"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 30 de dezembro de 2012

O NEGÓCIO DO AUTOMÓVEL, NA ARGÉLIA E NO BRASIL

 

Durante a visita de François Hollande a Argel, na semana passada, foi anunciado que a Renault vai instalar uma nova fábrica na Argélia e 51% do negócio vão ficar com o governo local. Ao contrário daqui, em que o tesouro e o estado financiam via BNDES mais de 70% de novas montadoras, com zero de participação, como estão fazendo com a nova fábrica da Fiat em Pernambuco.


Hollande em Argel

No Brasil, empresas estatais estrangeiras como a também francesa ADP (Aeroports de Paris) exigem ficar com 51% do negócio para entrar nas concessões de aeroportos, como Confins e o Galeão. A pergunta é a seguinte: por que no Brasil as multinacionais batem o pé e conseguem sempre o que querem, enquanto são obrigadas a obedecer aos interesses estratégicos locais para se instalar em outros países?

Se o estado brasileiro, como fazem China e Índia, que já compraram até mesmo a Volvo e a Land Rover, tivesse assento na diretoria de ao menos uma fábrica de automóveis, não seria mais fácil descobrir porque os nossos carros custam quase o dobro do que estão custando lá fora ?

30 de dezembro de 2012
Mauro Santayana

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