"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

REITORIA E SERVIDORES DA UFRJ SÃO DENUNCIADOS POR DESVIO DE R$ 50 MILHÕES

Acusados vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e por dispensa indevida de licitação


RIO - O reitor da a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Antonio Levi da Conceição, o presidente da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB), Raymundo de Oliveira, e mais três pessoas foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo desvio de mais de R$ 50 milhões dos cofres públicos. Eles vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e por dispensa indevida de licitação. A denúncia foi encaminhada à 7ª Vara Federal do Rio pelos procuradores Neide Cardoso de Oliveira e Eduardo André Lopes Pinto. Os acusados já haviam sido indiciados por improbidade administrativa, conforme reportagem divulgada pelo Fantástico no dia 18 de novembro.

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De acordo com MPF, os recursos desviados são decorrentes de dois convênios, que somavam R$ 9,3 milhões, e de um contrato no valor de R$ 43,5 milhões – celebrados entre a UFRJ e o Banco do Brasil, com anuência da FUJB.
 
Ainda segundo o MPF, tanto os convênios quanto o contrato foram realizados mediante a cobrança de uma indevida taxa de administração, pela Fundação, e sem licitação.
 
Em 2008, a Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar o favorecimento de parentes e amigos do então reitor da UFRJ Aloísio Teixeira e do chefe de gabinete da reitoria, à época, João Eduardo do Nascimento Fonseca, em contratações para prestações de serviços e em nomeações para cargos em comissão, cujos recursos envolvidos nos supostos favorecimentos seriam provenientes de convênios e de um contrato com o Banco do Brasil.
 
No mesmo ano, o MPF requisitou à Controladoria Geral da União (CGU) a apuração das irregularidades na UFRJ na gestão de Aloísio Teixeira. Após uma auditoria na UFRJ, a CGU abriu procedimentos administrativos disciplinares que indicaram a demissão dos três servidores públicos federais denunciados - o atual reitor, Carlos Levi; o então chefe de gabinete da Reitoria, João Eduardo do Nascimento Fonseca e o Coordenador do Setor de Convênios e Relações Internacionais da UFRJ, Geraldo Luiz dos Reis Nunes. Em 2010, o MPF ajuizou ação cautelar de afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos então investigados.
 
Segundo a denúncia, os recursos públicos desviados, entre 2005 e 2011, deveriam ter sido repassados ao caixa da UFRJ e registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI). Carlos Antônio Levi da Conceição foi acusado de participar do esquema, quando ocupava o cargo de Pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ.
 
A UFRJ possui 60 mil alunos e é a mais antiga e tradicional instituição pública de ensino superior no Brasil, fundada em 1920.

17 de dezembro de 2012
Gustavo Carvalho

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