"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 4 de maio de 2012

PT TUNGA A POUPANÇA E PSDB DIZ QUE PRECISA CHAMAR OS ECONOMISTAS PARA TER UMA POSIÇÃO. DE NOVO?

 
Em novembro passado, com toda a pompa e circunstância, os tucanos organizaram um seminário chamado "Nova Agenda, Desafios e Oportunidades para o Brasil", organizado pelo Instituto Teotônio Vilela - ITV. FHC, Aécio, Sérgio Guerra e os economistas da casa dos bicudos, entre eles Persio Arida e Gustavo Franco. Discutiram longamente uma maior remuneração para a caderneta de poupança. E Arida foi um dos mais aplaudidos, quando disse coisas como:

Vou falar primeiro da poupança. Tudo o mais constante, a caderneta de poupança iria render mais do que está rendendo hoje. Se o sistema de habitação pode emprestar a uma taxa mais alta, a caderneta de poupança renderia mais. Ganhariam os mais pobres, que acessam a caderneta de poupança porque não tem volume de recursos suficientes para aplicar em CDBs.

Estou convencido de que essas reformas podem ser feitas e que o Brasil está maduro para elas. Não tenho tempo de detalhar as propostas mas em grandes linhas seria o seguinte. A primeira delas é colocar o sistema financeiro de habitação a taxa de mercado e elevar a remuneração da poupança.

Um editorial do Estadão saudou o renascimento da oposição, ressaltando as idéias de Pérsio Arida sobre a poupança e os juros:

“O governo tem de agir em nome do bem comum e não favorecer o lobby dos tomadores de recursos subsidiados”, enfatizou Arida. Para ele, com o fim dos subsídios, as taxas de juros cobradas pelo BNDES poderiam se nivelar às dos bancos privados, provocando uma redução da demanda por crédito público e a consequente liberação de recursos para outras finalidades importantes. O “lobby dos tomadores de recursos subsidiados” a que se referiu Arida é um grupo de grandes empresários nacionais com quem o lulopetismo firmou um sólido pacto de apoio mútuo cimentado pela abertura de generoso acesso a dinheiro público barato. Executada em nome da defesa dos interesses e do fortalecimento do empresariado nacional, essa prática, sempre pautada por indisfarçável favorecimento político, significa, na verdade, indevida intervenção pública no princípio da livre concorrência entre as empresas do próprio País.

FHC, à época, concordou com ele:

O Pércio, com esse jeitão dele de quem não quer nada, propôs uma revolução. Ele disse: “Olha, vamos baixar os juros sim, e vamos fazer de outra maneira. Vamos primeiro retribuir melhor a poupança dos trabalhadores, e segundo vamos usar essa poupança não para distinguir quem vai vencer através da escolha dos amigos, mas através de medidas universais que permitam baixar os juros”. E dá para baixar os juros.

Da mesma forma, Aécio Neves defendeu uma melhor remuneração para a poupança:

Mas em rápidas pinceladas, aqui nós não ouvimos apenas diagnósticos, ouvimos propostas, propostas como, por exemplo, uma aqui externada por um dos grandes formuladores do Plano Real, o Pérsio, que busca nos trazer uma luz sobre algo que todos nós compreendemos como essencial: aumentar a poupança interna como estimuladora do investimento e, a partir daí, do desenvolvimento. Sabemos que a poupança interna é um gargalo muito grave que s temos hoje ao próprio desenvolvimento e obviamente ao aumento dos investimentos. Pérsio apresenta, por exemplo, a valorização da garantia de cadernetas de poupança, do FGTS, como instrumento que imediatamente pode caminhar na direção correta.

Hoje, diante das mudanças da poupança, o titubiante e incompetente presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou que o partido vai encomendar um estudo de economistas para analisar os seus efeitos da mudança. Ele disse que a oposição não trabalha com "o quanto pior melhor" e vai fechar posição única. "É preciso ter cuidado. Vamos analisar para saber o resultado do que for anunciado antes de fechar questão. Mas não vamos admitir prejuízo ao pequeno poupador."

O presidente do PSDB poderia poupar tempo e a nossa paciência acessando os documentos do seminário, publicados aqui, no site do ITV.

Justiça seja feita a uma parcela cada vez mais minúscula do PSDB, composta pelo senador Alvaro Dias (PR) e o deputado Bruno Araújo (PE), líderes do partido no Congresso, que criticaram imediatamente a tungada petista.
O presidenciável Aécio Neves, por exemplo, estava na Expozebu defendendo o agronegócio.
Logo ele, que nunca se manifestou em defesa do Código Florestal.
04 de maio de 2012
coroneLeaks

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