"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 6 de novembro de 2012

AS ELEIÇÕES DOS EUA


Manter Obama será enfraquecer a força do país.


Eu comentei em vídeo ontem (assista abaixo) as eleições dos EUA, que se realizam hoje, enfatizando a preferência unânime da esquerda (e da mídia, ela toda esquerdista) pelo candidato Barack Obama e contra o candidato republicano Mitt Romney. Volto ao tema para comentar o abominável editorial do Estadão (Por que torcer por Obama), que faz coro com a esquerda mundial. Penso que vale o comentário, porque o editorialista explicitou os supostos (e falsos) argumentos em favor de Barack Obama.


Dois argumentos se destacam logo no primeiro parágrafo. Mitt Romney é descrito como (1) um militarista obscurantista e (2) um patrocinador do “retrocesso econômico”. O editorialista sublinha que Romney teria uma suposta “dependência dos mesmos gurus neoconservadores que atiçaram George W. Bush para a aventura da guerra no Iraque” e que poderia incentivar Israel a resolver o problema nuclear iraniano por meios militares.
 
O que divide Obama e Romney está totalmente explícito nesses argumentos. Em matéria de política externa teríamos a substituição da desastrada política externa de Obama, que levou ao desastre na Líbia e à guerra civil na Síria e ao fortalecimento do poder global da China. Queira ou não, a política de esquerda nos últimos quatro anos fragilizou a posição dos EUA, tanto em relação aos ‘amigos’ europeus como aos inimigos. Enfrentar o poderia da China é uma escolha que se impõe; ser o guardião da ordem mundial contra o terrorismo, também.
 
Manter Obama será enfraquecer a força do país, fato que não interessa, em última análise, a ninguém do Ocidente. Apenas a esquerda ideológica ensandecida, falsamente pacifista, empunha essa bandeira equivocada. É preciso resistir aos bárbaros antiocidentais. Não é deixando que prosperem loucuras eufemísticas como ‘Primavera Árabe’ que a paz mundial será preservada. Da mesma forma, não é por assistir impassível à expansão militar da China que os interesses maiores do Ocidente serão resguardados.
 
Em matéria econômica temos também um divisor de águas. Ou prevalecerá a proposta socialista de Obama, que acredita que é possível descolar a distribuição de renda da sua produção, ou prevalecerá a ética do livre mercado, de moral superior e de eficiência demonstrada. O flerte de Obama com as práticas socialistas tem posto em perigo o próprio dinamismo da economia americana. Mitt Romney, se eleito, reacenderá mundialmente a crença no livre mercado e nas instituições capitalista.
 
É certo que essas eleições definirão a macro política mundial nos próximos anos. São candidaturas antagônicas, visões de mundo alternativas entre si. Ao contrário do editorialistas do Estadão, eu penso que as forças representadas – sobretudo as ideias representadas – na candidatura de Mitt Romney são as melhores para todo o mundo.
Vídeo:

No programa Manhattan Connection de ontem (4), todo ele dedicado a falar mal de Mitt Romney e a louvar Barack Obama e a prever a vitória deste último (estavam na dúvida se a vitória seria grande ou pequena) mostra a parcialidade que usam e o anti-jornalismo que praticam. A cobertura do Estadão de hoje é do mesmo naipe, sendo exemplo ridículo a coluna da Lúcia Guimarães (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,de-costas-para-o-futuro-,955763,0...). O medo da esquerda se justifica porque a eleição de Mitt Romney colocará ativo um polo conservador em escala mundial, contra o movimento esquerdista.
 
06 de novembro de 2012
Nivaldo Cordeiro

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