"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CHARGE DO CHICO CARUSO


NOTA AO PÉ DA CHARGE

Imagino como deva sentir-se o cidadão medianamente informado dos acontecimentos políticos cotidianos, ante a próxima prescrição dos crimes cometidos no que se alcunhou de MENSALÃO, como anunciou o ministro Lewandowski.
A charge expressa sarcasticamente, associando os programas-chanchadas da TV às eminentes 'celebridades' acusadas 'injustamente' de práticas criminosas, como por exemplo formação de quadrilha, peculato, estelionato, lavagem de dinheiro etc.
Causa uma certa náusea saber que mais cedo do que esperávamos, todos estarão livres, leves e soltos, prontos para novos cargos públicos, novos mandatos, com as reputações absolutamente 'clean', como cabe a impunidade, marca já registrada nos anais políticos recentes.
Admira-me o efeito da lavagem cerebral processada nos últimos 10 ou 15 anos na sociedade brasileira, que tartamuda assiste aos mais tenebrosos escândalos registrados na História do Brasil.
Multidão silenciosa, mais preocupada com o destino dos personagens das novelas do que com o futuro de seus filhos e netos, com o futuro da civilização brasileira, salvo os recentes ruídos de manifestações ainda inexpressivas, de marchas contra a corrupção.
Pouco, muito pouco, o número dado pelo movimento NASRUAS, o primeiro, parece-me, que ganha organização política, de cidadãos que estariam envolvidos e prontos para manifestações contra a corrupção: 150.000 pessoas.
Quase inexpressivo, considerando que tais manifestações realizar-se-iam em em várias capitais do país. Necessário que se agregassem a essas marchas alguns milhões de manifestantes, com freqüência de pelo menos duas por mês. Que o programa a ser levado às ruas, apresentasse enfaticamente a corrupção, como raiz maléfica de todas as misérias que afetam a sociedade, mas uma agenda de temas também relevantes como o fim do voto secreto, aprovação da ficha limpa, transparência dos atos públicos, liberdade de imprensa e de blogs na internet, fim da impunidade, agilidade dos tribunais no julgamento de políticos, redução da máquina administrativa, redução dos ministérios, fim das mordomias do Congresso, fim dos salários irreais de políticos, de aspones, de togados, e tantos outros males que, como cupins, corroem esse país.
É vergonhoso assistir a prescrição de crimes políticos! É criminoso! É um escárnio! Uma cusparada na cara da sociedade brasileira!
É impressionante o número de parlamentares que respondem a processos por crimes variados! E que continuam sendo eleitos e gozando de forum privilegiado... Como pessoas, a semelhança de Sarney, no entender de Lula, que não são cidadãos comuns... São pessoas que têm história!
Alguém sabe dizer-me se, por mero acaso, leram na imprensa investigativa, que se proponha levantar a fortuna e os bens das eminências, catapultadas para grandes fortunas, como por exemplo, de Lula, do Lulinha, do Sarney, por exemplo? Por que o silêncio? Por que a blindagem em torno de cidadãos "acima do bem e do mal? Acima "de qualquer suspeita?
A exemplo de Agnelo, por que não se investiga esses cidadãos? E outros que ficam arrulhando o canto do poder nos fundos do quintal?
Qual a continuação das vergonhosas histórias de corrupção levantadas durante várias semanas nos principais meios de informação? O que aconteceu com as 'celebridades' defenestradas, aparentemente do poder, mas que continuam como eminências pardas nos corredores mal iluminados, sombrios conselheiros?
São tantas questões que envergonham esse país...
m.americo

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