembrou na ABI, mostrando como o mundo inteiro está esperando ganhar o Prêmio Nobel da Cobiça com o nosso território. E nós, ouvindo calados, com exceção de algumas vozes.

1981 – “A Amazônia é um patrimônio da humanidade. A posse desse imenso território pelo Brasil, Venezuela, Peru, Colômbia e Equador é meramente circunstancial”. Conselho Mundial de Igrejas Cristãs

1983 – “Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios, suas fábricas”.
Margareth Thatcher, ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha

1989 – “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles mas de todos nós”. Albert (Al) Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos

“O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”.
François Mitterrand, ex-presidente da França

1992 – “As nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas ecológicas internacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região”. John Major, ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha

“O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes”. Mikhail Gorbachev, ex-presidente da Uniâo Soviética.

1994 – “Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos”. Henry Kissinger, Ex-Secretário de Estado dos EUA.

1996 – “Atualmente avançamos em uma ampla gama de políticas, negociações e tratados de colaboração com programas das Nações Unidas, diplomacia bilateral e regional de distribuição de ajuda humanitária aos países necessitados e crescente participação da CIA em atividades de inteligência ambiental”. Madeleine Albright, secretária de Estado dos Estados Unidos

1998 – “Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente dos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper este processo imediatamente”. General Patrick Hugles, chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas dos EUA

2005 – “A Amazônia e as outras florestas tropicais do planeta deveriam ser consideradas bens públicos mundiais e submetidas à gestão coletiva, ou seja, gestão de comunidades internacionais”. Pascal Lamy, comissário da União Européia na Organização das Nações Unidas

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PS – Tudo que está publicado aí foi dito com bravura e competência pelo coronel Figueiredo na ABI. Não pedi autorização a ele, ao jornalista Mauricio Azedo, nem a ninguém, porque a luta não é individual e sim coletiva. Só com esforço redobrado, triplicado e atento podemos sair vitoriosos.

Hélio Fernandes

PS 2 – Não custa repetir Charles Dickens em 1911: “Sou antiimperialista e apaixonado pela paz. Mas irei à guerra se invadirem o meu país”.

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