"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 4 de dezembro de 2011

CULTURA, FAVORES E UM PAÍS DE ANALFABETOS.

Ninguém precisa ficar repetindo que o governo opera num sistema de troca de favores com quem lhe apóia. A política do “É Dando Que Se Recebe” não é exclusiva do PT e nem foi criada por ele. No entanto, nenhum outro governo levou tão às últimas consequências essa prática nefasta quanto o partido da estrela.

Mesmo que isso represente prejudicar a nação, o PT não deixa de retribuir os favores dos que se aliam a ele. Em especial, junto a pessoas ligadas à cultura e a comunicação. Houve de tudo: “jornalista” que ganhou contrato milionário para “fazer nada” na TV Brasil (criada sob medida para isso); artista da Globo que fez discurso “anti-Serra” no twitter (na época das eleições), fingindo estar bêbado ou desorientado, e hoje ganhou carguinho no Ministério da Cultura e é garoto propaganda em comerciais estatais; livro de gente famosa (autor/cantor/compositor/militante que se empenhou muito por Dilma junto a classe artística) que era melhor do que lexotan com leite morno para dar sono e foi derrotado em sua categoria no Prêmio Jabuti (o mais famoso prêmio literário nacional) para, logo depois, ser eleito o “melhor livro” entre todos na mesma premiação; irmã desse mesmo autor/cantor/compositor/militante nomeada ministra da cultura; etc… Todos os acordos e tudo o que se pode imaginar em matéria de “uma mão lava a outra” rolou para garantir a eleição de Dilma a qualquer preço.

A conta, evidentemente, é sempre paga pelo país. E, como sempre, ela é enorme.

Em uma nação onde a população adulta é composta por 74% de analfabetos funcionais (números do próprio MEC) e a cultura das grandes massas está reduzida (para o governo petista) a futebol, samba, funk de periferia, forró e música sertaneja; o Ministério da Cultura passou o primeiro ano da administração Dilma totalmente inoperante e cobriu de vergonha uma nação tão ricamente premiada em matéria de cultura como a nossa.

Recentemente um grupo teatral foi convidado a representar o Brasil em um festival cultural na Europa (Portugal). As despesas de hospedagem, translado e alimentação dos dez integrantes seriam pagas pelo governo português. Ao Brasil, cabia apenas o pagamento das passagens de ida e volta do pessoal.

E aí? Gostou do festival cultural? Ora, você não foi?

Pois é; nem eles…

Isso mesmo. Alegando falta de verbas o MEC negou o empenho dos valores que possibilitariam o Brasil ser representado no importante festival cultural. O grupo teatral foi obrigado a cancelar sua participação “no apagar das luzes” e o Brasil corre o risco de ser descartado das próximas edições do evento.

O mais triste nisso tudo é que, mesmo alegando falta de verbas para divulgar a cultura brasileira em um importante festival internacional, o MEC descobriu (bem lá no fundinho do baú) verbas necessárias para bancar a tradução do livro “Leite Derramado” do nosso autor/cantor/compositor/militante (Chico Buarque) e irmão da ministra.
Através de um “apoio” da Biblioteca Nacional (no valor de R$7 mil). Algo completamente ilegal, pois a legislação proíbe veementemente que sejam aplicadas verbas do Tesouro Nacional público em projetos que envolvam parentes de funcionários de ministérios e outros servidores.

Enquanto isso, seguimos dando o valor devido a nossa cultura. Enterrando sob um enorme monte de lixo tudo o que não seja produzido pelos amigos, parentes e militantes; preparando as massas para um futuro, onde a cultura brasileira seja pasteurizada e reduzida apenas ao que for aprovado pelo Estado, ou referendado pela lente de algum burocratazinho recalcado, mas que tenha se empenhado muito na eleição do alcaide salvador da pátria da vez.

Será isso o que queremos para nosso futuro?

Pense nisso.
Arthurius Maximu

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