"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 8 de março de 2012

GOOGLE: CULPADA ATÉ QUE PROVE O CONTRÁRIO

Furor descabido tomou conta da Europa após empresa ter ignorado pedido de uma agência francesa para investigar sua nova política de privacidade
Perguntado recentemente a respeito das novas regras de privacidade da Google, que passaram a vigorar a partir de 1° de março, Jon Leibowitz, presidente da America’s Federal Trade Comission (agência norte-americana de proteção ao consumidor), respondeu que considerava que os consumidores de hoje enfrentam “uma escolha binária e de algum modo brutal”.

Ou estes aceitam as mudanças do Google, ou devem se privar completamente de seus serviços. Viviane Reding, a comissária de Justiça da União Europeia (UE), foi mais longe, afirmando numa entrevista à BBC que as novas regras infringem leis europeias.

A Google tem certeza absoluta que suas mudanças, às quais os usuários não podem não aderir, são perfeitamente legais e resultarão numa experiência online de melhor qualidade.
A empresa se desfez de 60 diferentes códigos de privacidade para diferentes produtos e integrou os seus principais ditames numa única política de privacidade. A linguagem deste novo regulamento também ficou mais facilmente compreensível.

Além de ter estendido seu método de compartilhamento de informações por entre seus serviços, de modo a associar históricos do YouTube e de buscas para que, por exemplo, usuários que assistam a determinados vídeos de um músico no YouTube recebam anúncios do mesmo artista ao utilizarem o Gmail ou outros produtos da empresa.
Alma Whitten, diretora de privacidade, produtos e engenharia da companhia, salientou numa postagem em um blog que tais mudanças não alteram as configurações de privacidade atuais nem resultam numa maior coleta de dados dos usuários.

Apesar disto, um furor tomou conta da Europa após o Google ter ignorado um pedido formal da autoridade nacional de privacidade francesa para que a implementação das mudanças propostas fosse postergada até que funcionários da organização tivessem tempo para examiná-las detalhadamente.

A organização abriu uma investigação a respeito dos planos da empresa em nome de formuladores de políticas públicas relacionadas à privacidade de toda a Europa, e seus resultados preliminares sugeriram que a Google infringiu a lei.
Reding tem a convicção de que a Google é culpada e repreendeu publicamente a empresa por não ter feito as consultas adequadas antes de implementar as mudanças mais recentes.

A primeira das acusações é prematura e a segunda parece injusta. Ainda está para ser visto o que os detetives da privacidade desvendarão ao esquadrinhar os detalhes das últimas mudanças da Google.
Em relação às consultas, a Google alega ter conversado com vários representantes de privacidade da UE a respeito de suas iminentes alterações antes de implementá-las. A Google merece confiança por tudo isto, e outras empresas de internet deveriam seguir seu exemplo ao contemplar alterações em suas políticas de privacidade.

Fontes:Economist - Google presses on
08 de março de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário