"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O CÂNCER NO PETISTA

Mais uma vez nos defrontamos com um câncer petista. Êpa, câncer em um petista, e não o câncer petista. O câncer petista é matéria velha. Bom, vocês sabem do que estou falando.

Mal recebemos a notícia e Lula já está melhorando, e já sabemos que seu câncer tem agressividade média. Os outros morrem por que querem. Vá você ter um câncer igualzinho a esse e você verá o que é bom para a tosse e a rouquidão! Um câncer em petista costuma ser curável; a quimioterapia é um desconforto passageiro, “como um resfriado forte”, e não um veneno mortal; a radioterapia, igualzinha a que o povo japonês está fazendo sem saber, não é tão ruinzinha assim, etc. O câncer em um petista de alto escalão como nunca se viu neste país tem bom prognóstico. Don’t worry! Já há um movimento para reformar o CID-10, a Classificação Internacional das Doenças.
Os petistas inventaram e querem incluir o câncer benigno, N13.13. Nas partes em que consta a palavra dor, que ela seja substituída por desconforto, uma palavra mais politicamente correta como nunca houve neste país.

O câncer de petista tem bom prognóstico, e ele é diretamente proporcional ao escalão a que pertence seu dono: quanto mais alto na hierarquia, tanto mais bonzinho é o câncer – no limite, uma doençazinha como outra qualquer.
Com o câncer da Dilma foi assim: a mídia petista e outras que se esforçam em sê-lo, já curaram o Dilmão em duas ou três sessões de jornalismo engajado ou no Jornal Nacional, via ocular. Mas não se enganem os pobres coitados que venham a ter um linfoma não-Hodgkin como o dela: penarão no inferno quimio e radioterápico como qualquer mortal enganado. Dá até para dizer: se você pegar um câncer, filie-se rápido ao Partido e você será um homem ou mulher cancer-free. Uma filiação precoce é altamente recomendável. Mas isso não vale para a Marta Suplicy e o Mercadante. Se um dia eles tiverem o mesmo desconforto passageiro do presidente Lula, que examinem bem a quimioterapia que estão lhe administrando, que se certifiquem se ela já foi usada antes em seres humanos.

Voltando ao câncer revolucionário, outra característica marcante é que ele é melhor tratado no Hospital Sírio-Libanês do que no Albert Einstein. Há aqui um claro preconceito ideológico ou uma afinidade ideológica insuspeita ainda à espera de uma melhor investigação. Chamem a divisão quimioterápica do Mossad, que sabe tudo de veneno.

Outra caracterização do câncer petista, e estendendo mais um pouco o espectro, um câncer latino-americano revolucionário e suprapartidário, é por excelência uma maravilhosa oportunidade para amolecermos nossos duros corações.
O continente inteiro, e não somente Minas Gerais, fica solidário. Há exemplos fora do Brasil como o câncer do Fernando Lugo e o do Hugo Chàvez que emocionaram multidões, aumentando os votos do Partidão. A solidariedade comunista é sempre assim, mas o que espanta é a espontaneidade das manifestações – mesmo com as linhas telefônicas cortadas, ou a rede da internet caída, de repente, pipocam manifestações de FORÇA LULA, LULA É UM GUERREIRO, VAI VENCER MAIS ESTA, e assim por diante. Como é que eles se comunicam tão rápido?

Dos que são contrários ao Lula partem já na internet piadinhas infames sobre as seqüelas possíveis de uma cirurgia radical que deixaria o presidente mudo. Como ele se comunicaria sem a voz, sem saber escrever, e com um dedo a menos para a linguagem dos sinais?
Eu não subscrevo isso, mas reclamo muito da publicidade enganosa da quimioterapia e da radioterapia. É o efeito colateral Lula mais danoso à saúde pública.

Por outro lado, ninguém se preocupa em saber quem está pagando os engomados de branco, os homens do resfriado quimioterápico do Sírio-Libanês. Também ninguém ainda perguntou quem são os advogados do Orlando Silva, acometido de outro câncer, muito freqüente em socialistas adeptos da foice e do martelo, o câncer da roubalheira.

E o SUS do povão para o presidente? Nem pensar para o câncer de algum companheiro. Não recomendamos o SUS, pois se trata de um caso especial, de um câncer especial, de alguém muito especial. Defender o Grande Timoneiro petista não é a mesma coisa do que defender um eleitor qualquer. Qualquer vítima brasileira de câncer sabe disso.

Mas, não devemos nos afastar do câncer principal lulista. O câncer da laringe, como todo mundo mais ou menos informado sabe, é causado pela combinação de álcool e fumo. A mídia, no primeiro dia, antes de ter curado o ex-presidente no Fantástico, chegou a falar no álcool como uma das causas. Mas já parou de falar. Fala em cigarros, charutos (cohibas cubanos), cigarrilhas e assemelhados, e silencia sobre o whiskey dele de cada dia; que o homem derrubava um Johnny Walker, ou um Passaport, ou um Black&White em cada viagem de avião e no solo. Se contarmos só as viagens, ou os dias viajando, dá mais de 400 garrafas em dois mandatos, sem falar nos vinhos “baratos” de procedência duvidosa, e nas canhas do tempo de pobre.
Estavam todos encantados com aquela voz rouquenha – puro charme eleitoral, motivo de piadas e imitações – quem se preocuparia com esse esporte de levantamento de copos onde Lula foi medalhista de ouro? O Brizolla não quis esperar para ver a mídia envergonhada confirmar, pelo menos no primeiro dia, que seu patrão era um bebum.

Mas não pensem que eu estou secando o presidente. Os que me conhecem me perguntam loucos de curiosidade se eu estou satisfeito com a doença ou o incômodo (desculpem) do presidente. Logo respondo: não desejaria esse “incômodo” nem para o Lula. O que eu queria mesmo é que ele fosse a julgamento no Supreminho –: processado por corrupção, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, remessa de dólares para o exterior, por ter destruído a Educação, a Segurança, a Saúde, etc, e muitos outros etc.

Te cura Lula, fica forte para o Tribunal dos homens, Lula!

charles london

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