"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 20 de novembro de 2012

ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE O MENSALÃO DO PT E O MENSALÃO DO PSDB

Apenas para colocar as coisas no seu devido lugar, vamos falar em cifras

O Mensalão do PT envolveu a cifra de R$ 141 milhões. Este foi o montante movimentado pelo mensalão em dois anos, somados empréstimos bancários e os recursos que teriam sido desviados de contratos com o setor público. As informações são da Procuradoria Geral da República.
 
Destes, R$ 32 milhões foi a soma total repassada a beneficiários do esquema do mensalão, apontados nominalmente pela Procuradoria nas alegações finais do processo.
O Ministério Público não esclareceu o que aconteceu com o restante do dinheiro.
 
Outros R$ 56 milhões foi o valor total dos repasses de Marcos Valério a pedido do PT, segundo lista apresentada pelo próprio publicitário às autoridades, em 2005.
 
Por fim, o valor de R$ 55 milhões foi o montante de empréstimos tomados pelas empresas de Marcos Valério junto aos Bancos Rural e BMG, segundo relação apresentada pelo publicitário para justificar a origem do dinheiro que movimentou.

O Mensalão do PSDB envolveu, segundo denúncia do Ministério Público Federal, a importância de R$ 3,5 milhões, transferida dos cofres públicos das estatais mineiras COPASA, COMIG e BEMGE para a empresa privada SMP&B Comunicação, de Marcos Valéio, sob a justificativa formal de patrocínio a três eventos esportivos cuja organização era controlada pela empresa de três acusados.
As provas constantes dos autos demonstram que, do montante total retirado das estatais, parcela ínfima teve a destinação efetivamente prevista.
O restante foi desviado para a campanha do acusado, que à época exercia mandato de Governador do Estado de Minas Gerais.

A conclusão do MPF é que no Mensalão do PT houve compra de votos, enquanto no Mensalão do PSDB houve caixa dois.
A tese que o PT quis defender, de que o desvio de dinheiro público era apenas caixa dois, é o crime que consta da acusação contra o PSDB. Lá não se fala em compra de votos o que, de certa forma, descaracteriza o uso do termo para os tucanos.

Agora vamos falar das acusações feitas pelo Ministério Público Federal:

No Mensalão do PT, as acusações contra José Dirceu e Delúbio Soares incluiam formação de quadrilha e corrupção ativa. Contra outros réus, as acusações foram de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e peculato.

No Mensalão do PSDB, existe acusação apenas contra um tucano: Eduardo Azeredo. Ele está sendo acusado de peculato e lavagem de dinheiro.

A pena do tucano Azeredo, para lavagem de dinheiro, é mínima de 3 e máxima de 10 anos. Já para peculato é mínima de 2 anos e máxima de 12 anos. Ou seja: se os crimes não prescreverem e o STF usar o mesmo peso e medida que usou com José Dirceu, o tucano deverá ter uma pena alta, que lhe renderá regime fechado.
 
20 de novembro de 2012
in coroneLeaks

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