"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 7 de outubro de 2012

JOAQUIM BARBOSA PARA PRESIDENTE?

 

 Aguarda-se de um desses pequenos partidos, nem todos de aluguel, o convite para que o ministro Joaquim Barbosa venha candidatar-se a presidente da República em 2014. Delírio de desocupados? Susto eleitoral precisamente no dia das eleições municipais? Coisa de anarquistas interessados em desconstruir as instituições?


Poderia ser político?

Talvez não. Trata-se de uma hipótese, mesmo imaginando-se o suposto candidato disposto a processar e a mandar para a cadeia, junto com José Dirceu, o infeliz que primeiro tiver coragem de lança-lo.
Porque a voz rouca das ruas às vezes bate de frente com as concepções das elites e até dos malandros que imaginam dominar as instituições. De quando em quando, prevalece a natureza das coisas.
De tão desesperados e desiludidos, os cidadãos comuns voltam-se para fórmulas mágicas que de tempos em tempos costumam surpreender.

A inusitada candidatura de Joaquim Barbosa é uma delas. Paladino da moralidade pública, algoz implacável dos vigaristas de sempre, o ministro apresenta vantagens suplementares: é negro e doente. Além de pobre de origem e de haver aberto espaço às próprias custas no reino dos intelectualmente reconhecidos pela sociedade.

Claro que nenhuma dessas condições o credencia para ingressar no rol dos donos do poder. Muito pelo contrário. É precisamente por isso que desperta o entusiasmo de quantos buscam uma avenida alternativa para essa trajetória que sempre nos levou para o precipício.

Quem levantar a possibilidade da candidatura diante dele arrisca-se a levar um par de coices, menos pelo inusitado da proposta, mais porque o ministro se imaginará vítima de mais uma solerte manobra dos mesmos de sempre, aqueles que intentam manter-se ou apoderar-se das rédeas da nação para locupletar-se dos despojos de nossa infeliz sociedade.

No entanto… No entanto, o nome de Joaquim Barbosa será capaz de exprimir a reação àquilo que o país abomina e tenta expelir há décadas. Algo novo. Diferente. Alguém capaz de alimentar ilusões e desbastar a sujeira permanente que nos assola. Um Savonarola ou um Giordano Bruno? Um Antonio Conselheiro ou um Zumbi dos Palmares?

Daria certo? Provavelmente, não. Séculos de manipulação do poder pelos vigaristas de sempre o levariam a um beco sem saída. Mas que é salutar pensar na hipótese, isso é. Um fantasma ronda o Brasil, para horror dos exorcistas de fachada…

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FALTA UMA GAIOLA

Deveria o Supremo Tribunal Federal mandar um serralheiro qualquer montar vasta gaiola de ferro para ir colocado lá os réus condenados do mensalão. Esses bandidos precisariam ser expostos mais do que nas páginas de jornal e nos espaços dos noticiários do rádio e da televisão. Seria preciso que percorressem o país, identificados e mostrados nas ruas, como exemplo para quantos pretendam seguir seu exemplo.

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