"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

UM CONCLAVE CURTO PARA ELEGER O SUCESSOR DE BENTO XVI

 

 A um longo pontificado, como foi o de João Paulo II, costuma suceder um pontificado curto. Tem sido assim em grande parte da história da Igreja Católica.

O pontificado curto, como o de Bento XVI, permite que os cardeais-eleitores do Papa ganhem tempo para refletir sobre o momento que a Igreja atravessa e o seu futuro.

De resto, a sabedoria recomenda que se evite sucessivos pontificados longos. Para que a Igreja possa fazer correções de rumo em tempo mais ou menos hábil.

Além de idoso, o cardeal alemão Joseph Ratzinger estava com a saúde fortemente abalada quando foi eleito para suceder João Paulo II, o polonês que governou a Igreja durante mais de 20 anos. Todo mundo na cúpula da Igreja sabia disso.


O conclave que elegeu Bento XVI foi rápido, rapidíssimo porque a escolha dele fora acertada com a devida antecedência.

Por sua afinidade com João Paulo II, era o candidato natural ao cargo. Por sua saúde debilitada, era a certeza de um pontificado breve, destinado apenas a dar continuidade ao anterior.

Às vezes, o Espírito Santo, que costuma inspirar os cardeais-eleitores, apronta suas gracinhas.

O pontificado de Pio XII foi longo. Acabou no final dos anos 50 do século passado. Deu lugar ao pontificado de João XXIII, o Patriarca de Veneza, de idade avançada e má saúde.

Embora curto, como se esperava, o pontificado de João XXIII foi um dos mais marcantes da história da Igreja. Ele convocou o Concílio Ecumêmino Vaticano II. E deu uma forte guinada no rumo da Igreja.

Emergiu do concílio uma igreja mais aberta à participação dos leigos e à aproximação com outras religiões.

Os Papas que se seguiram a João XXIII impediram que tal abertura aumentasse. Várias das medidas que tomaram levaram a Igreja a um recuo.

É provável que o conclave para a escolha do sucessor de Bento XVI também seja rápido. Há cinco anos os cardeais-eleitores só pensam e conversam sobre o substituto dele.

11 de fevereiro de 2013
Ricardo Noblat

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