"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 18 de novembro de 2012

NO ALASCA, ROYALTIES VÃO PARA O BOLSO DO CIDADÃO. PAÍS SÉRIO É ASSIM!

No Alasca, royalties vão para o bolso do cidadão. Parte da renda do petróleo é distribuída diretamente aos moradores. Este ano, foram US$ 878 por pessoa

Limpeza. Trabalhadores tiram o óleo derramado pelo Exxon Valdez, em 1989 Foto: Chris Wilkins/AFP/2-4-1989
Limpeza. Trabalhadores tiram o óleo derramado pelo Exxon Valdez, em 1989Chris Wilkins/AFP/2-4-1989

Enquanto deputados e senadores brasileiros brigam em torno da divisão dos royalties do petróleo, no estado americano do Alasca parte desses recursos vai direto para o bolso dos cidadãos.
Bem antes do vazamento de petróleo do navio Exxon Valdez em 1989, um dos maiores desastres ambientais do país, foi criado em 1976 um fundo soberano, o Alaska Permanent Fund, para preservar parte dos royalties para o benefício das futuras gerações de alasquianos — e só deles — como compensação pela exploração de recursos naturais.

O petróleo responde por 30% da arrecadação com royalties do Alasca. O resto vem da produção de cobre, ouro e outras riquezas minerais. Atualmente, são administrados cerca de US$ 42 bilhões, investidos em ações, títulos públicos e imóveis. O dinheiro que entra no caixa do fundo é preservado, e metade do que vier a render é reinvestida.

A parcela restante vai para o bolso dos moradores. Cerca de 647 mil alasquianos estão aptos a receber o pagamento.

No ano fiscal encerrado em junho de 2011, foram distribuídos US$ 801 milhões, ou US$ 1.174 por habitante. Nos 12 meses encerrados em junho deste ano, foram US$ 605 milhões, ou US$ 878 per capita.

— Decisões de investimentos devem ser tomadas equilibrando o fornecimento de renda no presente e uma perspectiva de longo prazo — diz o presidente-executivo do fundo, Mike Burns.

18 de novembro de 2012
Daniel Haidar - O Globo

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