"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 15 de janeiro de 2012

SOMOS TODOS HOMENS E MULHERES COMUNS... CALADOS!

Alô, homem comum! Hora e fundar o Movimento dos Sem Ministério Público e Sem Defensoria

Um dos promotores que assinam o pedido de abertura de inquérito civil público para apurar o eventos da cracolândia é Maurício Antonio Ribeiro Lopes. É aquele senhor que, tendo recebido uma petição de moradores de uma área de Pinheiros para evitar a mudança de endereço de um albergue, não se contentou apenas em declarar improcedente o pedido. Ele também associou os moradores ao nazismo e ainda os acusou de racismo (aqui), encaminhando a petição para a delegacia que investiga esse crime! Recebo de um dos moradores que enviaram aquele pedido o seguinte texto. Leiam. Volto em seguida.

Reinaldo,
sou um dos moradores de Pinheiros que foram chamados pelo Sr. Promotor de Justiça Dr. Antonio Maurício Ribeiro Lopes de “nazista”. Naquela ocasião, fomos comparados ao que de pior existiu na humanidade por esse Sr. que tem o poder de um promotor nas mãos, mas age como se tivesse o poder de um soberano. Arrogante como só ele sabe ser, quer passar a imagem de pai dos pobres, mais vive em (….); seus filhos devem estudar em bons colégios, ter uma vida privilegiada, digna do salário que ele recebe, pago inclusive, por aqueles cidadãos de bem que ele chamou de nazistas.

Quero que todos em minha cidade tenham boas condições de moradia e vivam com dignidade, mas faço uma pergunta a alguns dos leitores aqui que vivem em São Paulo: “Já passaram na porta de um albergue? Sabem os problemas que estes lugares trazem para suas regiões? E foi exatamente por este motivo que exercemos o nosso direito constitucional de enviar petições ao Estado. De cidadãos pagadores de impostos, passamos a bandidos da pior qualidade. Fomos procurados por todos os veículos de imprensa e, em todos os lugares, tivemos nossas declarações deturpadas com o viés sempre para o lado do PROMOTOR. O único que teve sensibilidade e fez nossa defesa na mídia com brilhantismo foi o REINALDO AZEVEDO, a quem devemos muito, e a VEJA, que fez uma excelente matéria com o perfil deste jurista polêmico que é o promotor.

Sabem qual é o nosso papel na sociedade? Temos que aceitar tudo e ficar de boca fechada! O Ministério Público, definitivamente, não está do lado do cidadão. Ora, se erramos ao enviar a manifestação o nobre Promotor, deveria ter nos chamado para conversar, pelo menos nos escutar e tentar diminuir o impacto que essa mudança de endereço do albergue causaria! Os moradores de rua precisam de um lugar DIGNO SIM, mas nós já estamos aqui, já moramos aqui, temos a nossa rotina. Tudo deve ser muito bem planejado e do jeito que estava acontecendo não ia dar certo!

O albergue ainda não abriu. Há 7 meses, a Prefeitura faz reformas no imóvel. Deveria ter sido inaugurado em outubro/2011, depois em dezembro/2011, agora em Janeiro/2012 e por enquanto nada! Espero que, ao menos, toda esta manifestação tenha servido para alguma coisa: que eles abram um albergue com uma boa qualidade para essas pessoas e que não atrapalhe a rotina dos moradores da Região!

Hoje eu digo que percebi da pior forma possível que a minha função como brasileiro é ficar quieto, ou então o Ministério Público vai me calar de um jeito ou de outro!

Voltei
Pois é, meu caro leitor… Você é apenas o cidadão que paga a conta! O homem comum já pode fundar o MSMPSD: Movimento dos Sem Ministério Público e dos Sem Defensoria!

15/01/2012
Reinaldo Azevedo

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