"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

NEGROMONTE VAI AO SENADO MAS NÃO EXPLICA FRAUDE EM OBRA DA COPA DO MUNDO

Em audiência de pouco mais de uma hora e com poucos senadores inscritos, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, voltou a negar irregularidades em obra da Copa de 2014 em Cuiabá (MT). A presença do ministro era aguardada para explicar a alteração de parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) por um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). A mudança aumentaria em R$ 700 milhões o valor da obra.

Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre a alteração do parecer, que desconsideraria também um relatório do Tribunal de Contas da União, Negromonte disse apenas que houve “divergência de opinião” entre os técnicos do ministério. ” O trâmite é normal. Houve divergência. O técnico deu um parecer, a diretor deu outro parecer. Não fui comunicado dessa divergência. Por isso abri sindicância”, afirmou.

Gravações de conversas entre funcionários da pasta obtidas pelo Estado indicam que a alteração ocorreu após articulação política entre o governo de Mato Grosso e o ministério. Na avaliação do ministro, Mato Grosso tem autonomia administrativa para solicitar a mudança de BRT para VLT e o custo adicional ficaria sob responsabilidade do Estado.

Ao contrário das outras audiências públicas com ministros envolvidos em denúncias de irregularidades, que chegaram a durar até seis horas, a sessão com Negromonte foi apática. A oposição ficou por conta apenas do senador Alvaro Dias.
Os demais senadores, da base aliada, elogiaram o comportamento do ministro de comparecer a audiência e também descartaram o indício de falhas.
“Houve procedimento esdrúxulo, que não tem outra denominação a não ser fraude. O procedimento é irregular, ilícito, fraudulento e nos autoriza a suspeitar desse procedimento”, disse Alvaro Dias ao lembrar que o parecer técnico que autorizou o VLT tinha a mesma numeração e data do documento contrário à obra.
“Não tem mudança de modal definida. É esse exagero do denuncismo, um pré-julgamento de algo que ainda vai acontecer”, rebateu o Walter Pinheiro (PT-BA). Do portal do Estadão

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