"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 12 de janeiro de 2013

UM ASQUEROSO BOBO DA CORTE

 

Ele esteve em Cuba nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, e reuniu-se com o ditador cubano, Raúl Castro, seu irmão Fidel e o vice venezuelano Nicolas Maduro.

Ary Toledo e Garcia
Ary Toledo e Garcia
 
Não encontrou-se com Chávez, que, segundo ele, estava em “situação grave”, “ainda que consciente”. Ele não explicou como pode afirmar que Chávez esteja consciente.
Mas aproveitou a chance de aparecer e cagou a maior goma:

“Não é que um novo presidente foi eleito e, portanto, vai se estender o mandato do antigo. É o mesmo presidente que está sucedendo a si próprio, tem um prazo prudencial. Essas coisas têm que ser examinadas em função da cultura política e das instituições que são diferentes da nossa”.

Todavia a Constituição da Venezuela diz algo diferente do “grande assessor da ‘presidenta”: no artigo 231, estabelece que a posse do novo presidente deve ocorrer em 10 de janeiro. Se houver “ausência permanente” que impossibilite a posse, o presidente da Assembléia (no caso, o chavista Diosdado Cabello) assume e chama eleição em 30 dias.

Mas Garcia corroborou o plano chavista de adiar a posse à espera da melhora no estado de saúde do presidente.

A farsa venezuelana acabou se confirmando no dia 10/1. O que houve na realidade foi
um golpe de Estado para manter Hugo Chávez no poder, com ele em situação incerta, provavelmente gravíssima, num hospital em Cuba.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, aparelhado pelo caudilho, decidiu que a posse para um novo mandato, que deveria ter acontecido nesse dia, é mesmo “mero formalismo”, e poderá ser feita no futuro.

Embora se saiba que só um milagre permitirá a Chávez voltar a Caracas para a “formalidade”.
Criou-se uma situação esdrúxula. Chávez não governa por estar incapacitado. Nicolás Maduro, vice-presidente e indicado pelo caudilho como seu substituto, hoje não tem mandato: o vice na Venezuela é nomeado pelo presidente, como um ministro; Maduro não foi eleito nem reconduzido ao cargo.

Esses fatos confirmam o que diz no vídeo acima o jornalista Augusto Nunes.

12 de janeiro de 2013
Giulio Sanmartini
(1) Fotomontagem: O humorista Ary Toledo mostrando a Garcia como se manda tomar no rabo por gesto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário