"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ESPANHA: DINHEIRO, MENTIRAS E NENHUM TRABALHO


A vitória da direita nas eleições espanholas traz para o Brasil um futuro de incertezas no campo das relações internacionais. Isso porque a Espanha, mesmo sob o governo socialista, se constituiu no país europeu que mais deportou brasileiros ou negou entrada a turistas sob as mais diversas alegações.

Com a vitória da direita rompe-se a já frágil simpatia ideológica entre os governos e se estabelece, agora referendada pela população, a mesma ladainha que se tornou quase uníssona por toda Europa: a culpa é do imigrante. Se a forma espanhola de tratar os imigrantes e turistas brasileiros já era considerada dura; espera-se um endurecimento ainda maior.

Mesmo com muito dinheiro de auxílio jorrando nos cofres dos países da Zona do Euro, a Espanha sofre com a grave situação de desalento e de desesperança vivida principalmente pelos jovens que constituem uma enorme massa de desempregados sem qualquer perspectiva (mais de 20% ).

E a grande mentira, abraçada por boa parte da mídia e por uma enorme massa de esquerdistas ávidos para viver uma desforra pela queda da União Soviética e a derrocada do socialismo como sistema econômico, tem duas faces: a primeira é a ideia de que o capitalismo está em colapso ou vive um prenuncio do seu fim.

O capitalismo tem um grande poder de adaptação e uma capacidade quase ilimitada de se reinventar. Desde a Grande Depressão de 1929 (muito pior do que a atual) o capitalismo passou por diversas crises e sempre saiu mais fortalecido na sua “caminhada evolutiva”.

Mas, para que serve essa “cortina de fumaça” da morte do capitalismo? A resposta é simples e revela a outra face dessa grande mentira: o populismo. Todos os países, hoje em dificuldades, viveram anos de decisões administrativas errôneas.

Ignorando o perigo futuro e a incapacidade de seus países lidarem com gastos sociais cada vez mais altos e sem as devidas âncoras de arrecadação; políticos (muitas vezes da própria esquerda) lançaram-se a concessão de aposentadorias precoces, redução de impostos, gordas benesses sociais e se esqueceram de que a principal lei que rege o dinheiro é jamais maltratá-lo.

Assim, evitando assumir suas responsabilidades e gerir seus países com seriedade fiscal, os políticos populistas resolvem escolher “um inimigo externo” a quem culpar. Suas ações desastradas passam a ser escondidas pelos velhos discursos em que a culpa por todos os males do país é sempre posta na conta do imigrante que rouba empregos, do estrangeiro financista inescrupuloso ou da crise provocada por algum outro país distante. Afinal, assumir a própria culpa seria sepultar a carreira política, interrompendo uma vida de mordomias, dinheiro fácil e muita bajulação.

Mas, que os espanhóis não se preocupem. O Brasil caminha com as mesmas sandálias e logo poderá estar sentado bem ao lado da Espanha. Culpando o capitalismo, os imigrantes e a maldita crise que arrasou a Europa que parecia tão distante e soberba para nós.

Arthurius Maximus
novembro 21st, 2011

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