"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O SUSPEITO SISTEMA ELEITORAL DA VENEZUELA

EXTRA! VÍDEO LEVANTA SUSPEITA QUE SISTEMA ELEITORAL DA VENEZUELA É TOTALMENTE CONTROLADO PELO REGIME CHAVISTA E SUSCETÍVEL DE FRAUDE EM GRANDE ESCALA!



Documentário veiculado no YouTube denuncia que o sistema eleitoral venezuelano é totalmente controlado pelo regime comunista de Hugo Chávez, dito bolivariano. Os especialistas consideram que tal sistema impede que seja feita uma auditoria independente e não oferece qualquer segurança, já que todas as instâncias do processo são controladas pelo regime chavista. O último órgão de controle foi desativado por uma lei editada por Chávez.

Isto quer dizer que o sistema eleitoral venezuelano permite a fraude em ampla escala. Os especialistas que editaram o vídeo fazem inclusive a comparação com as eleições que eram feitas na Alemanha Comunista, antes da queda do muro.

O vídeo que está em espanhol mas dá para ter uma idéia de como funciona todo o sistema eleitoral bolivariano.

27 de janeiro de 2012
aluizio amorim

Um comentário:

  1. Bom dia, Mário.
    Faz tempo que não lhe escrevo, mas isso não significa que não tenho bisbilhotado seu blog.
    Hoje mando um texto que publiquei no meu blog. Espero que goste. Sonia Leça
    Tempo sem nome
    Com seu cabelo cinza, rugas novas e os mesmos olhos verdes, cantando madrigais para a moça de cabelo cor-de-abóbora, Chico Buarque de Holanda vai bater de frente com as patrulhas do senso comum. Elas torcem o nariz para mais essa audácia do trovador. O casal cinza e cor-de-abóbora segue seu caminho e tomara que ele continue cantando "eu sou tão feliz com ela" sem encontrar resposta ao "que será que dá dentro da gente que não devia".
    Afinal, é o olhar estrangeiro que nos faz estrangeiros a nós mesmos e cria os interditos que balizam o que supostamente é ou deixa de ser adequado a uma faixa etária. O olhar alheio é mais cruel que a decadência das formas. É ele que mina a autoimagem, que nos constitui como velhos, desconhece e, de certa forma, proíbe a verdade de um corpo sujeito à impiedade dos anos sem que envelheça o alumbramento diante da vida.
    ... Não fora o entorno e seus espelhos, netos que nascem, amigos que morrem, não fosse o tempo "um senhor tão bonito quanto cara do meu filho", segundo Caetano, quem, por si mesmo, se perceberia envelhecer? Morreríamos nos acreditando jovens como sempre fomos.
    A vida sobrepõe uma série de experiências que não se anulam, ao contrário, se mesclam e compõem uma identidade. O idoso não anula dentro de si a criança e o adolescente, todos reais e atuais, fantasmas saudosos de um corpo que os acolhia, hoje inquilinos de uma pele em que não se reconhecem. E, se é verdade, que o envelhercer é um fato e uma foto, é também verdade que quem não se reconhece na foto, se reconhece na memória e no frescor das emoções que persistem. É assim que, vulcânica, a adolescência pode brotar em um homem ou uma mulher de meia-idade, fazendo projetos que mal cabem em uma vida inteira.
    Essa doce liberdade de se reinventar a cada dia poderia prescindir do esforço patético de camuflar com cirurgias e botoxes - obras na casa demolida - a inexorável escultura do tempo. O medo pânico de envelhecer, que fez da cirurgia estética um próspero campo da medicina e de uma vendedora de cosméticos a mulher mais rica do mundo, se explica justamente pela depreciação cultural e social que o avançar na idade provoca.
    Ninguém quer parecer idoso, já que ser idoso está associado a uma sequência de perdas que começam com a da beleza e a da saúde. Verdadeira até então, essa depreciação vai sendo desmentida por uma saudável evolução das mentalidades: a velhice não é mais o que era antes. Nem é mais quando era antes, os dois ritos de passagem que a anunciavam, o fim do trabalho e da libido, estão, ambos, perdendo autoridade... Envelhecer como sinônimo de decadência deixou de ser uma profecia que se autorrealiza. Sem, no entanto, impedir a lucidez sobre o desfecho.
    "Meu tempo é curto e o tempo dela sobra", lamenta-se o trovador, que não ignora a traição que nosso corpo nos reserva. Nosso melhor amigo, que conhecemos melhor que nossa própria alma, companheiro dos maiores prazeres, um dia nos trairá, adverte o imperador Adriano em suas memórias escritas por Marguerite Yourcener.
    Todos os corpos são traidores. Essa traição, incontornável, que não é segredo para ninguém, não justifica transformar nossos dias em sala de espera, espectadores conformados e passivos da degradação das células e dos projetos de futuro, aguardando o dia da traição."

    Esta belíssima crônica, de Rosiska Darcy de Oliveira, foi publicada no jornal O Globo de 21 de janeiro. É um reflexo mais-que-perfeito da mais pura e cristalina verdade: envelhecer é uma merda, mas pode ser menos pior se se tiver a lucidez necessária para não se deixar cair no

    ResponderExcluir