"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 21 de junho de 2012

OS GÊNIOS POLÍTICOS

O que mais espanta diante do acordo entre o PT e o PP em São Paulo, ou seja, entre Lula e Maluf com direitos a abraços e afagos, em que a ética foi mais uma vez e vergonhosamente rasgada, não é o silencio dos petistas seja por vergonha, horror, reprovação, ou mesmo vá lá, para alguns, cinismo, o que mais espanta é ouvir comentários aqui mesmo em nosso Estado de que com esse acordo Lula mais uma vez mostra-se “um gênio político”.


Em nosso país ser “gênio político” é não ter o menor compromisso com a ética, com a cidadania, com a coletividade e sim pensar no ganho político. É isso que eles chamam de “avanço”. E ainda acusam os americanos de egoístas.

Ser “gênio” político em nosso país é o mesmo que ser contraventor político. Ser “gênio” político em nosso país é infringir a lei, é burlar a lei, é “dar a volta por cima” mesmo diante da condenação penal e dos escândalos comprovados em relação aos recursos chamados de públicos.

Aqui no “pequenino” Rio Grande do Norte há uma penca de “gênios” políticos quase todos os dias saudados de alguma forma em nossa mídia. Basta acompanharmos os “acordos” oportunísticos entre “esquerda” e “direita” seja na capital, nas chamadas cidades médias e nas cidades pequenas do interior do Estado.
Ser “gênio” político mesmo sendo mau caráter comprovado e contumaz é ser aplaudido e reverenciado diante da “lei”, diante dos escândalos. No Brasil ser contraventor, transgressor diante da ética e da lei é ser aplaudido como “pragmático”. Ainda mais quando são “reeleitos”.

O fato de sermos o que somos enquanto “nação” e acompanharmos os “crimes” diários nos hospitais públicos, nas ruas com a falta de segurança, se explicam devidamente por essas posturas. Só no Brasil ser “gênio” político é ser um contraventor. Somos o país dos “gênios” políticos. E a vida, com os seus crimes diários, essa continua lá fora.

Laurence Bittencourt
21 de junho de 2012

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