"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 13 de janeiro de 2013

CÂMARA JOGA DINHEIRO PÚBLICO PELO RALO


O Estadão publica com destaque que um dos candidatos à presidência da Câmara, o deputado Julio Delgado (PSB-MG) comanda uma reforma milionária de R$ 280 milhões para 432 apartamentos públicos, cedidos gratuitamente para os parlamentares, em Brasília. Uma média de R$ 650 mil por imóvel, que contarão, entre outros ítens, com banheiras de hidromassagem com controle digital de temperatura.

 
Delgado, que também postula a eleição para a presidência da Câmara, possivelmente prometendo preferências na ocupação destes imóveis, acha o investimento altamente vantajoso.
 
Diz ele que os imóveis ficaram valorizados, valendo R$ 2,35 milhões cada um. E lá vem com o maior disparate:
 
“Quando eu assumi essa função, fiz um levantamento e vi que apenas quase 200 deputados ocupavam os apartamentos funcionais e mais de 300 requisitavam o auxílio-moradia de R$ 3 mil. Isso significa que éramos obrigados a manter vigilância, limpeza e reparos em prédios em que moravam meia dúzia de pessoas. Era um desperdício.”
 
E continua:
 
“Com a revitalização dos prédios, tornamos os funcionais mais atrativos e invertemos esse número: hoje, menos de 200 recebem o auxílio-moradia. E com lista de espera”, afirma.

Se a Câmara não oferecesse apartamento público para os deputados, poderia se desfazer de um patrimônio que, pelas contas de Delgado, valeria R$ 1,2 bilhão.
 
Aplicando este dinheiro e tendo um ganho real de 2% ao ano, a Câmara receberia R$ 24 milhões, mantendo intocado o capital. Dividindo R$ 24 milhões por R$ 36 mil, que é o valor do auxílio-moradia recebido por um deputado (são 513!), gastaria, por ano, R$ 18,6 milhões.
 
Sobraria, assim, cerca de R$ 6 milhões para aplicar em alguma outra atividade que beneficiasse os cidadãos pagadores de impostos, que estão cansados de massagear o ego de deputados em Brasília.Fora outros gastos como manter equipes inteiras de funcionários e contratos milionários de manutenção para todo este imobilizado.
O deputado Júlio Delgado, em campanha, já preside a Imobiliária da Câmara

No entanto, o importante agora é que Delgado mostre as suas armas para tentar ser eleito presidente da Casa. Ele está dizendo que precisa de 257 eleitores para ser o dono do pedaço nos próximos dois anos. E que o deputado que votar nele pode ser dono de um dos belíssimos apartamentos reformados. Os demais 192 milhões de eleitores que paguem a conta.
 
13 de janeiro de 2013
Estadão
in coroneLeaks

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