"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

EXEMPLO MAIOR DE UMA 'CABEÇA PENSANTE' ...

Para Toffoli, que é ex-advogado do PT e ex-assessor de Zé Dirceu, formar quadrilha e corromper, roubando dinheiro público, merece penas mais leves.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) José Antonio Dias Toffoli criticou ontem, em plenário, o tamanho das penas de prisão aplicadas aos condenados no processo do mensalão, dizendo que isso "combina com o período medieval". Para Toffoli, as multas e a recuperação de valores desviados surtem mais efeito "pedagógico" do que mandar para a cadeia. "A filosofia daquele que comete um delito está em debate na sociedade contemporânea há muito tempo. Esse parâmetro do julgamento, em 2012, não é o parâmetro da época de Torquemada [famoso inquisidor espanhol do século 15], da época da condenação fácil à fogueira."
 
E concluiu: "Aqui o intuito final era financeiro, não era violência, não era atentar contra a democracia e contra o Estado Democrático de Direito porque eles são muito mais sólidos do que isso. O intuito era o vil metal. Que se pague então com o vil metal". A crítica do ministro ocorre na semana em que o tribunal definiu as penas dos núcleos político e financeiro do mensalão, condenando, por exemplo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a 10 anos e 10 meses de prisão, além de multa no valor R$ 676 mil.
 
A participação de Toffoli gerou polêmica antes do início do julgamento pelo fato de ele ter sido advogado do PT e assessor da Casa Civil no período em que Dirceu comandava a pasta (Toffoli votou pela absolvição do petista). O ministro também namora advogada que participou da defesa de um dos réus. Na sessão de ontem, Toffoli também questionou a razão de mandar para prisão a banqueira Kátia Rabelo, "uma ex-bailarina", condenada a mais de 16 anos por lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e quadrilha.
 
E afirmou que os réus deste processo do mensalão são pessoas que "desde 2006 não têm condições de sair à rua", da mesma forma em que ministros e advogados "foram agredidos" por seus respectivos votos e defesas. O ministro não explicou a que casos se referia. O revisor do processo, Ricardo Lewandowski, que divergiu da maioria do STF ao votar pela absolvição de alguns réus, chegou a ser hostilizado por eleitores ao votar em outubro. Após a fala de Toffoli, o ministro Celso de Mello afirmou que as decisões do STF têm sido adequadas e razoáveis.
 
(Folha de São Paulo)
 
15 de novembro de 2012
in coroneLeaks

Nenhum comentário:

Postar um comentário