"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 26 de julho de 2012

MEMÓRIA HISTÓRICA NESSES TEMPOS DE OLIMPÍADAS

Terrorismo já rondava Munique antes dos Jogos

Grupo Setembro Negro já havia cometido três atentados na Alemanha em 1972

Se quatro anos antes, no México, os punhos fechados dos atletas negros americanos contra a segregação racial mostraram ao mundo a força de um gesto para um protesto pacífico, em Munique/72 a política entraria nos Jogos de maneira trágica e violenta.

O Estado de S. Paulo - 26/7/2012
O atentado realizado na Vila Olímpica pelo grupo terrorista Setembro Negro chocou o mundo, com a morte brutal de 11 atletas israelenses e três guerrilheiros. A ação, que quase cancelou os Jogos, foi o ápice de uma série de atentados que rondavam o país-sede naquele ano.

Em 6 de fevereiro, a organização palestina já executara cinco jornalistas jordanianos acusados de serem espiões de Israel, na cidade de Bruehl, perto de Colônia. Dois dias depois, em Hamburgo, a fábrica Etroefr foi atacada com dinamite. Ela foi escolhida por ser fornecedora de material eletrônico para Israel. Também no mesmo mês e cidade, foram dinamitadas várias instalações de gás natural.

A Olimpíada de Munique tinha importância simbólica para a Alemanha, que pretendia exorcizar a tensão dos Jogos de Berlim, em 1936, usados pelo regime nazista para exibir seus ideários de superioridade racial.

Além do atentado, outros fatos fugiram do roteiro em Munique. O avião da delegação de Cuba invadiu o espaço aéreo europeu e só se identificou perto de Munique, quando pediu autorização para descer. O incidente foi relevado para não interromper "a paz da Olimpíada". 


A participação da Rodésia, país africano de regime racista, gerou manifestações de 15 nações africanas, dos atletas negros dos EUA e da Venezuela. A pressão e ameaças de boicote resultaram na eliminação do país, contra a vontade do presidente do COI.

25 de julho de 2012
Carlos Eduardo Entini
 

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