"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 23 de dezembro de 2012

AS VELHAS NOVIDADES DO BIG BROTHER BRASIL 13

Casas de vidro e volta de 'brothers' do passado estão na lista de recursos para transformar mais do mesmo em surpresa. Candidata desinibida caminha para o milhão de acessos no Youtube, com seu pedido para participar da 13ª edição

 
Rodrigo Teixeira, do Rio de Janeiro
Participantes do BBB confinados na Casa de Vidro, num shopping da Barra da Tijuca, no Rio: recados do público
Participantes do BBB confinados na Casa de Vidro, num shopping da Barra da Tijuca, no Rio: recados do público (Reprodução)
 
Entre as hipóteses para as variações na composição do time já surgiram, por exemplo, a chance de se imitar uma prática da última versão norte-americana, que consistia em formar grupos de participantes liderados por ex-BBBs. Assim como no ‘The Voice Brasil’, os participantes teriam mentores, que conduziriam suas equipes
    
Entre as definições possíveis para um reality show com o formato do Big Brother está a seguinte: um programa que vai bem se seus participantes vão mal.
O ‘insucesso’ que gera audiência, nesse caso, não diz respeito obviamente ao desempenho diante das câmeras, apenas ao que ele faz de ruim para si próprio. Assim, uma tresloucada que decida se envolver com mais de um rapaz da casa e passa a receber todo tipo de comentário pejorativo do público torna-se um maná para a Globo– Maria, vencedora do BBB11, foi o exemplo recente mais adequado a essa categoria.

Participantes que demonstram problema com (a quantidade de) bebida, tendem ao descontrole emocional, apresentam variação de peso e, de preferência, desenvolvem afeição por seres inanimados, como um coqueiro ou uma vassoura, são sempre bem-vindos.

Leia também: Ex-BBB, profissão de risco

Em essência, o programa criado pela holandesa Endemol consiste em gente sendo observada e se dando mal. “Vejam como são ridículos, notem como são humanos”, pensará o público. Entendido esse ‘processo’, entram em cena as variações que fazem a emissora lucrar alto com nossas ‘humanidades’.
E começam também os esforços para fazer o que é mais do mesmo em uma novidade absoluta. Difícil, arriscado. Mas tem dado tão certo que o todo-poderoso José Bonifácio de Oliveira, o Boninho, se mantém tão poderoso fora da casa quanto dentro dela. Qual é a mágica?

Boninho é um mestre da TV. E no Brasil entende de reality-shows como ninguém. Grande parte da magia está no que o público é capaz de enxergar, imaginar e aguardar de um programa desse tipo e seus participantes.
Sem revelar quase nada, ele deixa aberto para o público um imenso e prazeroso “buraco da fechadura” que permite especular sobre a “nova” casa do BBB. A edição que começa em 8 de janeiro tem, de início, rigorosamente a mesma configuração das demais. Doze pessoas selecionadas de forma convencional vão começar o jogo.

O público que imagine o que mais quiser. Entre as hipóteses para as variações na composição do time já surgiram, por exemplo, a chance de se imitar uma prática da última versão norte-americana, que consistia em formar grupos de participantes liderados por ex-BBBs.

Assim como no ‘The Voice Brasil’, os participantes teriam mentores, que conduziriam suas equipes. Nada é certo, mas a possibilidade de a lotação da casa ir bem além dos 12 selecionados inicialmente é grande.
É certa a criação de seis casas de vidro Brasil afora – os estados em que isso vai acontecer ainda são segredo. Assim como foi feito no Rio de Janeiro, onde os participantes eliminados eram mantidos em um ‘aquário’ no corredor de um shopping, novos BBBs podem ingressar na disputa por esse mecanismo.

A participação de ex-BBBs funcionou. O lutador Dourado, que saiu de mãos abanando do BBB 4, conseguiu vencer a 10ª edição e botou no bolso 1,5 milhão de reais. Cumpriu com louvor sua missão de esquentar o programa, abrindo a chance para outros ‘brothers’ do passado que sonham em ressuscitar.



Ter uma segunda oportunidade na casa “mais vigiada do Brasil” é uma dádiva para quem quer viver da fama. Apesar de poucos ex-BBBs terem dado certo na vida, poucas plataformas de lançamento para o estrelato têm tamanho poder de fogo. Um exemplo do que o BBB é capaz de fazer – e do que os pretendentes são capazes de fazer por ele – é Ines Brasil, 44 anos, que por enquanto é estrela do Youtube.
 
O vídeo em que tenta se candidatar ao BBB 13, publicado em outubro, passa de 990.000 exibições, e faz dela uma seleta celebridade da “casa do milhão” no maior site de vídeos da internet.
 
“Alô, Alô você sabe quem sou eu? Alô, Alô, Graças a Deus”, diz a candidata. Antes mesmo de ter sua chance no BBB, Ines adota a postura de celebridade. Só atende jornalistas depois da aprovação de seu assessor de imprensa.
Em casa, quem atende ao telefone é a filha de Ines, que prefere não se identificar.
 
Ela explica que a fama da mãe criou uma fila de pedidos de entrevistas e que, no momento, Ines viaja a trabalho. A fama que já chegou é a de insistente. É a quinta tentativa de entrar para o mundo dos BBBs. Pelo jeito, ela continuará tentando. Pelo Twitter, Boninho já deu seu veredicto em relação à desinibira pretendente. “Não dá. Sorry”.

23 de dezembro de 2012
Veja

Nenhum comentário:

Postar um comentário