"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 14 de março de 2013

MORRE LÍDER DO KHMER VERMELHO JULGADO POR GENOCÍDIO NO CAMBOJA

Ieng Sary, 87 anos, era acusado de causar a morte de 1,7 milhão.
Nos anos 90, viveu entre Tailândia e Pailin, até ser preso em 2007.

 
O ex-ministro das Relações Exteriores do Khmer Vermelho, Ieng Sary, um dos líderes comunistas julgados no Camboja por genocídio e crimes contra a humanidade, morreu nesta quinta-feira (14) em um hospital, informou a imprensa estatal.
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Ieng Sary, de 87 anos, era acusado junto com outros dirigentes de causar a morte de 1,7 milhão de pessoas nos expurgos e deportações promovidos durante o governo maoísta do Khmer Vermelho entre 1975 e 1979.
"Podemos confirmar que Ieng Sary morreu nesta manhã, após ser hospitalizado em 4 de março", indicou Lars Olsen, porta-voz do tribunal internacional da ONU, onde ele estava sendo julgado.

Ieng Sary, durante interrogatório em dezembro de 2011. (Foto: Câmaras Extraordinárias nos Tribunais do Camboja / Mark Peters / Arquivo / AP Photo)
Ieng Sary, durante interrogatório em dezembro de 2011. (Foto: Câmaras Extraordinárias nos Tribunais do Camboja / Mark Peters / Arquivo / AP Photo)
 
Outros acusados são o ex-chefe de Estado do Khmer Vermelho, Khieu Samphan, e o antigo número dois e ideólogo do Khmer Vermelho, Nuon Chea, ambos também internados por problemas de saúde. Completa a lista de acusados a mulher de Ieng Sary e ex-ministra de Assuntos Sociais, Ieng Thirith, que não sentará no banco dos réus devido ao Alzheimer.
 
Ieng Sary, conhecido por seu nome revolucionário de camarada Van, era cunhado de Pol Pot, "o irmão número um", e dirigiu a diplomacia do regime quando um quarto da população do seu país sucumbia aos expurgos, às políticas rurais que despovoaram as cidades, às doenças e à fome.
 
Nasceu em 1925 na aldeia de Loeung Va, na província vietnamita de Tra Vinh, segundo os dados do tribunal internacional que o julgava por crimes contra a humanidade, genocídio, homicídio, tortura e perseguição religiosa.
 
Ieng Sary desertou duas décadas depois da queda do Khmer Vermelho, nos anos 90, e viveu entre Tailândia e Pailin, o território cambojano governado por sua família, até que o tribunal internacional da ONU o deteve em 2007.
 
O chefe torturador do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, conhecido como Duch, foi o primeiro acusado a ser julgado sozinho e condenado em 2012 à prisão perpétua por sua responsabilidade na morte de cerca de 16 mil pessoas no centro de detenção e torturas de Tuol Sleng, em Phnom Penh.
 
O Khmer Vermelho governou o Camboja a partir de 1975 com o objetivo de instaurar um regime socialista rural de orientação maoísta, mas foi derrotado pelo Exército vietnamita em 1979
O chefe supremo do Khmer Vermelho, Pol Pot, morreu em 1998 na selva do norte do Camboja, onde dirigia a guerrilha maoísta.

14 de março de 2013
Da EFE

NOTA AO PÉ DO TEXTO

O filme GRITOS DO SILÊNCIO pode dar uma idéia e uma imagem do que foi o genocídio, através da aventura de dois jornalistas que tentavam cobrir a revolução.
m.americo

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