"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 15 de novembro de 2011

PARA A REDE GLOBO, ABORTO LIVRE JÁ ESTÁ EM VIGOR

Media Watch - Outros

Novela “Fina Estampa” mente para o público e faz acreditar que aborto é decisão da mãe.

Alguém se lembra de um garboso Willian Bonner anunciando os “princípios editoriais” da Rede Globo?

De acordo com a emissora carioca, o histórico documento foi elaborado com o objetivo de “não somente diferenciar-se, mas facilitar o julgamento do público sobre o trabalho dos veículos, permitindo, de forma transparente, que qualquer um verifique se a prática é condizente com a crença.”

Ainda na mesma edição, foram declarados para o público os três princípios gerais que devem nortear a informação jornalística de qualidade: 1 – isenção; 2- correção e 3- agilidade.

Infelizmente, não tardou o sol se levantar no dia seguinte para que o engajamento político-ideológico acordasse, escovasse os dentes e adentrasse no Projac a passos confiantes, sorrindo e acenando para todos, aliás, como há muito tem sido sua rotina.

Pela enésima vez, trago mais uma demonstração de que o dito papelucho era só coisa “pra inglês ver”: refiro-me a uma surreal cena da novela “Fina Estampa”, na qual prospera uma discussão sobre a gravidez de Patrícia (Adriana Birolli), isto é, sobre quem tem “competência”, digamos assim, para decidir sobre a “interrupção” da mesma, ou seja, sobre o cometimento de aborto.

Abaixo transcrevo a parte essencial da cena.

Patrícia (gritando para Antenor, seu namorado): - Você não tem que resolver nada! O corpo é meu, a mãe sou eu – eu é que decido se quero tirar este filho ou não.

Antenor (Caio Castro, respondendo a Patrícia): - Eu não conto? Você decide pelos dois, estraga a minha vida?

Patrícia (gritando para Antenor): - Desaparece! Desaparece! Sai da minha frente!

René Velmont (Dalton Vigh): - Chega, Antenor! Antenor! É melhor você ir embora e no meio do caminho é bom você pensar se quer continuar estudando Medicina ou não.

Antenor: - eu não tenho nenhuma dúvida disso.

René Velmont: – mas eu tenho...porque você devia saber que a decisão de levar adiante esta gravidez ou não cabe à Patrícia...tá?

Como assim, Sr. Aguinaldo Silva? Como assim “Dona” Rede Globo? Ao que parece, a personagem Patrícia não foi estuprada e tampouco corre risco de vida... então, que estória é essa de fazer o público crer que a sua gravidez é uma questão de decisão pessoal? E desde quando a Medicina prescreve que é a mãe que decide se quer tirar o filho ou não? Cadê o Código de Ética do CFM? Mostrem ao público, por favor!

Como os leitores podem comprovar, a lei sobre o aborto que está atualmente em vigor (Código Penal, DL 002.848/1940, arts 124 a 128) foi absolutamente desprezada pelo autor Aguinaldo Silva e a equipe da produção da Rede Globo.

Antes, preferiram usar todo o charme do galã Dalton Vigh, que fazendo o papel do doce mocinho, põe-se a emplacar o adultério como fato corriqueiro e até bem justificado (até agora não houve absolutamente nenhuma cena em que o exame moral do comportamento dos personagens René e Griselda fosse debatido), bem como agora, como advogado da lei do livre aborto que... ora bolas, que não existe!

Há quem venha - até mesmo com boas intenções – arguir que os princípios editoriais tão alardeados por esta essa empresa de comunicação sejam válidos tão somente para o jornalismo, e que a novela, bem, a novela é apenas uma obra de ficção. No plano formal, isto é verdade. Entretanto, não é de hoje que as novelas e toda a grade de programação global contêm inserções com debates sobre questões de cunho social, como a própria empresa eloquente e orgulhosamente anuncia.

Neste caso, tais trechos podem muito bem ser reputados como de natureza jornalística e de opinião, e o pior, são apresentados de forma melíflua, tendenciosa e sorrateira.

Sou absolutamente contra denunciar tal pérfida manobra ao Ministério Público Federal, porque sou absolutamente contra a censura. Sou contra a censura não em favor desta rede de televisão, mas em meu próprio favor. Todavia, o que posso fazer é o que acabei de realizar, isto é, descortinar aos olhos dos meus leitores a militância nova-ordem-mundialista da Rede Globo.

Klauber Cristofen Pires, 15 Novembro 2011

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