"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

BISPO EVANGÉLICO AVISA QUE 'KIT GAY' SERÁ USADO CONTRA HADDAD DURANTE CAMPANHA ELEITORAL EM SP

Na semana passada o deputado Jair Bolsonaro pregou um cartaz em seu gabinete na Câmara denunciando que Haddad, o candidato de Lula a Prefeito de SP, é o candidato do Kit Gay.


A polêmica sobre o chamado kit anti-homofobia, encomendado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Fernando Haddad, fará o petista "sofrer" na eleição municipal de São Paulo.

A previsão é de Marcos Pereira, bispo da Igreja Universal e presidente nacional do PRB, partido aliado ao PT no governo Dilma Rousseff.
O dirigente afirma que o material, conhecido entre os evangélicos como "kit gay", será usado contra Haddad na campanha e vai fazê-lo perder votos neste segmento, estimado em cerca de 20% do eleitorado paulistano.

"Vai ser difícil tirar essa mancha do Haddad. Ele vai sofrer muito com isso", diz.

O petista tem procurado líderes de igrejas para tratar do assunto. Ele sustenta que o material vazou antes de ser distribuído e que o MEC vetaria seu uso em salas de aula.

Pereira afirma que a explicação não o convenceu.
"Se o kit chegasse às escolas, seria o pior dos mundos. Mas se o Haddad pagou por algo que seria vetado, mostrou ser um mau administrador. De um jeito ou de outro, ele vai apanhar", diz o bispo, que apoia o pré-candidato Celso Russomanno (PRB).


Em 2011, a TV Record, controlada pela Universal, levou ao ar reportagens de mais de dez minutos sobre o kit, em tom crítico contra Haddad.
Os petistas temem uma reprise da cruzada contra Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2010, quando ela foi acusada de defender o aborto e ser contra a família.

Na semana passada, o pastor Silas Malafaia e o senador Magno Malta (PR-ES) usaram o kit para atacar Haddad.
O pré-candidato Gabriel Chalita (PMDB), católico, disse que o próximo prefeito precisará de "valores cristãos" para administrar a cidade.
O presidente estadual do PT, Edinho Silva, defende o ex-ministro. "Estão atribuindo ao Haddad posições que ele nunca assumiu. É uma imensa injustiça", diz.

Ele afirma, no entanto, que o PT "não pode recuar a ponto de não reconhecer a necessidade de orientação contra a homofobia". "O menino que se sente confuso não pode ser posto para fora da escola." Da Folha de S. Paulo, 15 de fevereiro de 2012.

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