"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

ESPIRITISMO, CAPITALISMO E LIBERDADE

As idéias liberais no Brasil estão confinadas a um gueto de empedernidos homens de elevados ideais e aguçado senso histórico, que anunciam que o perigo – não um mero sentimento de perigo, uma simples ameaça potencial – mas um perigo real que ameaça a vida e a liberdade das pessoas está à espreita, seja pela desordem econômica, seja pelo estímulo ao conflito social, seja porque pessoas despreparadas para o poder e dispostas a implantar seus preconceitos destrutivos como ação de governo estão na iminência de assumirem a presidência da República. São tempos de grandes perigos, de fato, os que estamos a viver.

Apresentamos aqui uma entrevista que sugiro seja divulgada e vista e revista muitas vezes, e depois vou postar também o livro capitalismo e liberdade।

A FALÁCIA DE QUE É VIÁVEL E POSSIVEL FAZER O BEM COM O DINHEIRO DOS OUTROS.
SE EU QUERO FAZER O BEM COM O DINHEIRO DOS OUTROS, EU PRIMEIRO TENHO QUE TIRÁ-LO DE VOCÊ।

"Ninguém gasta o dinheiro dos outros com o mesmo cuidado com que gasta o seu próprio".
Pensador econômico mais influente dos últimos sessenta anos, Friedman, filho de imigrantes do Leste Europeu nascido no bairro do Brooklyn, em Nova York, foi campeão das liberdades individuais em um período em que o centralismo, o estatismo e as razões de Estado eram endeusados.

Para Friedman, a liberdade econômica, a liberdade política e a liberdade pessoal eram manifestações de um mesmo princípio, o invencível poder do indivíduo e suas escolhas.

Friedman pregava apaixonadamente, desde a juventude, que as pessoas deveriam ser livres para fazer o que quisessem com seu suado dinheiro e com sua vida. Essas idéias parecem hoje apenas o senso comum. Foram revolucionárias em um tempo em que o comunismo era tido como uma alternativa viável ao capitalismo.

Foram um jorro de luz sobre a concepção obscurantista de que só governos fortes podiam resolver os problemas econômicos e sociais das nações. Seus ensinamentos começaram a ser valorizados no fim dos anos 50, quando as políticas intervencionistas e gastadoras começaram a se esgotar nos países centrais do capitalismo, resultando mais tarde em surtos inflacionários e até estagflação (preços em alta com crescimento em baixa). Friedman apontou a saída.

Suas receitas passaram a ser adotadas, enquanto se aposentavam as do inglês John Maynard Keynes (1883-1946). Friedman foi inspirador de algumas políticas econômicas do presidente americano Ronald Reagan e conselheiro pessoal da ex-primeira-ministra da Inglaterra Margaret Thatcher.
Reagan foi um discípulo rebelde. Thatcher, uma aluna exemplar. Juntos, com a bandeira do individualismo e da eficiência econômica dos mercados, eles infligiram o nocaute moral e econômico que derrubou a União Soviética. O punho invisível de Friedman pode ser sentido em todo o processo.

Iconoclasta e incansável opositor do modelo econômico predominante no pós-II Guerra Mundial, Friedman teve o raro privilégio de ver os fatos confirmar suas teses. "O keynesianismo não tinha uma teoria para a inflação, não trazia uma explicação para o aumento de preços", afirma o economista José Júlio Senna, que prepara atualmente um livro sobre a história da política monetária.

Completa ele: "Keynes foi o grande revolucionário do século passado, mas Friedman foi o grande contra-revolucionário". Para combater a inflação, dizia Friedman, os governantes deveriam em primeiro lugar controlar a emissão de dinheiro, algo desprezado até então. Surgiu daí a chamada corrente monetarista, predominante hoje nos bancos centrais de todo o planeta. Essa escola ficou associada à Universidade de Chicago, na qual Friedman lecionou de 1946 a 1976 e onde deixou discípulos.
Em 1957, publicou Teoria da Função Consumo, um de seus trabalhos mais citados.

Nele demostrou que o consumo não cresce de maneira duradoura e sustentável a partir de estímulos pontuais, como imaginava Keynes, mas somente se houver um ganho permanente na renda das pessoas.
Seu trabalho mais influente foi História Monetária dos Estados Unidos, de 1963, escrito em parceria com Anna Schwartz. Foi nesse estudo que ele estabeleceu as bases do monetarismo.

A reação à morte de Friedman é termômetro de sua estatura intelectual. Thatcher o saudou como o economista que reatou o vínculo entre a economia e a liberdade quando ele havia sido quebrado: "Ele foi um guerreiro intelectual da liberdade".

O ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) Alan Greenspan afirmou ter sido influenciado diretamente por Friedman durante cinco décadas: "Meu mundo não seria o mesmo sem ele".
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central brasileiro, lembra que todos correram para os ensinamentos de Friedman quando a inflação mundial saiu de controle e começou a devorar riquezas.

Em uma entrevista concedida durante a crise cambial brasileira de 1999, Friedman disse: "O Brasil tem de pôr sua casa fiscal em ordem: ou corta fortemente os gastos governamentais, ou aumentar fortemente a receita.
Não há outro caminho. Tem outra saída: imprimir dinheiro. Mas isso leva inevitavelmente à inflação". Só a parte que fala em aumento de receita foi seguida.

República dos Espiritos

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