"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 25 de julho de 2012

DELÚBIO QUADRILHEIRO DO POVO BRASILEIRO

O ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares disse nesta terça-feira que a engenharia financeira montada por ele para quitar as dívidas de partidos da base aliada "deu errado, deu essa confusão toda", mas negou que o partido tenha corrompido parlamentares. Segundo o ex-tesoureiro, o diretório nacional do PT o autorizou, em reunião, a captar recursos "junto à rede bancária" para quitar dívidas eleitorais contraídas durante a campanha eleitoral de 2002. Como "o partido não tinha lastro financeiro" para contrair empréstimos bancários no valor de R$ 60 milhões, disse Delúbio, ele recorreu às empresas do publicitário Marcos Valério de Souza, que captaram o dinheiro nos bancos e o repassaram ao ex-tesoureiro.

Delúbio falou por cerca de 20 minutos durante um ato de apoio a ele convocado pela Juventude do PT do Distrito Federal, que reuniu cerca de cem pessoas na sede da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do DF. O ato ocorre dez dias antes do início do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).Delúbio reconheceu os saques em dinheiro, os pagamentos a partidos e parlamentares e o repasse, ao PT, de recursos captados por Valério, mas disse que a operação se destinou a quitar dívidas contraídas por um caixa dois eleitoral.

"O que houve foi pagamento de dívidas eleitorais que as direções regionais e os partidos aliados trouxeram [ao diretório nacional] e que o Partido dos Trabalhadores, através de uma reunião, decidiu que era para encontrar uma solução. Se não foi a mais correta, se erramos [...] Deu errado, deu essa confusão toda. E estamos pagando um preço há sete anos. Fui expulso do PT, vasculharam minha vida, minha família", disse Delúbio.

O ex-tesoureiro foi saudado aos brados de "Delúbio guerreiro do povo brasileiro" por uma plateia formada por sindicalistas, militantes e funcionários públicos do governo do DF. Estavam na plateia o presidente do BRB (Banco Regional de Brasília) Jacques Pena, o secretário de Administração Público do Governo do DF, Vilmar Lacerda, deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) e o presidente do diretório regional do PT-DF, Roberto Policarpo.

Um poema de Fernando Sabino, com a foto de Delúbio Soares, estampa cartaz exposto durante ato de apoio ao ex-tesoureiro do PT e réu no mensalão. "No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim", diz o poema, acompanhado de uma mensagem de "força companheiro" e assinado pela Juventude do PT de Guará (DF). O ato, divulgado nas redes sociais e blogs de militantes do PT, acontece dez dias antes do julgamento do mensalão, no qual Delúbio é um dos principais acusados.
25 de julho de 2012
(Folha Poder)
in coroneLeaks

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