"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 26 de agosto de 2012

MENSALÃO: A HISTÓRIA DE DANEVITA

A AGORA EX-PETISTA QUE SE RECUSOU A PAGAR 60 MILHÕES DO BB AO PUBLICITÁRIO MARCOS VALÉRIO.




 
Saiba quem é e o que aconteceu com Danevita Ferreira de Magalhães, uma das principais testemunhas contra os envolvidos no Mensalão:
(Mensalão foi a roubalheira de dinheiro público que Lula disse que não existiu mas o relatório da Polícia Federal provou ser verdadeiro).


Danevita foi demitida e vive em casa de amigos. Lembram-se do prefeito Celso Daniel?
Coisas muito estranhas podem acontecer com gente teimosa.
Ex-petista, Danevita Ferreira de Magalhães era gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil quando, ainda em 2004, foi instada a participar de uma fraude para justificar a remessa de nada menos que 60 milhões de reais às arcas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o caixa-forte do mensalão.

Ela não se curvou à ordem. Por isso, foi demitida e viu sua vida virar de cabeça para baixo. Ameaçada de morte e vivendo de favor na casa de amigos, Danevita é agora uma testemunha-chave do Ministério Público Federal para provar que o mensalão foi abastecido, sim, com dinheiro publico.

Entre 1997 e 2004, Dane, como é carinhosamente chamada pelos poucos amigos que lhe restaram, coordenou o núcleo do Banco do Brasil que administrava os pagamentos às agências de publicidade contratadas para fazer a propaganda da instituição e de seus produtos. Por esse núcleo, formado por representantes das agências, passava todo o papelório necessário para liberar os mais de 180 milhões de reais gastos a cada ano nas campanhas publicitárias do banco.


Foi no momento de assinar um desses documentos que Danevita viu sua carreira desmoronar. O papel fugia completamente aos padrões. Tratava-se de uma ordem para chancelar um pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, uma das empresas do mineiro Marcos Valério que abasteceram o mensalão.

Detalhe: o dinheiro já havia sido repassado para a DNA, e o documento só serviria para atestar, falsamente, a veiculação de uma campanha fictícia que nunca fora ao ar. Uma fraude completa.

A assinatura de Danevita era necessária para legitimar a operação. À Polícia Federal, ela disse que um dos diretores da DNA admitiu, na ocasião, que o serviço jamais seria prestado.

Ato contínuo à decisão de negar a assinatura que tanto valeria a Marcos Valério e ao esquema que já no ano seguinte ficaria conhecido como mensalão, veio a demissão. “Como não assinei, fui demitida”. (maio 2011)


LEIA A REPORTAGEM EM VEJA
veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Memória :

DINHEIRO PÚBLICO FOI USADO PARA ALIMENTAR A CORRUPÇÃO.


Além do envolvimento do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel com o Mensalão do PT, outro fato revelado por ISTOÉ repercutiu fortemente no Congresso:
a confirmação de que o dinheiro público foi usado para alimentar o esquema de corrupção.

Os documentos derrubam definitivamente a versão do PT de que a mesada paga aos políticos governistas foi sustentada por recursos oriundos de sobras de campanha. Na opinião de parlamentares da oposição, o depoimento da publicitária Danevita Ferreira de Magalhães à Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal muda o curso das investigações.

Ela revelou que o Banco do Brasil pagou R$ 60 milhões à empresa de publicidade DNA, de propriedade de Marcos Valério, por meio de uma campanha publicitária simulada do serviço Visa Electron. Com base nas evidências que constam do processo em curso no STF, o PSDB e o DEM decidiram reabrir a investigação do caso.

“A reportagem derruba de maneira cabal a argumentação de que aquilo era caixa 2 de campanha eleitoral. Era um amplo esquema para comprar uma parte do Congresso Nacional”, afirma o deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

A primeira iniciativa para reabrir as investigações do Mensalão do PT no Congresso foi tomada pelo ex-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Na semana passada, após reunião com a direção do PSDB, Fruet apresentou à presidência do Senado requerimento para que sejam solicitados documentos à Polícia Federal, à Receita e a outros órgãos sobre as providências adotadas a partir do relatório da CPI. “É impressionante.

Os documentos que estão no STF confirmam que eram contratos não executados para abastecer Valério com dinheiro público”, diz Fruet. “Os órgãos que receberam informações da CPI têm que manter o Congresso atualizado sobre o andamento dos processos.

Vamos tomar providências para investigar novamente esse caso”, acrescentou. Durante o período do Mensalão, a publicitária Danevita trabalhou no núcleo de mídia do Banco do Brasil. Depois de se recusar a assinar o plano de mídia BB/Visa Electron, que era uma campanha fictícia, a publicitária foi comunicada pelo gerente do BB Roberto Messias de que seria demitida.
 

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A OAB luta para impedir que o processo
do Mensalão caia no esquecimento

A partir da reportagem de ISTOÉ, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) ficou convencido de que a investigação no Brasil apresenta cada vez mais raízes no Exterior.

“Os extratos apresentados pelo Duda geraram muitos problemas em Nova York, pois os mesmos doleiros também faziam depósitos para presidentes da República, ministros e representantes de bancos centrais de países amigos.”

O deputado pode ter razão. Informações que chegaram ao ouvido de alguns parlamentares que fizeram parte da CPI dão conta de que autoridades que usaram o mesmo esquema de Duda no
Exterior pertencem ao governo de Angola, na África.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, defende punição rigorosa:
“Esse processo não pode cair no esquecimento e engrossar a fileira das impunidades neste
país.”
Hugo Marquesleia/Isto É
26 de agosto de 2012

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