"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 25 de julho de 2012

ANOTAÇÕES POLÍTICAS DIVERSAS

A GRANDE DÚVIDA SHAKESPEARIANA: LULA SABA OU NÃO SABIA DO MENSALÃO?

Cássio Bruno (O Globo)

A defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), um dos 38 réus do mensalão, vai centrar fogo no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua sustentação oral no julgamento, previsto para começar no próximo dia 2, no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, dirá que Lula não só sabia da existência de todo o esquema como “ordenou” a sua execução:
— (Lula) Não só sabia (do mensalão) como ordenou toda essa lambança — revelou Barbosa ao Globo. — Não é possível acusar os empregados e deixar o patrão de fora.
A tese da defesa, no entanto, contraria as declarações do próprio Jefferson, em 2005, durante seu depoimento na Comissão de Ética da Câmara. À época, antes de ter seu mandato cassado, o presidente nacional do PTB contou que foi ele quem avisou Lula sobre a existência do mensalão:
— Eu contei e as lágrimas desceram dos olhos dele. O presidente Lula é inocente nisso — afirmou Jefferson, na ocasião.
No mesmo depoimento, ao se referir ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT), outro réu no processo e apontado na denúncia como “chefe da quadrilha”, Jefferson voltou a defender Lula:
— Zé Dirceu, se você não sair rápido daí (do governo), você vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula. Rápido, sai rápido, Zé, para você não fazer mal a um homem bom, correto, que eu tenho orgulho de ter apertado a mão.
Na segunda-feira, porém, Barbosa desconversou sobre a mudança de tom:
— Não respondo pelas palavras do Roberto. Sou o advogado dele.

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HELIO BICUDO: LULA SABIA DE TUDO SOBRE O MENSALÃO

Carlos Newton

O lendário jurista Helio Bicudo, fundador do PT e ex-deputado federal, diz que o ex-presidente Lula sabia de tudo sobre o mensalão. Em entrevista ao programa de televisão “Sábado Especial”, exibido em 2006 em rede nacional, Bicudo declarou ao advogado Luiz Nogueira que Lula deveria ser processado como chefe da quadrilha.
O vídeo da entrevista de Helio Bicudo está disponível no You Tube. É imperdível.

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ELIANE CALMON: “OPINIÃO PÚBLICA JULGARÁ SUPREMO”

Fausto Macedo (O Estado de S. Paulo)

A ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça, afirmou que o Supremo Tribunal Federal será julgado pela opinião pública ao analisar o processo do mensalão a partir do dia 2 de agosto.
Eliana Calmon disse que “não conhece o processo do mensalão, senão por jornais”, mas alertou. “Como ele (Supremo) se porta diante dos autos, a realidade que está retratada nos autos vai ser mostrada quando do julgamento e é neste momento que o Supremo passa a ser julgado pela opinião pública, não é?

“Não é que o Supremo vá se pautar pela opinião pública, mas todo e qualquer poder, no regime democrático, também se nutre da confiabilidade daqueles a quem ele serve”, completou a ministra.
Indagada se a pressão pública pode influenciar o resultado, Calmon afirmou: “O Supremo não se deixa muito influenciar pela opinião popular, ele sempre se manteve meio afastado. Mas começamos a verificar que já não é com aquela frieza do passado.”

“Hoje, eles (os ministros) têm sim uma preocupação porque o País mudou e a população está participando”, afirmou a corregedora da Justiça. “A imprensa influencia, mas a opinião pública também está sendo formada pelas redes sociais. É uma participação mais efetiva. Não é ninguém que está fazendo a cabeça da população, ela se comunica entre si, isso tem causado a sensibilidade do Supremo”, completou.

Eliana Calmon defendeu um Judiciário forte. “Acho que (o julgamento) seria um bom momento (como resposta de um Judiciário forte) do que representa o STF dentro de uma expectativa da sociedade como um todo”, afirmou a corregedora.

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